Trabalhador urbano durante a República 1. A expansão industrial

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Trabalhador urbano durante a
República
Aula 30
1. A expansão industrial pela Europa ao longo do século XIX promoveu, entre outros aspectos, a articulação e a eclosão de movimentos operários que visavam, além do combate ao capitalismo,
à melhoria das condições de trabalho, pois as jornadas eram extensas, não havia descanso semanal remunerado e férias na maioria
das empresas e os acidentes no trabalho eram inúmeros, não havendo sistemas de assistência ao universo do operariado, apenas em casos isolados.
2. O internacionalismo difundido pelo movimento operário vincula-se ao interesse em uma igualdade nas condições de trabalho,
envolvendo o universo do operariado. Além disso, esse internacionalismo está associado à ideia de que as sociedades estão divididas em "exploradores" e "explorados" e de que só uma ação
envolvendo os "explorados" do mundo poderia ser efetiva na derrubada do capitalismo e no encaminhamento para um mundo
igualitário. A referência a esse internacionalismo é encontrada no
Manifesto comunista (1848) de Marx e Engels: "Proletários do
mundo, uni-vos". Outro aspecto vinculado ao internacionalismo
do movimento operário refere-se à ideologia nacionalista dos estados europeus, muito difundida no século XIX. As agremiações
operárias combatiam o discurso nacionalista por entendê-lo
como uma forma de esvaziar a luta entre os "explorados" e "exploradores", a luta de classes.
3. A Era Vargas significou a passagem de uma economia essencialmente agrária para uma situação nova de diversificação das atividades econômicas, assentada, principalmente em políticas de
industrialização. Nessa passagem, o Estado teve papel fundamental, pois regulamentou as relações entre capital e trabalho no
meio urbano. Essa importância do Estado é clara na época da ditadura estado-novista de Vargas (1937-1945). Como o governo
tornara-se o mediador nas relações entre o capital e o trabalho,
incorporou a data de 1º de maio transformando-a em uma comemoração oficial que atendia não só ao trabalhador como também
ao Estado. Dessa forma, o caráter de luta apresentado no enunciado do exercício ("Trabalhadores, intimem os poderes públicos") era esvaziado pelo Estado Novo.
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4. No processo de crescimento econômico do país, especialmente
a partir do desenvolvimentismo (1956-1961) ocorrido durante o
governo Juscelino Kubitschek, o país integrou-se de uma forma
mais acentuada aos grandes centros da economia mundial, o que
se expressou, entre outros aspectos, na implantação de indústrias
de bens de consumo duráveis multinacionais na região do
ABCD. A cultura corporativa dessas empresas de certa forma imprimiu uma nova dinâmica na relação capital-trabalho e nas próprias relações trabalhistas, tornando ultrapassado o modelo de
organização sindical até então existente, cuja matriz fora o trabalhismo varguista. A implantação do regime militar, centralizado e
autoritário (1964-1985), por sua vez, acelerou de certa maneira o
processo de mudanças em curso. Os sindicatos da região tendiam
a tornar-se independentes da máquina estatal, estabelecendo
suas próprias prioridades, metas e formas de luta que fugiam aos padrões vigentes.
Nesse sentido, algumas lideranças sindicais da década de 1970
distanciaram-se, em parte, da associação com o Estado. Essa
relativa independência dava às centrais sindicais um poder de
ação vigoroso contra as grandes empresas. Destacam-se nessa
empreitada a CUT (Central Única dos Trabalhadores), a CGT
(Central Geral dos Trabalhadores) e a Força Sindical (década de
1980). É no interior desse processo que se formam as primeiras
lideranças que iriam dar origem, em 1979, ao Partido dos Trabalhadores, que conquistou a Presidência da República nas eleições de 2002.
A Constituição de 1988, após o término do regime militar, viria,
por sua vez, consagrar algumas medidas importantes, em matéria de legislação trabalhista, que vieram a garantir maior autonomia ao movimento sindical.
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