18/12/2015 Assistência de Enfermagem a Pacientes com Alterações das Funções Respiratórias Professora Jamille C. Torres Objetivos do Aprendizado REVISÃO ANATÔMICA E FISIOLÓGICA; TROCA GASOSA E FUNÇÕES RESPIRATÓRIAS; DISTÚRBIOS TORÁCICOS; DICAS E DISCUSSÕES - 1 18/12/2015 Ventilação: o movimento do ar para dentro e para fora dos pulmões. O processo de ventilação é o primeiro passo no fornecimento de oxigênio às células e na remoção de dióxido de carbono e de outros resíduos da circulação. Respiração: processo de troca gasosa pelo qual o oxigênio da atmosfera é captado pelas células sanguíneas em circulação e o dióxido de carbono da corrente sanguínea é liberado para atmosfera. - 2 18/12/2015 O principal músculo da ventilação é o diafragma, um músculo espesso que separa o tórax do abdômen e funciona sob controle tanto voluntario quanto involuntário. O nervo frênico, que sinaliza o diafragma para se contrair e relaxar, tem origem no tronco cerebral e sai da coluna vertebral em C3, C4 e C5 – importante nos casos de traumatismo, pois a lesão à coluna cervical pode causar apneia fatal. Diferenciação entre angústia respiratória e insuficiência respiratória – quando um doente relata dispneia ou apresenta nítido aumento de esforço para respirar? Caso melhore com manobras simples de reanimação, então a angustia respiratória será a resposta. Entretanto se ele não melhorar com as intervenções básicas, ou se qualquer angustia respiratória mostrar sinais de fadiga ou de estado mental alterado, a insuficiência respiratória será iminente. - 3 18/12/2015 Umas das avaliações essenciais de um doente com dificuldades respiratórias é a ausculta de sons da respiração Sibilos – os sibilos são o som clássico de uma via aérea obstruída ou reativa. Geralmente ouvidos na expiração. São ouvidos na asma, na bronquite e na doença pulmonar obstrutiva crônica. Estertores Crepitantes – associado ao fluido acumulado nos alvéolos – se o som ficar limpo após algumas respirações profundas, o doente provavelmente estará sofrendo de atelectasia – presentes na pneumonia,IC e EP. Roncos – acumulo de secreções nas vias aereas maiores , descritos como sons bolhosos na expiração. São provocados quando o ar passa pelas secreções aprisionadas na via aérea. Presente na bronquiectasia e pneumonite de aspiração. Estridores – o estridor é um som produzido por inflamação ou obstrução significativa da via aérea superior e é auscultado somente na inspiração. Presente no traumatismo. - 4 18/12/2015 Inflamação (centro dos sintomas da asma) crônica que envolve a contração do músculo liso dos brônquios, resultando no estreitamento deles e em roncos e sibilos associados. A via aérea fica excessivamente sensível a alérgenos, vírus e outros irritantes ambientais inalados (supersensibilidade – componente reativo) . O corpo pode responder a um broncoespasmo persistente com edema brônquico e secreções mucosas firmes capazes de causar entupimentos dos brônquios e atelectasia. Pessoas com asma incluem a combinação dos seguintes sintomas: roncos, dispneia, tosse, sinais de doença do trato respiratório superior (rinorreia, congestão, faringite e mialgia), sinais de exposição a alérgenos, aperto, desconforto ou dor no tórax. No inicio o doente sofre hiperventilação com queda nos níveis de CO2 (alcalose respiratória) via aérea continua a se estreitar fica mais difícil exalar o ar completamente que resulta em aprisionamento do ar. Os pulmões tornam-se superinflados e rígidos, aumentando o trabalho de respirar. - 5 18/12/2015 Podem ocorrer quadros de taquipneia, taquicardia e pulso paradoxal acompanhados de agitação. A saturação de O2 pode diminuir mas é restaurada com oxigênio suplementar, podem haver retrações e uso de músculos acessórios. Obstrução do fluxo de ar causada por bronquite crônica ou perda da área de superfície alveolar associada ao enfisema. A doença caracteriza-se por certo grau de roncos e sibilos e edema da via aérea e, apesar de seu mecanismo ser levemente diferente daquele da asma, ambas são doenças dos pulmões envolvendo aprisionamento de ar. - 6 18/12/2015 A causa principal é o tabagismo. Estima-se que 15% dos fumantes desenvolvem DPOC clinicamente significativa – atentar para o tabagismo passivo. O único fator de risco genético conhecido como causa de DPOC em não fumantes é a deficiência da antitripsina alfa1 (proteína que inibe a elastase neutrofílica – enzima pulmonar) Sintomas de Exacerbação Dispneia, tosse, intolerância aos esforços, roncos e sibilos, tosse produtiva, dor ou desconforto no tórax, diaforese e ortopneia. Sinais clínicos Roncos e sibilos, taxa respiratória aumentada, saturação reduzida de O2, uso de músculos acessórios, pulso jugular elevado, edema periférico, pulmões hiperinflados, roncos grosseiros e dispersos - 7 18/12/2015 Episódios Críticos Saturação inferior a 90%; taquipneia (cerca de 30 respirações por minuto); cianose central ou periférica; alterações do estado mental causadas por hipercapnia O tabagismo é a principal causa de DPOC e o uso abusivo continuado do tabaco pode ser um desencadeador seminal de um episódio crítico. Outros fatores para exacerbação do quadro incluem poluição e exposição a alérgenos. ALTERAÇÕES VISÍVEIS: tórax em barril falta de ar crônica tosse crônica. Doente fica vulnerável a infecções e intolerante à exercícios, o aumento do trabalho de respirar pode levar à IR. - 8 18/12/2015 Corticosteroides sistêmicos VPNI Agonistas beta 2 Ventilação mecânica Doença sistêmica que leva à insuficiência pulmonar. As causas diretas incluem eventos e condições que danificam a camada de células epiteliais, como aspiração de conteúdo gástrico, quase afogamento, inalação tóxica, contusão pulmonar, pneumonia, toxicidade por oxigênio e radioterapia - 9 18/12/2015 Sinais e sintomas: dispneia, hipoxemia (cianose de mucosas); taquicardia; taquipneia e aumento da demanda de O2 suplementar. Tratamento: oxigenação de suporte, entubação e ventilação mecânica junto ao suporte de pressão e sucção, conforme necessário. Gás na cavidade pleural. Podem ocorrer espontaneamente ou ser induzidos por traumatismo, incluindo barotrauma resultante de ventilação com pressão positiva. Sinais clínicos: taquipneia, taquicardia, pulso paradoxal, sons respiratórios diminuídos, hipóxia e estado mental alterado. TTT: expectante (paciente estável e sem comorbidades), toracocentese, drenagem torácica e/ou intervenção cirúrgica. - 10 18/12/2015 A inflamação pleural (pleurisia) e o derrame pleural geralmente andam juntos, já que a presença de um derrame pleural – acumulo de fluido entre as camadas pleurais – é sugestivo de inflamação da pleura. Assim como na pleurisia o derrame pleural pode causar dispneia e dor no tórax (pleurítica). O sintoma mais comum de doentes com derrame pleural é a dispneia mas pode-se verificar ainda, tosse, ortopneia e sons respiratórios diminuídos TTT: toracocentese, exame químico do fluido para determinar etiologia, TC para avaliar neoplasia e TB, em casos raros drenagem torácica e cirurgia. - 11 18/12/2015 Esse quadro se instala quando a pressão média na artéria pulmonar ultrapassa 25 mmHg, com pressão em cunha capilar pulmonar inferior a 15 mmHg. Essas medidas são realizadas diretamente durante o cateterismo cardíaco direito. Ocorre lesão vascular com a disfunção endotelial e disfunção do músculo liso vascular, levando à progressão da doença (hipertrofia do músculo liso vascular, proliferação da adventícia e da intima - espessamento de parede – e formação de lesão vascular avançada) Se o leito vascular pulmonar é destruído ou obstruído, a capacidade de processar qualquer fluxo ou volume de sangue torna-se comprometida, e, consequentemente, o fluxo sanguíneo aumentado provoca elevação da pressão arterial pulmonar. - 12 18/12/2015 As principais causas incluem: cardiopatia congênita, anorexígenos (depressores específicos do apetite), uso crônico de estimulantes, hipertensão portal e infecção por HIV – aumentam o risco em pacientes suscetíveis. TTT clínico tem o objetivo de tratar a condição subjacente relacionada com a hipertensão pulmonar. Condição em que o ventrículo direito do coração aumenta (com ou sem insuficiência cardíaca direita) em consequência de doenças que afetam a estrutura ou a função do pulmão ou a sua vasculatura. Trata-se de um tipo de hipertensão arterial pulmonar devido a uma etiologia conhecida - qualquer doença que afete os pulmões e que seja acompanhada de hipoxemia pode resultar em cor pulmonale. - 13 18/12/2015 Deterioração súbita e potencialmente fatal da função de troca gasosa do pulmão e indica uma incapacidade dos pulmões de fornecer uma oxigenação/ventilação adequada para o sangue. A insuficiência respiratória aguda é descrita como uma diminuição na pressão de oxigênio arterial (PaO2) para menos de 50 mmHg (hipoxemia) e um aumento da pressão de dióxido de carbono arterial (PaCO2) para mais de 50 mmHg (hipercapnia), com pH arterial inferior a 7,35. Sinais e sintomas incluem: inquietação, fadiga, cefaleia, dispneia, fome de ar, taquipneia e hipertensão. TTT: corrigir a causa e restaura a troca gasosa adequada. A intubação e VM podem ser necessárias. - 14 18/12/2015 É definida como deterioração na função de troca gasosa do pulmão, que se desenvolveu de maneira insidiosa ou que persistiu por um longo período de tempo após um episódio de IRA. A ausência de sintomas agudos e a presença de acidose respiratória crônica sugerem a cronicidade da insuficiência – estes doentes desenvolvem tolerância aos quadros de hipoxemia e hipercapnia. Causas principais: DPOC e doenças neuromusculares - 15