Nelson Meneses | Dr. Celso Marialva - ROR-SUL

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Tumor da próstata
Dr. Celso Marialva –
Interno Formação Específica de Urologia, 6º ano
Dr. Nelson Menezes –
Director de Serviço de Urologia
Sumário
Epidemiologia e
factores de risco
Diagnóstico
Tratamento
Seguimento
Complicações
Tratamento
recidiva
Epidemiologia e factores de risco
• Incidência e Mortalidade
Incidência e
mortalidade por tumor
nos homens
Incidência e
mortalidade global por
tumor
Epidemiologia e factores de risco
• Incidência e Mortalidade
Incidência de tumor da próstata
Mortalidade por tumor da próstata
Epidemiologia e factores de risco
Tendência de
Mortalidade
Diferenças
raciais
Declínio após
1990
Afro-americanos
com incidência
1,6x > que
caucasianos
PSA / Tratamento
agressivo
Mortalidade 2,4x
> que
caucasianos
Epidemiologia e factores de risco
Idade no
diagnóstico
Raro < 50 anos
2%
Idade média
diagnóstico – 68
anos
Epidemiologia e factores de risco
Estadiamento
no
diagnóstico
PSA
Detecção
precoce
Doença loco-regional
Doença metastática
Epidemiologia e factores de risco
Número de
membros
BRCA 1 (17q21)
Esporádico,
familiar ou
hereditário
Familiares e
raciais
Idade
diagnóstico
Parentesco
Influências
genéticas
BRCA 2 (13q12)
Hereditary
prostate cancer
– 1 (HPC1)
Epidemiologia e factores de risco
Inflamação /
Infecção /
Susceptibilidade
genética
Anticorpos e
patogéneos
virais em tecido
prostático
processado
HPV, CMV, HSV2
Epidemiologia e factores de risco
Factores
moleculares
Androgénios
Desenvolvimento
próstata
Se castração não
há tumor
Estrogénios
Negativo na
iniciação e
progressão
tumoral
Tratamento no
tumor próstata
avançado
Feedback negativo
no eixo
hipotálamohipófise
Diagnóstico – Rastreio e detecção precoce
A Era do PSA
ERSPC - braço
de rastreio
com
mortalidade
<28% aos 7
anos
ERSPC (estudo
randomizado
de rastreio de
CaP)
2009
1980
Estudos PLCO
(cancer
screening
trial)
1993-2001
PLCO - Braço
de rastreio
com
mortalidade
ligeiramente
maior
Diagnóstico – Rastreio e detecção precoce
AUA
EAU
2009
2016
Risco de sobretratamento
< mortalidade e < doença
avançada
Risco/benefício rastreio PSA vs
tratamento
PSA aos 40-45 anos
Valor de referência aos 40 anos
Se > 1, repetir em 2-4 anos
Se < 1, repetir em 8 anos.
Espectativa de vida > 10 anos.
Diagnóstico – Rastreio e detecção precoce
US preventive task force
- Recomendação D para rastreio universal
- Prejudicial, risco de sobretratamento.
Doença
em fase
avançada
Biópsia,
detecção
precoce
Diagnóstico – Rastreio e detecção precoce
Rastreio (?)
Sem rastreio
Risco de morte
por CaP 3,8%
50 – 74 anos
Risco morte
2,25%
Risco
sobretratamento
3,3%
Diagnóstico – Marcadores tumorais
PSA
PCA3
Proteína responsável por
liquefacção do ejaculado
Marcador de RNA elevado
em > 90% dos casos de
CaP
Específica de órgão mas
não de neoplasia
Urina
Repetição de biópsia em
casos de PSA elevado
Diagnóstico – Estadiamento
Clinico
– Toque rectal
• Maioria na periferia, volume ≥ 0,2mL
• Até 18% diagnosticados por DRE independentemente do PSA
• Valor preditivo positivo 30%, indicação biópsia
• Consistência, assimetria, definição dos limites próstata
– PSA
• 3-4 ng/mL 13,2% CaP; 4-10 ng/mL 23-35% CaP; > 10 ng/mL 50-80%
Diagnóstico – Estadiamento
Ecografia
RMNmp
Mais acessível
Uso precoce em
doentes com risco
aumentado de CaP
Menos de 60% dos
tumores visíveis
Ponderação
morfológica e
funcional
Volume prostático
Orientação biópsia
Pós biópsia – alterada
qualidade imagem
Diagnóstico – Estadiamento
Biópsia prostática
Diagnóstico
definitivo de CaP,
ASAP ou PIN
Estratificação risco
Ecoguiada em duplo
sextante
Sob anestesia local
Cobertura
antibiótica
Até 25% doentes
com sintomas
urinário pós Bx
< 2% com retenção
urinária aguda
Quando repetir?
PSA
persistentemente
elevado ou em
subida
ASAP e/ou PIN alto
grau extenso ou
multifocal
Diagnóstico – Estadiamento
Anatomia Patológica
Sistema de graduação de Gleason
– 1966 - Sem PSA, tumores avançados e poucas
Prostatectomias radicais
– Grau primário mais frequente e grau
secundário o menos representado.
– ISUP (Internacional Society of Urological
Pathology) 2016 OMS
Grupo
Gleason
1
3+3
2
3+4
3
4+3
4
4+4; 3+5; 5+3
5
9 e 10
Diagnóstico – Estadiamento
T
Tumor primário
Tx
Tumor primário não avaliável
T0
Sem evidência de tumor primário
T1
Tumor clinicamente não aparente, não palpável, não identificado em imagiologia
T1a
Achado histológico incidental em menos de 5% do tecido analisado
T1b
Achado histológico incidental em mais de 5% do tecido analisado
T1c
Tumor identificado após biópsia da próstata (por elevação de PSA)
T2
Tumor confinado à próstata (palpável)
T2a
Tumor ocupa até metade de um lobo
T2b
Tumor ocupa mais de metade de um lobo
T2c
Tumor ocupa os dois lobos
T3
Tumor extende-se através da cápsula prostática
T3a
Extensão extracapsular incluindo envolvimento microscópico do colo vesical
T3b
Tumor invade vesícula(s) seminal(ais)
T4
Tumor fixado e que envolve estruturas adjacentes que não a vesícula seminal:
esfíncter externo, recto, músculos levantadores e/ou parede pélvica
Diagnóstico – Estadiamento
N
Gânglios linfáticos regionais
Nx
Gânglios regionais não avaliáveis
N0
Sem metástases para gânglios regionais
N1
Com metástases para gânglios regionais
M
Metástases à distância
Mx
Metástases à distância não avaliáveis
M0
Sem metástases à distância
M1
Metástases à distância
M1a
Gânglios linfáticos não regionais
M1b
Osso(s)
M1c
Outro(s) local(ais)
Diagnóstico – Estadiamento
Estratificação de risco
Baixo risco
Risco intermédio
Alto risco
PSA < 10ng/mL e
Gleason < 7 e cT1-2a
PSA 10-20 ng/mL ou
Gleason 7 ou cT2b
PSA > 20 ng/mL ou
Gleason > 7 ou cT2c
Localizado
Qualquer PSA,
qualquer Gleason
cT3-4 ou cN+
Localmente avançado
D´Amico 2008
Diagnóstico – Estadiamento
Medicina Nuclear
Cintigrafia
Óssea
Fixação de bifosfonatos com
aumento da actividade
osteoblástica
Inespecífico se outras
patologias
Traumatismo, infecção ou
tumor
Distribuição mx no esqueleto
axial – elevada
especificidade.
Guidelines EAU 15
PSA > 20, Gleason ≥ 8 e/ou
sintomáticos
Diagnóstico – Estadiamento
Medicina Nuclear
PET / CT
CaP de alto risco com cintigrafia óssea negativa
Radiofármacos emissores de positrões – alterações funcionais
multiplicação desordenada células tumorais
PET colina – tumor, localização
prostática, loco regional e à
distância
Radio fármaco EV: 15 – 20’
imagem corpo inteiro e tardias na
pélvis após diurético
PET PSMA – Antigénio específica da próstata marcado com
gadolíneo – melhor vantagem competitiva comparativamente a
colina
Tratamento – Tumores localizados
Vigilância activa
– Inicialmente vigilância expectante – não tratar até doença localmente
avançada ou metastização (paliação)
– Agora vigilância activa – vigiar se progressão e tratar activamente.
– Baixo risco
• Metastização em Gleason 6 negligenciável (análise de 14000 peças de
PR)
– Evidência
• Selecção: cT ≤ 2a / PSA < 10 / Gleason ≤ 6
• Seguimento: PSA, DRE, biópsia
• Tratamento 34-40%;
• Progressão de tumor na biópsia; preferência do doente.
Tratamento – Tumores localizados
Prostatectomia radical
Aberta
Retropúbica
Perineal
Tratamento – Tumores localizados
Prostatectomia radical
Laparoscópica
+/- assistência
robot
Transperitoneal
Extraperitoneal
Sem vantagem oncológica ou funcional
Tratamento – Tumores localizados
Tratamento Cirúrgico
Prostatectomia Radical
Goldstandard
Método mais eficaz de
tratamento de doença
confinada à próstata
Remoção em bloco da
próstata + vesículas
seminais
Anastomose
vesico-uretral
Objectivos
Benefício de sobrevida
global e sobrevida
específica de doença
Resultados oncológico
Continência
Função eréctil
Tratamento – Tumores localizados
Tratamento cirúrgico
• Tumor localizado
• Baixo a muito alto risco
• Maior benefício quanto
maior o risco
• Esperança de vida 10
anos
• Linfadenectomia sem
indicação se baixo risco.
• Alargada se CaP risco
intermédio se risco de
gânglios > 5% e sempre
em alto risco.
• Sem hormonoterapia
neoadjuvante
• Hormonoterapia
adjuvante se N+
Tratamento – Tumores localizados
Radioterapia
Modos
Radioterapia Externa
Braquiterapia
Curativa
Avanços US, TC e RMN
Adjuvante
Limites e posicionamento
agulhas
Combinada
Baixa e alta taxa de dose
+/- RTE
Resgate ou salvação
Eventual vantagem custo
face a RTE ou PR
Radical doença
oligometastática
Paliativa
Tratamento – Tumores localizados
Outras terapêuticas
Crioablação
HIFU
Terapêutica
focal
Tumor localizado - de
novo ou recidiva RT
US 10.000x mais fortes
que diagnóstico –
necrose coagulativa
Lesão index
Morte celular - vários
mecanismos
1-4h tratamento sob
anestesia geral ou
locorregional
Evitar terapêuticas
curativas clássicas pela
morbilidade
cT1-3, próstata < 50cc,
sem função eréctil
importante
Próstatas até 40cc
Falta de estudos
comparativos a longo
prazo
Seguimento
Tratamento com intenção curativa
LE
Após Prostatectomia Radical PSA > 0,2 ng/mL = maior risco de recorrência ou doença
residual
Após RT aumento de PSA > 2ng/mL além de nadir é o mais importante indicador de
recorrência
B
Gânglios linfáticos palpáveis e PSA aumentado são sinais de recorrência local
B
GR
História clínica, DRE e PSA – 3,6 e 12 meses após tratamento.
B
6-6M até 3ª e depois anualmente
Imagiologia para recorrência local apenas se influenciar tratamento.
B
Biópsia habitualmente não necessária antes de terapêutica de 2ª linha
Não usar cintigrafia ou outra imagem para doentes assintomáticos e sem recorrência
bioquímica. Se dor óssea ou outros sintoma – re-estadiar independentemente do PSA
B
Curso natural da doença
Hormonoterapia 2ª linha
Tratamento
Tumores metastáticos hormono-sensíveis
Terapêutica hormonal
Resposta do CaP à privação androgénica – mais reprodutíveis, duráveis e
profundas respostas nos tumores sólidos.
Tumor próstata
Crescimento anormal
células epiteliais
adultas
Privação androgénico –
supressão produção
testicular e inibição
dos receptores
Níveis castração - < 20
ng/mL
Epitélio prostático
adulto atrofia se
redução androgénios
Tratamento
Tumores metastáticos hormono-sensíveis
Tratamento
Tumores metastáticos hormono-sensíveis
Privação androgénica
Orquidectomia
subalbugínea bilateral
Agonistas LHRH
Antagonistas LHRH
Anti-androgénios
Goldstandard
Forma principal de
privação androgénica
Ligação imediata e
competitiva
Esteróides: acetato
ciproterona
Anestesia local
2-4 semanas para
níveis de castração
Rápida descida de
FSH e LH sem flare-up
Não esteróides:
bicalutamida
Forma mais rápida de
castração (<12h)
Ineficaz em 15%
doentes
Risco CV e
compressão medular
– indicação imediata!
Irreversível / Não
permite intermitência
Flare-up – 2/3 dias
até 1 semana
Tratamento
Tumores metastáticos hormono-sensíveis
Custo-benefício
• Orquidectomia
• Mais eficaz,
económica, melhor
sobrevida e QoL
Factores prognóstico
• Metastização
esqueleto axial
• Metastização
esqueleto apendicular
e visceral
• Karnofsky
• Gleason
• PSA
Bloqueio contínuo vs
intermitente
• Indução 9 meses
• Sem progressão
clínica, resposta do
PSA (<4 se doença
metastática)
• Retoma se progressão
PSA (10-20 se
metastização)
Efeitos secundários da Hormonoterapia
- Disfunção eréctil
- Perda da líbido
- Afrontamentos
- Aumento risco cardiovascular
- Diminuição de massa óssea
- Anemia
- Diabetes mellitus
Fenómenos de resistência à castração
Tratamento – Hormonoterapia 2ª linha
Tumores metastáticos resistentes à castração
Enzalutamida
Inibição da translocação
nuclear do receptor de
androgénios
Melhor sobrevida pré e
pós QT
Pré QT – melhoria de QoL,
queixas álgicas e eventos
esqueléticos
Ensaios em curso.
Custo/Benefício (?)
Tratamento – Hormonoterapia 2ª linha
Tumores metastáticos resistentes à castração
Abiraterona
Inibidor síntese androgénios –
bloqueio citocromo P450 c17
Bloqueia produção de
testosterona nas suprarrenais e
testículos
Abiraterona + prednisolona –
aumenta sobrevida CPmRC
Efeitos secundários
Hormonoterapia 2ª linha
Enzalutamida
Abiraterona
Convulsões
(0,9%)
Retenção
hídrica
HTA (7%)
Edema
Fadiga (2%)
Hipocaliémia
Seguimento
Durante terapêutica hormonal
LE
Avaliar doente entre 3-6 meses após início do tratamento
A
No mínimo: PSA, DRE, Testosterona e História clínica
A
Se tratamento intermitente avaliar PSA e testosterona em intervalos regulares
A
durante a pausa (mensal ou trimestral)
Adaptar o seguimento ao doente de acordo com estadio, sintomas, factores de
A
prognóstico e tratamento realizado
Doentes M0 e boa resposta ao tratamento - 6-6M (História, DRE e PSA)
A
Seguimento
Durante terapêutica hormonal
LE
Doentes M1 e boa resposta ao tratamento – 3 a 6M (História, DRE, PSA, Hb,
A
Creatinina, FA. Testosterona especialmente no 1º ano
Explicar aos doentes, sobretudo aos M1, sinais sugestivos de compressão medular
A
Se há progressão da doença ou má resposta ao tratamento deve adaptar-se o
A
seguimento ao doente
Doentes com suspeita de progressão deve avaliar-se testosterona. Por definição
B
CPmRC requer testosterona < 50ng/mL (<1 mL/L)
Não usar métodos de imagem rotineiramente em doentes estáveis
B
Seguimento
Durante terapêutica hormonal 2ª linha
Abiraterona
Enzalutamida
Avaliação clínica mensal
Avaliação clínica trimestral
ALT e AST
PSA
Cintigrafia a cada 6 semanas
Complicações
Curso natural da doença
Uropatia obstrutiva
alta
• Progressão tumoral para trígono com atingimento dos meatos
ureterais
• Derivação urinária (JJ stent vs nefrostomia)
Uropatia obstrutiva
baixa
• Progressão tumoral para uretra prostática e colo vesical
• Tunelização prostática
Complicações
neurocirúrgicas
Complicações
Ósseas
• Compressão epidural -> instabilidade coluna vertebral
• Tratamento: vertebroplastia vs fixação instrumentada
• Metastização cerebral – biópsia – craniotomia vs radiocirurgia
estereotáxica
• Metastização osteoblástica , mista, osteolítica
• Eventos esqueléticos em 50% doentes metastizados
Complicações
Terapêutica dirigida ao osso
Fármaco
RR para Eventos esqueléticos
Ácido zoledrónico
0,64
Denosumab
0,82
Rádio 223
0,66 (sintomáticos)
Abiraterona
0,615
Enzalutamida
0,69
Complicações
Tratamento
Cirurgia
Radioterapia
Incontinência
Toxicidade
gastrointestinal
Disfunção
eréctil
Toxicidade
genitourinária
Estenose da
anastomose
vesico-uretral
Disfunção
eréctil
Tratamento da recidiva
Recidiva bioquímica
Pós Prostatectomia Radical
Pós Radioterapia
Pós Braquiterapia
PSA >
PSA nadir +
PSA nadir +
0,20ng/mL
2,0ng/mL
2,0ng/mL
33% recidiva, <6%
morte
Vigilância clínica
Braquiterapia
salvação
Vigilância clínica
Privação
androgénica
Prostatectomia
radical salvação
RTE +/- Privação
androgénica
Prostatectomia
radical / Crioterapia
de salvação
HIFU / Crioterapia
salvação
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