MICROBIOLOGIA - ESTREPTOCOCOS E PNEUMOCOCOS

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PNEUMOCOCOS.doc
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Estreptococos e Pneumococos
Prof. Fernando Maia
23/07/09
Considerações gerais
Os estreptococos fazem parte da família Streptococcaceae, o gênero
streptococcus, estrepto significa cadeia, corrente e cocos arredondadas,

São células arredondadas.

Gram - positivas.

Dispostos aos pares ou em cadeia que podem conter até 20 indivíduos.

Anaeróbios facultativos na maioria das vezes (sendo poucas espécies anaeróbios
restritos).

Geralmente capsulado (o tipo que é mais virulento pro ser humano é capsulado).

Catalase negativos (lembrando que se for positivos os cocos isoladamente
podem ser denominados de estafilococos).

Homofermentadores de glicose (produzindo acido lático).
Cultura

Diferente do estafilococos, o estreptococos necessitam de meios mais
específicos para se “criar” como meio rico em glicose, proteínas termorreguláveis
(soro, sangue total, líquido ascítico, extrato de fígado - humanas geralmente)

pH 7,4

Geralmente formam colônias pequenas podendo ser inertes, everdescentes ou
extensa.
Podem ser classificados de acordo com a colônia formada no Agar-chocolate:

Colônia tipo “Matt’’: são colônias rasas e foscas, de cepas virulentas acapsuladas,
e por causa disso não tem tanto poder de infecção.

Colônia tipo Mucoid: cepas virulentas e capsuladas (as mais virulentas aos seres
humanos)

Colônia tipo Glossy: colônias convexas e brilhantes de cepas avirulentas.
Classificação
Podem ser classificados de acordo com a doença que causam ou pelo padrão de
hemólise (mais utilizada)
Podem ser inertes, não produzir hemólise e são classificados como gama
estreptococos (geralmente as espécies que não agridem o ser humano).

Alfa ou everdescente: Hemólise parcial. A hemoglobina fica parcialmente lisada,
se tornando esverdeada, que é o chamado alfa estreptococos.

Beta ou hemolítica: Hemólise total. Denominada beta estreptococos.

Alfa primo: Hemólise intermediária. Hemólise total na área próxima a colônia e
parcial nas porções mais distantes (raro)

Gama ou inerte: sem hemólise.
Classificação de Lancefield
Lancefield fez a classificação mais utilizada de acordo com o padrão hemolítico:

Hemolítico (Grupo A): classe mais nociva ao homem os denominados
estreptococos hemolíticos, ou grupo A ou piogênicos, ou estreptococos beta
hemolítico ou Estreptococos beta hemolítico do grupo A de Lancefield (ele
disse q vai cair na prova e é pra botar assim).

Grupo viridans: não é uma espécie, é um grupo que faz hemólise parcial e
temos várias espécies dentro desse grupo muito encontrado na mucosa oral,
responsável pelas cáries, gengivites, abscesso dentário, periodontite e se cair
na corrente sanguínea pode se alojar numa lesão cardíaca podendo gerar
endocardite, acometendo principalmente a válvula mitral.


S. sanguis

S. mutans

S. mitis
Grupo do enterococo: também de muita importância clinica. É o
Streptococcus faecalis, com grande importância nas infecções hospitalares.
Mostra uma hemólise total que consome totalmente a hemoglobina, a chamada beta
hemólise, mostra também a parcial ou alfa hemólise.
Antígenos celulares
Os principais antígenos das cápsulas:
 Capsulares:

Acido hialurônico (principal dos grupos piogenicos)

O polímero de N-acetilglucosamina

Ácido glicurônico (encontrado no estreptococos grupo A)

Polissacarídeos tipo específicos S (presente no grupo B).
 Parede celular

Polissacarídeos grupo específicos C

Ácidos lipoteicóicos dos grupos D e N

Mucopeptideo

3 proteínas: M, P e R (responsável pela grande variabilidade genética do
estreptococos), sendo a P característica do grupo A e as R são menos
importantes, mas também entram nessa conta da variabilidade genética do
estreptococos.
OBS: perguntaram como seria a prova dele e ele disse que metade da prova seria o
assunto dele e a outra metade, coloração de Gram (não sei se ainda vai continuar assim,
mas ESTUDEM!)
Enzimas extracelulares

Estreptoquinase ou chamada fibrinolosina. Hoje a indústria farmacêutica é capaz
de produzir estreptoquinase em laboratório. E vcs sabiam que milhares ou milhões
de pessoas estão vivas graças à estreptoquinase? Pq a estreptoquinase é uma
fibrinolisina, ela lisa trombos ou coágulos de fibrina.
Vcs já ouviram falar de infarto do miocárdio? Vcs sabem como acontece ele? Vcs vão
comendo hambúrguer, pizza, queijo, churrasco ... e vai acumulando gordura,
principalmente o colesterol LDL (low density lipoprotein) e VLDL (very low density
lipoprotein) ou seja, proteína de baixa densidade. Que é q acontece, essa proteína de
baixa densidade, o mau colesterol. Existe também o bom colesterol (HDL). O colesterol
funciona como combustível das nossas células, pra célula muscular funcionar
imediatamente ela queima colesterol o HDL é o que circula. Quando vc come mais
colesterol que vc consegue gastar o organismo transforma o colesterol em colesterol de
baixa densidade e estoca fora da corrente sanguínea. O problema é como o organismo
estoca, q é na camada intima dos vasos, principalmente das coronárias, dos vasos do
cérebro, e outro lugares mais e menos nobres. Vc tem a circunferência normal da
coronária mais ou menos assim.. (O.o) e vc vai acumulando gordura e vc vai tendo
diminuição da luz da coronária. Uma redução de ate 70% na luz não traz repercussão
clínica. O sangue vem numa velocidade x quando chega aqui neste pedaço, a luz estreita
e ele aumenta a velocidade do sangue de modo que a jusante (na saída) da obstrução
vc continua tendo a mesma quantidade de sangue passando aqui. Ai vc continua
comendo gordura, não faz exercício ou fuma ou é diabético ou é mulher que toma pílula
anticoncepcional. Vc começa a formar trombos venosos principalmente nas pernas, por
estase venosa. Ai vc começa a ter trombos na veia e aqueles 70% continuam lá. Ai vem
um trombo que sobe e sob condições normais ele passaria por aqui, mas a artéria ta
reduzida a 70% e vem um trombo desse e oclui. O que é isso? Um infarto, isso pode
acontecer no coração, cérebro, qualquer parte. Sente dor e mais dor, corre pro hospital,
quando chega lá o médico pega estreptoquinase e injeta na veia. A estreptoquinase vem
aqui e libera o coágulo. Dissolve-o e vc volta a ter a circulação que tinha antes de ter tido
o infarto. O q impede de ter outro coágulo? Nada. O q vc faz então? Usa stents (molinha
q arma dentro da artéria e empurra a placa de ateroma e volta o fluxo) ou uma ponte
(safena ou mamaria – o sangue desvia o seu caminho).

Desoxirribonucleases ou estreptodomases para digerir o DNA

Hialuronidase: pra dissolver o ácido hialurônico. Essa não é tão potente quanto a
do estafilococos, mas também tem a sua função bem evidenciada

Proteinase

NADase
A principal mesmo é a estreptoquinase.
Toxinas

A principal toxina é a chamada toxina eritrogênica ou escarlatinica. Essa toxina
produz uma descamação universal da pele e tem atuação maléfica sobre o ouvido
interno. Tem mta gente surda pq teve escarlatina na infância.

O estreptococos produzem ainda 2 hemolisinas, as estreptolisinas O e S que são
responsáveis pela hemólise. Elas contribuem para a gravidade do quadro clínico
apresentado. Hoje a gente consegue com facilidade dar diagnóstico de infecção
por estreptococos utilizando a pesquisa do anticorpo anti estreptolisina. Vcs já
ouviram falar na dosagem de uma proteína chamada ASLO? É a antiestreptolisina O. Então a gente consegue dizer mais ou menos com segurança se
o indivíduo está
ou não infectado pelo estreptococo
pesquisando esse anticorpo. ASLO
Estreptococos de interesse clínico

O principal estreptococo é o S. pyogenes ou estreptococo do grupo A ou
piogênico ou beta-hemolítico ou beta hemolítico do grupo A de Lancefield.

Temos também o do grupo B, o S. agalactiae que faz parte da flora do trato genital
feminino. Há evidencias q esse estreptococo pode causar infecção placentária e
fetal podendo inclusive levar a morte fetal e abortamento e à morte materna se
não for devidamente tratado.

Os estreptococos dos grupos C e G, estão presentes na naso faringe, geralmente
com pouca relevância clinica, raramente vão causar problemas. Vão ficar como
flora saprofita.

O grupo D é o chamado enterococos tanto é q hj a tendência é fazer uma nova
classificação e chamá-lo de Enterococcus faecalis (E. falcium, E durans). Pode
ser responsável por um quadro de sepse por infecções urinárias, e por abscessos
intra-abdominais. Já foi bastante importante por conta da capacidade desse grupo
de resistir à penicilina.

O S. bovis é o causador da mastite bovina pode causar tb endocardite em
indivíduos humanos. Indivíduos que bebem leite não pasteurizado. Indivíduos que
tenham uma válvula cardíaca lesada tem a infecção facilitada por esse
streptococos.

O S. anginosus faz parte da microbiota humana normal na cavidade oral.

O estreptococo do grupo N faz parte da do grupo da coagulação do leite. A própria
coalhada.

Os grupos E, F, G, H e de K até a letra U são causadores primariamente em
animais. São de interesse maior de veterinário.

O S. pneumoniae também conhecidos como pneumococo

O estreptococo do grupo viridans (grupo H) são as 4 espécies principais: S.
sanguis , S. mutans e S. salivarius, são causadores de doenças da cavidade oral
e se caírem na corrente sanguínea podem se instalar no coração e fazer
endocardite.

Outro grande grupo que são chamados estreptococos de nutrição variada, que
são de interesse mais da conservação de alimentos do que de patologia. Dentro
do estrago que ocorre com o alimento mal acondicionado se devem aos
estreptococos

E existe um grande grupo dos Peptoestreptococcus que são anaeróbios estritos.
Pouca importância em patologia humana.
Manifestações clínicas
São principalmente causadas pelo S. pyogenes:

Infecções cutâneas (principal): empetigo contagioso também chamado de
piodermite. Podem ter tendência invasora, pode formar a linfangite (inflamação
dos vasos linfáticos) ou adenite (inflamação dos gânglios linfáticos).
 Também são comuns como causadores de infecções respiratórias superiores:
faringite e amigdalite (a amigdalite estreptocócica é mto conhecida como angina
estreptocócica)
 São muito freqüentes as complicações. As principais complicações são: sinusites
(inflamação dos seios paranasais), otite (inflamação do ouvido médio), mastoidite
(inflamação da mastóidea, bem mais grave pq vcs sabem que a gente tem um
recesso meníngeo em cima da mastóide e qualquer inflamação rapidamente pode
‘beliscar’ a meninge e vai ter uma meningite), broncopneumonia (apenas uma
classificação clínica em relação à idade do paciente – a criança geralmente tende
a fazer broncopneumonia, o adulto faz pneumonia lobar) (broncopneumonia –
acometimento de 1 brônquio ou pode ser os 2 brônquios acessórios e inflamação
dos alvéolos correspondentes) e pneumonia lobar (pneumonia que acomete todo
o lobo pulmonar – geralmente a mais freqüente é a do lobo inferior direito, porque
o direito é mais verticalizado).
Entã...
Arquivo da conta:
MarianaBarros
Outros arquivos desta pasta:
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Hanseníase.ppt (474 KB)
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 Dengue Definitivo.ppt (2362 KB)
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Outros arquivos desta conta:
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1º ano - ANATOMIA
1º ano - BIOQUÍMICA
1º ano - HISTOLOGIA E EMBRIOLOGIA
 1º ano - HM I
 2º ano - FISIOLOGIA
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