ca-0415.pdf 1 de 2 http://www.medicinacomplementar.com.br/convertido/ca-0415.htm O kefir possui efeito anti tumoral e o leite bovino pasteurizado efeito estimulante no câncer de mama 01/07/2008 José de Felippe Junior “Nunca é tarde para aprender” Desconhecido do Século XVII “A ignorância é um pesado fardo que fica mais leve enquanto aprendemos” JFJ “Deixar de aprender é omitir socorro” JFJ “Você não tem reto-colite por falta de sulfasalazina” Roger Willians “Células cancerosas são células em profundo sofrimento lutando desesperadamente para sobreviver” JFJ “Para não morrer, a única alternativa de células em profundo sofrimento é proliferar” JFJ Os produtos do leite bovino fermentados reduzem o risco de câncer de mama na mulher e os produtos não fermentados aumentam este risco (Reddy-1983 , Veer- 1989). Já demonstrou-se em animais e em culturas de células, em várias linhagens de tumores humanos incluindo o câncer de colon e de mama, que os componentes bioativos anti câncer do leite fermentado com atividade anti mutagênica e anti proliferativa são compostos por uma mistura de proteínas, peptídeos e polisacarídeos (Cassand – 1994 , Bourtourault – 1991 , McIntosh – 1995 , Svensson – 1999). O kefir é diferente do yogurt e da coalhada. Kefir é uma mistura de leveduras e bactérias, vivendo em simbiose em um micro ambiente peculiar com uma matrix de polisacarídeos, que se reproduzem continuamente na dependência de uma fonte de carbonos como por exemplo o açúcar mascavo ou o leite. Os grãos de kefir são gerados unicamente usando os grãos pré-existentes; não se consegue fabricá-los. Os grãos são parecidos com couve-flor e cada um deles mede de 3 a 20 mm de diâmetro. O kefir é proveniente das montanhas do Cáucaso da antiga Rússia e neste país tem sido usado no tratamento de várias condições patológicas, tais como aterosclerose, câncer, doenças gastro-intestinais e diabetes mellitus (Shiomi-1982, Koroleva- 1988, Olesmall1999). Alguns acreditam que ele é o responsável pela longevidade com saúde (120 -130 anos) dos habitantes do Cáucaso. O yogurt é feito a partir de bactérias produtoras de ácido lático que perdem a “força” de fermentação e coagulação após alguns banhos. O kefir é feito a partir unicamente dos grãos de kefir, os quais não perdem o poder de fermentação se mantidos vivos com uma fonte doadora de átomos de carbono. Chen em maio de 2007 comparou os efeitos do extrato de kefir, yogurt e leite bovino pasteurizado sobre a proliferação de células epiteliais MCF-7 do câncer de mama humano. As três substâncias foram empregadas nas concentrações de: 0,33%, 0,63%, 1,25%, 5% e 10% (vol./vol.). Após 6 dias de cultura notou-se que o extrato de kefir diminuiu drasticamente a proliferação celular de um modo dose dependente, iniciando-se o efeito com a concentração de 0,63%. Nesta concentração a inibição da proliferação foi de 30%. O yogurt também diminuiu a proliferação de um modo dose dependente, porém observou-se inibição de 30% apenas a partir da concentração de 2,5%. Na dose de 2,5% o kefir provocou diminuição de 60% na proliferação celular das células cancerígenas e na dose de 10% a inibição atingiu o valor espetacular de 88%. O yogurt atingiu 82% de inibição na dose de 10%. Não se observou qualquer efeito do kefir nas células epiteliais normais da mama, entretanto, nas doses de 5% e 10% o yogurt diminuiu a proliferação das células mamárias normais. Muito importante foi o efeito do leite bovino pasteurizado que já a partir da dose de 0,31% provocou nas células do câncer de mama um forte efeito proliferativo. Ele também aumentou a proliferação das células mamárias normais. O autor concluiu que o extrato de kefir (sobrenadante líquido no frasco de cultura) contém substâncias que especificamente inibem a proliferação do câncer de mama humano e que tal efeito pode ser útil na prevenção ou no tratamento do câncer de mama. O leite pasteurizado fomenta o crescimento do câncer de mama humano e deve ser evitado. Sabe-se que o kefir estimula o sistema imune tanto “in vivo” como “in vitro”. Ele aumenta a IL-10 no soro e a IL-6 e a IL-10 no tecido tumoral e (Vinderola- 2005, De Moreno de LeBlanc- 2006, Furukawa-1991). De Moreno de LeBlanc em 2007 estudou o efeito imunológico e não imunológico do kefir, parte celular e parte sobrenadante sem células, em camundongos injetados com células de tumor de mama (o autor não especificou o tipo). A parte celular e a não celular foram administradas ciclicamente: 2 dias sim e 2 dias não ou 7 dias sim e 7 dias não. A administração cada 2 dias de ambos os produtos provocou atraso do desenvolvimento do tumor e aumento do número de células produtoras de Imunoglobulina-A na glândula mamária, quando comparado com o controle que foi injetado com as células tumorais e 4/10/2011 15:36 ca-0415.pdf 2 de 2 http://www.medicinacomplementar.com.br/convertido/ca-0415.htm não recebeu o kefir. No grupo que recebeu o sobrenadante sem células houve grande aumento de linfócitos CD4 +, enquanto que os linfócitos CD8+ permaneceram constantes. Observou-se aumento de células tumorais em apoptose a qual se correlacionou com a queda da proteína anti apoptótica Bcl-2, na glândula mamária. O efeito da parte celular do kefir foi menos evidente que o sobrenadante e o regime cíclico por 7 dias não produziu efeitos tangíveis. Tanto os linfócitos T como os linfócitos B podem migrar das placas de Peyer do intestino delgado para o trato respiratório, genitourinário e gastrointestinal e também para as glândulas mamária e prostática (Brandtzaeg- 2004). É o que acontece quando o sistema digestivo funciona em perfeito estado, existe inflamação local e o indivíduo recebe o kefir. Isto explica porque nos animais que não foram injetados com as células tumorais, o kefir não aumentou as células IgA (+) local. A via Bcl-2 é um dos mecanismos milenares de sobrevivência das células cancerosas o que faz com que elas não entrem em apoptose e aumentem a velocidade de proliferação. O kefir diminui geração de Bcl-2 o que provoca aumento do ritmo da morte celular programada e desta forma diminui o volume tumoral. Efeitos do Kefir no câncer de mama 1- Diminui a proliferação celular 2Aumenta a apoptose 3Diminui a produção tumoral da proteína anti apoptótica de sobrevivência celular: Bcl-2. 4- Aumenta a IL-10 no soro 5- Aumenta a IL-6 e a IL-10 no tecido tumoral 6Aumenta a produção local de IgA 7Aumenta o número de linfócitos CD4 no tumor 8Mantém constante os linfócitos CD8 no tumor Conclusão Ficamos conhecendo mais uma arma no combate ao câncer de mama, que diminui a proliferação celular , aumenta a apoptose e aumenta a defesa imunológica local. O kefir é um produto sem custo sendo obtido por doação. O kefir cuida da doença sem agredir a célula cancerosa já em tão profundo sofrimento e não apresenta efeitos colaterais para o organismo. Ele melhora a função intestinal, trata de uma maneira eficaz a disbiose e mantém o apetite do paciente submetido à quimioterapia. Referências bibliográficas 1. 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