ÉTICA E EDUCAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE OS VALORES MORAIS

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Revista Filosofia Capital
ISSN 1982 6613
Vol. 8, Edição 15, Ano 2013.
ÉTICA E EDUCAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE OS
VALORES MORAIS
ETHICS AND EDUCATION: REFLECTIONS ON
THE MORAL VALUES
CAMARGO, Marcela Pedroso de1
RESUMO
O presente artigo visa abordar a relação entre ética e educação partindo de uma breve
discussão das modificações ocorridas nos valores morais, suas novas significações além de
promover uma reflexão de como a escola têm lidado com esta situação, principalmente num
momento em que as novas concepções se instauram no sistema vigente, resultante do
processo de globalização. A sociedade passa por uma reconfiguração de valores, devido as
mudanças sociais e isso reflete na forma como os valores morais são concebidos. Esta
realidade afeta diretamente a educação, que se vê diante dessa turbulência dos valores morais
sem saber quais os caminhos seguir. Para tanto, definiremos em linhas gerais conceitos como
ética, valores e educação, sempre tendo como ponto de partida que a educação é um processo
de construção humana.
Palavras-chave: Ética; Educação; Valores morais; Moral.
ABSTRACT
This article aims to address the relationship between ethics and education, starting with a brief
discussion of the changes occurring in moral values, their new meanings besides promoting a
reflection of how schools have dealt with this situation, especially at a time when new
concepts are establish the existing system, resulting from the process of globalization. The
society is undergoing a reconfiguration of values, due to social changes and this reflects in
how moral values are designed. This reality directly affects the education that confronts this
turbulence of moral values without knowing what paths to follow. Therefore, we will define
in general concepts such as ethics, values and education, always taking as a starting point that
education is a process of human construction.
Keywords: Ethics; Education; Moral Values; Moral
1
Mestre em Educação pela Universidade Estadual de Londrina. E-mail: [email protected].
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Introdução
O presente artigo aborda a discussão
referente à relação entre ética e educação
para analisar a maneira como os valores
morais tem se transformado e diante disso,
o papel da escola neste contexto.
Enfrentamos um período de avanços,
resultado do processo de globalização, em
que os meios de comunicação se expandem
e novas tecnologias são criadas. A
sociedade cada vez mais utiliza termos,
como por exemplo, comportamento ético,
valores éticos, um “ser ético” e até mesmo
o a palavra anti-ético para representar algo
que não está de acordo com determinado
padrão, para representar o incorreto.
As preocupações em relação a ética
estão presentes em diversos campos, como
a Filosofia, Política, Economia, Educação,
entre outros, portanto, trata-se de um tema
amplo pelos vários olhares que lhe são
direcionados. Essas questões nos permite
promover uma reflexão que rompe com a
idéia de que a ética faz parte somente das
discussões filosóficas, pois é preciso
compreendermos que ela parte sim da
Filosofia para estruturar suas definições,
mas envolvem questionamentos que se
aplicam a muitas outras áreas.
Vale ressaltar que a maneira como
conceituamos a ética depende muito do
tempo e espaço em que a mesma é
proposta, por isso o presente artigo parte do
pressuposto de que a ética é a ciência do
comportamento moral dos homens na
sociedade (SANCHEZ VÁZQUEZ,1996).
Nota-se um retorno às questões éticas
na sociedade contemporânea, justamente
pelas dificuldades enfrentadas em um
momento que os valores se modificam, em
que a lei de mercado impera, as relações
sociais perdem lugar ao individualismo, ou
seja, devido as consequências geradas pelo
processo de globalização.
Nesse contexto valores morais e
novas concepções de mundo se colocam
perante o indivíduo, mas vale ressaltar que
não questionamos a relevância desta
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situação, mas sim chamamos a atenção para
o fato tais valores serem impostos à
sociedade pelo sistema vigente. Esta
situação contribui para a perda de
identidade do indivíduo enquanto ser social,
visto que os valores são disseminados como
meio para manutenção daquilo que está
posto, independentemente de sua aprovação
ou não. O que notamos neste cenário é o
interesse em alcançar benefícios a uma
pequena parcela da sociedade.
Portanto refletir em relação a ética e
aos valores morais requer a análise de tais
circunstâncias, além da maneira como a
educação pode lidar com tal questão, pois
no campo da ética este cenário de conflitos
e contradições revela-se particularmente
desafiador para quem é solicitado a aceitar
costumes
e
tradições
e
assumir
comportamentos e valores. Não é possível
pressupor um conjunto harmônico e
consensual de valores, embora conflitos
muitas vezes estejam silenciados por
métodos autoritários usado pelas forças
hegemônicas (GOERGEN, 2005, p. 65).
Os interesses das classes são
diferentes e como vivemos em uma
sociedade dividida as concepções são
contrárias. Os valores da classe dominante
são impostos aos das classes menos
favorecidas, embora compreendemos que
os conflitos são necessários, mas a
imposição e coação do outro não pode ser
tido como algo natural, até mesmo porque o
homem tem direito a fazer suas escolhas,
conforme define Schinestsck (2008, p.14)
ao referenciar as idéias de Habermas, de
que “as escolhas devem ser feitas de acordo
com uma pauta de valores incorporadas
pelo meio social, de modo que sempre se
tente vislumbrar o que é melhor para a
coletividade e não só para o indivíduo que
escolhe”, mas o que acontece é a
prevalência dos interesses individuais de
um pequeno grupo que detém o poder.
É exigido que o indivíduo se adéque
aos padrões estabelecidos, porque caso
contrário será colocado em uma “cama de
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procusto” (mito grego em que um bandido
chamado Procusto tinha uma cama muito
grande e todos que passavam pela floresta
era caçado por ele e colocado na cama, caso
a pessoa fosse maior que ela suas pernas
seriam cortadas, e se fosse menor seus pés
eram esticados, para que ficasse adequado
ao tamanho da cama) (ESCOBAR;
BONETTI, 2009), uma analogia à
sociedade capitalista onde o indivíduo
necessita adequar-se ao que está posto se
não estará excluído (cortado) e sofrendo as
consequências por não fazer parte do
padrão estipulado.
Na
sociedade
contemporânea
principalmente
com
os
avanços
tecnológicos e expansão da comunicação
em massa, os valores morais tidos como
normativos estão perdendo suas forças, eles
passam a priorizar muito mais o indivíduo
isoladamente, ou seja, a subjetividade
impera neste momento de maneira a romper
com os valores até então estabelecidos, e é
neste cenário que a educação atua, pois ao
mesmo tempo em que necessita transmitir
os conhecimentos socialmente construídos
depara-se com a eclosão de novos valores
que se modificam rapidamente e interferem
no desenvolvimento do indivíduo. Diante
disso, concordamos que a sociedade
multicultural, fortalecida pelo curso da
globalização e da mobilidade social, em que
partilham espaço múltiplas visões de
homem, de vida e de mundo, veio agravar
ainda mais este desnorteamento da
educação e da escola (GOERGEN, 2005, p.
985).
A escola enfrenta um grande desafio
para conseguir atingir seus objetivos no
processo de formação e um dos principais
questionamentos que surgem é a maneira
como ela pode desenvolver uma educação
ética em um contexto instável como temos
presenciado, onde valores se modificam e
comportamentos se transformam.
As questões éticas, a partir disso, se
ampliam, pois como o individuo pode
desenvolver um comportamento moral
perante tal sociedade?, Que valores devem
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permear suas relações com os demais?,
Qual o papel da escola neste cenário?.
Compreendemos que a relação entre ética e
educação inicia-se a partir do momento que
se considera a educação como uma prática
social na qual o homem faz parte. É por
meio desta questão que discutiremos alguns
elementos desta correlação, sem objetivar
uma conclusão sobre o tema, mas sim
permitir uma reflexão sobre a ética e a
educação na questão dos valores morais.
Ética e educação: algumas considerações
Quando se discute ética entramos em
um campo vasto, o que nos permite várias
análises referentes ao tema, pois “[...] a
ética se relaciona com outras ciências que,
sob ângulos diversos, estudam as relações e
o comportamento dos homens em sociedade
[...]” (SANCHEZ VÁZQUEZ, 2008, p. 29).
Pode-se dizer que seu objeto de
investigação é o comportamento humano
em sociedade, mais especificamente o
comportamento
moral,
sendo
este
constituído pelas ações humanas. A palavra
ética vem do grego ethos que pode ser
definido como “modo de ser” ou “caráter” e
a partir dela é que aspectos como proteção,
guarida,
hospitalidade
podem
ser
estabelecidos.
Um aspecto importante a destacar é
que ética e moral possuem correlação, pois
a moral é o objeto de estudo da ética, é o
comportamento adquirido pelo homem,
vem do grego mos ou mores que significa
costume/costumes
(SANCHEZ
VÁZQUEZ, 2008).
Vale ressaltarmos que o individuo
adquire a ética ao longo de sua vida, ela é
uma construção histórica e social a partir de
suas relações com os demais, sendo que
uma geração é responsável por transmitir os
ideais as seguintes e assim por diante, ou
seja, cada geração precisa cuidar para que o
progresso ocorra, visto que toda cultura
marca o individuo que dela faz parte e a
partir disso crenças são criadas diante de
objetos culturais, pois cada geração, de
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posse dos conhecimentos das gerações
precedentes, está sempre melhor aparelhada
para exercer uma educação que desenvolva
todas as disposições naturais na justa
proporção e de conformidade com a
finalidade daquelas e, assim, guie toda a
humana espécie a seu destino (KANT,
1996, p.19)
É a educação e a escola que atuam
como um dos principais meios para a
disseminação da cultura às novas gerações,
ela divide essa função junto a outras
instituições como a família, igreja,
sindicatos,
associações,
meios
de
comunicação, entre outros, embora sua
soberania permaneça em muitas culturas em
relação aos demais espaços de transmissão
cultural.
A relação ética e educação se
fortalece na modernidade pelo papel que a
escola tem em formar o aluno integral,
parte-se do pressuposto de que a educação é
a preparação do homem para a vida em
sociedade. Kant (1996, p. 444) ressalta que
“o homem não pode tornar-se um
verdadeiro homem senão pela educação”,
ela é fundamental na constituição do
indivíduo.
A ética oferece suporte à educação ao
auxiliá-la a responder questões que a
preocupam como, por exemplo, que tipo de
homem se pretende formar, para que
sociedade esta formação deve estar
direcionada.
A educação enfrenta
dificuldades no momento em que a
informação tornou-se acelerada, novos
meios tecnológicos se instauraram, pois ela
vem perdendo espaço para as inovações
tecnológicas que se tornaram mais atrativas
que a escola.
A sociedade acelerada que vivemos
requer um tipo de formação que esteja de
acordo com esse sistema, e com isso alguns
comportamentos e normas tradicionais
acabam sendo modificados para adequação
ao novo contexto. As relações sociais foram
profundamente alteradas, abriu-se espaço
ao individualismo, em que o bem do outro
apenas será levado em consideração a partir
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do momento em que os interesses
individuais estejam satisfeitos. Isso rompe
com a importância do outro, embora o
homem só pode se considerar como tal pela
presença essencial do outro.
Um dos grandes problemas é a
desvalorização dos valores morais, visto
que os valores tradicionais acabam se
diluindo
por
serem
considerados
ultrapassados, pois não conseguem dar
conta da nova estruturação social
Deste cenário faz parte a escola, a
qual também passa a ser influenciada por
esta situação, até mesmo porque o sistema
capitalista ao qual estamos a utiliza para
disseminar seus ideais. Entretanto, cabe à
educação
[...] desvendar os mascaramentos de
sua própria atividade, evitando assim que se
instaure como mera força de reprodução
social e se torne força de transformação da
sociedade, contribuindo para extirpar do
tecido desta, todos os focos de alienação
(ALTHUSSER, s.d; GRAMSCI,1968;
SEVERINO, 1986 apud SEVERINO, 2005,
p. 151).
Romper com o que é imposto pelo
sistema é um dos caminhos possíveis para
que a educação se torne um processo de
humanização e por meio da ética é que se
pode refletir em relação a esta proposta de
mudança, por ser capaz de oferecer
elementos para compreensão dos problemas
que o agir do ser humano gera devido as
condições
enfrentadas
no
mundo
globalizado.
Educação e valores morais
Os indivíduos constantemente se
utilizam da moral, pois a partir dela é que
julga suas ações como boas ou más.
Contudo, tal julgamento não advém do
indivíduo isolado, algumas normas são
definidas pela sociedade e impostas como
comportamentos a serem seguidos por
todos os que dela fazem parte. Entretanto, é
fundamental a adesão destas normas por
parte dos indivíduos, ou seja, cada um a
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partir de seus ideais, costumes e vivências
atribuirão valor, significado as normas
impostas.
Por meio da moral é que o indivíduo
as praticará ou não, tudo depende do valor
que é dado a esse comportamento. Com
isso, cada cultura estabelece os que serão os
padrões a serem seguidos e a partir de um já
existente novos vão se constituindo.
A força exercida valores morais
perante os homens é considerável, porque
dita como estes devem se comportar para
estarem de acordo com o que está
estabelecido em determinada cultura. Mas
por mais que haja imposição, o indivíduo
tem o direito de fazer escolhas, pode seguir
ou não às normas estipuladas, entretanto, a
moral atua como reguladora, faz com que
se crie um sentimento de desobediência
caso as normas não sejam cumpridas.
Apenas com o direito de escolha é
que o indivíduo pode ser responsabilizado
pelos seus atos, visto que “[...] somente
admitindo que o agente tem certa liberdade
de opção e de decisão é que pode
responsabilizá-lo pelos seus atos [...]”
(SANCHEZ VÁZQUEZ, 1996, p. 91),
desta maneira podemos considerar que
existem influências externas ao homem que
podem comprometer sua escolha e caso ele
não esteja consciente do que faz não é
possível lhe atribuir responsabilidade.
De modo geral, as escolhas estão
envolvidas por valores morais que foram
estabelecidos na sociedade em que se
insere. No dia-a-dia temos que tomar
decisões morais, entretanto em muitas
situações seguir um valor moral pode gerar
perdas concretas, porque acreditar que ser
ético trará benefícios é uma visão ingênua,
até mesmo pela maneira como isso pode
variar, já que para uma pessoa determinada
ação pode ser ética enquanto que para outra
pode não ser, tudo depende do contexto ao
qual se está analisando a ação e do valor
atribuído a ela. Diante disso, é importante
definirmos o termo “valor” pelo menos em
linhas gerais para analisar como estes se
modificam.
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O conceito de valor pode variar
muito, envolve uma gama de significados,
mas partimos da conceituação de que o
valor “não é propriedade dos objetos em si,
mas propriedade adquirida graças à sua
relação com o homem como ser social.
Mas, por sua vez, os objetos podem ter
valor somente quando dotados realmente de
certas propriedades objetivas” (SÁNCHEZ
VÁZQUEZ, 2008, p. 141), perante isso o
valor é constituído por elementos objetivos
e subjetivos.
Os valores são estabelecidos nas
culturas e quando o indivíduo nasce se
depara com eles de forma que necessitam
adequar-se para relacionar-se com os
demais, mediante isso vai construindo
novos valores e comportamentos. Sua
existência é norteada por eles, porque cada
ação exige ponderá-los. Neste sentido,
Araújo (2007, p. 07) esclarece que “cada
ser humano constrói um sistema de valores,
a partir das interações que estabelece com o
mundo e consigo mesmo desde o
nascimento”.
Há uma grande preocupação com
relação aos valores morais, tendo em vista
que enfrentamos uma crise de valores,
justamente pela maneira como a sociedade
se organiza diante do processo de
globalização.
A escola é um dos espaços em que
esta preocupação se amplia, até mesmo
porque teoricamente ela seria o local onde
os
valores
morais
deveriam
ser
transmitidos. Ao ser encaminhado para a
escola, acredita-se que o aluno aprenderá as
normas, os costumes de sua cultura, de
certa forma ser moldado conforme as
exigências morais. Contudo, a escola
enfrenta dificuldades para que esta função
seja exercida, pelo fato de os valores se
modificarem constantemente devido a nova
estrutura social a partir da globalização.
As normas já não são as mesmas, os
comportamentos são instáveis, pois há
momentos em que algo pode ser
considerado como bom, mas em instantes
pode não ser mais. Essa inconstância coloca
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a educação em uma situação difícil, pois as
escolas não conseguem acompanhar esse
processo, principalmente por ter raízes
profundas na visão tradicional de educação
(herança jesuítica) em que a autoridade é o
elemento principal no desenvolvimento de
comportamentos adequados a sociedade.
Outro fato que contribui para este
desafio enfrentado pelas escolas é o fato
delas não serem o único espaço em que os
valores são transmitidos. A mídia, por
exemplo, ocupa lugar neste processo, diante
de seu poder de convencimento,
considerando que os comportamentos da
população são influenciados e moldados a
partir do que uma pequena parcela deseja.
Novos valores surgem e o sentido de muitos
deles são modificados, como por exemplo,
o respeito ao próximo, já que há
prevalência de se atender ao bem individual
para depois preocupar-se com o outro. A
grande questão é que as mudanças
ocorridas na sociedade requerem uma nova
concepção de mundo e de homem (questões
éticas) sendo a educação chamada para a
responsabilidade de formar este novo
indivíduo. Prevalece uma formação que
permita a autonomia, flexibilidade e
produtividade, para atender as demandas do
sistema capitalista, entretanto os caminhos
a serem seguidos pouco importam, a
questão moral fica a margem dos interesses
do sistema vigente.
Os valores morais hoje são outros,
alguns permanecem, como a bondade,
justiça, respeito, mas o caráter moral de tais
valores perde força e a educação corre
contra o tempo para buscar alternativas que
permitam reconfigurar valores que são
fundamentais para a vida em sociedade.
A escola precisa estar ciente de que é
composta por inúmeras culturas, sendo que
em cada uma delas os valores morais tem
significados diferentes, representam vários
comportamentos e que ela precisa
considerá-las para desenvolver um trabalho
que permita integrá-las e não excluir como
vem sendo feito em muitos casos, pois
aquele comportamento fora do que foi pré-
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estabelecido acaba sendo considerado como
diferente e errado.
A escola como instituição social
possui uma cultura própria, entretanto sofre
influências da cultura da sociedade, mas
uma de suas dificuldades tem sido lidar
com esse multiculturalismo. Os valores
variam conforme tempo e espaço, mas
busca priorizar valores clássicos como
justiça, respeito, lealdade, bondade durante
o trabalho pedagógico é um dos caminhos
possíveis a estruturação de uma educação
pautada em fatores morais.
Considerações finais
Estamos diante de um turbilhão de
informações, nos sentimos despreparados
em relação a valores morais, pois o que até
então era tido como bom hoje já se
transforma e as duvidas em relação de quais
valores devem ser cultivados se ampliam.
A educação é uma das instituições
chamadas a responder essa questão,
justamente por ser considerada como uma
das responsáveis pela transmissão de
valores e comportamentos morais. O fato de
discernir sobre o que é bom ou mal exige de
nós a reflexão em relação ao que
consideramos como sendo benéfico ou não.
Mas é preciso ressaltar que a cultura
interfere nesta decisão, assim como as
mudanças sociais.
Estamos vivenciando um período
conflituoso entre valores morais, pois os
que eram normativos acabam sendo
modificados, e esta situação nos deixa
assustados e perdidos, questionar o que está
acontecendo em nossa sociedade, qual o
papel da educação perante ela é um forma
de nos alertarmos em relação à educação
que está sendo oferecida e que valores
morais nós enquanto adultos e responsáveis
por formar a futura geração estamos
construindo.
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