Um informativo da Fresenius Medical Care do Brasil Ano V Nº 15 Academia Saber Conheça as novas atividades da área de educação corporativa da Fresenius Página 5 Entrevista À frente da SBN, o Dr. Emmanuel Burdmann fala dos projetos da entidade, que completa 50 anos Páginas 6 e 7 Atualização Clínica Avaliação hemodinâmica em paciente criticamente enfermo Páginas 10 e 11 Confira as novidades apresentadas no XXV Congresso Brasileiro de Nefrologia Página 12 1 Editorial Prezados amigos, Desde 2009, contamos dentro da Fresenius com um departamento chamado Academia Saber. No início, a prioridade dessa área era oferecer treinamento e desenvolvimento a nossos representantes de vendas. Atualmente, a Academia começa a trabalhar, em parceria com o departamento de Recursos Humanos, programas de desenvolvimento mais amplos para toda a Companhia, incluindo questões de liderança e gestão. Porém, em nossas visitas às clínicas de diálise em todo o Brasil, temos recebido de nossos clientes muitos comentários sobre a necessidade de treinamento não só dos colaboradores, mas também dos próprios pacientes e familiares. Por isso, estamos desenvolvendo programas de educação, que irão contribuir com a expansão do conhecimento e da conscientização dos pacientes sobre a doença renal crônica e, certamente, serão de grande valia para as clínicas. Estamos abertos para receber sugestões e ideias que possam enriquecer esses programas educativos, previstos para iniciarem em 2011. Afinal, sabemos que colaboradores e pacientes mais instruídos são colaboradores e pacientes mais felizes e comprometidos com os resultados do tratamento. Espero que desfrutem da leitura do artigo sobre os novos projetos da Academia Saber, assim como de toda edição do BRA. Um forte abraço! John Anderson Presidente da Fresenius Medical Care do Brasil Fresenius pelo Mundo Brilhante ideia em St. Wendel Campanha Green Light promove economia de energia Localizada em Saarland, região nordeste da Alemanha, a fábrica Comissão europeia promove iluminação eficiente de St. Wendel foi designada como parceira Green Light pela Comissão Europeia, em reconhecimento aos seus esforços em prol do meio ambiente. Entre 2006 e 2009, St. Wendel substituiu 70% das lâmpadas conven- ropeus. As companhias que aderiram ao programa devem modernizar o seu sistema convencional de cionais por lâmpadas mais eficientes em toda iluminação, desde que o custo-benefício de tal sua produção. Essa ação provocou uma redu- medida seja vantajoso. O objetivo principal é ção de 42% no consumo de energia elétrica, alcançar um corte de no mínimo 30% no con- gerando uma economia anual de aproximada- sumo de energia elétrica. O comprometimento mente 270 mil euros. A campanha Green Light dos participantes também deve incluir a preocu- é uma iniciativa voluntária contínua que tem pação com futuras expansões e novos projetos como objetivo promover a economia de energia de construção. Em reconhecimento aos esforços e uma iluminação mais sustentável. Ao substituir as lâmpadas em St. Wendel, a Fresenius Medical Care também está contribuindo para a redução de emissão de CO2 na atmosfera. 2 A iniciativa Green Light está presente em 26 países eu- das companhias, a Comissão Europeia apoia seus parceiros na publicação de projetos, através do uso exclusivo da logomarca da campanha, assim como na participação do Prêmio Green Light. Fresenius pelo Mundo Destaque em Schweinfurt Maior fábrica de máquinas de diálise ganha prêmio de qualidade A fábrica da Fresenius Medical Care em Schweinfurt, na Bavária (Alemanha), recebeu o Prêmio de Qualidade do governo da região, na Todas as atividades na fábrica têm como princípio a excelência na qualidade e eficiência. “Ser prestigiado com este prêmio é a confir- categoria de indústria de manufatura, em reconhecimento pelos mação do nosso firme propósito em alcançar tratamentos de melhor seus bem-sucedidos empreendimentos em qualidade de gerên- qualidade possível para os pacientes”, comentou o Dr. Emanuele Gatti, cia. Martin Zeil, Ministro de Assuntos Econômicos, Infraestrutura, CEO da Companhia para a Europa, América Latina, Oriente Médio e África. Transportes e Tecnologia da Bavária, apresentou a cerimônia, que foi realizada na propriedade de Munich Residenz. A unidade fabril de Schweinfurt emprega atualmente 1.100 pessoas e é a maior da Fresenius Medical Care no setor de desenvolvimento e produção de máquinas de diálise e outros equipamentos médicos. Mais de 300 mil máquinas já foram produzidas lá desde o início de suas operações, há 30 anos. Para se ter uma ideia, metade das máquinas de diálise em operação no mundo foi manufaturada em Schweinfurt. Vista aérea da planta de Schweinfurt. DP em expansão Fresenius Medical Care adquire a divisão de diálise peritoneal da Gambro No último mês de agosto, a Fresenius Medical Care anun- “Promover o crescimento do setor de terapias domiciliares, princi- ciou a assinatura do acordo de compra do negócio mundial palmente a diálise peritoneal, tem sido um dos caminhos da nossa de diálise peritoneal da Gambro. A aquisição é uma opor- estratégia global de crescimento. Estamos convencidos de que o tunidade de expandir as atividades da companhia no mer- negócio de diálise peritoneal da Gambro irá se adequar muito bem cado de homecare, especialmente na Europa e na Ásia. com a Fresenius Medical Care. Unir as experiências das equipes de DP das duas companhias e nosso mútuo foco em soluções de DP A transação ainda depende da aprovação das agências reguladoras biocompatíveis nos dará a oportunidade única de diversificar ainda responsáveis em algumas jurisdições. Uma vez a aquisição esteja mais a nossa oferta de produtos”, afirma Ben Lipps, CEO da Frese- aprovada e fechada, as operações adquiridas da Gambro irão somar nius Medical Care. aproximadamente $ 60 milhões em receita. Fresenius pelo Brasil Incentivo às ligas sem fronteiras Neste ano a Fresenius Medical Care patrocinou o II Prêmio Ligas esta. Desta forma, demonstra a sua preocupação com a formação sem Fronteiras, iniciativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia de novos valores da Nefrologia e, em última análise, com a melhoria (SBN) direcionada aos estudantes de Medicina no último ano da da qualidade dos serviços prestados à Sociedade”, acrescenta o Dr. faculdade. A premiação foi concedida às Ligas Estudantis de Apoio Marcus Bastos, médico responsável pelas ligas na SBN e professor à Nefrologia que desenvolveram os melhores projetos de prevenção da Universidade Federal de Juiz de Fora. da Doença Renal Crônica junto à comunidade. “Além de promover a saúde da população, o prêmio também tem como objetivo atrair jovens estudantes de Medicina para a Nefrologia e aumentar a procura por esta especialização”, afirma o Dr. Eufrônio D’Almeida, Diretor Médico da Fresenius Medical Care. A distinção é ainda um reconhecimento da importância do trabalho da ligas nas comunidades onde atuam. A Fresenius Medical Care patrocinou pela primeira vez o prêmio, que foi entregue em dinheiro a três diferentes ligas, durante o Congresso Brasileiro de Nefrologia, em Vitória. “É fundamental que a indústria apoie iniciativas como II Prêmio Ligas sem Fronteiras. 3 A vida de um renal Com apenas 11 anos de idade, Janderson Silva de Almeida é um exemplo de superação para crianças e adultos. No livro A vida de um renal, o menino, que mora em Salvador com a família, compartilha conosco sua comovente história, relatando desde o momento do diagnóstico da doença renal crônica até os dias de hoje, em que vive a expectativa pelo transplante. O livreto é ilustrado com desenhos feitos por Janderson e aborda ainda temas importantes do cuidado de crianças renais, como nutrição e apoio psicológico. A Fresenius Medical Care abraçou a ideia e patrocinou a edição do livrinho, que será distribuído gratuitamente. Também colaborou para a realização do projeto a equipe multidisciplinar FABAMED do Serviço de Nefrologia Pediátrica do Hospital Roberto Santos, em Salvador, onde Janderson recebe tratamento. BCM é lançado em todo o Brasil Apresentado pela primeira vez no Congresso Paulista de Nefrologia no ano passado, o BCM – Monitor de Composição Corporal já está disponível no mercado. Importado da Alemanha, o aparelho mede a volemia do paciente com precisão, permitindo uma segura definição do seu peso seco. Além disso, o dispositivo torna mais fácil o gerenciamento da hipertensão, fornece informação relevante para avaliação do estado nutricional do paciente e ainda determina o “V” para avaliação da dose de diálise. “Sabemos o quanto a avaliação do estado hídrico dos pacientes renais crônicos é um desafio na prática clínica dos nefrologistas. O BCM veio justamente para suprir essa necessidade”, comenta Denise Mendes, Gerente de Marketing da Fresenius Medical Care. Receituário Online Automatizar e agilizar as solicitações de cadastros e prescrições médicas são os principais benefícios do Receituário Online (ROL), ferramenta web que a Fresenius Medical Care está disponibilizando a todos os centros de diálise com programa de diálise peritoneal. O ROL encontra-se em fase de implementação na Região Sudeste e até o final de 2010, estará em operação no restante do país, para todos os clientes. Além de transmitir pela internet as prescrições médicas, dispensando o uso do fax e do telefone, o sistema permite gerenciar de maneira eficiente cadastros de pacientes, solicitação de envio e retirada de cicladoras, saídas, suspensões e troca de pacientes entre clínicas. O acesso à ferramenta é feito pelo site www.fmc-ag. com.br/rol, através de login e senha, garantindo assim a segurança das informações trocadas entre o cliente e a Fresenius. 4 Tela de acesso do administrador da clínica. Academia Saber: compartilhando conhecimento Num mundo cada vez mais globalizado, competitivo e em constante mu- Neste primeiro semestre, realizamos o I Evento de Atualização dança, o conhecimento corporativo tornou-se um bem de grande valia às em Diálise Peritoneal 2010, no Rio de Janeiro. “Foi uma empresas contemporâneas. A educação corporativa é uma ferramenta de excelente oportunidade, na qual 50 enfermeiros clientes da geração, disseminação e aplicação do conhecimento no “negócio-estraté- Fresenius Medical Care puderam trocar experiências sobre gia” das empresas. A Fresenius Medical Care acredita que a educação é temas relacionados a indicadores clínicos e de qualidade, fundamental para a transformação humana, das empresas e da sociedade. com uma visão muito prática, apoiada por estudos de casos”, Partindo dessa premissa, criou em 2009 a Academia Saber – seu projeto de comenta Sinaia. O evento contou com a coordenação Educação Corporativa. médica do Dr. Francisco Alves e a participação do Dr. José Luis Bevilacqua, além de vários profissionais com forte A Academia Saber nasceu com a proposta de compartilhar o conhecimento e atuação em diálise peritoneal nas Clínicas Franqueadas e promover o desenvolvimento das pessoas. Proporcionar ações de expansão da Divisão de Produtos. de conhecimento é um meio de desenvolver competências nas pessoas, para que elas se tornem mais produtivas, criativas e inovadoras e, assim, possam Programa de educação de pacientes contribuir efetivamente para os objetivos organizacionais. Todas as ações de No segundo semestre de 2010, a Academia Saber dará expansão de conhecimento e desenvolvimento de pessoas da Academia Saber início a um importante projeto que está diretamente li- são norteadas pelo conceito de gestão de competências, apoiadas no tripé do gado à Missão da Fresenius Medical Care: aumentar a CHA (conhecimento, habilidades e atitudes). Acreditamos ser esta uma maneira expectativa e melhorar a qualidade de vida dos pacien- eficaz de agregar valores aos colaboradores, à organização e aos clientes. tes com insuficiência renal crônica. “Sabemos que não basta a unidade de diálise oferecer a melhor terapia A Academia Saber conta com uma equipe de enfermeiros com vasta experiên- possível. É preciso parceria e aderência do pacien- cia na área da Nefrologia: Sinaia Canhada – Gerente de Educação Corporativa, te ao seu tratamento. Para isso, daremos início a um Claudiane Teixeira – Coordenadora de Educação Corporativa, e as Consultoras programa de educação de pacientes, com o objetivo Educacionais: Severina Barbosa Lima, Rosilange Costa e Claudia Marinho. de disponibilizar aos mesmos ferramentas interativas, que contribuam para a sua conscientização e conhe- Nesta fase inicial, as atividades da Academia Saber estiveram focadas, principal- cimento sobre a doença”, explica Sinaia. Para tanto, mente, na área de vendas e nas equipes de enfermagem das Clínicas Franquea- serão utilizadas ferramentas capazes de trabalhar de das da Fresenius Medical Care, ou seja, nos profissionais que têm contato direto forma lúdica assuntos relacionados ao autocuidado. O com nossos clientes. Os eventos de aprendizagem dirigidos às equipes de enfer- primeiro tema abordado será “Controle de Líquidos no magem trazem o conceito Blended Learning, que combina atividades presenciais Organismo e da Pressão Arterial”. com e-Learning – ferramenta online de educação à distância, cujas tecnologias permitem o aprendizado a qualquer hora ou em qualquer lugar. Todas as ações da Academia Saber aqui comentadas farão parte de um programa de serviços, que em breve Até o presente momento, este modelo de treinamento e desenvolvimento con- será disponibilizado e oportunamente divulgado a todos templou um total de 690 participantes. Cada evento tem em média uma hora os clientes da Companhia. e meia de educação virtual, dividida em três etapas de trinta minutos, e mais duas horas de atividade presencial. Os participantes realizam o curso no A Academia Saber da Fresenius Medical Care não mede es- computador da unidade de diálise, dentro do horário de trabalho. A etapa forços para ser um espaço no qual colaboradores, parceiros complementar consiste num treinamento presencial com estudos de casos e clientes possam ter acesso a eventos de conhecimento com e aplicação prática, ministrado por uma das consultoras educacionais da conteúdos técnicos e comportamentais, úteis ao seu desenvol- Academia Saber. Nosso objetivo é garantir melhor assimilação dos con- vimento profissional. Ao investir em educação, esperamos con- teúdos e compartilhar o conhecimento através da troca de experiências. tribuir para o desenvolvimento de nossos funcionários, de nossos Os cursos também se baseiam na andragogia, ciência desenvolvida clientes e da comunidade onde atuamos, tendo sempre como foco para o ensino de adultos. “Queremos que todos se sintam motivados a participar ativamente de seu processo de capacitação e, dessa forma, a melhoria da expectativa e qualidade de vida dos pacientes renais crônicos. possam desenvolver suas habilidades e demonstrar o seu diferencial”, afirma Sinaia Canhada. Para as equipes de Marketing e Vendas da Fresenius, a Academia Saber criou um programa de e-Learning com conteúdos sobre terapias e produtos. Também investiu em eventos presenciais, em parceria com consultorias externas, para o desenvolvimento gerencial com cursos como “Vendas Parametrais”, “Liderança Situacional” e planejamento em vendas “Positional Selling”, sempre visando ao melhor atendimento para nossos clientes. Grupo participante do I Evento de Atualização em Diálise Peritoneal, realizado no Rio de Janeiro. 5 Entrevista Raio X da nefrologia nacional À frente da Sociedade Brasileira de Nefrologia, o Prof. Dr. Emmanuel Almeida Burdmann concedeu entrevista exclusiva ao BRA, na qual falou, entre outros assuntos, sobre o seu trabalho como presidente da entidade e o futuro da Nefrologia no Brasil. Confira todos os detalhes a seguir. O Sr. está à frente da SBN desde 2009. De lá para cá, Nos últimos anos, como avalia a evolução da Nefrologia no Brasil? quais foram as principais plataformas de atuação da A Nefrologia sempre foi muito forte no Brasil, tanto do ponto de vista científico entidade? quanto do ponto de vista de bom atendimento profissional. Temos excelentes es- Atuamos da alma até o corpo da Sociedade. Promove- pecialistas em diálise, transplante, doença renal aguda e doença renal crônica, mos uma grande organização de tarefas e do funciona- glomerulonefrite, entre outros aspectos. Nossa produção científica é muito forte. Os mento da sede, de tal maneira que as próximas ges- dois Programas de Pós-Graduação Stricto Sensu em Nefrologia, da Universidade de tões terão maior facilidade para manter um padrão de São Paulo (USP) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), possuem nível funcionamento. A SBN nasceu pequena, há quase de excelência na Capes. Ao contrário do que se dizia sobre a falta de interesse dos 50 anos, e tornou-se grande, daí a necessidade de estudantes de medicina na especialidade, percebemos uma procura pela residência se profissionalizar e se organizar. Promovemos uma em Nefrologia bem superior à oferta de vagas. reunião de planejamento entre a diretoria executiva, as coordenações e os membros dos diversos Sabemos da sua intenção de mudar a relação da SBN com as indústrias. Em que departamentos que compõem a SBN. O encontro bases o Sr. prevê que será, no futuro, o relacionamento entre a entidade e as indús- resultou num documento com todos os projetos jul- trias do segmento? gados importantes para o biênio, que tem servido Ao assumirmos a gestão da SBN, procuramos criar um relacionamento profissional e de norte para o nosso trabalho. maduro com a indústria. Primeiro, fizemos um levantamento geral dos custos para gerir a Sociedade e realizar os projetos que gostaríamos. Em seguida estabelecemos pla- Outro aspecto importante foi a modernização da nos de patrocínio – Platina, Ouro e Prata. Cada um deles contempla uma quantidade nossa página na internet. Precisávamos dar um salto de inserções em nossos canais de comunicação e outros produtos de marketing. de qualidade, para ter um site moderno e alinhado Com isso, a Sociedade ganhou um lastro econômico que a torna menos dependen- com o modelo de gestão profissional que adotamos. te da anuidade dos associados e do Congresso, embora esses recursos também Estamos investindo pesado no Jornal Brasileiro de Ne- sejam importantes. As indústrias receberam muito bem a proposta, inclusive a frologia (JBN), que agora é editado oficialmente pela Fresenius, tornando todo o processo muito mais profissional e transparente. Elsivier e foi indexado no SciELO. Além disso, planejamos Hoje, avalio que a relação entre a SBN e as indústrias é tranquila. Claro que indexar o JBN no PUBMED, o que seria um grande feito para conflitos sempre podem acontecer, mas serão facilmente resolvidos. Sa- o Jornal, que tem evoluído bastante, com conteúdos cada vez bemos que há grande preocupação dos órgãos reguladores para que o mais consistentes. O programa Previna-se, comandado pela Dra. Gianna, continua de vento em popa. Também nos aproximamos da Sociedade Brasileira de Hipertensão e do Departamento de Hipertensão da SBN, de maneira a fortalecer este departamento na Nefrologia e ampliar a interação entre as entidades. relacionamento entre médico e indústria seja adequado. Afinal, um depende do outro. Somente as empresas têm condições de investir no desenvolvimento de novos medicamentos, aparelhos e artefatos de saúde. Não vejo problema nenhum, por exemplo, que a indústria subsidie a ida de médicos a congressos. Sabemos que a maioria dos profissionais não possui recursos para isso. O fundamental é que não nos desviemos do princípio básico de todos aqueles que atuam na área de saúde: prover o melhor tratamento para os pacientes, dentro do mais elevado princípio ético. De que maneira acredita que a Fresenius Medical Care pode contribuir mais com a SBN para o avanço das pesquisas e da qualidade do tratamento dos pacientes renais no país? A Fresenius é uma companhia com uma história muito interessante, com forte tradição de pesquisa, que está sempre buscando desenvolver novas tecnologias, permitindo que nós, médicos, possamos exercer a medicina da melhor maneira possível. Nossa relação tem sido muito boa. A Fresenius patrocina a Nefrologia com ética, promovendo de maneira Dr. Emmanuel Almeida Burdmann 6 saudável a atividade científica, e esse apoio é muito importante. Entrevista Como está sendo a experiência com o Transmeeting e qual a sua Nos próximos cinco anos, como enxerga o futuro da diálise no importância? país? Existem novas tendências despontando? Nosso objetivo com o Transmeeting é democratizar o conhecimento. Estamos percebendo cada vez mais que coisas aparentemente sim- Desde que começou, temos notícias de que em muitos lugares gru- ples redundam em grandes benefícios para o paciente. Um exemplo pos se reúnem para assistir às aulas e depois discutir os conteúdos disso é a diálise diária. Tratar o aspecto psicológico e melhorar o con- abordados, transformando o curso num verdadeiro evento. Isso é sen- dicionamento físico dos pacientes são outros aspectos que melhoram sacional, pois aumenta o debate em torno do assunto e aumenta a muito a sua qualidade de vida. A tecnologia também tem avançado interação entre os profissionais. bastante: estão surgindo novas drogas mais efetivas e com menos efeitos colaterais e os estudos com células-tronco são promissores. Comandado pela Dra. Almerinda, de São Paulo, e pelo Dr. Pedro Gordon, de Londrina, o programa de educação continuada prevê a A reutilização dos capilares é uma questão que necessita ser realização de uma série de aulas ministradas ao vivo, que podem ser revista com cuidado. As clínicas precisam manter estruturas caras acompanhadas pelos associados através do site da SBN, onde ficam e insalubres, que são sujeitas a falhas e contaminações dos mais gravadas. O Brasil é um país com dimensões continentais. Imagine variados tipos, para fazer o reuso. Acredito que seja perfeitamente a dificuldade das pessoas do norte do país ou mesmo do interior de viável a adoção do uso único no Brasil. Algumas clínicas já fazem São Paulo para terem acesso presencial à informação de qualidade. isso muito bem, pois conseguiram mostrar aos convênios que sem O Transmeeting permite romper essas barreiras e democratizar o reuso o paciente tem menos internações, usa menos medicação e conhecimento, por isso estamos tendo um grande sucesso de audiência. ganha em qualidade de vida. No caso do SUS, o Governo poderia negociar com as indústrias, pois o aumento do volume de vendas de A SBN vem atuando junto ao Ministério da Saúde, no sentido de capilares reduziria naturalmente o preço do produto. manifestar a sua preocupação de como os custos da TRS são manejados pelo SUS. Como estão as conversas com o Governo? A taxa de prevalência da DRC no Brasil ainda é inferior a dos paí- Há mais de um ano e meio estamos nessa negociação e infelizmente ses desenvolvidos. Isso significa que pessoas podem estar mor- pouco evoluímos. Se pensarmos que o último reajuste ao reembolso rendo sem sequer ter acesso ao tratamento. O que pode ser feito pago pelo SUS foi concedido em 2008 e desde então aumentaram para mudar essa realidade? os valores dos insumos, dos recursos humanos, da água, da energia, O cenário mais provável é que estejamos fazendo subdiagnóstico da dos impostos etc., para nós fica evidente que há grande defasagem doença. Embora a prevalência venha aumentando gradativamente, no valor que é pago hoje. O que estamos reivindicando junto ao Minis- ainda é 1/3 da dos países desenvolvidos e a incidência é em torno de tério da Saúde não é um aumento, e sim um reajuste que acompanhe 50% da encontrada nos Estados Unidos. Para mudar esse cenário, todas as variáveis envolvidas no custo da diálise. Segundo cálculos o único caminho que eu vejo é a conscientização. Se conseguirmos do meu colega Dr. Paulo Lucone, presidente da Associação Brasilei- fazer uma grande e ampla campanha para conscientizar a população ra de Centros de Diálise e Transplantes (ABCDT), o valor mínimo da de que medir a creatinina e fazer o exame de urina é tão importan- sessão de diálise para ser viável economicamente seria em torno de te quanto medir o colesterol, por exemplo, seria um avanço enorme. R$ 180, e o Governo paga pouco mais de R$ 140. Considerando que É extremamente importante que os médicos do sistema básico de são 77 mil pacientes em diálise no Brasil, sabemos que é uma diferen- saúde e os clínicos incorporem a creatinina nos exames de rotina e ça vultosa para o Governo, mas sabemos também que este descom- passem a interpretar e agir em função disso. Esse movimento deve passo cria trágicas consequências para os pacientes. Não estamos reunir todas as partes interessadas: Ministério da Saúde, indústrias, falando de 77 mil pacientes genéricos, mas sim daquele indivíduo associações de pacientes e nós, nefrologistas, como líderes da cam- específico que precisa da diálise para sobreviver. panha. Muito do apoio que a Fresenius nos dá já é destinado às campanhas e às negociações com o Governo. Temos uma boa interação O Grupo de Economia da Saúde enviou a todos os centros de com a área do Ministério da Saúde que cuida de prevenção. Neste diálise uma planilha para avaliação de custos. Como o Sr. vê que ano, por exemplo, doença renal crônica entrou pela primeira vez na essa medida poderá contribuir para o avanço nas negociações? cartilha de saúde básica, graças aos esforços da nossa colega Dra. O Grupo de Economia da Saúde é bastante sério, mas ao mesmo tem- Patrícia. O papel da Sociedade é criar essa consciência nos médicos po é no mínimo estranho que o Governo não saiba o custo da sessão que estão na linha de frente e na população em geral. de diálise, por isso não acredito que a planilha vá contribuir muito. O atual Governo tem destinado poucos recursos para a Saúde e quando o faz, reserva o dinheiro para áreas com mais visibilidade e maior poder de pressão. Na questão da diálise, estamos lidando com uma faixa da população em que 90% são pessoas pobres e relativamente idosas, ou seja, com baixo poder de influência. Os médicos também estão sendo afetados por essa situação. Mesmo os grandes grupos de clínicas estão enfrentando problemas. Outra parcela em crise são as unidades administradas por jovens médicos, com pouca experiência em gestão. Estamos presenciando um colapso do sistema, e o Governo sabe disso, mas não está investindo os recursos necessários para resolver a questão e vai postergando o problema. Tela de acesso ao Transmeeting, curso online de educação continuada promovido pela SBN 7 Fazendo a diferença na saúde renal Foco na qualidade e na assistência integral ao paciente A preocupação com o bem-estar e a qualidade de vida dos doentes renais sempre norteou todo o trabalho do grupo Parmigiani e Hachmann, de Campinas. Dos profissionais de saúde aos equipamentos adotados, cada aspecto do serviço é pensado para oferecer ao paciente o melhor tratamento possível. Nesta edição do BRA, compartilhamos com os leitores a experiência e o pioneirismo desses médicos e enfermeiros de essência assistencialista. Em 2006, quando os nefrologistas Dr. Jean Hachmann, é oferecido um programa de educação continuada, que abrange desde o trei- Dr. Alessandro Parmigiani e o enf. Marcos Morais deci- namento básico das rotinas internas até conhecimentos aprofundados sobre a diram se unir e criar seu próprio serviço, eles tinham des- doença renal crônica e a diálise. “Nossos técnicos de enfermagem alcançaram de o princípio uma ideia muito clara do que desejavam: um nível de informação e conhecimento tão elevado que estamos programan- exercer uma medicina que privilegiasse a qualidade aci- do novas aulas, ministradas por médicos. Nossa intenção é fazer com que es- ma de tudo e promovesse o cuidado global do paciente. ses profissionais evoluam e não sejam meros operadores dos equipamentos. Hoje, o trio está à frente de duas clínicas em Campinas, Queremos que entendam o porquê da dose da diálise prescrita pelo médico, sendo uma unidade matriz e outra no Hospital Fundação da agulha, do capilar, da punção, enfim, de tudo relacionado ao tratamento Centro Médico de Campinas, inaugurada em 2009, além do paciente”, acrescenta o enf. Marcos Morais. de gerenciar há cerca de dois anos o serviço de Nefrologia Pioneirismo: alto fluxo e modalidades alternativas de diálise do Hospital Fornecedores de Cana, em Piracicaba. Um dos diferenciais do serviço de diálise é o uso exclusivo de membranas “Somos na essência médicos assistencialistas. Nossa mis- sintéticas e capilares de alto fluxo em 100% dos pacientes. “Embora a lite- são é assistir o paciente na sua plenitude. Tínhamos muita ratura não seja absolutamente conclusiva a respeito desse assunto, exis- dificuldade de encontrar na região um espaço onde pudés- tem resultados de trabalhos que indicam inúmeros benefícios. De fato, a semos desenvolver esse trabalho. Daí a necessidade de abrir utilização de membranas sintéticas e capilares de alto fluxo não demons- a nossa própria clínica. No começo foi difícil, mas ao longo tra impacto na mortalidade global, mas grandes estudos, como o Mem- dos anos – apesar da falta de experiência como gestores e brane Permeability Outcome (MPO), por exemplo, mostra melhora em das dificuldades financeiras – conseguimos ir melhorando e vários aspectos, como estado nutricional, mortalidade cardiovascular e crescendo naturalmente. Fomos pioneiros em muitos aspec- redução de infecções. Esses benefícios já justificam a nossa escolha. tos. Um exemplo disso é que somos até hoje o único serviço Não temos dúvida de que a membrana sintética e alto fluxo é a melhor privado a realizar transplante de rim em Campinas”, orgulha-se opção para o paciente”, diz o Dr. Jean. o Dr. Jean Hachmann. A propósito, o começo do relacionamento com a Fresenius Medical Os serviços prestados pelo grupo englobam atendimento ambu- Care se deu justamente pela escolha do capilar de alto fluxo. “A Fre- latorial, pré-diálise, diálise e transplante, sendo que mais de 90% senius era a única empresa a trabalhar com capilar sintético no mer- dos pacientes são ambulatoriais. Para se ter uma ideia, somente cado, e mesmo antes das nossas clínicas, nós já fazíamos questão as duas clínicas de Campinas registram mais de 8.600 pacientes de trabalhar com a polisulfona da Fresenius nos serviços em que atendidos. Desse total, 150 estão em programa de hemodiálise. atuávamos”, recorda o Dr. Alessandro Parmigiani. Mas a parceria O time de profissionais conta com 11 médicos, 10 enfermeiros e não parou por aí. “O que nos motivou a escolher a Fresenius foi mais 50 técnicos de enfermagem, além de uma equipe multidisciplinar formada por nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e especialistas de referência, como cardiologistas e psiquiatras. “Para trabalhar conosco, os profissionais precisam ter o perfil assistencialista, se envolver com o cuidado dos pacientes. A equipe trabalha unida, com o mesmo foco: promover o bem-estar dos doentes”, afirma o Dr. Jean. O treinamento contínuo dos profissionais de saúde é também um dos investimentos que a Parmigiani e Hachmann faz na busca pela excelência. A classe médica se reúne a cada 15 dias para discutir temas de interesse, fazer estudos de casos e revisar a literatura, sempre com a presença de um especialista convidado. Nesses encontros são definidos protocolos clínicos a serem adotados nas três unidades. Para a enfermagem, 8 A partir da direita, Dr. Alessandro Parmigiani, enf. Marcos Morais e Dr. Jean Hachmann. Fazendo a diferença na saúde renal a qualidade dos seus produtos. As máquinas de HD, em especial, sabemos que são as melhores que existem no mercado, pela segurança e fácil manuseio que oferecem. A empresa vem suprindo muito bem nossas necessidades e, ao longo do tempo, nossa relação foi ficando mais sólida”, acrescenta o Dr. Jean. Considerar que a maioria dos pacientes tem necessidades de programas de diálise diferenciados é outra questão fundamental no que tange ao aumento da expectativa e da qualidade de vida. A individualização do tratamento é uma prática em expansão nas clínicas do grupo. “Para nós é absolutamente claro que o padrão convencional de hemodiálise (quatro horas, três vezes por semana) As salas de diálise são equipadas com as máquinas da Fresenius. não atende às necessidades dos pacientes. Esse modelo foi estabelecido empiricamente para equilibrar a demanda de atendimento com o bem-estar do doente, mas desde então exclusivamente SUS. Adotamos lá as mesmas máquinas e capilares das a taxa de mortalidade mantém-se estacionada, sem melhoras clínicas de Campinas e conseguimos oferecer um padrão de qualidade significativas. Portanto, nosso principal objetivo é estabelecer equivalente”, afirma o Dr. Jean. a rotina da diálise não padrão, como a diária, a curta diária, a estendida diária, a noturna e a domiciliar. Todas essas modali- Outra preocupação é cuidar da parte emocional dos doentes, levando dades apresentam uma taxa de mortalidade bem inferior a do em consideração aspectos psicológicos, sociais e culturais. Psicólo- modelo convencional”, explica o Dr. Jean. gas, nutricionistas e assistentes sociais fazem um acompanhamento periódico dos pacientes. Além disso, toda a equipe, dos enfermeiros O desafio está em negociar com os convênios e convencê-los a às recepcionistas, passando pelo pessoal da limpeza, tem o foco de pagarem pelo custo da terapia. No entanto, o Dr. Alessandro Par- acolher o paciente, com o objetivo de entender suas necessidades e migiani lembra que as restrições financeiras nunca interferiram na amenizar o sofrimento. As datas comemorativas e os aniversários são qualidade do tratamento oferecido: “Não fazemos restrição ao que sempre celebrados com festas e atrações especiais. Recentemente, vamos oferecer ao paciente em termos de tratamento, indepen- os pacientes passaram a dispor de rede wi-fi nas dependências da dentemente da nossa relação com o convênio. Se conseguirmos clínica, inclusive nas salas de diálise. Assim, podem acessar inter- convencer a fonte pagadora, melhor, mas prioridade é estabelecer net de seus laptops ou telefones celulares enquanto aguardam a e atender as necessidades específicas daquele paciente. Na nossa sessão ou mesmo quando estão dialisando. experiência, é isso que tem trazido qualidade de vida e reduzido a mortalidade”. “Essas ações são muito benéficas para a autoestima do paciente. Se você visitar as salas de diálise, verá indivíduos alegres, que “Quanto melhor for o tratamento, menor o custo” conversam e se relacionam. Muitos chegam aqui com a visão A experiência do grupo Parmigiani e Hachmann tem demonstrado estigmatizada de que a diálise é sinônimo de sofrimento, mas que os investimentos na qualidade do tratamento podem baratear seu no primeiro dia de tratamento acabam se surpreendendo com custo em outros aspectos. “O paciente com uma condição clínica boa o clima feliz da sala. Descobrem também que podem ganhar apresenta menos complicações, toma menos remédios, necessita de mais qualidade de vida do que antes, quando não se tratavam. menos internações, faz menos exames para resolver problemas clínicos Essa é a nossa maior recompensa: perceber a melhora do de rotina. Tudo isso resulta em custos para o convênio. Somando-se paciente”, conclui o Dr. Jean. a isso, todos os recursos dos quais dispomos são utilizados de maneira otimizada. Um ótimo exemplo é o serviço de Piracicaba, que atende Fachada da unidade matriz, em Campinas. 99 Atualizações Clínicas Avaliação hemodinâmica em paciente criticamente enfermo Autores: Dr. Paulo Novis Rocha¹ , Dr. Jorge Arnaldo Valente de Menezes² , Dr. José Hermógenes Rocco Suassuna³ O aumento da incidência de Lesão Renal Aguda em pacientes cri- função sistólica) e o débito cardíaco. A identificação de uma veia ticamente enfermos nas unidades de terapia intensiva é de causa cava inferior colabada e a queda evolutiva do débito cardíaco num multifatorial e, frequentemente, está associado à crescente exis- paciente hipotenso urgem a infusão de solução salina imediata para tência de múltiplas comorbidades. Seu enfrentamento exige uma restabelecer sua pressão arterial média e não o aumento da infusão grande integração multiprofissional, notadamente exercida entre o de drogas vasopressoras. nefrologista e o intensivista. Avaliar o estado volêmico do paciente criticamente enfermo, com disfunção múltipla de órgãos, choque séptico, severa instabilidade hemodinâmica, em ventilação mecânica e em uso de drogas vasoativas, é uma tarefa árdua, que exige grande habilidade cognitiva, tendo em vista que parâmetros exclusivamente clínicos não garantem precisão. O dilema à beira do leito no que tange à quantidade de volume que será necessário remover do paciente crítico costuma ser resolvido F.Michard no dia a dia de maneira empírica, com um crescente aumento de volume da ultrafiltração horária até seu limite de tolerância. Quando ocorre hipotensão arterial, administramos solução salina e, na ausência de resposta a esse teste empírico, aumentamos a infusão de drogas vasoativas. O quadro demonstra a curva Roc para medidas de volemia: variação da pressão de pulso ou delta PP, variação do volume sistólico ou variação da pressão sistólica PS, pressão venosa central PVC e pressão de oclusão da artéria pulmonar POAP. Tal estratégia pode ser deletéria para pacientes que no teste da fluidoresponsividade se encontram na fase de plateau da curva de Frank Starling (vide exemplo com delta PP de 8%, figura 1). Nesses casos, a infusão de líquidos para melhorar a pressão arterial média (PAM) agravará o estado hipervolêmico. Nessa situação o aumento da infusão de droga vasoativa será a conduta acertada. Pacientes hipotensos com delta PP acima de 13% se beneficiam com infusão de volume. Já aqueles abaixo de 13% melhorarão sua hemodinâmica com o aumento da infusão de drogas vasoativas. Balanços hídricos cumulativamente positivos se associam a um mau prognóstico e a uma maior mortalidade. As quantidades de infusão de fluidos necessários para diluição de vários medicamentos e a necessidade precoce de suporte nutricional demandam uma elevada administração de fluidos que precisam ser removidos em 24 Figura 1 - Na fase ascendente da curva de Frank-Starling o paciente melhorará sua pressão arterial média (PAM) com a infusão de fluidos; na fase de plateau a infusão de fluidos não mais melhorará a pressão arterial média e se faz necessária a infusão de drogas vasoativas para melhorar o débito cardíaco. horas para não gerar balanços hídricos cumulativamente positivos em pacientes oligo-anúricos. Marcadores dinâmicos que predizem fluido-responsividade à infusão salina ou às drogas vasoativas têm uma sensibilidade e especificidade bem superior aos marcadores estáticos de pré-carga como pressão venosa central e pressão de oclusão de artéria pulmonar. Avaliação da veia cava inferior O ecocardiograma uni e bidimensional transtorácico, com Doppler, à beira do leito, realizado por intensivistas treinados, permitem a avaliação do calibre de veia cava inferior, sua variação com a incursão respiratória durante a ventilação mecânica, a fração de ejeção (dis- 10 Exemplo de ecográfico gravado no momento de trocas respiratórias no diâmetro da veia cava inferior. Atualizações Clínicas Conclusão Parâmetros de perfusão tissular como saturação venosa central de oxigênio, lactato arterial, saturação arterial de oxigênio e gap pCO2 (diferença arteriovenosa de pCO2 de veia central e arterial periférica, normal até 5 mmHg) dão subsídios para avaliação do estado Literatura consultada 1. Michard F, Chemla D, Richard C et al. Clinical microcirculatório, da oxigenação e do débito cardíaco. use of respiratory changes in arterial pulse pressu- A implantação de novos monitores cardíacos nas unidades de te- J Respir Crit Care M ed 1999; 159(3):935-9. rapia intensiva incorporando parâmetros dinâmicos de fluido-responsividade representará um grande avanço na condução do tratamento hemodialítico em pacientes criticamente enfermos, graves e com severa instabilidade hemodinâmica. Vivemos uma época de mudanças na avaliação hemodinâmica de pacientes graves por métodos minimamente invasivos na esfera das unidades de terapia intensiva, e a integração nefrologista-intensivista se fará necessária na condução dos tratamentos hemodialíticos. re to monitor the hemodynamic effects of PEEP. Am 2. Michard F, Boussat S, Chemla D et al. Relation between respiratory changes in arterial pulse pressure and fluid responsiveness in septic patients with acute circulatory failure. Am J Respir Crit Care Med 2000; 162(1):134-8. 3. Auler JO, Jr., Galas F, Hajjar L et al. Online monitoring of pulse pressure variation to guide fluid therapy after cardiac surgery. Anesth Analg 2008; 106(4):1201-6, table. 4. Boulain T, Achard JM, Teboul JL et al. Changes in BP induced by passive leg raising predict response to fluid loading in critically ill patients. Chest 2002; 121(4):1245-52. 5. Feissel M, Michard F, Faller JP, Teboul JL. The res-piratory variation in inferior vena cava diameter as a guide to fluid therapy. Intensive Care Med 2004; 30(9):1834-7. Autores ¹Departamento de Medicina da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) – Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, BA, Brasil. ²Clínica de Doenças Renais (CDR), Nova Iguaçu, RJ, e Hospital dos Servidores do Estado, Rio de Janeiro, RJ, Brasil. ³Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, RJ, e FMB-UFBA, Salvador, BA, Brasil. Paciente em unidade de terapia intensiva sendo submetido a ecocardiograma transtorácico, à beira do leito, para a avaliação do calibre da veia cava inferior. 11 Evento PARTICIPAÇÃO ESPECIAL! Trazendo as mais modernas tecnologias em máquinas e insumos para diálise, o estande da Fresenius foi uma das principais atrações do XXV Congresso Brasileiro de Nefrologia A participação da Fresenius Medical Care no último Congresso Brasileiro de Nefrologia, realizado em Vitória, foi um grande sucesso. Com recorde absoluto de público – mais de 2500 inscritos, o evento contou com uma farta programação científica. A Fresenius patrocinou dois concorridos simpósios, com a participação de convidados internacionais: “Fluid Mangement e BCM”, ministrado pelo Dr. Ricardo Correa-Torres, do México; e “Soluções Biocompatíveis”, apresentado pela professora Dra. Jutta Passlick-Detjen, da Alemanha. Os participantes também puderam conhecer os novos produtos e serviços para este e o próximo ano. Dentre eles, destaque para os lançamentos da diálise peritoneal, como a cicladora Sleep.Safe e a solução biocompatível Balance, produzida em Biofine, um material 100% livre de PVC que oferece maior transparência e segurança na preservação da solução. Para a terapia de hemodiálise, foi apresentada a máquina modelo 4008 S com o módulo de HDF Online Estande da Fresenius Medical Care (Hemodiofiltração). do Programa de Educação de Pacientes, projeto que brevemente Citra Lock é outra novida- estará disponível para todas as clínicas clientes da Companhia (leia de que a Fresenius está mais a respeito na página 5). trazendo para o Brasil no ano que vem que foi apre- “Todos esses lançamentos demonstram o nosso compromisso em tra- sentada em primeira mão zer a nossos clientes as mais avançadas tecnologias para o tratamen- em nosso estande. Trata-se to dos pacientes renais, além de oferecer-lhes serviços inovadores, de uma solução para fecha- que contribuam para o desenvolvimento de seus negócios”, conclui mento de cateter à base João Pasquini, Vice-Presidente da Divisão de Produtos para Diálise. de citrato trissódico, com ação anticoagulante e antibacteriana e comprovada redução de incidência de trombose no cateter. A Academia Saber, área de treinamento e desenvolvimento de pessoas da FME, também marcou presença, demonstrando em computadores as primeiras aulas Convidados internacionais dos simpósios patrocinados pela Fresenius: Dra. Jutta Passlick-Detjen (Alemanha) e Dr. Ricardo Correa-Torres (México). Fale conosco | Envie sua mensagem para o BRA pelo nosso e-mail: [email protected] 12 SAC.: Web: Rua do Passeio 62, 10º andar Centro, Rio de Janeiro, RJ Brasil - 20.021-290 0800 0123434 www.fmc-ag.com.br BRA é um informativo da Fresenius Medical Care do Brasil Ltda. 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