Artigo 03hot!

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Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 8., 2011, Belo Horizonte
Avaliação da incidência de viroses e análise da variação da carga viral ao
longo do ciclo vegetativo em videira
Andressa Leal Generoso(1), Bárbara Dantas Fontes Soares(2), Sâmera de Souza
Breves(3), Geraldo Magela de Almeida Cançado(2), Gustavo César Sant’Ana(3),
Monique Carolina Nunes Fernandes(3), Juliano Lino Ferreira(4)
(1)
(2)
Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, [email protected];
Pesquisadores/Bolsistas BIP FAPEMIG/EPAMIG - Caldas, [email protected];
(3)
(4)
Bolsistas BAT FAPEMIG/EPAMIG - Caldas;
Bolsista Pós-Doc PNPD-CAPES/EPAMIG - Caldas
INTRODUÇÃO
As viroses constituem um dos principais problemas que afetam a
viticultura mundial. Em geral essas doenças caracterizam-se por induzir à lenta
e gradual degenerescência da planta, causando constantes reduções na
produção de uvas, as quais podem levar a perdas totais em variedades
sensíveis (AMORIM; KUNIYUKI, 1997; MOREIRA et al., 2004). Por não
produzirem sintomas perceptíveis em muitas variedades de videira, as viroses
podem ser transmitidas indefinidamente, levando a altas taxas de infecção dos
materiais vegetais utilizados (FAJARDO; KUHN; NIKEL, 2003; MARTELLI;
BOUDON-PADIEU, 2006).
A inexistência de um sistema oficial de controle e certificação da
qualidade de mudas tem favorecido a transmissão de diversas doenças,
principalmente viroses, por meio de materiais vegetativos contaminados
(KUHN, 1989). Assim, a utilização de técnicas apropriadas para diagnóstico de
viroses em videira é de extrema importância para garantir a segurança
fitossanitária de materiais propagativos.
Este trabalho tem por objetivo analisar a evolução da carga viral de
plantas infectadas ao longo do ciclo produtivo das videiras da Fazenda
Experimental de Caldas (FECD) do Núcleo Tecnológico EPAMIG Uva e Vinho.
EPAMIG. Resumos expandidos
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MATERIAL E MÉTODO
Para analisar a evolução da carga viral em função do tempo, foram
utilizadas as plantas previamente identificadas como infectadas, provenientes
do germoplasma da EPAMIG. Em cada uma das duas plantas que
apresentaram maior carga viral para cada um dos vírus detectados, foram
realizadas cinco coletas periódicas de folhas completamente expandidas da
base dos ramos, a partir do início do ciclo vegetativo (outubro de 2009) até a
colheita dos frutos (janeiro de 2010), de acordo com a Tabela 1.
As análises pelo método DAS-ELISA foram realizadas utilizando kits
comerciais, elaborados especificamente para cada um dos vírus testados
(Bioreba, Suíça). De acordo com o fabricante dos kits para a detecção viral,
devem ser consideradas positivas as amostras cujos valores de absorbância
forem superiores ao dobro da média dos controles negativos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Como pode ser verificado no Gráfico 1, nas plantas infectadas com o
vírus do enrolamento da folha - GLRaV-1, foi observado um acentuado
aumento dos valores de absorbância entre as coletas realizadas após 60 e 75
dias. Após 75 dias as duas plantas avaliadas apresentaram os maiores valores,
indicando a presença de uma maior carga viral durante este período do ciclo.
No caso do GLRaV-2 (Gráfico 2), as duas plantas analisadas (Clones
‘Bordô’ 6 e 19) apresentaram os maiores valores de absorbância na amostra
coletada aos 60 dias. Foi observado um aumento gradual dos valores de
absorbância entre as amostras coletadas nos tempos 0, 30 e 45 dias, e um
aumento mais acentuado entre os 45 e 60 dias. Apesar de as duas plantas
estarem infectadas, no caso do clone ‘Bordô’ 6, o valor máximo de absorbância
(2,0755) foi muito superior ao observado no clone ‘Bordô’ 19 (0,313). Esse
resultado indica que as plantas podem apresentar diferentes níveis de infecção
mesmo estando em igual estádio do ciclo vegetativo. Portanto, os resultados
obtidos indicam que o período ideal para a coleta de material vegetal a ser
testado em relação à presença do GLRaV-2 seria no final do mês de janeiro
(manejo cultural realizado no Sul de Minas Gerais), quando as plantas estão
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repletas de folhas completamente expandidas e com altas taxas metabólicas.
Após esse período, aos 75 dias, observou-se uma queda na carga viral do
GLRaV-2, o que deve ser um reflexo da mudança do metabolismo da planta
que evolui do anabolismo para catabolismo, antecedendo o período de
dormência característico do gênero Vitis.
As plantas infectadas com o GLRaV-3 (Gráfico 3) apresentaram
resultados positivos na amostra da primeira coleta, porém com valores de
absorbância relativamente baixos, indicando a ocorrência de uma baixa carga
viral no início do ciclo vegetativo. Já na amostra de 30 dias, as absorbâncias
das duas amostras atingiram o valor máximo, saturando a leitura da
absorbância (4,0), permanecendo, assim, até a coleta da última amostra.
CONCLUSÃO
Observou-se uma variação da concentração de partículas virais ao longo
do ciclo vegetativo da videira para os três vírus do enrolamento da folha
(GLRaV-1, GLRaV-2 e GLRaV-3).
Portanto, recomenda-se, quando necessário, que o material infectado seja
submetido a um sistema de limpeza clonal, para a obtenção de plantas
matrizes isentas de viroses.
AGRADECIMENTO
À Fapemig, ao CNPq, à Capes, à Finep e à Embrapa.
REFERÊNCIAS
AMORIM, L.; KUNIYUKI, H. Doenças da videira. In: KIMATI, H. (Ed.). Manual
de fitopatologia: doenças de plantas cultivadas. São Paulo: Agronômica
Ceres, 1997. v.2, p.736-757.
FAJARDO, T.V.M.; KUHN, G.B.; NICKEL, O. Doenças virais. In: FAJARDO,
T.V.M. (Ed.). Uva para processamento: fitossanidade. Brasília: Embrapa
Informação Tecnológica, 2003. p.45-62. (Frutas do Brasil, 35).
EPAMIG. Resumos expandidos
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KUHN, G.B. Efeitos causados pelo vírus do enrolamento da folha da videira no
cultivar Cabernet Franc. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.14, n.3, p.280283, 1989.
MARTELLI, G.P.; BOUDON-PADIEU, E. (Ed.). Directory of infectious
diseases of grapevines and viroses and virus-like disease of the
grapevine: bibliographic report 1998-2004. [Rome]: CIHEAM-IAMB, 2006.
195p. (Options Méditerranéennes. Serie B: Studies and Research, 55).
MOREIRA, A.E. et al. Caracterização do gene da proteína capsidial do
Grapevine virus A em videiras afetadas pela acanaladura do lenho de Kober no
Estado de São Paulo. Fitopatologia Brasileira, Brasília, v.29, n.2, p.205-208,
mar./abr. 2004.
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Gráfico 1 - Variação da absorbância (proporcional à carga viral) ao longo do ciclo vegetativo dos
clones de videira infectados com o GLRaV-1
NOTA: A - Clone ‘Bordô’ 3; B - Clone ‘Bordô’ 17.
A
B
Gráfico 2 - Variação da absorbância, que representa indiretamente a evolução da carga viral no
tecido analisado, ao longo do ciclo vegetativo dos clones de videira infectados com o
GLRaV-2
NOTA: A - Clone ‘Bordô’ 6; B - Clone ‘Bordô’ 19.
A
B
Gráfico 3 - Variação da absorbância que representa indiretamente a evolução da carga viral no
tecido analisado, ao longo do ciclo vegetativo de videiras infectadas com o GLRaV-3
NOTA: A - ‘Cabernet sauvignon/IAC 572’; B - ‘Cabernet Sauvignon/IAC 313’.
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EPAMIG. Resumos expandidos
Tabela 1 - Cronograma das coletas periódicas para avaliação da variação da carga viral ao
longo do ciclo vegetativo
Coleta
Data
1
30/10/2009
2
30/11/2009
3
15/12/2009
4
30/12/2009
5
15/01/2010
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