O uso da tecnologia da informação na logística

Propaganda
INSTITUIÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS
NOMES DOS AUTORES
O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA: UM
ESTUDO DE CASO DO PÓLO MOVELEIRO DE MARCO – CE
LOCAL
2005
2
NOME DOS AUTORES
O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA: UM
ESTUDO DE CASO DO PÓLO MOVELEIRO DE MARCO – CE
Trabalho de Final de Curso apresentado ao
Programa de Graduação em Administração de
Empresas, como requisito para a conclusão da
disciplina de.......
Orientador: Prof. Orientador
Local, 2005
3
Dedicatória:
À....
4
AGRADECIMENTOS
5
Resumo:
O avanço das mudanças tecnológicas, em particular da Tecnologia da Informação (TI),
associado ao processo de globalização tem contribuído para que as empresas consigam
vantagem competitiva num mercado em constante evolução. Em se tratando de
Logística, procurar-se-á identificar as ferramentas da Tecnologia da Informação que
foram colocadas no mercado nos últimos anos e que proporcionaram melhorias no
desenvolvimento das atividades logísticas do setor moveleiro. No entanto, o processo de
informação nem sempre consegue atingir os objetivos esperados e um estudo dos
problemas enfrentados neste segmento torna-se fundamental. O presente artigo tem
como objetivo entender como a Tecnologia da Informação é utilizada no setor moveleiro,
onde foram estudadas as indústrias localizadas na cidade de Marco – CE. Para tanto,
foram levantados dados disponíveis sobre o setor no município, além de ter sido
realizadas visitas e entrevistas em cinco empresas. Os dados coletados permitiram
concluir que as empresas reconhecem a importância da TI em seus processos, mas na
prática o seu uso é precário.
Palavras-chave:
Tecnologia da Informação, Setor moveleiro, Logística.
6
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1. TAMANHO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM O NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS. ....60
QUADRO 2. COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA DA PESQUISA. ...................................................61
7
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. . AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A LOGÍSTICA....................................................30
FIGURA 2. AS ATIVIDADES LOGÍSTICAS O NÍVEL DE SERVIÇO ALMEJADO...........................37
FIGURA 3. A INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA. ..........................................................................38
FIGURA 4. CADEIA PRODUTIVA DO SETOR MOVELEIRO...................................................52
8
SUMÁRIO
1.Introdução ........................................................................................10
1.2.CONTEXTUALIZAÇÃO .........................................................................................12
1.3.CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................13
1.4.OBJETIVOS.......................................................................................................14
1.4.1.Objetivo Geral ........................................................................................14
1.4.2.Objetivos Específicos .............................................................................14
1.5. PRESSUPOSTOS DA PESQUISA ............................................................................15
1.6.JUSTIFICATIVAS ................................................................................................15
1.7.ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................16
2.Tecnologia da Informação ................................................................18
2.1.EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .......................................................19
2.2.CONCEITO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................................22
2.3.A TI E SEUS IMPACTOS NAS ORGANIZAÇÕES ..........................................................25
3.Logística e suas atividades .........................................................27
3.1.A LOGÍSTICA E A COMPETITIVIDADE......................................................................28
3.2.CONCEITO DE LOGÍSTICA....................................................................................31
3.3.AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA .............................................................................34
3.4.O FLUXO DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS ............................................................37
4.Tecnologia da Informação aplicada à Logística .............................41
5 .A indústria moveleira ...................................................................49
5.1.A INDÚSTRIA MOVELEIRA NO BRASIL ....................................................................49
5.2. A INDÚSTRIA MOVELEIRA DO CEARÁ ...................................................................51
5.3.O PÓLO MOVELEIRO DE MARCO-CE .....................................................................53
6.Metodologia .....................................................................................55
6.1.PROBLEMÁTICA E OBJETIVO................................................................................55
6.2.PRESSUPOSTOS ................................................................................................55
9
6.3.CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................56
6.4.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .....................................................................57
6.4.1.Planejamento .........................................................................................58
6.4.2.Coleta de informações ...........................................................................58
6.4.3.Tratamento das informações ..................................................................59
6.4.4.Redação dos relatórios de estudo de caso..............................................59
6.5.ESCOLHA DAS EMPRESAS PARTICIPANTES ............................................................60
7.Apresentação dos resultados .....................................................62
6.1. CASO 1 (E1)....................................................................................................62
3.2. CASO 2 (E2)....................................................................................................65
6.3. CASO 3 (E3)....................................................................................................68
3.4. CASO 4 (E4)....................................................................................................70
3.5. CASO 5 (E5)....................................................................................................72
8. Considerações finais ...................................................................74
Referências Bibliográficas ..............................................................76
Apêndice – Protocolo de pesquisa ...............................................82
10
1.Introdução
O mundo está cada vez mais se tornando um mercado global. As fronteiras
geográficas há muito não limitam mais a atuação de empresas consideradas globais.
Apesar dos grandes avanços nas últimas décadas, o jogo ainda não terminou. Gerentes
e administradores devem estar preparados para os novos desafios que ainda estão por
vir (DORNIER et al, 2000).
As mudanças deste ambiente têm revelado uma guerra até então nunca vista nos
meios empresariais. Em busca da vantagem competitiva, empresas desenvolvem
estratégias cada vez mais elaboradas, que envolvem técnicas complexas de avaliação
do
ambiente
e
das
potencialidades
para
prevalecer
frente
à
concorrência
(CHRISTOPHER, 1997). Como se fosse um campo de batalhas, administradoresgenerais, movem suas tropas, desenvolvem novos armamentos e estudam os
adversários para atacar e se defender da melhor maneira possível.
Na guerra pela busca da competitividade, as empresas focaram suas atenções em
estratégias voltadas para a área de marketing, finanças e produção, o que é normal,
uma vez que estas áreas são responsáveis pela fabricação e venda dos produtos e
serviços. Contudo, essa abordagem deixa de reconhecer a importância das atividades
que se intercalam entre o momento da produção e a compra do produto. Estas
atividades, mais conhecidas como operação ou Logística, afetam decisivamente a
eficiência e eficácia das demais áreas (DORNIER et al, 2000).
Se a Logística de uma empresa não é satisfatória, todo esforço da produção e do
marketing pode ter sido em vão (CHRISTOPHER, 1999). Em se tratando de um
ambiente globalizado e de constantes mudanças, as operações logísticas têm se
11
tornado cada vez mais complexas, mais onerosas, sofisticadas e mais importantes sob o
ponto de vista estratégico (FLEURY, 1999).
O momento da posse do produto, ou seja, aquele em que o cliente decide levar o
produto para casa é, sem dúvida alguma, o mais importante. Este momento é decisivo,
pois determina se a empresa reverterá ou não seus esforços em lucros. Estima-se que
85% das decisões de levar um produto sejam tomadas no local de compra (DWEK,
2004) e sua falta no ponto de venda fará com que o cliente prefira, na maioria das
vezes, o produto do concorrente (CHRISTOPHER, 1997). Portanto, se essa posse não
for concretizada, as possibilidades de comprometer a lucratividade da empresa são
enormes (CHRISTOPHER, 1999).
É pensando neste aspecto que as empresas têm investido de forma crescente no
ponto de venda, fazendo com que o produto certo chegue ao cliente no lugar certo, na
hora certa (CHRISTOPHER, 1997). Fazer isso não é uma tarefa fácil e requer dos
profissionais
de
Logística
algumas
técnicas
complexas
que
possibilitem
o
gerenciamento dos dois fluxos básicos: o de materiais e o de informações (BOWERSOX
e CLOSS, 2001). Alguns autores consideram também o fluxo monetário como parte da
amplitude de atuação da Logística (CAVANHA FILHO, 2001).
Em se tratando do fluxo de materiais, a empresa precisa desenvolver estratégias
para posicionar corretamente seus estoques ao longo da cadeia, definindo níveis de
estoque,
políticas
de
suprimentos,
estrutura
de
armazenagem
e distribuição
(BOWERSOX e CLOSS, 2001).
Por outro lado, o fluxo de informações faz com que as necessidades sejam
conhecidas em um prazo menor, facilitando todo o planejamento logístico (CHOPRA e
MEINDL, 2003). Alguns autores e estudiosos têm defendido que o gerenciamento da
informação tem sido tão ou mais importante que o gerenciamento de materiais. A frase
12
substituir estoques por informações tem sido levada a sério pelas empresas que buscam
níveis de competitividade acima da média do mercado (CHRISTOPHER, 1999).
Porém, para que isso ocorra, a Tecnologia da Informação, mais conhecida por
TI, exerce um papel determinante, pois ela é base para que as informações fluam de
forma ágil e eficaz. Sem os aplicativos de TI, a troca de informações seria limitada ao
papel (NAZÁRIO, 1999).
As aplicações de TI na Logística são várias, e engloba tanto os equipamentos
como os sistemas de informações. Combinadas, o uso destas tecnologias permite o
gerenciamento integrado e eficiente os estoques, armazéns, transporte, processamento
de pedidos, compras e manufatura (FLEURY et al, 2000).
Apesar disso, observa-se uma imensa dificuldade no gerenciamento destas
informações. Mais especificamente com relação à Logística, este cenário não se
modifica, pois atividades como compras, administração de estoques e distribuição de
mercadorias, são pontos importantes em qualquer empresa, e gerenciá-los bem significa
a sobrevivência do negócio.
1.2.Contextualização
O Ceará é o principal produtor de móveis da região Nordeste, com 335
indústrias concentradas em três pólos: Fortaleza, Marco e Bela Cruz. Com consumo per
capita relativamente baixo, de US$ 1,25 mil projetado para 2004, o Estado ocupa a nona
posição tanto no ranking nacional de potencial de consumo, quanto no que mede o
poder de compra para mobiliário e artigos do lar (MÜLLER, 2004).
A cidade de Marco, a 220 Km de Fortaleza, é hoje um dos maiores pólos
moveleiros do Ceará, sendo um dos mais qualificados do Norte e Nordeste. Hoje
13
operam na região aproximadamente 13 empresas, entre pequenas, médias e grandes,
que juntas compõem a estrutura do setor no município, gerando cerca de 1.200
empregos e respondendo por aproximadamente 70% da arrecadação de ICMS local
(ANDRADE, 2003).
Os empresários do setor afirmam que o desenvolvimento tecnológico é uma
preocupação, dentre as demais existentes. As empresas do setor têm detectado
fraquezas neste aspecto e têm tentado reverter a situação, com planos e ações
estratégicas no sentido de modernizar o parque tecnológico.
É verdade que a tecnologia de ponta custa muito caro e que a maioria das
empresas não teria condições de obter tais recursos ao preço cobrado. Porém, é sabido
também
que
uma empresa subdesenvolvida
tecnologicamente
não consegue
sobreviver, seja pela baixa eficiência, seja pela baixa capacidade de processar
informações que permita a tomada de decisão (ALBERTIN, 2004).
Na Logística, a informação é um dos recursos mais importantes. Neste
aspecto, a substituição da informação impressa pela informação eletrônica trouxe um
grande avanço para a área de operações, pois pedidos que antes eram passados
através de papel hoje são informados via comunicação à distância, as informações
sobre o andamento do pedido podem ser monitoradas através da Internet, as
informações de estoques dos clientes podem ser monitorados via EDI, dentre outros
exemplos. O avanço da TI nos últimos anos vem permitindo às empresas a executar
operações até então inimagináveis (FLEURY et al, 2000).1.3.Caracterização do
Problema
Apesar da TI ser um recurso necessário para as operações logísticas de
qualquer empresa, em especial do setor moveleiro, a grande pergunta que se faz neste
sentido é:
14
Como as empresas do setor moveleiro têm utilizado a Tecnologia da
Informação em seus processos logísticos?
1.4.Objetivos
1.4.1.Objetivo Geral
O presente trabalho tem como objetivo avaliar o uso da Tecnologia da
Informação nos processos logísticos das indústrias do setor moveleiro, localizado na
cidade de Marco - CE, identificando as ações implementadas no desenvolvimento de
suas atividades e apresentando sua caracterização com ênfase nas transformações
recentes, sobretudo a partir dos anos 90.
1.4.2.Objetivos Específicos
Além do objetivo principal, esta pesquisa procurou:
1. Conhecer melhor o setor moveleiro, em especial no estado do Ceará,
com ênfase na cidade de Marco.
2. Levantar as principais aplicações de TI nestas empresas, com ênfase
nas operações.
3. Identificar os princpais problemas enfrentados por estas empresas no
processo de adoção de tecnologias como um todo e, em especial, na
área de Logística.
15
1.5. Pressupostos da pesquisa
A pesquisa partiu dos seguintes pressupostos:
•
As empresas do pólo moveleiro de Marco-Ce faz pouco uso da TI nos
seus processos logísticos.
•
O principal problema na adoção de tecnologias está na falta de cultura
e preparo dos profissionais que gerenciam estas empresas.
1.6.Justificativas
A Tecnologia da Informação é fator preponderante para que as empresas
permaneçam competitivas no mercado atual e na busca incessante de soluções
inovadoras, no sentido de agilizarem todos os seus ciclos produtivos.
A era da produção em massa chegou ao fim, inicia-se o processo de
mecanização, evoluíndo para máquinas de controles numéricos atingindo a era dos
sistemas flexíveis e da integração de sistemas de informações (DI SÉRIO e DUARTE,
2002).
A
indústria
moveleira
sempre
se
caracterizou
por
ser
composta
predominantemente de médias e pequenas empresas e por se concentrarem em
aglomerações locais. Caracteriza-se também por seu baixo dinamismo tecnológico e por
ter produção voltada a mercados internos e regionais, sendo raras as empresas que
atuam no mercado externo, somente as que são classificadas como de grande porte.
Foi justamente esta questão que estimulou esta pesquisa. Realizar um
estudo que permitisse avaliar dentro de um ambiente propício à capacitação de setores
16
industriais um novo padrão de competição e como a Tecnologia da Informação
influenciava na evolução das atividades nos processos logísticos.
Acredita-se, desde o ponto de vista logístico, que os fundamentos desta
pesquisa estão somente se iniciando, pois existem pontos ligados à Tecnologia da
Informação que merecem estudo mais aprofundado. Tem-se no pólo moveleiro,
localizado na cidade de Marco – CE, um caminho desafiante a ser percorrido e
explorado mais detalhadamente, pois é um campo vasto de informações que servirá de
modelo para novas pesquisas exploratórias.
1.7.Organização do trabalho
Pretende-se através desta pesquisa avaliar o grau de utilização da TI, com
ênfase nas operações das empresas fabricantes de móveis que estão localizadas no
pólo moveleiro de Marco-CE.
Estruturação do trabalho:
O primeiro capítulo, destina-se a apresentação da pesquisa em sua parte
introdutória, contendo: contextualização, caracterização do problema, objetivos (geral
e específicos), pressupostos da pesquisa, justificativa e organização do trabalho.
No segundo capítulo abordar-se-á o tema sobre a Tecnologia da Informação,
descrevendo sua história, evolução e desenvolvimento, dando ênfase à sua importância
e ao papel que desempenha no mundo dos negócios.
No terceiro capítulo, são expostos os conceitos, funções, processos e
objetivos da Logística, suas atividades e aplicativos.
17
No quarto capítulo destacam-se as principais ferramentas tecnológicas e
como os sistemas de informações funcionam como elos que ligam as atividades
logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para medir,
controlar e gerenciar os processos.
O quinto capítulo é composto de uma explanação sobre a indústria moveleira
no Brasil e no Ceará, abordando seus aspectos econômicos e sua representatividade na
indústria de transformação do país.
O sexto capítulo descreve a metodologia utilizada na presente pesquisa,
sendo compota dos seguintes itens: problemática e objetivos, pressupostos,
classificação da pesquisa, procedimentos metodológicos (planejamento, coleta,
tratamento e redação) e escolha das empresas participantes.
No sétimo capítulo, está inserida a apresentação dos resultados: estudo de
caso desenvolvido nas empresas pesquisadas sobre o tema específico sobre o uso da
Tecnologia da Informação na Logística.
O oitavo capítulo, composto pelas considerações finais, apresenta a
conclusão da pesquisa, enfatizando-se o objetivo do estudo e sua caracterização diante
da realidade constatada sobre o tema abordado.
18
2.Tecnologia da Informação
Sendo a informação o centro de todo o processo, é fundamental saber usá-la
de forma estratégica, pois o sucesso empresarial passa a depender da capacidade da
empresa de administrar sua base informacional e aproveitar as oportunidades de
diferenciação que a Tecnologia da Informação oferece (MARTENS e FREITAS, 2002).
Estar presente na rede hoje significa, no mínimo, estar ciente e conhecedor
que a tecnologia definirá grande parte das estratégias do futuro. Para uma empresa que
pretende manter sua posição no mercado e avançar para a obtenção de excelência
competitiva, este posionamento é fundamental (NAZARIO, 2002).
A organização da empresa deve ser combinada com a TI para refletir todos
os componentes da visão estratégica (estratégias de negócios, de organização de
tecnologias), bem como o alinhamento e integração destes, considerando os fatores
ambientais. O uso da TI permite que as cooperações estabelecidas no ambiente
empresarial possam ter uma dimensão global, o que supera os limites de tempo e
distância entre as organizações parceiras, ou entre a empresa e o cliente (WALTON,
1999).
O alinhamento estratégico mostra a idéia de integração em um nível mais
alto de gestão, a qual ocorre através da adequação dos objetivos da Tecnologia da
Informação e dos objetivos da competência fundamental do negócio, obtendo-se
vantagem competitiva (BRODBECK e HOPPENS, 2002).
A grande maioria das empresas tem focado suas operações de maneira a
atingir um nível de competitividade que permita a sobreviver inseridas em um mercado
19
caracterizado pelas exigências de qualidade, variabilidade e rapidez dos produtos e
serviços, sem que isso corresponda a um respectivo aumento de preços.
Dessa forma, as empresas têm se conscientizado de que não será mais
possível atingir esse nível de exigência de forma isolada. Ao invés disso, têm-se
organizado de forma coordenada para atuarem como se fosse uma única empresa,
unindo habilidades e neutralizando deficiências (RICARTE, 2003).
Em síntese, a vantagem competitiva decorre de novos empreendimentos
baseados em TI, o que sugere uma possível relação entre a implantação de projetos de
TI e o aumento de competitividade empresarial. Entre os projetos de TI se destacam
atualmente os projetos de sistemas de informações que transcendem os limites das
empresas, isto é, aqueles que conectam as empresas com clientes e fornecedores
(MORENO, 2000).
O presente capítulo tem como objetivo apresentar, de forma genérica, a
influência da TI como uma vantagem competitiva, para, em seguida, restringir-se à sua
evolução.
2.1.Evolução da Tecnologia da Informação
A evolução da Tecnologia da Informação tornou possível um meio global de
comunicação
com
total
disponibilidade
de
informações,
juntamente
com
o
estabelecimento de uma nova fronteira digital, para caminhar na direção de uma
economia globalizada (DI SÉRIO e DUARTE, 2001).
Não há dúvida da participação da Tecnologia da Informação nos processos
que viabilizaram o fenômeno da globalização em diversos setores. Dentre os benefícios
originados desta contribuição, é possível citar a redução de distância e o
20
desconhecimento gradativo de fronteira nacionail e regional entre empresas, e agentes
culturais e econômicos de naturezas diversas (JAMIL, 2001, p.144).
A importância da informação e o processo de globalização são os principais
fatores responsáveis pelo crescimento do mercado de TI, a qual pode ser decisiva para
o sucesso ou o fracasso de uma empresa, contribuindo para que uma organização seja
ágil, flexível e forte (ALBERTIN, 2000).
Estas transformações são na verdade uma evolução natural no sentido de se
adaptarem às mudanças de um mercado cada vez mais competitivo. Porém, a partir de
1960, o mercado começou a mudar, pois até então os recursos eram limitados e os
custos elevados (LAMBERT, 1999).
Os computadores não supriam as necessidades de modo satisfatório e
exigiam mão-de-obra especializada, devido à complexidade de seus programas. Nos
anos 70 e 80, os equipamentos tornaram-se mais acessíveis, e houve acentuada queda
nos preços (BOAR, 1999).
Surgem de forma rudimentar, os microcomputadores, os quais permitiram
melhor integração entre os usuários e os especialistas em TI, abrindo caminhos para
novas descobertas tecnológicas. Definitivamente os microcomputadores ganharam
espaço e tornaram-se popularizados, devido ao preço e à capacidade de
armazenamento de informações (LAURINDO, 2002).
O principal propósito de coletar, manter e manipular os dados dentro da
empresa é tomar decisões, abrangendo desde o estratégico até o operacional. Estas
atividades foram conduzidas informalmente por vários anos, mas, com a disponibilidade
de computadores de alta velocidade, que possuem capacidade de armazenagem de
dados cada vez maior, os procedimentos em torno do manuseio de dados tornaram-se
mais estruturados (BALLOU, 2001, p.109). Nas tecnologias de entrada, dos cartões e
21
fita de papel perfurado, chegou-se ao teclado, ao escaneamento ótico, e, mais
recentemente, ao reconhecimento de voz e de caligrafia. Nas tecnologias de saída, dos
relatórios impressos, evoluiu-se para as exibições de textos e gráficos em vídeo até os
hipertextos multimídia (COSTA e SIQUEIRA, 2002).
No software, da linguagem de máquina passou-se por diversas gerações,
tendendo ultimamente às linguagens naturais e às orientadas a objetos. Softwares de
uso geral como processador de textos, planilha eletrônica, gerenciadores de banco de
dados e softwares de apresentação foram disponibilizados, bem como surgiu uma
diversidade de outros orientados a negócios específicos (BOAR, 1999).
Novos sistemas operacionais e programas para gerenciamento de redes
locais tornaram-se populares e mais fáceis de serem utilizados. Gerenciadores de banco
de dados com novas funções e armazenando dados não estruturados já estão
presentes no mercado (DOLCI et al, 2004).
Mas surgiu a necessidade de se ter uma visão global deste fluxo. Somente
na década de 90, o desenvolvimento tecnológico avançou significativamente e a TI
venceu os obstáculos criando novas alternativas, dentre as quais uma ferramenta que
revolucionou a história da informatização: a Internet (LAURINDO, 2002, p.28-31).
Durante os anos 90 e até os dias atuais, o desenvolvimento da Tecnologia da
Informação e a expansão da Internet em todo o planeta têm sido, sob diversas
perspectivas, de fundamental importância. Não há dúvida de que no futuro a época atual
será lembrada com a mesma intensidade que, por exemplo, a época da Revolução
Industrial, alavancada pela máquina a vapor. Guardadas as devidas proporções, o
computador e a Internet são certamente a máquina a vapor dos dias atuais (PIRES,
2004, p.46).
22
2.2.Conceito de Tecnologia da Informação
O conceito de Tecnologia da Informação destaca-se nas concepções de
alguns autores.
Tecnologia da Informação é todo e qualquer dispositivo que tenha
capacidade para tratar e ou processar dados e ou informações, tanto de forma sistêmica
como esporádica, quer esteja aplicada no produto, quer esteja aplicada no processo
(CRUZ, 2003, p.26).
Pode-se ainda definir que a Tecnologia da Informação é a preparação,
coleta,
transporte,
recuperação,
armazenamento,
acesso,
apresentação
e
transformação de informações em todas as suas formas, voz, gráficos, texto, vídeo e
imagem. (BOAR, 1999, p.76).
Por sua vez, o conceito de Tecnologia da Informação (TI) é mais abrangente
do que os de dados, sistema de informação, engenharia de software, informática ou
conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos,
administrativos e organizacionais (LAURINDO, 2002, p.19).
A TI é o conjunto de recursos não-humanos dedicados ao armazenamento,
processamento e comunicação de informação, e à maneira pela qual esses recursos
são organizados em um sistema capaz de desempenhar um conjunto de tarefas. A TI
também inclui tecnologias de conexão (redes), comunicação de dados, voz e imagens
não diretamente ligadas a sistemas de informação (MEIRELES, 1994).
Independentemente dos Sistemas, as informações empresariais são tratadas
de acordo com a cultura, filosofia e políticas da empresa. Estas três questões estão
presentes formal ou informalmente em todas as empresas (REZENDE, 2002).
23
Hoje, o maior desafio da TI é desenvolver sistemas de informação que
promovam melhorias estratégicas referentes a como uma organização auxilia o trabalho
de seus funcionários, a execução de suas tarefas, a utilização de tecnologias
apropriadas, de acordo com a sua cultura e estrutura organizacional (LUNARDI et al.,
2002).
A Tecnologia da Informação é usada como recursos tecnológicos e
computacionais para a geração e uso da informação e está fundamentada nos seguintes
componentes (CORNACHIONE JÚNIOR, 1993, p.11):
•
Hardware: dispositivos e periféricos (parte física do computador:
entrada, processamento, armazenagem e saída de dados);
•
Software: parte lógica que dirige, organiza e controla os recursos de
hardware;
•
Sistemas de telecomunicações (transmissão de sinais por um meio
qualquer, de um emissor para um receptor); gestão de dados e
informações (dados necessários para a execução de atividades).
A missão de uma unidade de Tecnologia da Informação é conduzir o
processo de informatização das empresas de acordo com a missão empresarial e seus
objetivos, estabelecendo e gerindo as políticas, estratégias, gestão e formas de atuação
da unidade de Tecnologia da Informação (RESENDE e ABREU, 2003, p.160).
Gerir é decidir o que fazer, apesar da incerteza, da grande diversidade e da
enorme quantidade de informações potencialmente relevantes. Somente a Tecnologia
da Informação disponível não basta para gerir as empresas nesta época de mudanças
contínuas. O administrador bem sucedido de hoje será o administrador da mudança.
Esta reestruturação deverá ocorrer com toda simplicidade na era da informação
(BERTOLUCCI e YOSHITAKE, 2002).
24
Para que essa reestruturação seja bem sucedida abandona-se o modelo de
comando e controle tradicional em relação à maior parte dos elementos estratégicos,
projetando assim o modelo que enfatiza como as pessoas decidem o que deve ser feito.
A corporação que está surgindo agora está sendo projetada em torno de um esqueleto:
a informação. As empresas devem ser administradas como negócios permanentes, isto
é, para a criação de riqueza. A nova abordagem organizacional define empresa como a
organização que adiciona valor e cria riqueza (DRUCKER, 1998, p.89).
Numa grande organização, ocorrem milhares de procedimentos de trabalhos
e troca de informações. Utilizar as tecnologias avançadas de informação reflete a
redução de normas, procedimentos e regulamentos e, portanto, as probabilidades de
erros, e ainda estabelecendo um controle burocrático aceitável para melhorar o
desempenho das diversas tarefas nos vários departamentos de uma empresa
(CASTRO e FLORES, 2002).
O controle consiste em verificar se tudo corre de acordo com o programa
adotado, as ordens dadas e os princípios admitidos. Tem por objetivo assinalar as faltas
e os erros para que sejam feitas reparações que evitem posteriores repetições. O
controle organizacional pode avaliar coisas, pessoas e atos; além disso, pode adotar o
ponto de vista comercial, técnico, financeiro e de segurança. Analisando a teoria
formulada por esse pioneiro do estudo do controle, é possível inferir que a TI pode
ocupar um importante papel nesse processo, principalmente através do aumento da
capacidade de processamento dos dados necessários à geração de informações que
acompanhem o trabalho planejado (FAYOL, 1994).
O papel da Tecnologia da Informação neste contexto é fundamental.
Aspectos como a complexidade organizacional e a nova orientação para processos, a
cadeia de valor e a cadeia de suprimentos, a integração de clientes e fornecedores, e a
25
promoção de novas características para o desenvolvimento de seu pessoal, devem ser
considerados na definição da estratégia empresarial. (CAMPOS e SPINOSA, 2002).
A TI desempenha um papel importante na reengenharia de processos
empresariais. A velocidade, a capacidade de processamento das informações e a fácil
utilização do hardware, software e das redes de computadores modernos podem
aumentar drasticamente a eficiência dos seus processos operacionais e tornar muito
mais eficazes os seus processos gerenciais. Além disso, facilita substancialmente as
comunicações e a colaboração entre as pessoas responsáveis por seu funcionamento e
administração. Ao realizar essas melhorias em seus processos empresariais, uma
empresa pode ser capaz de reduzir drasticamente custos, melhorar a qualidade e o
atendimento ao cliente, e desenvolver produtos inovadores para novos mercados
(SANTOS, 2004).
2.3.A TI e seus impactos nas organizações
Os impactos da TI nas organizações podem ser estudados sob diversos
ângulos, conforme explicado a seguir (WALTON, 1994, p.38):
a)
A TI requer novos desenhos organizacionais: cargos mais amplos e
flexíveis, diferente distribuição da autoridade, novos programas de
treinamento e critérios de seleção;
b)
A TI pode provocar reações organizacionais não previstas (novas
disputas por poder ou status, mudanças de padrões de comunicação e
controle comportamental generalizado);
26
c)
A TI pode criar ou promover novas soluções organizacionais (capacitar
pessoas da organização a trabalharem juntas no espaço e no tempo);
d)
A TI pode ser modificada de modo a atender as necessidades dos
usuários;
e)
A TI pode acelerar e refinar a adaptação organizacional a condições de
mudanças;
f)
A TI e as formas organizacionais, por vezes, podem ser consideradas
alternativas no sentido de que cada uma á capaz de desenvolver
funções similares, tais como facilitar certos tipos de comunicação e
coordenação em uma unidade organizacional;
g)
A TI pode criar oportunidades para a introdução de mudanças
organizacionais
que
a
administração
pode
achar
desejável,
independentemente das necessidades ou potenciais efeitos do sistema
de TI.
Neste aspecto, considera-se que uma empresa é tecnologicamente avançada
quando utiliza uma grande quantidade de equipamentos e programas de computador.
Apesar de compreender que tecnologia significa um conjunto de habilidades e
conhecimentos que uma empresa adquire, existe uma associação direta do termo com a
utilização de recursos computacionais (LAURINDO, 2002).
Resumindo o que foi apresentado neste capítulo, a TI não pode ser mais
desconsiderada em qualquer processo de planejamento das empresas, tendo em vista
que ela permite competir em melhores condições.
O próximo capítulo apresentará as principais considerações sobre Logística,
enfatizando as atividades e a importância da informação para esta área da empresa.
27
3.Logística e suas atividades
Desenvolvendo-se a partir do século passado no meio militar e nas empresas
no pós-guerra, a Logística começa ser aplicada de maneira enfática por algumas
empresas a partir da década de 70. Tinha, então, como objetivo principal controlar a
circulação, tanto dos fluxos de mercadorias que as empresas colocavam a disposição
de seus clientes, quanto daqueles existentes entre as diferentes unidades de produção
de uma mesma empresa ou, ainda, dos fluxos que elas recebiam de seus fornecedores
(COLIN, 1987).
Posteriormente, ela evoluiu para caracterizar-se como aptidão a entregar
uma mercadoria a custo mínimo, onde ela se fizer necessária e com os requisitos de
quantidade e qualidade satisfatórios (LAMBERT, 1999).
Atualmente, a Logística se constitui principalmente na prática de regulação
global dos fluxos que determinam os complexos processos de suprimento, produção e
distribuição de mercadorias, regulação esta efetuada através de sistemas de informação
e de comunicação, sendo incluídos os sistemas de transportes (MORENO, 2000).
A literatura sobre Logística nas empresas está repleta de referências sobre
seus processos e desenvolvimento. Num ambiente cada vez mais competitivo, a
pressão do mercado por variedade de produtos e por melhores níveis de serviço tem
feito com que a Logística ocupe um papel predominante nas organizações, sendo um
diferencial competitivo imprescindível no processo de globalização em que vivemos
(FLEURY et al, 2000).
A Logística possibilita prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de
distribuições dos fornecedores e clientes, através de planejamento, organização e
28
controle das atividades de movimentação, estoques e armazenagem que visão facilitar o
fluxo de produtos (BERTAGLIA, 2003).
A ampliação do horizonte da empresa, contemplando seu processo produtivo
até a entrega do produto ao cliente é um fator competitivo vital na empresa
contemporânea. Com a aceleração do processo de globalização, a facilidade de ofertas
de produtos, com variedades dificultando a escolha dos clientes, os setores de serviços
das empresas tornaram-se importantes no processo de conquista ao cliente. Assim,
cada vez mais se contempla um pacote completo de vendas incluindo a entrega do
produto ao cliente, evidenciando que um serviço eficaz ao cliente não se consegue
somente através de empregados motivados, embora isto seja um pré-requisito, mas
também de sistemas logísticos que permitam uma entrega consistente do pacote de
serviços (CHRISTOPHER, 1992, p.1).
Este capítulo apresenta, genericamente, a Logística sob o ponto de vista
empresarial, e em seu desenvolvimento , será explicado como a esta pode ser usada de
forma compeititiva das empresas. Para tanto, as suas atividades devem ser gerenciadas
de forma integrada, como um sistema, conforme será comentado.
3.1.A Logística e a competitividade
As empresas que querem obter sucesso no mercado competitivo global
dependem extremamente do relacionamento que mantêm com seus fornecedores para
atender eficientemente a demanda requerida pelos clientes. O corpo gerencial dessas
empresas precisa ter flexibilidade e agilidade para responder prontamente às mudanças
(BERTAGLIA, 2003, p.31).
29
Na perspectiva da Logística, serviço ao cliente é o resultado de todas as
atividades logísticas ou do processo da cadeia se suprimento. Sendo assim, o projeto do
sistema logístico estabelece o nível de serviço ao cliente a ser oferecido (NOVAES,
2001).
As receitas geradas através das vendas ao cliente e os custos associados ao
sistema estabelecem os lucros a serem obtidos pela empresa. Decidir o nível de serviço
para oferecer aos clientes é essencial para alcançar os objetivos de lucro da empresa
(BALLOU, 2001, p.77).
Da mesma forma que o nível de serviço influencia nas receitas, os custos
são igualmente afetados. Se um serviço mais rápido custa mais, começa-se a pensar
até que ponto um serviço logístico pode satisfazer as necessidades dos clientes dentro
de um patamar de custo aceitável, isto é, deve-se contrabalançar o custo da oferta de
um serviço com a potencialidade de saída, para que possa haver o máximo de ganho
(BALLOU, 1993, p.77).
A avaliação do nível de serviço é um ato indispensável em qualquer setor do
mercado, tendo em vista que a ótica da Logística, hoje, baseia-se na satisfação do
consumidor final. Portanto, a gestão desse processo onde a prestação do serviço tornase imprescindível utiliza-se de métodos de pesquisa para constante remodelação da
empresa, que permitam acompanhar as tendências mercadológicas e as incessantes
buscas por melhoria para os clientes (OLIVEIRA, 1997, p.158).
Existe a necessidade de disponibilizar e localizar de forma estratégica,
matérias-primas e produtos acabados, para atender às necessidades dos mercados
geograficamente dispersos, o que traduz melhorar a competitividade relativa para
buscar a excelência da cadeia logística (GOMES, 2004).
30
Uma boa estratégia logística exige muito dos mesmos processos criativos
que o desenvolvimento de uma boa estratégia corporativa, ou seja, começando com a
clara compreensão dos objetivos da empresa (buscando lucros, sobrevivência,
participação no mercado, etc.); estabelecendo a visão (clientes, fornecedores,
concorrentes e a empresa em si) e avaliando as necessidades, forças, fraquezas e
perspectivas desses componentes (BALLOU, 2001, p. 39).
Estas variações ambientais devem ser captadas pela empresa, que devem
desenvolver estratégias capazes de neutralizar uma ameaça ou potencializar uma
oportunidade que o meio externo colocou. Essas estratégias levam a um planejamento,
que implantadas necessitam de um gerenciamento, que consiste na administração do
dia-a-dia. Todos esses aspectos podem ser observados na figura 1.
Mercado
Estratégia
Planejamento
Concorrência
Gestão
Tecnologia
Figura 1. As variáveis ambientais e a Logística. In: Dornier et al (2002).
Regulamentação
31
Logística e operações nunca desempenharam papel tão importante nas
organizações. Mudanças nas expectativas dos clientes ou na localização geográfica
continuamente transformam a natureza dos mercados que, por sua vez, geram
restrições que alteram o fluxo de mercadorias dentro das empresas. Mudanças
tecnológicas e mercados emergentes abrem novas formas de reorganizar, adaptar e
otimizar os fluxos de matérias-primas, produtos, semi-acabados, peças de reposição e
materiais reciclados (DORNIER 2000, p.37). Em síntese, a Logística pode e deve ser
considerada uma arma importante para a estratégia competitiva .
3.2.Conceito de Logística
O conceito básico de Logística, do qual evoluíram vários outros, é colocar as
mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante corretos e na condição
desejada, ao menor custo possível (BALLOU, 1993, p.23).
Ampliando-se o conceito, considera-se que a Logística é um verdadeiro
paradoxo. É, ao mesmo tempo, uma das atividades econômicas mais antigas e um dos
conceitos gerenciais mais modernos. Estes conceitos apresentam dois aspectos: o
primeiro de ordem econômica e o segundo de ordem tecnológica. As mudanças
econômicas criam novas exigências competitivas, enquanto que as mudanças
tecnológicas tornam possível o gerenciamento eficiente e racional de operações
logísticas a cada dia mais complexos e demandantes (FLEURY et al, 2000, p.27).
As definições anteriores identificam as atividades-chaves que são de
importância primária para o atingimento dos objetivos logísticos de custo e nível de
serviço. Transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos,
consideradas primárias porque ou contribuem com a maior parcela do custo total da
32
Logística ou são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística
(BALLOU, 1993).
O conceito de Logística é recente no Brasil, surgindo no inicio dos anos 90
com a abertura comercial e acelerando a partir de 1994, com a estabilização econômica
brasileira em função do Plano Real. No período de inflação alta e economia fechada,
não havia muita concorrência e a inflação alta dificultava análises mais precisas da
composição de custos de toda a cadeia produtiva, desta forma a Logística foi
negligenciada nas empresas brasileiras, a maioria dos preços de produtos eram
impostos pelas empresas ao mercado e os lucros financeiros eram responsáveis por
grande parte da sua lucratividade (FLEURY, 2000).
Com a abertura do mercado e a estabilidade da moeda, aumentou a
concorrência e o mercado passou a influenciar drasticamente na composição de preços
dos produtos. As empresas tiveram que rever toda a cadeia produtiva para reduzir seus
custos, inclusive os da Logística, na busca de vantagens competitivas, na ampliação
dos seus processos e entrega de seus produtos aos clientes (FLEURY, 2000).
A Logística no Brasil está passando por um período de mudanças, tanto em
termos de práticas empresariais como de eficiência, qualidade e disponibilidade de infraestrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para a Logística
moderna. É um período de riscos (devido às enormes mudanças que precisam ser
implementadas) e oportunidades (espaços significativos para melhorias na qualidade do
serviço e aumento de produtividade) (GOMES e RIBEIRO, 2004, p.16).
O
crescimento
da
Logística
no
Brasil
está
intimamente
ligado
à
competitividade causada pela globalização e a contínua busca pela redução de custos
através da otimização de processos. No caso específico de pequenas empresas, estas
são fornecedoras e compradoras de inúmeras companhias, entre as quais grandes
33
corporações, e por conta de fatos como concorrência, perpetuação do negócio e
desenvolvimento de mercado, se vêem obrigadas a dar atenção aos conceitos logísticos
(MORENO, 2000).
Pequenas empresas preocupadas com a produção, muitas vezes não
avaliam de forma correta o custo total da sua Logística, ou seja, aquisição, produção,
armazenagem e distribuição dos seus produtos, permitindo que empresas do mesmo
porte e segmento, mais atentas às necessidades de mercado e aos conceitos logísticos,
coloquem os produtos no mercado com menor custo interno e externo no que diz
respeito aos canais de distribuição em função da localização dos seus principais
mercados (MORENO, 2000) .
Uma das limitações observadas nas empresas brasileiras, quanto às
possibilidades de evolução em termos logísticos, é sua estrutura organizacional. A
clássica divisão da empresa em setores girando em torno de atividades afins
(manufatura, finanças, vendas, marketing, transporte e armazenagem) não permite o
tratamento sistêmico e por processo das operações logísticas (NOVAES, 2001, p.5455).
Em todo o país, as empresas estão atentas ao fato de que os custos
logísticos freqüentemente representam sua despesa operacional mais alta –
responsável por cerca de 10 a 35% das vendas brutas. As empresas estão começando
a considerar que a Logística também tem um tremendo potencial competitivo (MOURA
2002).
O objetivo central da Logística é o de atingir um nível de serviço ao cliente
pelo menor custo total possível, buscando oferecer capacidades logísticas alternativas
com ênfase na flexibilidade, agilidade, controle operacional e compromisso de atingir
34
um nível de desempenho que implique um serviço perfeito (BOWERSOX e CLOSS,
2001, p. 21).
Todas as empresas, sem exceção, executam atividades logísticas, para
atingir seus objetivos empresariais. A diferença se revela no nível de importância em
que é tratada dentro da organização empresarial. Em realidade, a Logística está em
contante transformação, mesmo que esteja fragmentada em diferentes áreas
(BOWERSOX, 2001).
A tendência atual é que as empresas se reorganizem e se orientem à visão
de cadeia ou rede logística, mudando o conceito tradicional: produzir, estocar e vender
ou suas variantes e passar a prática de definir mercados, planejar o apoio logístico,
coordenando os processos de uma forma global (DIAS, 1993, p.11).
Uma vez apresentados alguns conceitos sobre Logística empresarial, o
objetivo e sua tendência atual, no capítulo a seguir, as atividades logísticas serão
abordadas de forma a possibilitar uma compreensão mais aprofundada de seus
mecanismos.
3.3.As atividades da Logística
As atividades da Logística devem ser consideradas sob o ponto de vista de
integração total, ou seja, as atividades são interlacionadas, formando um todo que
compõe a logística integrada (BOWERSON e CLOSS, 2001). Estas atividades podem
variar de empresa para empresa, levando-se em consideração sua estrutura
organizacional, tamanho e concepção logística (BALLOU, 2001).
35
As atividades-chaves que são de importância para o atingimento dos
objetivos logísticos são: Transportes; Manutenção de estoques; Processamento de
pedidos (BALLOU, 1993, p.24).
O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a
maior parcela dos custos na maioria das organizações, tem papel fundamental no
desempenho de diversas dimensões do serviço ao cliente, representando em média
60% das despesas logísticas, o que em alguns casos pode significar duas ou três vezes
o lucro de uma companhia (FLEURY et al 2000).
Na manutenção de estoques geralmente não é viável providenciar produção
ou entrega instantânea aos clientes. Para se atingir um grau razoável de disponibilidade
de produto, é necessário manter estoques que agem como amortecedores entre a oferta
e a demanda. O uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são
responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos, o que torna
sua manutenção uma atividade – chave da Logística (BALLOU, 1993, p.24).
No processamento de pedidos, uma das características usadas que leva à
vantagem competitiva é a oportunidade relacionada à economia de tempo por meio de
redução ou eliminação de funções que podem reduzir o tempo de ciclo como:
implementação de sistemas computadorizados, mudanças organizacionais e utilização
de programas (BERTAGLIA, 2003).
Os transportes, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos,
apesar de serem os principais ingredientes que contribuem para a disponibilidade e a
condição física de bens e serviços, requerem uma série de atividades adicionais de
apoio a estas atividades primárias (BALLOU, 1993).
a) Armazenagem: refere-se à administração do espaço necessário
para manter estoques, levando-se em consideração localização,
36
área, arranjo físico, dentre outros. A armazenagem ainda é o
caminho mais eficiente para consolidar as linhas de fornecedores e
dividir o volume para servir as lojas de varejo. É, em geral, o único
caminho viável para colocar quantidades de peças (oposto ao
palete ou caixa), nas lojas. São necessários projetos de armazéns
especiais para movimentar os volumes, analisando a instalação de
dispositivos de separação rápida ou alimentadores por gravidade,
adequadamente integrados aos procedimentos diários (BANZATO,
2004).
b) Manuseio de materiais: está associada com armazenagem e
também apóia a manutenção de estoques, e diz respeito à
movimentação do produto no local de estocagem;
c) Embalagem de proteção: produtos bem acondicionados, garantindo
sua movimentação com segurança, sem quebras;
d) Obtenção: atividade que deixa o produto disponível para o sistema
logístico. Trata da seleção, quantidade e programação das
compras e da forma pela qual o produto é comprado;
e) Programação do produto: lida com a distribuição e refere-se às
quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e
onde devem ser fabricadas;
f) Manutenção de informação: são fontes essenciais para o correto
planejamento e controle logístico .
37
Resumindo, o que foi colocado nos parágrafos anteriores, além das
atividades-chave, a Logística conta com várias atividades de apoio que, em conjunto
e combinadas, contribuem para que a empresa possa oferecer um serviço de
qualidade para os clientes, ou seja, o nível de serviço de uma empresa é fortemente
influenciada pela forma como as empresas administram suas atividades logísticas,
conforme está representado na Figura 2.
Nível de Serviço
Figura 2. As atividades logísticas e o nível de serviço almejado. Fonte: Adaptado de Ballou,
1993.
3.4.O fluxo de informações logísticas
O problema básico de qualquer organização é a administração eficiente
dos fluxos totais, compreendendo desde o processo de previsão de demanda,
passando pelo processamento do pedido do cliente, pela aquisição de matériasprimas e insumos para a produção, armazenagem, produção, transporte, e
distribuição dos produtos as redes atacadistas, varejistas até a chegada do produto
38
ao cliente final (BARROSO, 2001). Neste sentido, o gerenciamento da Logística é na
verdade o gerenciamento de seus fluxos (CHRISTOPHER, 1997).
A sincronia entre os fluxos de informações e de materiais é um requisito
básico para o melhor desempenho logístico (DORNIER et al, 2000). Para conseguir
melhoria no processo logístico, é necessário considerar o fluxo integrado como um
sistema único ao invés de considerar componentes isolados.
Surge então o conceito de Logística Integrada, com seus com seus fluxos
funcionando harmonicamente. Esta integração deve englobar tanto as áreas internas
da empresa como fornecedores e clientes, conforme está representado na Figura 3.
Fluxo de materiais
Clientes
Distribuição
Física
Apoio à
Manufatura
Suprimento
Fornecedores
Fluxo de informações
Figura 3. A integração Logística. Fonte: Bowersox e Closs (2001).
Dos dois fluxos básicos considerados pela Logística, o fluxo de
informações é hoje tão importante que o de materiais. Substituir estoques por
informações é hoje uma máxima perseguida pelas empresas (SIMCHI-LEVI et al,
2003).
Para que as informações atendam às necessidades logísticas, estas
devem incorporar princípios e apoiar adequadamente o planejamento e as
operações da empresa. Existem seis princípios básicos que norteiam o
planejamento e controle das informações logísticas (BOWERSOX e CLOSS, 2001):
39
1. Disponibilidade: as informações Logísticas devem estar disponíveis em
tempo hábil e com consistência. Entre os exemplos de informações
necessárias estão o status dos pedidos e os estoques. A rápida
disponibilidade é necessária para dar resposta aos clientes e aperfeiçoar
as decisões gerenciais.
2. Precisão: em segundo lugar, as informações devem apresentar um nível
de conformidade entre aquilo que está sendo disponibilizado pelo
sistema e o que está acontecendo na prática. Um exemplo claro seria a
conformidade dos estoques.
3. Atualizações em tempo hábil: as informações Logísticas devem ser
atualizadas em tempo hábil, a fim de proporcionar feedback rápido de
informações. O intervalo de tempo decorrido entre o acontecimento da
atividade e o momento em que ela se torna visível no sistema deve ser
minimizado.
4. Sistema de Informações Logísticas baseadas em exceções: um
sistema de informações logísticas deve apontar os erros de operação
para proporcionar um gerenciamento focado na minimização dos
problemas e no melhoramento contínuo.
5. Flexibilidade: os sistemas de informações Logísticas devem ser
flexíveis para atender às necessidades de usuários e clientes.
6. Formato adequado: as telas e relatórios logísticos devem ser
formatados, o que significa que as informações corretas devem ser
apresentadas com as melhores estruturas de ordenação.
40
A integração logística depende de forma irrestrita da velocidade e
qualidade das informações que nela circulam. Considerando os dois fluxos
trabalhados pela Logística (materiais e informações), é no segundo que as
organizações têm concentrado cada vez mais seus esforços (RICARTE, 2003).
Assim, conforme foi possível observar nos tópicos apresentados, não se
pode considerar a Logística sem que haja um conjunto de informações que propicie
um gerenciamento mais eficaz de seus recursos para atender às necessidades dos
clientes. No entanto, para que se atinja elevados níveis de eficiência, faz-se
necessária a aplicação de tecnologias que permitem uma maior agilidade e
acuracidade destas informações. O próximo capítulo abordará como a Tecnologia da
Informação pode ser útil para a Logística, no que se refere à automatização dos
processos e administração das informações.
41
4.Tecnologia da Informação aplicada à Logística
No atual ambiente competitivo voltado a economia de mercado, a gestão
eficiente da Logística aplicada juntamente com a Tecnologia da Informação é fator
preponderante. Existe a necessidade de disponibilizar e localizar de forma estratégica,
matérias primas e produtos acabados, para atender as necessidades dos mercados
geograficamente dispersos, o que traduz melhorar a competitividade e buscar a
otimização dos processos logísticos (BERTAGLIA, 2003).
Nas últimas décadas do século XX vários países, especialmente os mais
desenvolvidos, passaram a conviver com um processo simultâneo de aceleração das
inovações tecnológicas e globalização econômica. Ambos os fenômenos reforçaram a
necessidade de investir significativamente em competitividade por parte das empresas
que desejam permanecer atuante no novo milênio, ou seja: investir na sua capacidade
de oferecer bens e serviços de qualidade e a custos reduzidos (POIRIER e REITER,
1997).
O processo de evolução tecnológica está vinculado ao movimento de
aprendizagem, capacitação e criação de competências (NOVAES, 2001) que na maioria
dos casos, acaba por determinar as trajetórias tecnológicas das empresas ou mesmo de
setores (OLIVEIRA e BERNARDES, 2002).
Se a informação é fundamental para a eficiência da Logística, a Tecnologia
da Informação (TI) assume um papel fundamental neste processo. As organizações
brasileiras têm utilizado largamente a Tecnologia da Informação e Comunicação para
interligar suas várias áreas, fornecedores e clientes, processar um número muito grande
de transações e atender a uma quantidade de clientes de forma rápida, segura e, muitas
vezes, personalizadas (ALBERTIN, 2000).
42
A necessidade de informações rápidas, em tempo real e com alto grau de
precisão para uma gestão eficiente da Logística, aponta três razões para tal
(BOWERSOX e CLOSS, 2001) :
a) Clientes entendem que informações do andamento de uma ordem,
disponibilidade de produtos, programação da entrega e dados do
faturamento são elementos fundamentais do serviço ao cliente;
b) Com a meta de redução do estoque em toda a cadeia de
suprimentos, os executivos percebem que com informações
adequadas,
eles
podem,
efetivamente,
reduzir
estoques
e
necessidades de recursos humanos;
c)
A disponibilidade de informações aumenta a flexibilidade com
respeito a saber quanto, quando e onde os recursos podem ser
utilizados para obtenção de vantagem estratégica.
O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações
Logísticas, que funcionam como elos de ligação das atividades Logísticas em um
processo integrado, combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar
as operações Logísticas (FLEURY et al, 2000, p.287).
O presente capítulo aborda, de forma objetiva, a importância da Tecnologia
da Informação nas atividades logísticas. Para se tratar, de forma mais sistemática, o
assunto foi dividido nos seguintes tópicos: Hardware ou equipamentos e Software ou
programas, conforme apresentados nos tópicos a seguir.
43
4.1.Equipamentos
As tecnologias inerentes ao processo de gestão de máquinas e
equipamentos e de gestão da informação devem interagir de forma a se criar a sinergia
adequada. O tripé formado por pessoas, máquinas e informação caracteriza-se como a
principal base de apoio da gestão criativa e eficaz da Logística (ALMEIDA e MATTAR,
2002).
As empresas devem dimensionar bem seus recursos tecnológicos ao
projetarem os equipamentos necessários. Quando se dimensiona mal os recursos de
hardwares, as transações eletrônicas tendem a ocorrer de forma mais lenta e com o
maior número de erros. Da mesma forma que, se superdimensionada, a estrutura de
hardwares pode ficar ociosa, acarretando custos não necessários. O correto
dimensionamento da estrutura de hardware em uma empresa deve levar em conta três
aspectos básicos: a necessidade da rede de negócio, a disponibilidade de recursos
financeiros da empresa e a oferta de equipamentos no mercado e seus serviços de
assistência técnica. O casamento destas três variáveis vai determinar o nível de
estrutura de hardware a ser utilizada na empresa, de forma a maximizar a relação custobenefício (RICARTE, 2003).
Os principais equipamentos de TI na Logística são: computadores (grandes
aliados para a melhoria do desempenho logístico); palmtop (computadores de mão que
têm como funções básicas os programas para cadastro de endereços, controle de
tarefas a fazer, sistema para vendas, dentre outros); códigos de barra (tecnologia de
colocação de códigos legíveis por computador em itens, meio eficaz de identificar
produtos mediante a conversão pelo computador da leitura feita por um sensor); EPC –
Eletronic Product Code (etiquetas eletrônicas que servem como identificação por rádio
freqüência – RFID); é uma tecnologia bastante utilizada em itens de maior valor
44
agregado; coletores de dados (são amplamente utilizados no varejo, seja na entrada, na
movimentação e na saída de produtos, contagem de estoque e inventários); sistemas
de rádio freqüência (são constituídos de coletores de dados operados a distância)
(BOWERSOX e CLOSS, 2001).
4.2.Softwares
A Tecnologia da Informação está associada à abrangência de utilização de
softwares e demais tecnologias de apoio para diferentes atividades logísticas (SIMCHILEVI et al, 2003).
Um sistema de informações pode também ser definido como um conjunto de
componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar,
armazenar e distribuir informação, com a finalidade de facilitar o planejamento, o
controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e em outras
organizações.
Assim, um sistema de informação eficaz deve produzir informações
realmente necessárias, confiáveis, em tempo hábil e com custo condizente, atendendo
aos requisitos operacionais e gerenciais da tomada de decisão; ter por base diretrizes
capazes de assegurar a realização dos objetivos organizacionais, de maneira simples,
direta e eficiente; integrar-se à estrutura da organização e auxiliar na coordenação das
diferentes unidades organizacionais; ter um fluxo de procedimento (interno e externo ao
processamento) racional, integrado, rápido e de menor custo possível; contar com
dispositivos internos que garantam a confiabilidade das informações de saída e
adequada proteção aos dados controlados pelo sistema; ser simples, seguro e rápido
em sua operação (LAUDON e LAUDON, 1999).
45
As principais aplicações de software que realmente estão fazendo a
diferença no dia-a-dia dos negócios definem-se:
¾ RR (abordagem para atender a demanda do cliente, fornecendo a
quantidade, a variedade e a qualidade certa no momento certo e pelo
preço certo);
¾ EDI (do inglês Eletronic Data Interchange, intercâmbio eletrônico de
dados - Sistema usado para coletar informações das mercadorias nos
pontos de venda a partir do código de barras);
¾ MRP (do inglês Material Requeirements Planning - sistema usado
para planejar de maneira lógica estoque e materiais);
¾ VMI (do inglês Vendor-Managed Inventory - sistema de informações
usado para acionar pedidos de reabastecimento);
¾ ECR (do inglês Efficient Consumer Response - sistema de resposta
eficiente ao consumidor, Integração entre a cadeia de suprimento com
o gerenciamento da demanda);
¾ ERP (do inglês Interprise Resource Planning - sistema de controle
dos negócios e custos reduzidos, que surgem de um fluxo mais rápido
de dados e de integração virtual dos processos);
¾
WMS (do inglês Warehouse Management System - sistema para
administrar
os
fluxos
físicos
de
recebimento,
armazenagem,
separação e expedição de mercadorias);
¾
Internet (visão ampla da demanda do cliente no final da cadeia de
suprimento, utilizando dados compartilhados);
46
¾
B2B (é a formação de comunidades comerciais on-line via Internet).
(HARRINSON e HOECK, 2003, p. 322-324).
Dos aplicativos ou softwares destacam-se:
MRP
(Material
Requirement
Planning)
-
esta
ferramenta
traduz
o
planejamento de produção de vendas na necessidade de materiais, de forma a
transformá-los à medida que estes conjuntos, subconjuntos e componentes fossem
necessários. O conceito de MRP foi ampliado, evoluindo para MRP II (Manufacturing
Resources Planning) ou Planejamento de Recursos de Produção (CHOPRA e MEINDL,
2003).
O MRPII estendeu o seu conceito para as áreas de Engenharia,
Contabilidade, Finanças, Recursos Humanos, Planejamento da Distribuição e
Transporte, Gestão de Projetos, Qualidade, Manutenção, etc., representando uma
completa gama de atividades dentro do cenário de negócios da empresa (NETO, 2002).
O ERP (Enterprise Resource Planning) ou Planejamento de Recursos da
Empresa é responsável pela gestão de toda a cadeia Logística, desde o cliente até o
fornecedor, passando pelo planejamento finito de produção, planejamento da Logística e
de distribuição, transportes, etc. Em resumo, planejando e controlando as entidades
internas e externas da companhia (CHOPRA e MEINDL, 2003).
O EDI (Eletronic Data Interchange) consiste numa rede privada estabelecida
entre comprador e vendedor de forma a trocar informações em relação à compra e
venda de produtos (RICARTE, 2003: 82).
Pode-se se afirmar ainda que, EDI é um tipo de sistema interorganizacional
(IOS), que automatiza os procedimentos efetuados entre duas ou mais empresas.
Envolve a troca eletrônica de dados entre parceiros de negócios, usando padrões
47
computadorizados, permitindo que os dados sejam transmitidos sem haver redigitação
de uma aplicação para outra (NETO, 2002, p. 49).
Por outro lado, o EDI apresenta algumas desvantagens. Este sistema
significa altos investimentos para cada empresa participante, pois os custos de
implantação são repetidos para cada instalação, ou seja, se uma empresa estabelece
relações comerciais com 50 outras empresas, seriam necessárias à instalação de 50
estruturas de EDI (RICARTE, 2003, p. 104).
O EDI está migrando para a Internet, que oferece uma maneira simples de
comunicação entre empresas ou com clientes, exigindo um investimento relativamente
pequeno (SIMCHI-LEVI et al , 2003).
No ínicio desta década, as empresas passaram a conhecer melhor uma nova
tecnologia que desempenhava a mesma função do EDI (troca de informações
interorganizacionais),
com
menores
custos
de
operação
e
complexidade
de
implantação. Esta nova tecnologia era a Internet. Com o surgimento e propagação da
Internet nas empresas, todos os aspectos negativos do EDI, relacionados anteriormente,
foram minimizados ou neutralizados, enquanto que os aspectos positivos foram
maximizados.
As vantagens da Internet sobre os sistemas EDI são: pode ser acessada por
todos; transmite mais informações; oferece mais visibilidade, capacitando aos membros
da cadeia tomarem melhores decisões; a comunicação é mais fácil porque a infraestrutura padrão (www) já existe; não exige uma conexão dedicada entre a empresa e o
cliente. Motivadas por tais vantagens, a Internet passou a ser a opção mais viável para
a troca de informações entre as empresas, desbancando a preferência pelos sistemas
EDI (CHOPRA e MEINDL, 2003).
48
As principais transações realizadas no comércio eletrônico (Internet) são as
seguintes: (B2C) Comércio Eletrônico Business-to-Consumer: envolve transações de
varejo com compradores individuais; (B2B) Comércio Eletrônico Business-to-Business :
envolve transações eletrônicas
intreorganizações; e (C2C) Comércio Eletrônico
Consumer-to-Consumer: envolve consumidores vendendo diretamente a outros
consumidores (LAUDON e LAUDON, 2001).
A utilização de novas tecnologias é reconhecidamente um fator relevante
para atingir a melhoria da competitividade e o incremento das inovações, onde a TI
desempenha um papel fundamental, uma vez que os equipamentos e programas de
computador permitem que as empresas desenvolvam novos produtos ou melhorem os
existentes, além de propiciar também o ambiente favorável para a mudança dos
processos de trabalho (FONSECA et al, 2004).
Neste capítulo foi apresentado à aplicação dos sistemas de informações e
equipamentos de TI na logística em seus processos. O capítulo a seguir abordar-se-á o
tema sobre a indústria moveleira, seu historico e importância no contexto nacional.
49
5 .A indústria moveleira
A indústria moveleira no Brasil produzia mais de 90% do consumo interno de
móveis. Este desempenho resultava da chegada de imigrantes estrangeiros no final do
século XIX e, principalmente, da I Guerra Mundial que interrompeu as importações e
possibilitou assim a criação de muitas indústrias. O mobiliário deste período era
baseado em modelos que faziam sucesso no exterior, em particular na Europa. A partir
dos anos 50, surgem as primeiras tentativas de se criar um estilo de móveis
genuínamente brasileiro, o que se consolidou somente muitos anos depois. Apenas na
década de 90, a indústria moveleira assumiu sua posição de destaque no mercado
nacional (FIEC, 2001).
5.1.A indústria moveleira no Brasil
A indústria brasileira de móveis é formada por mais de 16.000 micros,
pequenas e médias empresas que geram aproximadamente 195.000 empregos, sendo
a maioria empresas familiares e de capital nacional, localizando-se principalmente na
região centro sul do país, constituindo em alguns estados, pólos moveleiros, a exemplo
de: Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; São Bentos do Sul, em Santa Catarina;
Arapongas, no Paraná; Mirassol, Votupuranga e São Paulo, em São Paulo; Ubá, em
Minas Gerais e Linhares, no Espírito Santo. O faturamento no ano de 2003 foi de US$
3,5 bilhões (ABIMÓVEL, 2004).
O PIB percapita foi de R$ 8.565,00 uma vez que a estimativa da população
residente no país calculada pelo IBGE foi de 176,9 milhões de habitantes em 2003. A
50
variação anual de preços, pelo deflator implícito do PIB a preços de mercado, em 2003,
alcançou 12,8% (ABIMÓVEL, 2004).
A preocupação com a cadeia industrial como um todo, ou seja, incluindo
desde os fornecedores de matéria-prima, passando pelos processadores intermediários,
até o fabricante final do móvel revela ainda um potencial inexplorado pelo Brasil, que
poderá ter impacto positivo na competitividade das exportações nacionais. Os
investimentos visando ao uso múltiplo de florestas plantadas têm potencial para gerar
efeitos que possam alavancar a produção moveleira, com resultados positivos sobre o
emprego, já que é um setor intensivo em mão-de-obra (GORINI, 2000, p.11).
A indústria brasileira de móveis é muito fragmentada e caracteriza-se
principalmente por dois aspectos: elevado número de micro e pequenas empresas, em
um setor de capital majoritamente nacional, e grande absorção de mão-de-obra
(GITAHY e ROESE, 2003).
Com o aumento, nos últimos anos, das exportações, a indústria desenvolveu
significativamente a sua capacidade de produção e apurou a qualidade de seus
produtos. Tecnologias avançadas, matérias-primas sofisticadas e produtos de
qualificados têm pautado a produção da indústria moveleira no Brasil (ABIMÓVEL,
2004).
Em que pese à tecnologia já ser muito difundida e acessível, a estreita
cooperação entre as indústrias de móveis e de máquinas – como ocorre em alguns
países da Europa – permite uma constante atualização da base técnica. Não obstante,
cabe enfatizar a grande diversidade no grau de atualização tecnológica das empresas
moveleiras (GORINI, 2000).
Como o processo produtivo não é contínuo, a modernização, muitas vezes,
pode ocorrer apenas em determinadas etapas da produção. Em algumas fábricas,
51
portanto, é possível que máquinas modernas coexistam com máquinas obsoletas
(GORINI, 2000, p.52-53).
5.2. A Indústria Moveleira do Ceará
O setor moveleiro do Ceará deve ser tratado como um conjunto de indústrias
de porte variado, com critérios de gestão muito diferentes entre si, sobretudo no que diz
respeito às atividades relacionadas à comercialização. Por exemplo, existe uma
razoável concentração na produção de móveis residenciais de madeira maciça,
direcionados a públicos diversos, revelando sofisticação nas lojas situadas em Fortaleza
- CE, equiparável aos grandes centros do país (FIEC, 2001). No ano de 2000, a cadeia
produtiva como um todo faturou aproximadamente R$ 21,9 milhões (IPECE, 2004).
Com relação à capacidade produtiva mensal, esta se concentra em 10
municípios: Fortaleza, Jaguaribe, Iguatú, Maracanaú, Independência, Eusébio, Marco,
Morada Nova, Santana do Acaraú e Bela Cruz, representando 95,1%, totalizando
232.755 peças/mês (FIEC, 2001)
Os produtos de maior representatividade são: cadeiras decorativas, salas de
jantar, sofás, dormitórios, armários para cozinha e móveis contratados. A forma de
produção adotada depende diretamente do volume de encomendas, pois a produção em
série é utilizada por 24% das empresas do setor (GORINI, 2000).
A Indústria moveleira cearense apresenta um nível de utilização da
capacidade instalada de aproximadamente de 59%, indicando que o setor apresenta
uma força produtiva ociosa de 41% (SANCHO et al, 2002, p.14).
A cadeia produtiva é composta por materiais primários: madeira maciça,
compensados, aglomerado, MDF (Medium Density Fiberboard) conhecida como
52
madefibra (restos de madeira de eucalipto, tratado e prensado, é utilizada nos fundos de
gavetas e nas laterais dos móveis).
Os materiais secundários classificam-se em: máquinas, ferramentas ,
metalurgia, tintas , adesivos, abrasivos, palha natural, granitos e pedras, tecidos, vidros,
couro, espuma, fórmica, palha sintética, acrílico e as embalagens (IPECE, 2004).
A Figura 4 representa a cadeia produtiva do setor.
FERRAMENTAS
MÁQUINA
(INSTRUMENTOS
PREGOS,
PARAFUSOS)
METALÚRGICA
(dobradiças)
TINTAS
CORANTES
SOLVENTES
ADESIVOS
ABRASIVOS
MACIÇA
COMPENSADO
PARTES
EMBALAGENS
Papelão, caixas,
engradadosde
madeira e
plásticos
MÓVEIS
Salas de
jantar,
dormitório
MONTAGEM
cadeiras
decorativas
MADEIRA
AGLOMERADO
MDF
PALHA NATURAL
TECIDOS
VIDROS
DESIGN
COURO
GRANITO
ESPUMA
PALHA SINTÉTICA
FÓRMICA
ACRÍLICO
Figura 4. Cadeia Produtiva do Setor Moveleiro. Fonte: IPECE, 2004.
A matéria-prima básica utilizada pelos moveleiros cearenses é a madeira
maciça (principalmente tauri) secada ao ar livre ou em estufa, de espécies nativas
provenientes dos estados do Amazonas e Pará. Verifica-se também, em menor escala,
o uso de espécies de florestas plantadas como pínus (dos Estados de Minas Gerais e
Santa Catarina) para estruturas de estofados e a introdução da madeira de eucalipto,
53
como alternativa mais resistente em substituição ao pínus. Verifica-se também o uso
restrito de chapadura para fundos de armários, roupeiros e fundos de gavetas, MDF e
chapas compensadas para espelhos de sofás e cadeiras (IPECE, 2004, p.2-10).
5.3.O pólo moveleiro de Marco-Ce
O pólo industrial especializado em mobiliário e sediado na cidade de Marco CE, é recente, datando de 1996. O município oferece produção de mobília de vários
segmentos, para as classes popular e média, utilizando também outros materiais, além
da madeira maciça. Atualmente, o setor já é visto com importância para a economia
local. Do PIB (Produto Interno Bruto) de 2000 (R$ 29.524.216,00), a indústria moveleira
no município, representa 10,92% (CAMPOS e LEAL, 2004).
A implantação do pólo moveleiro de Marco seguiu orientação técnica muito
sólida, o que permitiu que todas as indústrias locais tenham se organizado em termos
de maquinário e de layout de produção, ainda que existam diferenças de porte e do grau
de investimentos financeiros nas empresas (SANCHO et al, 2002, p. 27).
A produção se concentra, sobretudo em móveis de madeira maciça, nos
quais é intensamente utilizado o Tauri, procedente de Belém do Pará. A reduzida
produção de móveis retilíneos de painéis de madeira se vale de chapas de compensado
ou de MDF (Mediur Density Fiberboard) adquiridas diretamente do Paraná. Associado à
madeira são utilizados ainda alguns poucos materiais, como o aço inoxidável que
substitui o ferro cromado e vidro. Não existe nenhum investimento na diversificação do
tipo de madeira maciça (FIEC, 2001).
Em relação ao design de produtos, a grande problemática do setor é a falta
de diferenciação. Cada segmento é muitas vezes comum a muitos fabricantes diferentes
e semelhantes a um padrão nacional do produto que busca não agregar valor. Este
54
padrão é constantemente orientado no sentido da eliminação de custos, tentando atingir
o menor custo de produção (FIEC, 2001).
Basicamente, o mercado de destino desses produtos é Norte e Nordeste,
destacando-se algumas empresas que vendem para todo o Brasil e também exporta
para EUA e Europa. A distribuição é feita para o mercado interno através de
representantes e, principalmente de estabelecimentos comerciais, muitas vezes próprios
para a venda de produtos exclusivos e de outras marcas (ABIMÓVEL, 2002).
O setor é caracterizado por forte empreendedorismo. Há um mercado
promissor de móveis na região e estima-se que 70% da produção são consumidos no
Nordeste, e se inovados no deseign, poderão ter preços mais competitivos, chegando
inclusive a aumentar suas exportações.
55
6.Metodologia
O presente capítulo tem como objetivo principal descrever e caracterizar a
pesquisa realizada, bem como explicar os passos metodológicos utilizados. Para tanto,
os propósitos e pressupostos da pesquisa são apresentados, para em seguida
classificá-la de acordo com os métodos científicos. Na última parte do capítulo, a
amostra é caracterizada com o objetivo de tornar claras as empresas pesquisadas.
6.1.Problemática e objetivo
Conforme exposto na parte introdutória deste trabalho, a problemática da
pesquisa gira em torno da utilização da TI nos processos logísticos de empresas
pertencentes ao pólo moveleiro de Marco-Ce. Dessa forma, a grande questão da
pesquisa é:
Como as empresas do setor moveleiro têm utilizado a Tecnologia da
Informação em seus processos logísticos?
Para tanto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o grau de utilização
da TI na Logística de empresas fabricantes de móveis que estão localizadas na região
de Marco-Ce.
6.2.Pressupostos
A pesquisa partiu dos seguintes pressupostos:
56
•
As empresas do pólo moveleiro de Marco-Ce faz pouco uso da TI nos
seus processos logísticos.
•
O principal problema na adoção de tecnologias está na falta de cultura
e preparo dos profissionais que gerenciam estas empresas.
6.3.Classificação da pesquisa
Com relação ao presente trabalho, a pesquisa realizada consistiu em um
estudo teórico-impírico, com uma base bibliográfica e um estudo de campo.
Com relação à pesquisa bibliográfica, esta foi conduzida através da análise
de várias fontes de pesquisa e teve como objetivo principal conhecer e analisar as
contribuições existentes sobre o tema abordado (CERVO e BERVIAN, 1996).
Este
tipo
de
pesquisa
envolveu
levantamentos
através
de
fontes
secundárias, com conhecimento original, dos quais incluem os materiais publicados em
livros, revistas, artigos científicos, redes eletrônicas, projetos de análise setorial,
realizado pelo IPECE - Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará e FIEC –
Federação das Indústrias do Estado do Ceará.
Com relação ao estudo de campo, este pode ser classificado como sendo
descritvo, essencialmente qualitativo, com a utilização de técnicas de estudo de caso.
O caráter descritivo se deve ao fato do estudo ter o objetivo de descrever e
analisar um fenômeno, no presente caso, a utilização da Tecnologia da Informação na
Logística em empresas do setor moveleiro. Assim, não consiste no foco da pesquisa
tentar modificar a realidade constatada (CERVO e BERVIAN, 1996; VERGARA, 1997).
O caráter qualitativo da pesquisa se deveu ao fato da mesma não utilizar
nenhuma técnica estatística ou matemática para analisar os fatos, mas sim um conjunto
57
de variáveis subjetivas que respondem a questões particulares de cada empresa
analisada, permitindo assim uma maior profundidade com relação às análises efetuadas
(MINAYO, 1993).
A pesquisa qualitativa caracteriza-se também por partir de alguns
pressupostos, que foram enumerados no início do presente capítulo. As suposições são
mais associadas a este tipo de pesquisa, pois não implicam testagens, mas sim apenas
confirmação ou não, via mecanismos não estatísticos (VERGARA, 1997).
Assim não foram empregados elementos estatísticos para análise dos dados.
Houve uma preocupação em entender os fenômenos segundo as perspectivas dos
participantes da situação estudada para, a partir daí, situar a interpretação do
pesquisador (NEVES, 1996).
Por fim, optou-se por utilizar a estratégia do estudo de caso múltiplo como
técnica de pesquisa. O estudo de caso consiste em uma investigação detalhada de uma
ou mais organizações, ou grupos dentro de uma organização, com vistas a prover uma
análise do contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em estudo, com foco
voltado para o fenômeno e seu contexto (VERGARA, 1997).
6.4.Procedimentos metodológicos
Conforme já foi explicado, o presente trabalho teve umas etapas teóricas,
caracterizadas principalmente pela pesquisa bibliográfica, e outra etapa impírica,
caracterizada principalmente pelo estudo de campo.
O desenvolvimento do estudo de campo obedeceu a uma série de passos
metodológicos que vai desde o planejamento, passando pela coleta de informações,
finalizando com o processo de interpretação e redação das entrevistas. Estes passos
serão explicados a seguir.
58
6.4.1.Planejamento
A fase de planejamento da pesquisa qualitativa envolve uma série de
questões que tem como objetivo identificar o que se deseja focalizar. Para tanto, é
preciso que o pesquisador faça uma leitura preliminar intensiva para construir uma
consistência maior sobre o tema e, conseqüentemente, formalizar as suas crenças e
pressupostos com relação a determinado assunto (ZANELLI, 2002). Com relação ao
presente trabalho, conforme foi explicado, houve uma leitura inicial sobre o tema, que foi
necessário para estabelecer os pressupostos da pesquisa.
6.4.2.Coleta de informações
Uma vez estabelecidos os objetivos e pressupostos da pesquisa, partiu-se
para a fase de coleta de informações. Para tanto, utilizou-se a técnica de entrevistas
com base em um questionário aberto e semi-estruturado.
A utilização da técnica de entrevista para este trabalho é justificável uma vez
que, em se tratando de um estudo de caso qualitativo, onde se procurou analisar as
respostas dos pesquisados, a presença física do pesquisador é fundamental, pois foi
possível avaliar aspectos contextuais que não seriam possíveis através de outras
técnicas (VERGARA ,1997).
As entrevistas foram realizadas principalmente com os proprietários das
empresas, porém, alguns questionamentos mais específicos, que requeriam um nível
maior de profundidade, foram feitos aos gerentes da área de tecnologia e Logística.
Com o objetivo de aproveitar ao máximo as respostas fornecidas, todas as entrevistas
foram gravadas.
59
É possível afirmar também que as entrevistas foram realizadas com base em
pautas, pois o entrevistador-pesquisador relacionou vários pontos a serem abordados
com os entrevistados (VERGARA, 1997).
Estes pontos seguiram um roteiro determinado por um questionário semiestruturado, o que se denominou de protocolo de pesquisa (Apêndice 1). O referido
protocolo foi dividido em pautas, que foram constituídas de perguntas abertas, pois o
objetivo foi obter respostas livres do entrevistado (CERVO e BERVIAN, 1996).
6.4.3.Tratamento das informações
A etapa seguinte do estudo de campo consistiu no tratamento dos dados e
informações coletadas. Neste aspecto cabe relembrar que foi dada uma ênfase no
tratamento qualitativo dos dados, onde se procurou também codificar e apresentá-los de
forma mais estruturada com o objetivo de analisá-los (VERGARA, 1997).
Com relação a interpretação e análise das entrevistas, o procedimento de
tratamento empregado para os dados obtidos foi o de análise do discurso. Esta técnica
de análise inscreve-se numa sociologia do discurso e procura estabelecer ligações entre
a situação (condições de produção) na qual o sujeito se encontra e as manifestações
semântico-sintáticas da superfície discursiva (BARDIN, 1977 apud MAIA et al, 2003).
6.4.4.Redação dos relatórios de estudo de caso
Por fim, após a realização das entrevistas e suas respectivas análises, faz-se
necessária à redação dos relatórios dos estudos de casos.
O ato de escrever é recorrente, porque exige revisões e sucessivas versões.
Ao escrever, o pesquisador deve ter cuidado de levar o leitor a entender a lógica que
articula os pressupostos, os conceitos e os dados, em interpretações claras e coerentes.
Assim, o relatório de estudo de caso para a presente pesquisa será do tipo linear, uma
60
vez que este tipo de estrutura é a ideal para pesquisas científicas como a que está
sendo apresentada (YIN, 2001).
6.5.Escolha das empresas participantes
A escolha das empresas participantes da pesquisa levou em consideração
alguns aspectos, principalmente com relação à área geográfica e o tamanho das
empresas.
Com relação à área geográfica, optou-se por escolher a cidade de Marco-CE
em função de comportar um grande número de indústrias do setor moveleiro e ao
mesmo tempo em que às pesquisas com este fim são raras nesta região.
Com relação ao tamanho das empresas optou-se por escolher empresas de
portes diferentes, ou seja, pequeno, médio e grande porte. As micro-empresas foram
desconsideradas no presente estudo em função das mesmas ainda se encontrarem em
um estágio pouco avançado sob o ponto de vista tecnológico.
Para classificar estas empresas, utilizou-se a metodologia do SEBRAE
(2005) que leva em consideração o número de funcionários para estabelecer o tamanho
das empresas. O quadro 1apresenta esta classificação.
PORTE
Microempresa
Empresa de Pequeno Porte
Empresa de Médio Porte
Empresa de Grande Porte
EMPREGADOS
Até 09 empregados
De 10 a 49 empregados
De 50 a 99 empregados
Mais de 99 empregados
Quadro 1. Tamanho das empresas de acordo com o número de funcionários. Fonte: SEBRAE
(2005).
Considerando a classificação proposta, é possível observar, através da
comparação com o Quadro 2 que a maioria das empresas são de médio e grande porte,
61
pois empregam acima de 50 funcionários. Em se tratando desta variável, é possível
observar que, juntas, estas empresas empregam aproximadamente 654 pessoas, o que
é bastante considerável, levando em consideração a região do entorno destas
empresas.
Empresas
Classificação
Nº de empregados
E1
E2
E3
E4
E5
Grande
Grande
Média
Média
Pequena
288
173
91
62
40
Produtos fabricados
Estofados
Dormitórios
Sala de Jantar
Cama, roupeiro, cômoda ,armário cozinha
Salas de jantar e cadeiras de aproximação
Quadro 2. Composição de amostra da pesquisa. Fonte: Os autores (2004).
Conforme foi possível observar ao longo deste capítulo, a pesquisa foi
conduzida através de rigoroso método científico, que envolveu inicialmente uma
pesquisa bibliográfica, seguida de uma pesquisa impírica de campo.
A pesquisa de campo foi desenvolvida através de técnicas qualitativas, onde
preponderou a análise descritica por meio do estudo de caso.
As técnicas de coletas de dados utilizadas foram a entrevistas com a
aplicação de questionário semi-estruturado e a análise das informações se deu
utilizando a análise de discurso.
A amostra obedeceu a critérios não probabilísticos, onde preponderou o local
onde as empresas estão instaladas e o tamanho das mesmas.
O próximo capítulo tem como objetivo apresentar os resultados dos estudos
de caso.
62
7.Apresentação dos resultados
O objetivo principal deste capítulo é apresentar os resultados da pesquisa.
Conforme explicado anteriormente, o estudo de campo obedeceu a uma série de passos
metodológicos, com o objetivo de selecionar, entre a população de 13 empresas
pertencentes ao pólo moveleiro localizado na cidade de Marco-CE, aquelas que estão
em estágio avançado em relação a TI.
Esta etapa objetivou a seleção das empresas que farão parte do estudo de
caso desenvolvido a seguir. A pesquisa de campo foi desenvolvida através de técnicas
qualitativas, onde preponderou a análise descritiva.
Os resultados da pesquisa foram apresentados por empresa onde, para cada
caso, analisarão os seguintes aspectos: histórico (principais produtos e mercado); as
aplicações; os benefícios; e as perspectivas de utilização da TI na Logística.
O próximo capítulo abordará os resultados dos estudos de casos, onde serão
analisados.
6.1. Caso 1 (E1)
A primeira empresa analisada, considerada a maior indústria do pólo
moveleiro de Marco-Ce. com aproximadamente 288 funcionários, abrange o mercado
nacional (regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste) e internacional (Porto Rico, Miami e
Alemanha). Possui 30 lojas distribuídas nas regiões supracitadas.
63
Com uma planta industrial construída no município, esta empresa se
especializou na fabricação de estofados (sofás e poltronas). Sua capacidade produtiva é
de aproximadamente de 4,2 mil peças/mês.
Possui estrutura organizacional familiar com profissionais capacitados nas
suas áreas de atuação. Apresenta setores bem definidos na composição de seu
organograma, principalmente nas áreas: Administrativa -Financeira e Marketing.
Existe formalização na área de Logística, mas a empresa considera que seus
processos logísticos ainda não atingiram o grau de satisfação desejado, haja vista a
dificuldade de mão-de-obra especializada.
Considerando a estrutura logística, esta é composta pelas áreas de compra,
armazenagem, transporte e distribuição que desempenham em conjunto uma série de
atividades.
A empresa não possui um setor específico de TI e utiliza os profissionais que
operam em seu centro de Processamento de Dados para a criação e implantação de
sistemas de acordo com suas necessidades, usando os recursos de que dispõe e na
aquisição de programas existentes no mercado.
O centro de processamento de dados é onde estão alocados os seus
profissionais de TI , mas percebe-se que suas responsabilidades são abrangentes, o
que impossibilita dedicação absoluta nesta área de desenvolvimento tecnológico da
informação impactando os processos.
Verificou-se a utilização de um sistema que programa a produção e as
necessiddes de materiais, ou seja, um MRP (do inglês Material Requirements Planning).
Elaborado através da previsão da demanda futura e das liberações das ordens de
reposição, este sistema serve para calcular eficientemente que materiais são
necessários, quando são necessários e em que quantidade mais econômica. Com a
64
implantação deste sistema a empresa obteve bons resultados quanto ao planejamento
de seu estoque.
No que se refere à área de compra e aquisição, foi verificado que a empresa
utiliza um sistema VMI (do inglês Vendor-Managed Inventory) em seus pedidos de
reabastecimento. Este sistema permite a comunicação eletrônica diretamente com sites
especializados ou com os próprios sites de fornecedores, facilitando os processos de
compras de materiais. O programa possibilitou a aquisição de produtos com custos
reduzidos, agilidade no ciclo de entrega e melhoria no planejamento.
Com relação ao uso da Internet, a empresa já incorporou um sistema que
forma comunidades comerciais on line através de um portal B2C (Business to
Consumer), comunicação entre empresa e consumidores. Programa composto por um
completo gerenciamento de pedidos.
As vendas nas lojas são monitoradas instantaneamente através de um
sistema denominado PV – Ponto de Venda. Segundo o profissional de TI da empresa,
que foi quem desenvolveu a ferramenta, no momento em que uma unidade de um
determinado produto é vendida na loja, o pessoal da fábrica tem como visualizar esta
informação em fração de segundos, permitindo uma melhor programação de produção.
Com a implantação deste programa a empresa agilizou o processo de ressuprimento de
seus produtos nos pontos de vendas.
Com relação aos equipamentos utilizados na Logística, constatou-se a
existência de computadores (rede interligada aos setores essenciais como: produção,
armazenagem, transportes e áreas afins); coletores de dados (código de barras que
permitem controlar a entrada, movimentação e saída dos produtos) e palmtop (utilizados
pelo setor de vendas para coletar e transmitir pedidos).
65
A Tecnologia da Informação possibilitou a melhoria da eficiência por
intermédio dos processos e qualidade de serviços, tornando-se fator primordial para a
estratégia competitiva da empresa. Com sua utilização, foi possível detectar melhor
produtividade da mão-de-obra, maior lucratividade, aumento do nível de serviço,
facilidade de comunicação entre clientes e fornecedores, agilidade nas negociações e
tomada de decisões.
Em constante processo de evolução, a empresa pretende investir em 2005
em novas aquisições ligadas a TI, como por exemplo, a implantação do programa
denominado Delphi versão 2005, que possibilitará o acesso dos fornecedores via
Internet, no controle de matéria-prima e material de consumo.
Com esta ferramenta, os orçamentos serão remetidos para coleta de preços
e conforme aprovação serão faturados automaticamente, sem a necessidade de
sobrecarregar o setor de compras. Atualmente este sistema é feito pelo EDI, que é uma
ferramenta mais cara que a Internet.
Não existe formalização do setor de TI na empresa, mas apesar desta
deficiência, é dotada de equipamentos e programas de software que auxiliam no
desenvolvimento de seus processos logísticos, bem como a aplicabilidade da tecnologia
da informação.
3.2. Caso 2 (E2)
Atuando no mercado desde 1997, a empresa é conhecida pela liderança que
exerce no comércio exterior, vendendo aproximadamente 99% de sua produção, de 3,6
mil peças/mês, para os Estados Unidos, Caribe, México e Itália. Com relação ao
mercado interno, é objetivo da empresa aumentar sua participação em 25% nos
próximos 3 anos.
66
A empresa analisada emprega atualmente 173 funcionários e a sua linha de
produção está direcionada a fabricação de móveis para dormitórios (camas, cômodas,
guarda-roupas, consoles-cabeceira e molduras para espelhos). Atualmente a empresa
fatura em torno de US$ 280 mil por mês.
Empresa de administração familiar, sua estrutura dispõe de profissionais
específicos nos principais setores operacionais: Compras, produção (conta com
profissional
encarregado
desde
a
confecção
do
protótipo
do
produto,
seu
desenvolvimento até seu embarque), armazenagem, transportes e distribuição.
Possui uma área de Logística formalizada e preocupa-se com seu
funcionamento pleno e eficiente, pois 90% da sua produção destina-se a um público
exigente e pontual, que é o comércio exterior, atuando principalmente nos EUA e Itália.
Percebeu-se que a empresa tem como objetivo a instalação futura de um
setor direcionado a TI, com profissionais capacitados centralizados no objetivo principal,
mas devido às oscilações economicas o projeto foi adiado. Apesar de não haver um
setor de TI formalizado, a empresa tem um setor de CPD, onde os profissionais lá
alocados desenvolvem as funções de monitoramento e manutenção de computadores.
Com relação aos investimentos em TI, os entrevistados afirmaram que a
empresa fez poucos investimentos nos últimos anos. Destes investimentos, a maior
parte foi direcionada para a aquisição de sistemas integrados que melhoraram os
processos logísticos.
Em novembro de 2003, foram desenvolvidos e implementados programas
próprios, criados pelos profissionais de TI externos, que permitiram o acesso de
informações internas abrangendo as áreas: financeira, contabilidade, faturamento,
cadastros de clientes e fornecedores.
67
Atualmente encontra-se em processo de implantação o SIP - Sistemas
Informatizado de Produção, abrangendo as áreas de corte, fabricação, pintura,
embalagem e expedição.
Com relação a outras aplicações de software ligado à área de Logística, a
empresa pretende desenvolver um estudo aprofundado em relação aos sistemas de
informações integradas de TI existentes no mercado a fim de adquirir programas que
facilitarão seus processos.
Cogitou-se a possibilidade de utilizar códigos de barras na expedição de
produtos acabados e em estoques de matérias-primas, mas como a empresa estava
focada na venda externa, o investimento não foi aprovado. Segundo o próprio diretor de
Logística, embora todos estejam cientes de que o código de barras é importante para o
controle de estoques, não houve ainda a possibilidade de implantação em função de
outras prioridades.
Percebeu-se que a empresa considera a Internet uma poderosa ferramenta
da TI, em toda a sua cadeia de negócios. Isso se deve principalmente pelo fato desta
ferramenta apresentar várias oportunidades para a empresa.
Segundo o diretor industrial da empresa, com relação à Logística, a Internet
facilitou os processos em diversos aspectos. A troca de informações com clientes e
fornecedores foi facilitada após o uso de ferramentas de intercâmbio de dados. Com
isso, os custos processuais são reduzidos ao mesmo tempo em que se ganha agilidade.
O fato do uso da Internet ser uma prioridade para a empresa em questão se
deve principalmente aos clientes que ela atende, que são, na grande maioria,
estrangeiros. Assim, um sistema que possa coletar pedidos e repassar informações para
a produção e Logística facilita muito a operacionalização, permitindo um nível de serviço
melhor.
68
Percebeu-se que os profissionais ao executarem suas funções dentro do
setor de sua competência são treinados dentro da própria empresa para manuseiar seus
computadores e aplicativos. Existe a preocupação que o fluxo de informações dentro da
empresa sejam tratadas com importância.
Apesar de sua localização geográfica e limitação de pessoal capacitado na
mão-de-obra, a organização possui visão voltada para o crescimento de suas
atividades, excelência no atendimento e satisfação de seus clientes. Necessitando
incrementar, urgente, os investimentos na área de TI, proporcionando um diferencial no
mercado atuante.
6.3. Caso 3 (E3)
Fundada em outubro de 1993, a empresa iniciou suas atividades produzindo
apenas cadeiras pré-fabricadas e hoje distribui salas de jantar (cadeiras de aproximação
e mesas) para região Norte e Nordeste.
Com uma capacidade produtiva instalada que permite uma produção de 2,9
mil peças/mês, a empresa emprega atualmente 91 funcionários e fatura em torno de R$
190 mil. O objetivo imediato da empresa está na inserção no comércio exterior,
seguindo a tendência das grandes empresas.
A empresa apresenta características tradicionais de administração familiar,
com certa resistência na aplicabilidade de inovações. Porte médio com instalações na
área de armazenagem que suporta somente sua produção atual, caso haja um
incremento será necessário um espaço maior que tenha condições de suportar os
produtos fabricados. Ainda conta com setor formal de compras, produção, distribuição e
transportes.
69
Não existe na empresa um setor de Logística formalizado que, segundo o
proprietário, se deve ao diminuto tamanho da empresa, que não comportaria um
profissional caro que se preocupasse somente com esta área.
Devido a esses fatores, a Logística fica relegada o segundo plano, uma vez
que os profissionais que estão atualmente nos setores correlatos não possuem
experiências suficientes para ocupar tais atribuições. Com o desdobramento em
diversos setores, não existe um pensamento sistêmico, onde os investimentos
direcionados à Logística sejam pensados de uma forma global e não pontual. Da
mesma forma, nem se cogita a idéia de um setor específico de TI nem de profissionais
formados nesta área.
Com relação aos aplicativos de TI utilizados na Logística, é possível afirmar
que a empresa não tem planos de investir no momento, considera que seus processos
internos, controlados manualmente pelos seus funcionários, são satisfatórios. Possui os
computadores necessários para seu funcionamento e à implantação de sistemas
integrados de informações inexistem.
A Internet é utilizada, mas muito precariamente. A conexão ainda é discada e
a empresa não disponibiliza nenhuma ferramenta de processamento através da Internet.
Atualmente, os pedidos de vendas são enviados através de FAX, sendo os demais
através de telefone ou pessoalmente.
Todos os processos e controles operacionais que envolvem produção,
controle de estoque e faturamento são executados manualmente. Por tratar-se de
empresa tradicional considera que se está dando certo até hoje não será necessário
mudar.
70
Questionado sobre a possibilidade de investimentos futuros em TI e
logísticos, o proprietário da empresa posicionou-se negativamente, pois, segundo ele,
os custos hoje são elevados, o que impossibilita novos investimentos.
Trata-se de administração centralizada com modelo tradicional de gestão.
Por sua aparência estrutural, percebe-se que a empresa não tem interesse na utilização
da tecnologia da informação nos seus processos logísticos e nem de direcionar
investimentos para novas aquisições.
3.4. Caso 4 (E4)
Empresa fundada em 1996, e encontra-se em processo de crescimento. Com
capacidade produtiva de 2,4 mil peças / mês , atuam solidamente na região
Norte/Nordeste, especialmente no Estados do Pará e Amazonas.
A empresa especializou-se na fabricação de móveis para dormitórios (cama,
roupeiro, cômoda) e recentemente incluiu em sua linha de produção armários para
cozinha.
Da mesma forma que as demais, caracteriza-se também por possuir uma
administração familiar. Atualmente conta com aproximadamente 62 funcionários.
Não possui uma área de Logística formalizada, nem tampouco seus diversos
setores estruturados. Por ser de pequeno porte, prefere priorizar para questões voltadas
diretamente à produção, buscando aprimorar o nível de competitividade e focando o
principal objetivo, o consumidor final.
Conta somente com um profissional capacitado que administra a empresa,
responsabilizando-se por todo o seu funcionamento, portanto não existe setor definido.
71
Sua estrutura de armazenagem consiste um galpão medindo 3.600 metros
quadrados onde são desenvolvidos todos os processos de armazenagem, produção,
distribuição e transportes.
Em 2004, a empresa direcionou seus investimentos em TI, com aquisição de
três microcomputadores e a implementação da Internet, por acreditar na transformação
das fronteiras geográficas dos negócios. Segundo o administrador, com a implantação
deste novo mecanismo, houve um ganho de tempo nos processos de compra de
materiais e a comunicação com clientes e fornecedores.
Com a aquisição dos equipamentos (computadores) , a empresa pretende
num futuro bem próximo desenvolver sistemas próprios para melhor direcionar seus
procedimentos logísticos.
Pode-se perceber que, neste momento de transição, a empresa apresenta
um quadro satisfatório com o investimento realizado, principalmente no que diz respeito
à agilidade nos procedimentos logísticos, desde o recebimento dos pedidos até a
entrega do produto acabado. Antes o controle era manual, o que dificultava o acesso a
informações e a tomada de decisões, sem mencionar o fator tempo que onerava a
produção, levando a empresa a manter seu nível de estoque elevado.
Por considerar que a TI possui sistemas de informações com custos altos, a
empresa no momento não oferece condições de investir nesta área. Por enquanto
preocupa-se em explorar as técnicas que a internet pode lhe oferecer.
Empresa de pequeno porte com recursos direcionados a aquisição de
matéria-prima para sua linha de produção. Não possui formalização do setor de TI e a
ferramenta da tecnologia da informação que utiliza atualmente em seus processos
logísticos é a Internet, que segundo o profissional que administra a empresa,
proporciou melhoria acentuada no desenvolvimento de suas atividades.
já
72
3.5. Caso 5 (E5)
Com nove anos de constituição, a empresa possui linha de produção de
salas de jantar (cadeiras de aproximação e mesas de centro e lateral) e iniciou suas
atividades distribuindo para os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Hoje atua no
mercado nacional nas regiões Norte e Nordeste, com planos de exportar a princípio para
a Grécia e África, com capacidade produtiva de 1,9 mil peças/mês e um quadro
funcional de aproximadamente 40 funcionários e de estrutura familiar.
Por trata-se de empresa de pequeno porte, não possui setores defenidos,
funcionando em um galpão medindo 2.300 m2, onde estão instalados a administração,
produção, armazenagem, estoque, distribuição e transportes.
O poder de decisão é exercido de forma centralizada pelo seu proprietário,
que não enfoca os serviços logísticos uma competência básica, até mesmo devido ao
volume de negócios.
Foi verificado durante a visita que a empresa não possui área de Logística
formalizada. Para se ter uma idéia, o estoque é controlado pela entrada e saída. A
contagem é manual.
Apesar de reconhecer que a Tecnologia da Informação tem-se difundido
rapidamente em todo mundo, assumindo um papel cada vez mais estratégico, a
empresa possui metade de seus processos controlados manualmente (a informação
interna transita normalmente devido sua área de atuação ser pequena e de fácil
comunicação), a outra metade auxiliados pela Internet (compras, contato com clientes
e fornecedores etc).
73
O proprietário admite que precisa estar preparado para sobreviver em
ambientes onde os paradigmas são continuamente quebrados e a concorrência surge
dos mais imprevisíveis pontos, com força inesperada.
Conta com dois microcomputadores e, com a implantação da Internet, a
empresa incrementou suas vendas em 20%, agilizou os processos existentes, através
da prestação de serviços pré-venda (consultas) e pós-venda (solução de problemas),
suporte ao cliente, atendimento personalizado, eliminação de barreiras como data,
hora, local e vendedor.
Por estar consciente da importância da TI em seus procedimentos, a
empresa pretende em fevereiro de 2005 elaborar uma pesquisa junto ao mercado no
sentido de tomar conhecimento sobre as ferramentas de TI existentes e sua
funcionalidade.
Acredita-se que a empresa não efetuou nenhum investimento em aplicativos
de TI por indisponibiliade financeira. Segundo o proprietário o setor não tem apoio do
Governo Estadual, não existe nenhum tipo de incentivo no sentido de disponibilizar
linhas de crédito com juros menores. Investimentos em TI são inviáveis, pois além do
custo ser elevado é necessária a aplicação de recursos próprios e neste caso a
empresa opta por aplicá-los em matéria-prima.
Empresa considerada de pequeno porte. Devido ao volume de seus negócios
não foi possível outro investimento em TI, além da aquisição dos computadores e a
implantação da Internet. Seus processos logísticos são feitos manualmente onde as
informações transitam normalmente em função do seu tamanho.
74
8. Considerações finais
Considera-se que a TI é fator determinante na busca de competitividade no
meio empresarial, especialmente nas empresas de pequeno porte. Entretanto, após ter
sido concluído as diversas etapas deste estudo, percebeu-se que a TI ainda não
assume seu papel na maioria das empresas do pólo moveleiro de Marco-CE, cumprindo
muitas vezes a função de mera ferramenta de auxílio na automação dos processos
internos.
Em se tratando da presente pesquisa, foi investigado como está a utilização
da TI na Logística de indústrias do pólo moveleiro de Marco-Ce, de onde foi possível
extrair algumas conclusões.
De maneira geral as empresas pesquisadas encontram-se em estágios
diferentes de informatização, porém aquelas que possuem faturamento mais elevado
apresentam-se mais informatizadas. Observou-se que os microcomputadores são
interligados em rede, total ou parcial, já os programas mais utilizados são básicos, como
os processadores de textos e as planilhas eltrônicas, que atendem principalmente ao
setor financeiro.
Constatou-se que à utilização da Internet não é muito significativa e que na
maioria das vezes seu principal uso é para suporte ao cliente, divulgação e
comunicação, e realização de transação bancária.
A situação atual da Logística é a não formalização. Nas empresas
pesquisadas percebeu-se que a Tecnologia da Informação não se encontra em sua
competência básica, portanto não faz parte de uma estratégia central.
75
Com relação às grandes empresas, constatou-se uma formalização maior de
Logística e investimentos voltados para a área de TI, mas considerados insatisfatórios
devido ao potencial industrial que possuem.
No caso das médias empresas, percebeu-se que existem conhecimentos que
são aplicados nos processos logísticos, mas não se caracteriza como tal, ou seja, as
pessoas que trabalham diretamente ligadas aos setores de produção, armazenagem,
estoque, distribuição e transportes não se consideram corpo integrante dos mesmos.
As pequenas empresas preocupam-se diretamente com a produção,
deixando de lado os investimentos em Tecnologia da Informação e, conseqüentemente,
nem se interessam na aplicabilidade de sistemas que agilizem seus processos
logísticos.
A não utilização da TI na Logística por parte destas empresas traz inúmeros
problemas para a cadeia, com o retardamento das informações no desenvolvimento de
seus processos logísticos.
Acredita-se que ainda exista um bom caminho a ser percorrido na utilização
eficaz da TI nas empresas pesquisadas, de modo que, realmente, possam dar
sustentação às atividades desenvolvidas, auxiliando no planejamento, organização e
desenvolvimento, não só em nível operacional, mas pricipalmente, em nível estratégico.
76
Referências Bibliográficas
ABIMÓVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. Disponível em
http://www.abimóvel.com/panorama/menu/menupanorama2.htm Acesso em
26/11/2004;
ALBERTIN, Alberto L. Evolução do comércio eletrônico no mercado brasileiro. In:
ENCONTRO ANUAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO
EMADMINISTRAÇÃO, 2000, Florianópolis. Anais , Florianópolis: ANPAD, 2000. 1.
CD ROM.
ALBERTIN, Alberto Luiz. DE MOURA, Rosa Maria (org). Tecnologia de Informação.
São Paulo: Atlas, 2004.
ALBERTIN, A.L O Comércio Eletrônico Evolui e Consolida-seno Mercado
Brasileiro. São Paulo: Revista de Administração de Empresas, v.40, n. 4, p. 42-50,
Out./Dez, 2000.
ALMEIDA, Célio P.R.de; MATTAR, Fauze N.Uma análise dos índices de atividades
ligadas às tecnologias de transferências e usos de informações nos processos
logísticos nas indústrias de alimentos do estado de São Paulo - Brasil. . In...
CONSELHO LATINO – AMERICANO DE ESCOLAS DE DMINISTRAÇÃO, 2002.
Porto Alegre. Anais ... Porto Alegre, 2002. 1. CD ROM.
ANDRADE, Célio B. Gonzalez. Análise estrutural da indústria moveleira do Estado
do Ceará. - Federação das Indústrias do Estado do Ceará, 2003.
BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais
e distribuição física. São Paulo: Atlas, 1993.
BALLOU, Ronald H. et al ... Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos:
planejamento, organização e Logística empresarial.4ª.edição-Porto Alegre:
Bookman, 2001.
BANZATO, José Maurício. Armazenagem ainda é necessária. Maio/04. Disponível em
<www.guiadeLogística.com.br> . Acesso em 06/12/04.
BARROSO, Eldésio Queiroga. Estudo do fluxo logístico de informações para
análise e validação do programa operativo de produção de veículos (POP):
um estudo de caso na Fiat Automóveis. Florianópolis, UFSC, Programa de
Pós-Graduação em Engenharia da Produção, 2001. 151 p. Dissertação:
Mestrado em Engenharia de Produção.
BERTAGLIA, Paulo Roberto: Logística e gerenciamento da cadeia de
abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003.
BERTOLUCCI, Cláudio J.; YOSHITAKE, Mariano. Análise dos sistemas de
informação gerencial: um estudo exploratório em empresas calçadistas de
77
Birigui. In ... CONSELHO LATINO – AMERICANO DE ESCOLAS DE
ADMINISTRAÇÃO., 2002. Porto Alegre. Anais ... Porto Alegre, 2002. 1. CD ROM.
BOAR, Bernard H. Tecnologia da Informação. São Paulo: Berkeley, 1999.
BOWERSOX, Donald J. CLOSS, David J. Logística empresarial: o processo de
integração da cadeia de suprimento. São Paulo: Atlas, 2001.
BRODBECK, Ângela F; HOPPENS, Norberto. Operacionalização de um modelo para
o alinhamento estratégico entre os planos de negócio e de Tecnologia da
Informação.In: CONSELHO LATINO – AMERICANO DE ESCOLAS DE
ADMINISTRAÇÃO,.37. , 2002. Porto Alegre. Anais... Porto Alegre. 2002. 1 CD
ROM.
CAMPOS, Fábio; LEAL, Jocélio. Anuário do Ceará. Fortaleza: O Povo/ FIEC, 2004
CAMPOS, Letícia M. Fischer.e SPINOSA, Luiz Márcio. O programa sociedade da
informação como indutor do desenvolvimento tecnológico e social do setor de
TIC no Brasil. In ... CONSELHO LATINO – AMERICANO DE ESCOLAS DE
ADMINISTRAÇÃO, 2002. Porto Alegre. Anais ... Porto Alegre, 2002. 1. CD ROM.
CASTRO, Ronaldo Muniz e FLORES, Dalva Regina. A utilização da informática como
fator de vantagem no gerenciamento da informação nas organizações. In ...
CONSELHO LATINO – AMERICANO DE ESCOLAS DE ADMINISTRAÇÃO, 2002.
Porto Alegre. Anais ... Porto Alegre. 2002. 1 CD ROM.
CAVANHA FILHO, Armando Oscar. Logística: Novos modelos. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 2001.
CERVO, Amado Luiz. BERVIAN, Pedro Alcino. Metodologia Científica. São Paulo:
Makron Books, 1996.
CHOPRA, Sunil. MEINDL, Peter. Gerenciamento da cadeia de suprimento:
Estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
CHRISTOPHER, Martin. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Estratégias para a redução de custos e melhoria dos serviços. Rio de Janeiro:
Pioneira, 1997.
_______ A Logística do marketing. Otimizando processos para aproximar
fornecedores e clientes. São Paulo: Futura, 1999.
COLIN, J. A Logística na Empresa, Rés-Editora, Porto, 1987.
CORNACHIONE JÚNIOR, Edgard B. Informática: para as áreas de contabilidade,
administração e economia. São Paulo: Atlas, 1993.
COSTA, Luciano V. e SIQUEIRA, Mirlene M.M. Avaliação da Fluência em Tecnologia
da Informação. In ... CONSELHO LATINO – AMERICANO DE ESCOLAS DE
ADMINISTRAÇÃO, 2002. Porto Alegre. Anais ... Porto Alegre. 2002. 1 CD ROM.
CRUZ, Tadeu. Sistemas de informações gerenciais: tecnologias da informação e a
empresa do século XXI. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2003.
DE SORDI, José Osvaldo.Tecnologia da Informação aplicada aos negócios.São
Paulo: Atlas, 2003.
78
DI SÉRIO, Luiz Carlos e DUARTE, Luis de C. M. Competindo em tempo e flexbilidade
– casos de empresas brasileiras.. In ... CONSELHO LATINO – AMERICANO DE
ESCOLAS DE ADMINISTRAÇÃO, 2002. Porto Alegre. Anais ... Porto Alegre. 2002. 1
CD ROM.
DIAS, Marco Aurélio. Administração de materiais – Uma abordagem Logística. São
Paulo: Atlas, 1993.
DOLCI, Décio B.; BECKER, João L.; MAÇADA, Antonio C.G. e AUDY, Jorge L.N.
Modelo Geométrico de representação de programas de mudança em
função de atributos da TI. In: XXVIII ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO
NACIONAL DE PÓS – GRADUAÇÃO E PESQUISAS EM ADMINISTRAÇÃO
ANPAD, 2004. Curitiba, Anais ... Curitiba, 2004. 1 CD ROM.
DORNIER, Philippe-Pierre. ERNST, Ricardo. FENDER, Michel. KOUVELIS, Panos.
Logística e operações globais. Textos e casos. São Paulo: Atlas, 2000.
DORNIER, Phillipe Pierre et al ... Logística e operações globais: Texto e casos. São
Paulo: Atlas, 2000.
DWEK, Denise. 25% em dois anos. Revista Exame, São Paulo, ano XXXVIII, n 17, set.
2004.
DRUCKER P.F. As novas realidades.São Paulo: Pioneira 1998.
FAYOL, H. Administração Industrial e Geral. São Paulo: Atlas, 1994.
FIEC - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO CEARÁ. Relatório setor
moveleiro do Ceará. Fortaleza, 2001.
FIEC - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO CEARÁ. Relatório Analítico
do Ceará. Fortaleza, 2001. Disponível em
<http://fiec.org.br/publicacões/jornalfiec/edições/default.asp>. Acesso em 15
nov.2004.
FIGUEIREDO, K.F., FLEURY, P.F.; WANKE, P. Logística e gerenciamento da cadeia
de suprimentos: planejamento do fluxo de produtos e dos recursos. São Paulo:
Editora Atlas,2004 (no prelo).
FLEURY, Paulo F. Vantagens competitivas e estratégicas no uso de operadores
logísticos. Revista TecnoLogística, São Paulo, ano V, n. 46, set. 1999.
FLEURY, Paulo F. WANKE, Peter. FIGUEIREDO, Kleber Fossati (org). Logística
empresarial. A perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.
_______ Logística empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2000.
_______ Vantagens Competitivas e Estratégicas no Uso de Operadores Logísticos.
Logística Empresarial: a perspectiva brasileira. Ed. Atlas S.A., São Paulo, 2000.
FONSECA, Joaquim da Hora Oliveira: PEIXOTO, José Antonio Assunção; XAVIER, L.
de Souza. A competitividade e as inovações pela utilização da prototipam
rápida. In: XXIV ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÂO, 2004,
Florianópolis: ENEGEP, 2004. CD-ROM.
GITAHY, Leda M. Caíra; ROESE, Mauro. Comparação entre empresas de
aglomerações industriais de setores tradicionais: o caso da indústria de
79
móveis de madeira.In: ENCONTRO ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO, 25.2003,
Campinas..Anais... Campinas. 2003. 1 CD ROM.
GOMES, Carlos F.Simões; RIBEIRO, Priscilla C. Cabral. Gestão da cadeia de
suprimentos integrada a Tecnologia da Informação. São Paulo: Pioneira
Thomson Learning, 2004.
GORINI, Ana Paula Fontenelle. A indústria de móveis no Brasil. Curitiba: Alternativa,
2000.
HARRINSON, Alan; HOEK, Remko Van. Estratégia e gerenciamento de Logística.
São Paulo: Futura, 2003.
IPECE - INSTITUTO DE PESQUISA DO ESTADO DO CEARÁ. Cadeia produtiva do
Estado do Ceará. Fortaleza, 2004. Disponível em <http://www.ipecece.gov.br/cadeiaprodutiva.htm>. Acesso em 01 dez.2004.
JAMIL, George Leal. Repensando a TI na empresa moderna. Rio de Janeiro: Axcel
Books do Brasil, 2001.
LAMBERT, D. M, STOCK J. R, VANTINE J. G. , Administração estratégica de
Logística,Brasil Graphics Editora e Artes Gráficas Ltda, S. Paulo, 1999
LAURINDO, Fernando J. Barbin. Tecnologia da Informação: Eficácia nas
organizações. São Paulo: Futura, 2002.
LAUDON, Kenneth C. LAUDON, Jane P. Essentials of management information
systems: organization and technology. New Jersey, 1997.
LUNARDI, G. L.; MAÇADA, A. C. G.; BECKER, J. L. O Impacto da Tecnologia de
Informação (TI) nos Bancos Brasileiros, Americanos, Argentinos, Chilenos e
Uruguaios. In: XXVI ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS
PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO - ENANPAD, 26, 2002, Salvador. Anais...
Salvador: ANPAD, 2002
MAIA, Graziela Zambão Abdian. RIBEIRO, Djeissom Silva. MACHADO, Lourdes
Marcelino. A evolução do conhecimento em administração da educação no
brasil: suas raízes e processos de constituição teórica. In: XXVI REUNIÃO
ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA EM
EDUCAÇÃO, 2003, Poços de Caldas. Anais, Poços de Caldas: ANPED, 2003. CDROM.
MARTENS, Cristina Daí P. e FREITAS, Henrique: Tecnologia da Informação nas
pequenas empresas industriais do Sul do Brasil: Perfil, problemas e Ações. In.
CONSELHO LATINO-AMERICANO DE ESCOLAS DE ADMINISTRAÇÃO, 37., 2002.
Porto Alegre.Anais... Porto Alegre. 2002. 1 CD ROM.
MEIRELLES, Fernando S. Informática: Novas aplicações com microcomputadores.
2a.Ed. São Paulo: Makron Books, 1994.
MINAYO, Maria Cecília de S. O desafio do conhecimento. São Paulo: HucitecAbrasco, 1993.
MINTZBERG, Henry. Criando organizações eficazes: estruturas em cinco
configurações. São Paulo: Atlas, 1995.
80
MORENO, Francisco. A Logística para pequenos. Agosto/2000. Disponível em
www.guiadeLogística.com.br . Acesso em 28/11/2004.
MOURA, Reinaldo A. Alianças, o que requer. Novembro/2002. Disponível em
www.guiadeLogística.com.br. . Acesso em 28/11/2004.
MÜLLER, Michele. Acima da média. Revista Móbile Nordeste. São Paulo. v.4, nº 12.,
p.52, jun.2004.
NAZÁRIO, Paulo. A importância de sistemas de informação para a competitividade
Logística. http://www.cel.coppead.ufrj.br/fs-public.html. Consultado em 16 de
Novembro de 2002.
NETO, Jocildo F. C. Avaliação da adoção de ferramentas de e-procurement nos
hospitais de Fortaleza. Fortaleza, 2002. Dissertação de Mestrado. CMA/Unifor.
Fortaleza-CE.
NEVES, José Luis. Pesquisa qualitativa – características, usos e possibilidades.
Caderno de pesquisa em administração. São Paulo, V. 1, No. 3, 2º semestre de
1996. Disponível em: < http://www.ead.fea.usp.br/cad-pesq/arquivos/C03-art06.pdf>
Acesso em janeiro de 2005.
NOVAES, Antonio Galvão. Logística e gerenciamento da cadeia de distribuição:
estratégia, operação e avaliação. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
OLIVEIRA, D. P. R. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas.
11. ed. São Paulo. Atlas, 1997.
OLIVEIRA, R.G e BERNARDES, R. Capacidades tecnológicas. Uma abordagem à
matriz de Lall no setor de Aeronáutica. In. CONSELHO LATINO-AMERICANO DE
ESCOLAS DE ADMINISTRAÇÃO, 2002. Porto Alegre.Anais... Porto Alegre. 2002. 1
CD ROM.
PANORAMA do Setor Moveleiro no Brasil. Associação Brasileira das Indústrias do
Mobiliário. São Paulo, jun.2004. Disponível
em:http://www.abimóvel.com./panorama2.htm Acessado em: 26 nov.2004.
PIRES, Silvio R. I. Gestão da cadeia de suprimentos: conceitos, estratégias,
práticas e casos. São Paulo: Atlas, 2004.
POIRIER, C. e REITER, S. Otimizando sua rede de negócios. São Paulo: Futura,
1997.
REZENDE, Denis Alcides; ABREU, Aline França de. Tecnologia da Informação
aplicada a sistemas de informações empresariais: O papel estratégico da
informação nas empresas. 3.ed. São Paulo: Atlas, 2003.
REZENDE, A. A.; MENDONÇA, M. C. A.. Tecnologia de informação nas empresas
ligadas à Associação Comercial e Industrial de Lavras. In: XXVI ENCONTRO DA
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO ENANPAD, 26, 2002, Salvador. Anais... Salvador: ANPAD, 2002.
RICARTE, Marcos A. C. A utilização da Internet como ferramenta de integração da
cadeia de suprimentos. Fortaleza, 2003. Monografia de especialização.
Universidade Federal do Ceará.
81
SANCHO, Aíla Cunha et al... Projeto de Pesquisa - Setor moveleiro 2002:
Diagnóstico Setorial. Federação das Indústrias do Estado Ceará. Fortaleza, 2002.
SANTOS, Ernani Marques dos. Sistemas de Informações Estratégicos e seus
impactos na vantagem competitiva das organizações. In: XXVIII ENCONTRO
ANUAL DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PÓS - GRADUAÇÃO E PESQUISAS EM
ADMINISTRAÇÃO-ANPAD, 2004.Curitiba, Anais...Curitiba, 2004. 1 CD ROM
SEBRAE – SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO À MICRO E PEQUENA EMPRESA.
Critérios de tamanho de empresas. NET [On line]. Disponível em:
<http://www.sebrae.com.br/br/aprendasebrae/estudosepesquisas.asp> Acesso em
22 de Fevereiro de 2005.
SIMCHI-LEVI, David. KAMINSKY, Philip. SIMCHI-LEVI, Edith. Cadeia de suprimentos:
projeto e gestão. Porto Alegre: Bookman, 2003.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de pesquisa em administração.
São Paulo: Atlas, 1997.
WALTON, Richard E. Tecnologia de informação: O uso de tecnologia de
informação pelas organizações que obtém vantagem competitiva. São Paulo:
Atlas, 1994.
YIN, Robert K. Estudo de caso. Planejamento e métodos. Porto alegre: Bookman,
2004
ZANELLI, José Carlos. Pesquisa qualitativa em estudos da gestão de pessoas.
Revista de estudos de psicologia, Número Especial, pág 79-88, Julho de 2002.
82
Apêndice – Protocolo de pesquisa
QUESTIONÁRIO DE APLICAÇÃO
Parte I – Caracterização da Empresa
1.1. Nome da Empresa: ________________________________________________
1.2. Qtde. de Funcionários: _______
Tempo de funcionamento: ________
1.3. Área de Atendimento: ______________________________________________
1.4. Nº de Fornecedores: _______
Nº de clientes: _________________
1.5. Mercado Abrangente: ______________________________________________
1.6. Estrutura da Logística
1.6.1. Área de Armazenamento (m2): ________________
1.6.2. Qtde. de Veículos p/distribuição: _______________
1.6.3. Qtde. itens cadastrados: ______________________
1.6.4. Qtde. de Vendedores/Representantes p/mês: _____
1.6.5. Qtde. pedidos processados por mês: ____________
1.6.6. Linhas de Produção: _________________________
Parte II–Caracterização da Empresa e Avaliação do Sistema de Informação Logística
2.1. A empresa possui Sistema de Gestão integrado de Informações? Quais?
2.2. Quais as ferramentas tecnológicas que a empresa utiliza?
2.3. Como se desenvolveu a Logística da empresa com a utilização da tecnologia da
informação?
2.4. Você concorda que a TI é fator primordial de agilidade na Logística do setor?
2.5 Qual a importância da TI na estratégia adotada pela empresa?
2.6. Qual o papel que a TI vem desempenhando em relação aos negócios?
2.7. Em que a Internet viabilizou a Logística do setor?
2.8. Quais os ganhos em tempo e flexibilidade para a empresa através da TI?
2.9. Você considera a TI como vantagem competiviva no mercado atual? Explique.
2.10. Quais os benefícios que a TI trouxe para a Logística da empresa?
2.11. Os investimentos em TI estão valendo a pena? Explique.
2.12. Existem planos de aquisição de novas tecnologias? Quais?
2.13. Quais são os novos projetos em termo de uso da TI na empresa?
2.14. Quais os produtos produzidos pela empresa?
83
2.15. Capacidade produtiva da empresa.
2.16. Produção atual.
2.17. Destino das Vendas.
Download