Síndrome de Williams

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Síndrome de Williams
A Síndrome de Williams (SW), também conhecida como Síndrome de Williams-Beuren (SWB), é
uma doença genética de fenótipo variável que afeta aproximadamente 1:20.000 a 1:50.000 nascidos
vivos. A síndrome associa-se a uma microdeleção heterozigótica na região cromossômica 7q11.23,
envolvendo o gene elastina. Essa mutação altera a produção de elastina, influenciando na
elasticidade dos vasos sangüíneos, pulmões, intestinos e pele. Como conseqüência, surgem
problemas cardiovasculares, neurológicos, renais e odontológicos, podendo afetar também a fala.
Acomete ambos os sexos, principalmente na infância, no primeiro ano de vida.
Manifestações clínicas
Dificuldade de alimentação no primeiro ano de vida, face característica (nariz pequeno e
empinado, cabelo encaracolado, lábios grandes, dentes pequenos), problemas cardiovasculares e
pulmonares, dificuldade de locomoção e equilíbrio, atraso psicomotor, dificuldade de aprendizagem,
déficit de atenção, memória excepcional para nomes de pessoas e de locais, grande sociabilidade. É
uma doença caracterizada por “face de gnomo ou fadinha”.
Genética
Estudos genéticos recentes indicam que tanto os casos familiares quantos os esporádicos de SW
podem ser provocados por uma deleção na região do gene da elastina situado no cromossomo 7, o
que ocorre em 90% dos pacientes com a doença. Cerca de 70% das deleções originam-se na
meiose dos pais como resultado de erros de recombinação entre dois homólogos do cromossomo 7.
As demais decorrem de rearranjos intracromossômicos entre cromátides irmãs. A grande maioria
dos casos de SWB é esporádica, ou seja, os genitores são normais e trata-se do primeiro caso na
família. Nestes casos, o risco de recorrência é desprezível. No entanto, os(as) afetado(a)s
apresentam um risco de 50% de terem filho(a)s com a mesma patologia, uma vez que a herança é
autossômica dominante.
Aproximadamente 20 genes podem estar deletados nesta região cromossômica, dentre os quais
predomina a deleção do gene da elastina (ELN), o que justifica a sua investigação para confirmação
diagnóstica da SW. Adicionalmente, há a teoria de que seja uma “síndrome de genes contíguos”,
isto é, uma condição em que ocorre a deleção de múltiplos genes não relacionados localizados
próximos no mesmo cromossomo resultando num fenótipo complexo. A extensão da deleção dentro
da banda 7q11.23 não está bem caracterizada, mas os pacientes com SW clássica têm deleção
cromossômica maior que 500kb. A variabilidade das alterações genéticas é em parte responsável
pela variação de severidade da síndrome.
Diagnóstico molecular
A análise molecular é realizada através de marcadores para o gene de elastina por reação de
polimerase em cadeia, com amostras comparativas dos pais e da criança. A ausência de um dos
alelos para o gene da elastina confirma o diagnóstico. O exame molecular avalia 3 marcadores:
LIMK1, D7S613 e HEI13S. Geralmente, no mínimo um destes marcadores está presente em 96%
dos casos clinicamente diagnosticados.
SW também pode ser identificada pelo estudo da região 7q11.23 por citogenética através da
Hibridização in situ por Fluorescência (FISH). O resultado FISH negativo para a deleção do gene
ELN não exclui o diagnóstico da SW, que deve considerar a presença de sinais clínicos típicos da
síndrome e a investigação por outras técnicas moleculares mais específicas para identificação de
demais genes envolvidos.
Departamento de Genética Humana
O Departamento de Genética Humana do Instituto Hermes Pardini disponibiliza:
• FISH PARA SINDROME DE WILLIAMS
Liberação
15 dias úteis.
Material
Sangue total colhido em heparina sódica, que deve ser enviado em até 2 dias e refrigerado entre
2° e 8°C. O cliente deve ler e assinar o informativo para cariótipos.
Vantagem
São realizados simultaneamente o Cariótipo de Banda G e a Hidridização in situ Fluorescente
(FISH). O cariótipo permite a pesquisa de demais alterações cromossômicas, enquanto o FISH
identifica a presença ou ausência de microdeleção na região 7q11.23.
• DIAGNÓSTICO MOLECULAR PARA SINDROME DE WILLIAMS
Técnica
Reação em cadeia da polimerase
Liberação
30 dias úteis.
Material
Sangue total colhido em EDTA do paciente e de seus genitores. O material deve ser enviado em
até 7 dias e refrigerado entre 2° e 8°C.
O exame é realizado apenas se for enviado o material biológico da mãe, do pai e do individuo a
ser estudado. Casos peculiares podem ser atendidos, com termos de anuência.
Vantagem
Especificidade, sendo indicado quando há suspeita clínica de SW e se deseja confirmar o
diagnóstico.
Referências Bibliográficas
1. EWART, A. K.; MORRIS, C. A.; ATKINSON, D.; et al. Hemizygosity at the elastin locus in a
developmental disorder Williams syndrome. Nature Genet., New York, v. 5, n. 1, p. 11-16, sept.
1993.
2. NICKERSON,E; GREENBERG,F; KEATING,MT; MCCASKILL,C; SHAFFER,LG;: deletions of the
elastin gene at 7q11.23 occur in 90% of patients with Williams Syndrome. Am J Hum Genet,
56:1156-61,1995.
3. FRANGISKAKIS JM; EWART,AK; MORRIS,CA; et al. Lim-kinase hemizigosity implicated in
impaired visuospatial constructive cognition. Cell 86:59-69, 1996.
4. DUTLY, F E SCHNITZEL A: Unequal interchromosomal rearrangements may result in elastin gene
deletions causing Williams Beuren syndrome. Hum Mol Genet 12:1893-98, 1993.
5. SUGAYAMA, S. M. M. Estudo genético-clínico e citogenética molecular pela técnica da
hibridação in situ por fluorescência (FISH) em pacientes com síndrome de Williams-Beuren. 2001.
153 f. Tese(Doutorado em Pediatria) - Faculdade de Medicina, Universidade de São Paulo, São
Paulo.
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