IMPACTOS AMBIENTAIS NO RIBEIRÃO SURUQUÁ

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Anais da XXII Semana de Geografia da FAFIPA - 02 a 06 setembro de 2013
“Ensino e Geografia”
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IMPACTOS AMBIENTAIS NO RIBEIRÃO SURUQUÁ TRECHO ENTRE O MUNICÍPIO DE PARANAVAÍ E TAMBOARA (PR)
Alessandra Alves
Acadêmica - 4º Geografia - UNESPAR/Fafipa
[email protected]
Eunice Fagundes de Moura
Acadêmica - 4º Geografia - UNESPAR/Fafipa
[email protected]
Larissa de Castro Cruz
Acadêmica - 4º Geografia - UNESPAR/Fafipa
[email protected]
Edilaine Valéria Destefani (orientadora)
Prof. Me. Col. Geografia - UNESPAR/Fafipa
[email protected]
INTRODUÇÃO
Um fator importante que contribui para a poluição e contaminação dos cursos
d’água, conferindo risco a saúde humana, refere-se à ocupação dos espaços rurais e
urbanos que são realizadas sem um adequado planejamento, visando o equilíbrio entre
o ambiente e sua utilização. Como consequência da ocupação desordenada tem-se a
supressão da vegetação compactando e impermeabilizando o solo, o que impede a
infiltração e recarga dos lençóis d’água. Tem-se também a produção e carregamento
de resíduos para os rios, comprometendo a conservação da água em termos de
quantidade e qualidade. Considerando este contexto, um dos grandes problemas da
nossa sociedade, nada mais é do que sua própria ação negligente aos corpos hídricos
repercutindo em grandes consequências e transtornos.
O ribeirão Suruquá é um afluente do rio Ivaí que vem apresentando vários
impactos causados pela ação antrópica. O objetivo desse trabalho é mostrar os
impactos ambientais que vem ocorrendo no ribeirão Suruquá suas causas e
consequências.
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REFERENCIAL TEÓRICO
A Área de Preservação Permanente (APP) é disciplinada pela Lei nº 4.771/65 Código Florestal Brasileiro (Brasil, 1965), estas áreas compreendem entre suas áreas
a mata ciliar, mata de galeria, mata de várzea, sendo uma formação vegetal que ocorre
nas margens dos rios, córregos, lagos, lagoas, olhos d’água, represas e nascentes
além de topos de morros, montanhas, serras e por último, em encostas com
declividade superior a 45º equivalente a 100% na linha de maior declive.
As APPs têm por objetivo proteger os cursos d’água funcionando como filtro
ambiental, retendo poluentes e sedimentos, unindo-se à diminuição de erosões de
modo a evitar que as partículas de solo sejam carregadas aos cursos d’água formando
o assoreamento. Além disso, a preservação da mata ciliar é de suma importância para
o nível de qualidade da água permitindo o aumento da infiltração das águas
provenientes das chuvas para o abastecimento dos lençóis freáticos e a regularização
da vazão das águas superficiais pela redução da sua velocidade de escoamento. Vale
ressaltar que também dificulta o despejo de lixo e esgoto nos cursos de água, evita que
os agrotóxicos das lavouras sejam levados pelas águas da chuva aos mesmos,
mantendo assim o solo e as águas protegidos.
A Política Nacional de Recursos Hídricos, definido pela Lei Nº 9.433 de 8 de
janeiro de 1997 (Lei das Águas), apresenta fundamentos que mostram a importância
dos recursos hídricos apontando objetivos, diretrizes e instrumentos de ação que
através dos Planos de Recursos Hídricos permitam o gerenciamento possibilitando a
preservação dos corpos hídricos (BRASIL, 1997) recurso natural tão precioso na
manutenção da vida no planeta.
Infelizmente a Lei embora elaborada a vários anos não é posta em prática pois se
verifica comumente a deterioração dos corpos hídricos nos aspectos qualitativo e
quantitativo.
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METODOLOGIA
A área de estudo é um trecho do ribeirão Suruquá localizado entre os municípios
de Paranavaí e Tamboara no estado do Paraná. Este corpo d’água tem sua nascente
no município de Paranavaí e deságua no rio Ivaí, escoando em solos areníticos da
Formação Paranavaí com fraca cimentação e altamente erosivos, drenagem
secundária, elevada permeabilidade que facilita a infiltração, reduzindo o escoamento
superficial (STIPP, 2006).
Para a avaliação dos impactos ambientais neste trecho do ribeirão Suruquá foram
realizados campanhas de campo entre o período de novembro de 2011 e agosto de
2013. Nestas campanhas foram verificados a situação ambiental, identificando os
impactos e registrando com fotografias.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A área estudada foi o trecho do rio que passa aos fundos do bosque municipal de
Paranavaí e corta a rodovia João Alexandre ligando Paranavaí a Tamboara.
No ribeirão Suruquá foi constatado que há uma fiscalização precária e falta de
conscientização ambiental por parte das pessoas que vivem no entorno ou se
aproximam da área para realizar algum tipo de atividade. Numa conversa com os
moradores da região próxima do rio, foi relatado que há despejo de esgoto doméstico e
outros detritos, como lixos industriais e domésticos nas margens do rio (Figura 1).
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Figura 1: Lixo nas margens do ribeirão Suruquá.
Foi publicado no jornal Diário do Noroeste de Paranavaí, em agosto de 2011, que
dentre os ribeirões de Paranavaí o que vem sofrendo maior descaso é o ribeirão
Suruquá.
Anos de descaso dos poderes, uma fiscalização precária e a falta de
conscientização ambiental da população são os principais fatores que
contribuíram para o aumento da poluição de boa parte dos rios e ribeirões que
cortam a cidade de Paranavaí e região. O caso mais grave é do Rio Suruquá,
onde os níveis de poluição são altos, com a formação de uma grande espuma
branca, uma das características visíveis da contaminação da água (PAIVA,
2011).
Além da matéria que saiu em 2011 no Diário do Noroeste, no dia 01/03/2013 saiu
outra matéria novamente destacando que o Ribeirão Suruquá voltou a espumar e que
tinha forte odor da água poluída.
Outro problema encontrado neste trecho do ribeirão Suruquá foi o desmatamento,
ausência de mata ciliar, que com o uso das áreas naturais do solo para agricultura,
pecuária e construções de moradias, contribuiu para redução da vegetação, e que
consequentemente ocasiona a erosão das margens levando solo para dentro do rio,
ocasionando o assoreamento (Figura 2).
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Figura 2: Assoreamento no Ribeirão Suruquá.
Fonte: das autoras (2011).
Ainda podemos constatar que comparando-se as informações colhidas em 2011
com 2013 que o ribeirão Suruquá teve um pequeno aumento no seu processo de
assoreamento, pois existem plantações ao longo do canal em determinados trechos,
onde o proprietário da terra não demonstra preocupação com a reposição e
preservação da mata nativa, notamos que com as fortes chuvas, parte do cultivo
preparado vai parar inclusive no leito do rio. Em pequenos trechos a mata continua
sendo preservada fora da metragem adequada, e muitas vezes onde não se tem
cultivo visualizamos vegetação de espécies invasoras o que retrata o abandono da
área com a inexistência de recuperação adequada para o problema gerado pela ação
antrópica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Durante a realização do trabalho foi possível observar impactos ao meio
ambiente no ribeirão Suruquá, como o desrespeito à lei da Área de Preservação
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Permanente, existência de lixo e locais de assoreamento mostrando a agressão do
homem aos recursos hídricos.
Percebemos que não há nenhuma fiscalização por parte dos órgãos ambientais
responsáveis e também que não houve consciência ambiental por parte das pessoas
que utilizam os locais, porque durante o período de avaliação os impactos continuam
presentes e até com maior gravidade devido à evolução do processo de degradação.
Concluímos nesse sentido que é necessário tomar atitudes que venham
promover a recuperação da mata ciliar, implantar projetos de saneamento urbano
adequado para evitar o despejo dos esgotos das cidades no ribeirão e campanhas de
conscientização para que a população não deposite lixo deteriorando a qualidade das
águas no ribeirão Suruquá.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Lei nº 4.771/65, de 15 de setembro de 1965: Institui o Código Florestal
Brasileiro. Brasília, 1965.
BRASIL. Lei nº 9.433/97, de 08 de janeiro de 1997: Institui a Política Nacional de
Recursos Hídricos. Brasília, 1997.
PAIVA, Ricardo. Rio Suruquá esta “espumando” com a poluição. Diário do Noroeste.
Paranavaí, 26 Ago. 2011. SOS Meio Ambiente, p. 07.
PAIVA, Ricardo. Ribeirão Suruquá volta a espumar. Diário do Noroeste. Paranavaí,
01 mar. 2013. Meio Ambiente, p.07.
STIPP, M. E. F. A Ocupação do solo e a problemática da arenização e do
voçorocamento no município de Paranavaí/PR. São Paulo: 2006. Disponível em:
<http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8135/tde-04062007-145520/pt-br.php>.
Acesso em: 09 set 2013.
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