INSTITUIÇÃO CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS NOMES DOS AUTORES O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA: UM ESTUDO DE CASO DO PÓLO MOVELEIRO DE MARCO – CE LOCAL 2005 2 NOME DOS AUTORES O USO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO NA LOGÍSTICA: UM ESTUDO DE CASO DO PÓLO MOVELEIRO DE MARCO – CE Trabalho de Final de Curso apresentado ao Programa de Graduação em Administração de Empresas, como requisito para a conclusão da disciplina de....... Orientador: Prof. Orientador Local, 2005 3 Dedicatória: À.... 4 AGRADECIMENTOS 5 Resumo: O avanço das mudanças tecnológicas, em particular da Tecnologia da Informação (TI), associado ao processo de globalização tem contribuído para que as empresas consigam vantagem competitiva num mercado em constante evolução. Em se tratando de Logística, procurar-se-á identificar as ferramentas da Tecnologia da Informação que foram colocadas no mercado nos últimos anos e que proporcionaram melhorias no desenvolvimento das atividades logísticas do setor moveleiro. No entanto, o processo de informação nem sempre consegue atingir os objetivos esperados e um estudo dos problemas enfrentados neste segmento torna-se fundamental. O presente artigo tem como objetivo entender como a Tecnologia da Informação é utilizada no setor moveleiro, onde foram estudadas as indústrias localizadas na cidade de Marco – CE. Para tanto, foram levantados dados disponíveis sobre o setor no município, além de ter sido realizadas visitas e entrevistas em cinco empresas. Os dados coletados permitiram concluir que as empresas reconhecem a importância da TI em seus processos, mas na prática o seu uso é precário. Palavras-chave: Tecnologia da Informação, Setor moveleiro, Logística. 6 LISTA DE QUADROS QUADRO 1. TAMANHO DAS EMPRESAS DE ACORDO COM O NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS. ....60 QUADRO 2. COMPOSIÇÃO DE AMOSTRA DA PESQUISA. ...................................................61 7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1. . AS VARIÁVEIS AMBIENTAIS E A LOGÍSTICA....................................................30 FIGURA 2. AS ATIVIDADES LOGÍSTICAS O NÍVEL DE SERVIÇO ALMEJADO...........................37 FIGURA 3. A INTEGRAÇÃO LOGÍSTICA. ..........................................................................38 FIGURA 4. CADEIA PRODUTIVA DO SETOR MOVELEIRO...................................................52 8 SUMÁRIO 1.Introdução ........................................................................................10 1.2.CONTEXTUALIZAÇÃO .........................................................................................12 1.3.CARACTERIZAÇÃO DO PROBLEMA .......................................................................13 1.4.OBJETIVOS.......................................................................................................14 1.4.1.Objetivo Geral ........................................................................................14 1.4.2.Objetivos Específicos .............................................................................14 1.5. PRESSUPOSTOS DA PESQUISA ............................................................................15 1.6.JUSTIFICATIVAS ................................................................................................15 1.7.ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .............................................................................16 2.Tecnologia da Informação ................................................................18 2.1.EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .......................................................19 2.2.CONCEITO DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ........................................................22 2.3.A TI E SEUS IMPACTOS NAS ORGANIZAÇÕES ..........................................................25 3.Logística e suas atividades .........................................................27 3.1.A LOGÍSTICA E A COMPETITIVIDADE......................................................................28 3.2.CONCEITO DE LOGÍSTICA....................................................................................31 3.3.AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA .............................................................................34 3.4.O FLUXO DE INFORMAÇÕES LOGÍSTICAS ............................................................37 4.Tecnologia da Informação aplicada à Logística .............................41 5 .A indústria moveleira ...................................................................49 5.1.A INDÚSTRIA MOVELEIRA NO BRASIL ....................................................................49 5.2. A INDÚSTRIA MOVELEIRA DO CEARÁ ...................................................................51 5.3.O PÓLO MOVELEIRO DE MARCO-CE .....................................................................53 6.Metodologia .....................................................................................55 6.1.PROBLEMÁTICA E OBJETIVO................................................................................55 6.2.PRESSUPOSTOS ................................................................................................55 9 6.3.CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA .............................................................................56 6.4.PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .....................................................................57 6.4.1.Planejamento .........................................................................................58 6.4.2.Coleta de informações ...........................................................................58 6.4.3.Tratamento das informações ..................................................................59 6.4.4.Redação dos relatórios de estudo de caso..............................................59 6.5.ESCOLHA DAS EMPRESAS PARTICIPANTES ............................................................60 7.Apresentação dos resultados .....................................................62 6.1. CASO 1 (E1)....................................................................................................62 3.2. CASO 2 (E2)....................................................................................................65 6.3. CASO 3 (E3)....................................................................................................68 3.4. CASO 4 (E4)....................................................................................................70 3.5. CASO 5 (E5)....................................................................................................72 8. Considerações finais ...................................................................74 Referências Bibliográficas ..............................................................76 Apêndice – Protocolo de pesquisa ...............................................82 10 1.Introdução O mundo está cada vez mais se tornando um mercado global. As fronteiras geográficas há muito não limitam mais a atuação de empresas consideradas globais. Apesar dos grandes avanços nas últimas décadas, o jogo ainda não terminou. Gerentes e administradores devem estar preparados para os novos desafios que ainda estão por vir (DORNIER et al, 2000). As mudanças deste ambiente têm revelado uma guerra até então nunca vista nos meios empresariais. Em busca da vantagem competitiva, empresas desenvolvem estratégias cada vez mais elaboradas, que envolvem técnicas complexas de avaliação do ambiente e das potencialidades para prevalecer frente à concorrência (CHRISTOPHER, 1997). Como se fosse um campo de batalhas, administradoresgenerais, movem suas tropas, desenvolvem novos armamentos e estudam os adversários para atacar e se defender da melhor maneira possível. Na guerra pela busca da competitividade, as empresas focaram suas atenções em estratégias voltadas para a área de marketing, finanças e produção, o que é normal, uma vez que estas áreas são responsáveis pela fabricação e venda dos produtos e serviços. Contudo, essa abordagem deixa de reconhecer a importância das atividades que se intercalam entre o momento da produção e a compra do produto. Estas atividades, mais conhecidas como operação ou Logística, afetam decisivamente a eficiência e eficácia das demais áreas (DORNIER et al, 2000). Se a Logística de uma empresa não é satisfatória, todo esforço da produção e do marketing pode ter sido em vão (CHRISTOPHER, 1999). Em se tratando de um ambiente globalizado e de constantes mudanças, as operações logísticas têm se 11 tornado cada vez mais complexas, mais onerosas, sofisticadas e mais importantes sob o ponto de vista estratégico (FLEURY, 1999). O momento da posse do produto, ou seja, aquele em que o cliente decide levar o produto para casa é, sem dúvida alguma, o mais importante. Este momento é decisivo, pois determina se a empresa reverterá ou não seus esforços em lucros. Estima-se que 85% das decisões de levar um produto sejam tomadas no local de compra (DWEK, 2004) e sua falta no ponto de venda fará com que o cliente prefira, na maioria das vezes, o produto do concorrente (CHRISTOPHER, 1997). Portanto, se essa posse não for concretizada, as possibilidades de comprometer a lucratividade da empresa são enormes (CHRISTOPHER, 1999). É pensando neste aspecto que as empresas têm investido de forma crescente no ponto de venda, fazendo com que o produto certo chegue ao cliente no lugar certo, na hora certa (CHRISTOPHER, 1997). Fazer isso não é uma tarefa fácil e requer dos profissionais de Logística algumas técnicas complexas que possibilitem o gerenciamento dos dois fluxos básicos: o de materiais e o de informações (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Alguns autores consideram também o fluxo monetário como parte da amplitude de atuação da Logística (CAVANHA FILHO, 2001). Em se tratando do fluxo de materiais, a empresa precisa desenvolver estratégias para posicionar corretamente seus estoques ao longo da cadeia, definindo níveis de estoque, políticas de suprimentos, estrutura de armazenagem e distribuição (BOWERSOX e CLOSS, 2001). Por outro lado, o fluxo de informações faz com que as necessidades sejam conhecidas em um prazo menor, facilitando todo o planejamento logístico (CHOPRA e MEINDL, 2003). Alguns autores e estudiosos têm defendido que o gerenciamento da informação tem sido tão ou mais importante que o gerenciamento de materiais. A frase 12 substituir estoques por informações tem sido levada a sério pelas empresas que buscam níveis de competitividade acima da média do mercado (CHRISTOPHER, 1999). Porém, para que isso ocorra, a Tecnologia da Informação, mais conhecida por TI, exerce um papel determinante, pois ela é base para que as informações fluam de forma ágil e eficaz. Sem os aplicativos de TI, a troca de informações seria limitada ao papel (NAZÁRIO, 1999). As aplicações de TI na Logística são várias, e engloba tanto os equipamentos como os sistemas de informações. Combinadas, o uso destas tecnologias permite o gerenciamento integrado e eficiente os estoques, armazéns, transporte, processamento de pedidos, compras e manufatura (FLEURY et al, 2000). Apesar disso, observa-se uma imensa dificuldade no gerenciamento destas informações. Mais especificamente com relação à Logística, este cenário não se modifica, pois atividades como compras, administração de estoques e distribuição de mercadorias, são pontos importantes em qualquer empresa, e gerenciá-los bem significa a sobrevivência do negócio. 1.2.Contextualização O Ceará é o principal produtor de móveis da região Nordeste, com 335 indústrias concentradas em três pólos: Fortaleza, Marco e Bela Cruz. Com consumo per capita relativamente baixo, de US$ 1,25 mil projetado para 2004, o Estado ocupa a nona posição tanto no ranking nacional de potencial de consumo, quanto no que mede o poder de compra para mobiliário e artigos do lar (MÜLLER, 2004). A cidade de Marco, a 220 Km de Fortaleza, é hoje um dos maiores pólos moveleiros do Ceará, sendo um dos mais qualificados do Norte e Nordeste. Hoje 13 operam na região aproximadamente 13 empresas, entre pequenas, médias e grandes, que juntas compõem a estrutura do setor no município, gerando cerca de 1.200 empregos e respondendo por aproximadamente 70% da arrecadação de ICMS local (ANDRADE, 2003). Os empresários do setor afirmam que o desenvolvimento tecnológico é uma preocupação, dentre as demais existentes. As empresas do setor têm detectado fraquezas neste aspecto e têm tentado reverter a situação, com planos e ações estratégicas no sentido de modernizar o parque tecnológico. É verdade que a tecnologia de ponta custa muito caro e que a maioria das empresas não teria condições de obter tais recursos ao preço cobrado. Porém, é sabido também que uma empresa subdesenvolvida tecnologicamente não consegue sobreviver, seja pela baixa eficiência, seja pela baixa capacidade de processar informações que permita a tomada de decisão (ALBERTIN, 2004). Na Logística, a informação é um dos recursos mais importantes. Neste aspecto, a substituição da informação impressa pela informação eletrônica trouxe um grande avanço para a área de operações, pois pedidos que antes eram passados através de papel hoje são informados via comunicação à distância, as informações sobre o andamento do pedido podem ser monitoradas através da Internet, as informações de estoques dos clientes podem ser monitorados via EDI, dentre outros exemplos. O avanço da TI nos últimos anos vem permitindo às empresas a executar operações até então inimagináveis (FLEURY et al, 2000).1.3.Caracterização do Problema Apesar da TI ser um recurso necessário para as operações logísticas de qualquer empresa, em especial do setor moveleiro, a grande pergunta que se faz neste sentido é: 14 Como as empresas do setor moveleiro têm utilizado a Tecnologia da Informação em seus processos logísticos? 1.4.Objetivos 1.4.1.Objetivo Geral O presente trabalho tem como objetivo avaliar o uso da Tecnologia da Informação nos processos logísticos das indústrias do setor moveleiro, localizado na cidade de Marco - CE, identificando as ações implementadas no desenvolvimento de suas atividades e apresentando sua caracterização com ênfase nas transformações recentes, sobretudo a partir dos anos 90. 1.4.2.Objetivos Específicos Além do objetivo principal, esta pesquisa procurou: 1. Conhecer melhor o setor moveleiro, em especial no estado do Ceará, com ênfase na cidade de Marco. 2. Levantar as principais aplicações de TI nestas empresas, com ênfase nas operações. 3. Identificar os princpais problemas enfrentados por estas empresas no processo de adoção de tecnologias como um todo e, em especial, na área de Logística. 15 1.5. Pressupostos da pesquisa A pesquisa partiu dos seguintes pressupostos: • As empresas do pólo moveleiro de Marco-Ce faz pouco uso da TI nos seus processos logísticos. • O principal problema na adoção de tecnologias está na falta de cultura e preparo dos profissionais que gerenciam estas empresas. 1.6.Justificativas A Tecnologia da Informação é fator preponderante para que as empresas permaneçam competitivas no mercado atual e na busca incessante de soluções inovadoras, no sentido de agilizarem todos os seus ciclos produtivos. A era da produção em massa chegou ao fim, inicia-se o processo de mecanização, evoluíndo para máquinas de controles numéricos atingindo a era dos sistemas flexíveis e da integração de sistemas de informações (DI SÉRIO e DUARTE, 2002). A indústria moveleira sempre se caracterizou por ser composta predominantemente de médias e pequenas empresas e por se concentrarem em aglomerações locais. Caracteriza-se também por seu baixo dinamismo tecnológico e por ter produção voltada a mercados internos e regionais, sendo raras as empresas que atuam no mercado externo, somente as que são classificadas como de grande porte. Foi justamente esta questão que estimulou esta pesquisa. Realizar um estudo que permitisse avaliar dentro de um ambiente propício à capacitação de setores 16 industriais um novo padrão de competição e como a Tecnologia da Informação influenciava na evolução das atividades nos processos logísticos. Acredita-se, desde o ponto de vista logístico, que os fundamentos desta pesquisa estão somente se iniciando, pois existem pontos ligados à Tecnologia da Informação que merecem estudo mais aprofundado. Tem-se no pólo moveleiro, localizado na cidade de Marco – CE, um caminho desafiante a ser percorrido e explorado mais detalhadamente, pois é um campo vasto de informações que servirá de modelo para novas pesquisas exploratórias. 1.7.Organização do trabalho Pretende-se através desta pesquisa avaliar o grau de utilização da TI, com ênfase nas operações das empresas fabricantes de móveis que estão localizadas no pólo moveleiro de Marco-CE. Estruturação do trabalho: O primeiro capítulo, destina-se a apresentação da pesquisa em sua parte introdutória, contendo: contextualização, caracterização do problema, objetivos (geral e específicos), pressupostos da pesquisa, justificativa e organização do trabalho. No segundo capítulo abordar-se-á o tema sobre a Tecnologia da Informação, descrevendo sua história, evolução e desenvolvimento, dando ênfase à sua importância e ao papel que desempenha no mundo dos negócios. No terceiro capítulo, são expostos os conceitos, funções, processos e objetivos da Logística, suas atividades e aplicativos. 17 No quarto capítulo destacam-se as principais ferramentas tecnológicas e como os sistemas de informações funcionam como elos que ligam as atividades logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar os processos. O quinto capítulo é composto de uma explanação sobre a indústria moveleira no Brasil e no Ceará, abordando seus aspectos econômicos e sua representatividade na indústria de transformação do país. O sexto capítulo descreve a metodologia utilizada na presente pesquisa, sendo compota dos seguintes itens: problemática e objetivos, pressupostos, classificação da pesquisa, procedimentos metodológicos (planejamento, coleta, tratamento e redação) e escolha das empresas participantes. No sétimo capítulo, está inserida a apresentação dos resultados: estudo de caso desenvolvido nas empresas pesquisadas sobre o tema específico sobre o uso da Tecnologia da Informação na Logística. O oitavo capítulo, composto pelas considerações finais, apresenta a conclusão da pesquisa, enfatizando-se o objetivo do estudo e sua caracterização diante da realidade constatada sobre o tema abordado. 18 2.Tecnologia da Informação Sendo a informação o centro de todo o processo, é fundamental saber usá-la de forma estratégica, pois o sucesso empresarial passa a depender da capacidade da empresa de administrar sua base informacional e aproveitar as oportunidades de diferenciação que a Tecnologia da Informação oferece (MARTENS e FREITAS, 2002). Estar presente na rede hoje significa, no mínimo, estar ciente e conhecedor que a tecnologia definirá grande parte das estratégias do futuro. Para uma empresa que pretende manter sua posição no mercado e avançar para a obtenção de excelência competitiva, este posionamento é fundamental (NAZARIO, 2002). A organização da empresa deve ser combinada com a TI para refletir todos os componentes da visão estratégica (estratégias de negócios, de organização de tecnologias), bem como o alinhamento e integração destes, considerando os fatores ambientais. O uso da TI permite que as cooperações estabelecidas no ambiente empresarial possam ter uma dimensão global, o que supera os limites de tempo e distância entre as organizações parceiras, ou entre a empresa e o cliente (WALTON, 1999). O alinhamento estratégico mostra a idéia de integração em um nível mais alto de gestão, a qual ocorre através da adequação dos objetivos da Tecnologia da Informação e dos objetivos da competência fundamental do negócio, obtendo-se vantagem competitiva (BRODBECK e HOPPENS, 2002). A grande maioria das empresas tem focado suas operações de maneira a atingir um nível de competitividade que permita a sobreviver inseridas em um mercado 19 caracterizado pelas exigências de qualidade, variabilidade e rapidez dos produtos e serviços, sem que isso corresponda a um respectivo aumento de preços. Dessa forma, as empresas têm se conscientizado de que não será mais possível atingir esse nível de exigência de forma isolada. Ao invés disso, têm-se organizado de forma coordenada para atuarem como se fosse uma única empresa, unindo habilidades e neutralizando deficiências (RICARTE, 2003). Em síntese, a vantagem competitiva decorre de novos empreendimentos baseados em TI, o que sugere uma possível relação entre a implantação de projetos de TI e o aumento de competitividade empresarial. Entre os projetos de TI se destacam atualmente os projetos de sistemas de informações que transcendem os limites das empresas, isto é, aqueles que conectam as empresas com clientes e fornecedores (MORENO, 2000). O presente capítulo tem como objetivo apresentar, de forma genérica, a influência da TI como uma vantagem competitiva, para, em seguida, restringir-se à sua evolução. 2.1.Evolução da Tecnologia da Informação A evolução da Tecnologia da Informação tornou possível um meio global de comunicação com total disponibilidade de informações, juntamente com o estabelecimento de uma nova fronteira digital, para caminhar na direção de uma economia globalizada (DI SÉRIO e DUARTE, 2001). Não há dúvida da participação da Tecnologia da Informação nos processos que viabilizaram o fenômeno da globalização em diversos setores. Dentre os benefícios originados desta contribuição, é possível citar a redução de distância e o 20 desconhecimento gradativo de fronteira nacionail e regional entre empresas, e agentes culturais e econômicos de naturezas diversas (JAMIL, 2001, p.144). A importância da informação e o processo de globalização são os principais fatores responsáveis pelo crescimento do mercado de TI, a qual pode ser decisiva para o sucesso ou o fracasso de uma empresa, contribuindo para que uma organização seja ágil, flexível e forte (ALBERTIN, 2000). Estas transformações são na verdade uma evolução natural no sentido de se adaptarem às mudanças de um mercado cada vez mais competitivo. Porém, a partir de 1960, o mercado começou a mudar, pois até então os recursos eram limitados e os custos elevados (LAMBERT, 1999). Os computadores não supriam as necessidades de modo satisfatório e exigiam mão-de-obra especializada, devido à complexidade de seus programas. Nos anos 70 e 80, os equipamentos tornaram-se mais acessíveis, e houve acentuada queda nos preços (BOAR, 1999). Surgem de forma rudimentar, os microcomputadores, os quais permitiram melhor integração entre os usuários e os especialistas em TI, abrindo caminhos para novas descobertas tecnológicas. Definitivamente os microcomputadores ganharam espaço e tornaram-se popularizados, devido ao preço e à capacidade de armazenamento de informações (LAURINDO, 2002). O principal propósito de coletar, manter e manipular os dados dentro da empresa é tomar decisões, abrangendo desde o estratégico até o operacional. Estas atividades foram conduzidas informalmente por vários anos, mas, com a disponibilidade de computadores de alta velocidade, que possuem capacidade de armazenagem de dados cada vez maior, os procedimentos em torno do manuseio de dados tornaram-se mais estruturados (BALLOU, 2001, p.109). Nas tecnologias de entrada, dos cartões e 21 fita de papel perfurado, chegou-se ao teclado, ao escaneamento ótico, e, mais recentemente, ao reconhecimento de voz e de caligrafia. Nas tecnologias de saída, dos relatórios impressos, evoluiu-se para as exibições de textos e gráficos em vídeo até os hipertextos multimídia (COSTA e SIQUEIRA, 2002). No software, da linguagem de máquina passou-se por diversas gerações, tendendo ultimamente às linguagens naturais e às orientadas a objetos. Softwares de uso geral como processador de textos, planilha eletrônica, gerenciadores de banco de dados e softwares de apresentação foram disponibilizados, bem como surgiu uma diversidade de outros orientados a negócios específicos (BOAR, 1999). Novos sistemas operacionais e programas para gerenciamento de redes locais tornaram-se populares e mais fáceis de serem utilizados. Gerenciadores de banco de dados com novas funções e armazenando dados não estruturados já estão presentes no mercado (DOLCI et al, 2004). Mas surgiu a necessidade de se ter uma visão global deste fluxo. Somente na década de 90, o desenvolvimento tecnológico avançou significativamente e a TI venceu os obstáculos criando novas alternativas, dentre as quais uma ferramenta que revolucionou a história da informatização: a Internet (LAURINDO, 2002, p.28-31). Durante os anos 90 e até os dias atuais, o desenvolvimento da Tecnologia da Informação e a expansão da Internet em todo o planeta têm sido, sob diversas perspectivas, de fundamental importância. Não há dúvida de que no futuro a época atual será lembrada com a mesma intensidade que, por exemplo, a época da Revolução Industrial, alavancada pela máquina a vapor. Guardadas as devidas proporções, o computador e a Internet são certamente a máquina a vapor dos dias atuais (PIRES, 2004, p.46). 22 2.2.Conceito de Tecnologia da Informação O conceito de Tecnologia da Informação destaca-se nas concepções de alguns autores. Tecnologia da Informação é todo e qualquer dispositivo que tenha capacidade para tratar e ou processar dados e ou informações, tanto de forma sistêmica como esporádica, quer esteja aplicada no produto, quer esteja aplicada no processo (CRUZ, 2003, p.26). Pode-se ainda definir que a Tecnologia da Informação é a preparação, coleta, transporte, recuperação, armazenamento, acesso, apresentação e transformação de informações em todas as suas formas, voz, gráficos, texto, vídeo e imagem. (BOAR, 1999, p.76). Por sua vez, o conceito de Tecnologia da Informação (TI) é mais abrangente do que os de dados, sistema de informação, engenharia de software, informática ou conjunto de hardware e software, pois também envolve aspectos humanos, administrativos e organizacionais (LAURINDO, 2002, p.19). A TI é o conjunto de recursos não-humanos dedicados ao armazenamento, processamento e comunicação de informação, e à maneira pela qual esses recursos são organizados em um sistema capaz de desempenhar um conjunto de tarefas. A TI também inclui tecnologias de conexão (redes), comunicação de dados, voz e imagens não diretamente ligadas a sistemas de informação (MEIRELES, 1994). Independentemente dos Sistemas, as informações empresariais são tratadas de acordo com a cultura, filosofia e políticas da empresa. Estas três questões estão presentes formal ou informalmente em todas as empresas (REZENDE, 2002). 23 Hoje, o maior desafio da TI é desenvolver sistemas de informação que promovam melhorias estratégicas referentes a como uma organização auxilia o trabalho de seus funcionários, a execução de suas tarefas, a utilização de tecnologias apropriadas, de acordo com a sua cultura e estrutura organizacional (LUNARDI et al., 2002). A Tecnologia da Informação é usada como recursos tecnológicos e computacionais para a geração e uso da informação e está fundamentada nos seguintes componentes (CORNACHIONE JÚNIOR, 1993, p.11): • Hardware: dispositivos e periféricos (parte física do computador: entrada, processamento, armazenagem e saída de dados); • Software: parte lógica que dirige, organiza e controla os recursos de hardware; • Sistemas de telecomunicações (transmissão de sinais por um meio qualquer, de um emissor para um receptor); gestão de dados e informações (dados necessários para a execução de atividades). A missão de uma unidade de Tecnologia da Informação é conduzir o processo de informatização das empresas de acordo com a missão empresarial e seus objetivos, estabelecendo e gerindo as políticas, estratégias, gestão e formas de atuação da unidade de Tecnologia da Informação (RESENDE e ABREU, 2003, p.160). Gerir é decidir o que fazer, apesar da incerteza, da grande diversidade e da enorme quantidade de informações potencialmente relevantes. Somente a Tecnologia da Informação disponível não basta para gerir as empresas nesta época de mudanças contínuas. O administrador bem sucedido de hoje será o administrador da mudança. Esta reestruturação deverá ocorrer com toda simplicidade na era da informação (BERTOLUCCI e YOSHITAKE, 2002). 24 Para que essa reestruturação seja bem sucedida abandona-se o modelo de comando e controle tradicional em relação à maior parte dos elementos estratégicos, projetando assim o modelo que enfatiza como as pessoas decidem o que deve ser feito. A corporação que está surgindo agora está sendo projetada em torno de um esqueleto: a informação. As empresas devem ser administradas como negócios permanentes, isto é, para a criação de riqueza. A nova abordagem organizacional define empresa como a organização que adiciona valor e cria riqueza (DRUCKER, 1998, p.89). Numa grande organização, ocorrem milhares de procedimentos de trabalhos e troca de informações. Utilizar as tecnologias avançadas de informação reflete a redução de normas, procedimentos e regulamentos e, portanto, as probabilidades de erros, e ainda estabelecendo um controle burocrático aceitável para melhorar o desempenho das diversas tarefas nos vários departamentos de uma empresa (CASTRO e FLORES, 2002). O controle consiste em verificar se tudo corre de acordo com o programa adotado, as ordens dadas e os princípios admitidos. Tem por objetivo assinalar as faltas e os erros para que sejam feitas reparações que evitem posteriores repetições. O controle organizacional pode avaliar coisas, pessoas e atos; além disso, pode adotar o ponto de vista comercial, técnico, financeiro e de segurança. Analisando a teoria formulada por esse pioneiro do estudo do controle, é possível inferir que a TI pode ocupar um importante papel nesse processo, principalmente através do aumento da capacidade de processamento dos dados necessários à geração de informações que acompanhem o trabalho planejado (FAYOL, 1994). O papel da Tecnologia da Informação neste contexto é fundamental. Aspectos como a complexidade organizacional e a nova orientação para processos, a cadeia de valor e a cadeia de suprimentos, a integração de clientes e fornecedores, e a 25 promoção de novas características para o desenvolvimento de seu pessoal, devem ser considerados na definição da estratégia empresarial. (CAMPOS e SPINOSA, 2002). A TI desempenha um papel importante na reengenharia de processos empresariais. A velocidade, a capacidade de processamento das informações e a fácil utilização do hardware, software e das redes de computadores modernos podem aumentar drasticamente a eficiência dos seus processos operacionais e tornar muito mais eficazes os seus processos gerenciais. Além disso, facilita substancialmente as comunicações e a colaboração entre as pessoas responsáveis por seu funcionamento e administração. Ao realizar essas melhorias em seus processos empresariais, uma empresa pode ser capaz de reduzir drasticamente custos, melhorar a qualidade e o atendimento ao cliente, e desenvolver produtos inovadores para novos mercados (SANTOS, 2004). 2.3.A TI e seus impactos nas organizações Os impactos da TI nas organizações podem ser estudados sob diversos ângulos, conforme explicado a seguir (WALTON, 1994, p.38): a) A TI requer novos desenhos organizacionais: cargos mais amplos e flexíveis, diferente distribuição da autoridade, novos programas de treinamento e critérios de seleção; b) A TI pode provocar reações organizacionais não previstas (novas disputas por poder ou status, mudanças de padrões de comunicação e controle comportamental generalizado); 26 c) A TI pode criar ou promover novas soluções organizacionais (capacitar pessoas da organização a trabalharem juntas no espaço e no tempo); d) A TI pode ser modificada de modo a atender as necessidades dos usuários; e) A TI pode acelerar e refinar a adaptação organizacional a condições de mudanças; f) A TI e as formas organizacionais, por vezes, podem ser consideradas alternativas no sentido de que cada uma á capaz de desenvolver funções similares, tais como facilitar certos tipos de comunicação e coordenação em uma unidade organizacional; g) A TI pode criar oportunidades para a introdução de mudanças organizacionais que a administração pode achar desejável, independentemente das necessidades ou potenciais efeitos do sistema de TI. Neste aspecto, considera-se que uma empresa é tecnologicamente avançada quando utiliza uma grande quantidade de equipamentos e programas de computador. Apesar de compreender que tecnologia significa um conjunto de habilidades e conhecimentos que uma empresa adquire, existe uma associação direta do termo com a utilização de recursos computacionais (LAURINDO, 2002). Resumindo o que foi apresentado neste capítulo, a TI não pode ser mais desconsiderada em qualquer processo de planejamento das empresas, tendo em vista que ela permite competir em melhores condições. O próximo capítulo apresentará as principais considerações sobre Logística, enfatizando as atividades e a importância da informação para esta área da empresa. 27 3.Logística e suas atividades Desenvolvendo-se a partir do século passado no meio militar e nas empresas no pós-guerra, a Logística começa ser aplicada de maneira enfática por algumas empresas a partir da década de 70. Tinha, então, como objetivo principal controlar a circulação, tanto dos fluxos de mercadorias que as empresas colocavam a disposição de seus clientes, quanto daqueles existentes entre as diferentes unidades de produção de uma mesma empresa ou, ainda, dos fluxos que elas recebiam de seus fornecedores (COLIN, 1987). Posteriormente, ela evoluiu para caracterizar-se como aptidão a entregar uma mercadoria a custo mínimo, onde ela se fizer necessária e com os requisitos de quantidade e qualidade satisfatórios (LAMBERT, 1999). Atualmente, a Logística se constitui principalmente na prática de regulação global dos fluxos que determinam os complexos processos de suprimento, produção e distribuição de mercadorias, regulação esta efetuada através de sistemas de informação e de comunicação, sendo incluídos os sistemas de transportes (MORENO, 2000). A literatura sobre Logística nas empresas está repleta de referências sobre seus processos e desenvolvimento. Num ambiente cada vez mais competitivo, a pressão do mercado por variedade de produtos e por melhores níveis de serviço tem feito com que a Logística ocupe um papel predominante nas organizações, sendo um diferencial competitivo imprescindível no processo de globalização em que vivemos (FLEURY et al, 2000). A Logística possibilita prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuições dos fornecedores e clientes, através de planejamento, organização e 28 controle das atividades de movimentação, estoques e armazenagem que visão facilitar o fluxo de produtos (BERTAGLIA, 2003). A ampliação do horizonte da empresa, contemplando seu processo produtivo até a entrega do produto ao cliente é um fator competitivo vital na empresa contemporânea. Com a aceleração do processo de globalização, a facilidade de ofertas de produtos, com variedades dificultando a escolha dos clientes, os setores de serviços das empresas tornaram-se importantes no processo de conquista ao cliente. Assim, cada vez mais se contempla um pacote completo de vendas incluindo a entrega do produto ao cliente, evidenciando que um serviço eficaz ao cliente não se consegue somente através de empregados motivados, embora isto seja um pré-requisito, mas também de sistemas logísticos que permitam uma entrega consistente do pacote de serviços (CHRISTOPHER, 1992, p.1). Este capítulo apresenta, genericamente, a Logística sob o ponto de vista empresarial, e em seu desenvolvimento , será explicado como a esta pode ser usada de forma compeititiva das empresas. Para tanto, as suas atividades devem ser gerenciadas de forma integrada, como um sistema, conforme será comentado. 3.1.A Logística e a competitividade As empresas que querem obter sucesso no mercado competitivo global dependem extremamente do relacionamento que mantêm com seus fornecedores para atender eficientemente a demanda requerida pelos clientes. O corpo gerencial dessas empresas precisa ter flexibilidade e agilidade para responder prontamente às mudanças (BERTAGLIA, 2003, p.31). 29 Na perspectiva da Logística, serviço ao cliente é o resultado de todas as atividades logísticas ou do processo da cadeia se suprimento. Sendo assim, o projeto do sistema logístico estabelece o nível de serviço ao cliente a ser oferecido (NOVAES, 2001). As receitas geradas através das vendas ao cliente e os custos associados ao sistema estabelecem os lucros a serem obtidos pela empresa. Decidir o nível de serviço para oferecer aos clientes é essencial para alcançar os objetivos de lucro da empresa (BALLOU, 2001, p.77). Da mesma forma que o nível de serviço influencia nas receitas, os custos são igualmente afetados. Se um serviço mais rápido custa mais, começa-se a pensar até que ponto um serviço logístico pode satisfazer as necessidades dos clientes dentro de um patamar de custo aceitável, isto é, deve-se contrabalançar o custo da oferta de um serviço com a potencialidade de saída, para que possa haver o máximo de ganho (BALLOU, 1993, p.77). A avaliação do nível de serviço é um ato indispensável em qualquer setor do mercado, tendo em vista que a ótica da Logística, hoje, baseia-se na satisfação do consumidor final. Portanto, a gestão desse processo onde a prestação do serviço tornase imprescindível utiliza-se de métodos de pesquisa para constante remodelação da empresa, que permitam acompanhar as tendências mercadológicas e as incessantes buscas por melhoria para os clientes (OLIVEIRA, 1997, p.158). Existe a necessidade de disponibilizar e localizar de forma estratégica, matérias-primas e produtos acabados, para atender às necessidades dos mercados geograficamente dispersos, o que traduz melhorar a competitividade relativa para buscar a excelência da cadeia logística (GOMES, 2004). 30 Uma boa estratégia logística exige muito dos mesmos processos criativos que o desenvolvimento de uma boa estratégia corporativa, ou seja, começando com a clara compreensão dos objetivos da empresa (buscando lucros, sobrevivência, participação no mercado, etc.); estabelecendo a visão (clientes, fornecedores, concorrentes e a empresa em si) e avaliando as necessidades, forças, fraquezas e perspectivas desses componentes (BALLOU, 2001, p. 39). Estas variações ambientais devem ser captadas pela empresa, que devem desenvolver estratégias capazes de neutralizar uma ameaça ou potencializar uma oportunidade que o meio externo colocou. Essas estratégias levam a um planejamento, que implantadas necessitam de um gerenciamento, que consiste na administração do dia-a-dia. Todos esses aspectos podem ser observados na figura 1. Mercado Estratégia Planejamento Concorrência Gestão Tecnologia Figura 1. As variáveis ambientais e a Logística. In: Dornier et al (2002). Regulamentação 31 Logística e operações nunca desempenharam papel tão importante nas organizações. Mudanças nas expectativas dos clientes ou na localização geográfica continuamente transformam a natureza dos mercados que, por sua vez, geram restrições que alteram o fluxo de mercadorias dentro das empresas. Mudanças tecnológicas e mercados emergentes abrem novas formas de reorganizar, adaptar e otimizar os fluxos de matérias-primas, produtos, semi-acabados, peças de reposição e materiais reciclados (DORNIER 2000, p.37). Em síntese, a Logística pode e deve ser considerada uma arma importante para a estratégia competitiva . 3.2.Conceito de Logística O conceito básico de Logística, do qual evoluíram vários outros, é colocar as mercadorias ou os serviços certos no lugar e no instante corretos e na condição desejada, ao menor custo possível (BALLOU, 1993, p.23). Ampliando-se o conceito, considera-se que a Logística é um verdadeiro paradoxo. É, ao mesmo tempo, uma das atividades econômicas mais antigas e um dos conceitos gerenciais mais modernos. Estes conceitos apresentam dois aspectos: o primeiro de ordem econômica e o segundo de ordem tecnológica. As mudanças econômicas criam novas exigências competitivas, enquanto que as mudanças tecnológicas tornam possível o gerenciamento eficiente e racional de operações logísticas a cada dia mais complexos e demandantes (FLEURY et al, 2000, p.27). As definições anteriores identificam as atividades-chaves que são de importância primária para o atingimento dos objetivos logísticos de custo e nível de serviço. Transportes, manutenção de estoques e processamento de pedidos, consideradas primárias porque ou contribuem com a maior parcela do custo total da 32 Logística ou são essenciais para a coordenação e o cumprimento da tarefa logística (BALLOU, 1993). O conceito de Logística é recente no Brasil, surgindo no inicio dos anos 90 com a abertura comercial e acelerando a partir de 1994, com a estabilização econômica brasileira em função do Plano Real. No período de inflação alta e economia fechada, não havia muita concorrência e a inflação alta dificultava análises mais precisas da composição de custos de toda a cadeia produtiva, desta forma a Logística foi negligenciada nas empresas brasileiras, a maioria dos preços de produtos eram impostos pelas empresas ao mercado e os lucros financeiros eram responsáveis por grande parte da sua lucratividade (FLEURY, 2000). Com a abertura do mercado e a estabilidade da moeda, aumentou a concorrência e o mercado passou a influenciar drasticamente na composição de preços dos produtos. As empresas tiveram que rever toda a cadeia produtiva para reduzir seus custos, inclusive os da Logística, na busca de vantagens competitivas, na ampliação dos seus processos e entrega de seus produtos aos clientes (FLEURY, 2000). A Logística no Brasil está passando por um período de mudanças, tanto em termos de práticas empresariais como de eficiência, qualidade e disponibilidade de infraestrutura de transportes e comunicações, elementos fundamentais para a Logística moderna. É um período de riscos (devido às enormes mudanças que precisam ser implementadas) e oportunidades (espaços significativos para melhorias na qualidade do serviço e aumento de produtividade) (GOMES e RIBEIRO, 2004, p.16). O crescimento da Logística no Brasil está intimamente ligado à competitividade causada pela globalização e a contínua busca pela redução de custos através da otimização de processos. No caso específico de pequenas empresas, estas são fornecedoras e compradoras de inúmeras companhias, entre as quais grandes 33 corporações, e por conta de fatos como concorrência, perpetuação do negócio e desenvolvimento de mercado, se vêem obrigadas a dar atenção aos conceitos logísticos (MORENO, 2000). Pequenas empresas preocupadas com a produção, muitas vezes não avaliam de forma correta o custo total da sua Logística, ou seja, aquisição, produção, armazenagem e distribuição dos seus produtos, permitindo que empresas do mesmo porte e segmento, mais atentas às necessidades de mercado e aos conceitos logísticos, coloquem os produtos no mercado com menor custo interno e externo no que diz respeito aos canais de distribuição em função da localização dos seus principais mercados (MORENO, 2000) . Uma das limitações observadas nas empresas brasileiras, quanto às possibilidades de evolução em termos logísticos, é sua estrutura organizacional. A clássica divisão da empresa em setores girando em torno de atividades afins (manufatura, finanças, vendas, marketing, transporte e armazenagem) não permite o tratamento sistêmico e por processo das operações logísticas (NOVAES, 2001, p.5455). Em todo o país, as empresas estão atentas ao fato de que os custos logísticos freqüentemente representam sua despesa operacional mais alta – responsável por cerca de 10 a 35% das vendas brutas. As empresas estão começando a considerar que a Logística também tem um tremendo potencial competitivo (MOURA 2002). O objetivo central da Logística é o de atingir um nível de serviço ao cliente pelo menor custo total possível, buscando oferecer capacidades logísticas alternativas com ênfase na flexibilidade, agilidade, controle operacional e compromisso de atingir 34 um nível de desempenho que implique um serviço perfeito (BOWERSOX e CLOSS, 2001, p. 21). Todas as empresas, sem exceção, executam atividades logísticas, para atingir seus objetivos empresariais. A diferença se revela no nível de importância em que é tratada dentro da organização empresarial. Em realidade, a Logística está em contante transformação, mesmo que esteja fragmentada em diferentes áreas (BOWERSOX, 2001). A tendência atual é que as empresas se reorganizem e se orientem à visão de cadeia ou rede logística, mudando o conceito tradicional: produzir, estocar e vender ou suas variantes e passar a prática de definir mercados, planejar o apoio logístico, coordenando os processos de uma forma global (DIAS, 1993, p.11). Uma vez apresentados alguns conceitos sobre Logística empresarial, o objetivo e sua tendência atual, no capítulo a seguir, as atividades logísticas serão abordadas de forma a possibilitar uma compreensão mais aprofundada de seus mecanismos. 3.3.As atividades da Logística As atividades da Logística devem ser consideradas sob o ponto de vista de integração total, ou seja, as atividades são interlacionadas, formando um todo que compõe a logística integrada (BOWERSON e CLOSS, 2001). Estas atividades podem variar de empresa para empresa, levando-se em consideração sua estrutura organizacional, tamanho e concepção logística (BALLOU, 2001). 35 As atividades-chaves que são de importância para o atingimento dos objetivos logísticos são: Transportes; Manutenção de estoques; Processamento de pedidos (BALLOU, 1993, p.24). O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a maior parcela dos custos na maioria das organizações, tem papel fundamental no desempenho de diversas dimensões do serviço ao cliente, representando em média 60% das despesas logísticas, o que em alguns casos pode significar duas ou três vezes o lucro de uma companhia (FLEURY et al 2000). Na manutenção de estoques geralmente não é viável providenciar produção ou entrega instantânea aos clientes. Para se atingir um grau razoável de disponibilidade de produto, é necessário manter estoques que agem como amortecedores entre a oferta e a demanda. O uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos, o que torna sua manutenção uma atividade – chave da Logística (BALLOU, 1993, p.24). No processamento de pedidos, uma das características usadas que leva à vantagem competitiva é a oportunidade relacionada à economia de tempo por meio de redução ou eliminação de funções que podem reduzir o tempo de ciclo como: implementação de sistemas computadorizados, mudanças organizacionais e utilização de programas (BERTAGLIA, 2003). Os transportes, a manutenção de estoques e o processamento de pedidos, apesar de serem os principais ingredientes que contribuem para a disponibilidade e a condição física de bens e serviços, requerem uma série de atividades adicionais de apoio a estas atividades primárias (BALLOU, 1993). a) Armazenagem: refere-se à administração do espaço necessário para manter estoques, levando-se em consideração localização, 36 área, arranjo físico, dentre outros. A armazenagem ainda é o caminho mais eficiente para consolidar as linhas de fornecedores e dividir o volume para servir as lojas de varejo. É, em geral, o único caminho viável para colocar quantidades de peças (oposto ao palete ou caixa), nas lojas. São necessários projetos de armazéns especiais para movimentar os volumes, analisando a instalação de dispositivos de separação rápida ou alimentadores por gravidade, adequadamente integrados aos procedimentos diários (BANZATO, 2004). b) Manuseio de materiais: está associada com armazenagem e também apóia a manutenção de estoques, e diz respeito à movimentação do produto no local de estocagem; c) Embalagem de proteção: produtos bem acondicionados, garantindo sua movimentação com segurança, sem quebras; d) Obtenção: atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. Trata da seleção, quantidade e programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado; e) Programação do produto: lida com a distribuição e refere-se às quantidades agregadas que devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas; f) Manutenção de informação: são fontes essenciais para o correto planejamento e controle logístico . 37 Resumindo, o que foi colocado nos parágrafos anteriores, além das atividades-chave, a Logística conta com várias atividades de apoio que, em conjunto e combinadas, contribuem para que a empresa possa oferecer um serviço de qualidade para os clientes, ou seja, o nível de serviço de uma empresa é fortemente influenciada pela forma como as empresas administram suas atividades logísticas, conforme está representado na Figura 2. Nível de Serviço Figura 2. As atividades logísticas e o nível de serviço almejado. Fonte: Adaptado de Ballou, 1993. 3.4.O fluxo de informações logísticas O problema básico de qualquer organização é a administração eficiente dos fluxos totais, compreendendo desde o processo de previsão de demanda, passando pelo processamento do pedido do cliente, pela aquisição de matériasprimas e insumos para a produção, armazenagem, produção, transporte, e distribuição dos produtos as redes atacadistas, varejistas até a chegada do produto 38 ao cliente final (BARROSO, 2001). Neste sentido, o gerenciamento da Logística é na verdade o gerenciamento de seus fluxos (CHRISTOPHER, 1997). A sincronia entre os fluxos de informações e de materiais é um requisito básico para o melhor desempenho logístico (DORNIER et al, 2000). Para conseguir melhoria no processo logístico, é necessário considerar o fluxo integrado como um sistema único ao invés de considerar componentes isolados. Surge então o conceito de Logística Integrada, com seus com seus fluxos funcionando harmonicamente. Esta integração deve englobar tanto as áreas internas da empresa como fornecedores e clientes, conforme está representado na Figura 3. Fluxo de materiais Clientes Distribuição Física Apoio à Manufatura Suprimento Fornecedores Fluxo de informações Figura 3. A integração Logística. Fonte: Bowersox e Closs (2001). Dos dois fluxos básicos considerados pela Logística, o fluxo de informações é hoje tão importante que o de materiais. Substituir estoques por informações é hoje uma máxima perseguida pelas empresas (SIMCHI-LEVI et al, 2003). Para que as informações atendam às necessidades logísticas, estas devem incorporar princípios e apoiar adequadamente o planejamento e as operações da empresa. Existem seis princípios básicos que norteiam o planejamento e controle das informações logísticas (BOWERSOX e CLOSS, 2001): 39 1. Disponibilidade: as informações Logísticas devem estar disponíveis em tempo hábil e com consistência. Entre os exemplos de informações necessárias estão o status dos pedidos e os estoques. A rápida disponibilidade é necessária para dar resposta aos clientes e aperfeiçoar as decisões gerenciais. 2. Precisão: em segundo lugar, as informações devem apresentar um nível de conformidade entre aquilo que está sendo disponibilizado pelo sistema e o que está acontecendo na prática. Um exemplo claro seria a conformidade dos estoques. 3. Atualizações em tempo hábil: as informações Logísticas devem ser atualizadas em tempo hábil, a fim de proporcionar feedback rápido de informações. O intervalo de tempo decorrido entre o acontecimento da atividade e o momento em que ela se torna visível no sistema deve ser minimizado. 4. Sistema de Informações Logísticas baseadas em exceções: um sistema de informações logísticas deve apontar os erros de operação para proporcionar um gerenciamento focado na minimização dos problemas e no melhoramento contínuo. 5. Flexibilidade: os sistemas de informações Logísticas devem ser flexíveis para atender às necessidades de usuários e clientes. 6. Formato adequado: as telas e relatórios logísticos devem ser formatados, o que significa que as informações corretas devem ser apresentadas com as melhores estruturas de ordenação. 40 A integração logística depende de forma irrestrita da velocidade e qualidade das informações que nela circulam. Considerando os dois fluxos trabalhados pela Logística (materiais e informações), é no segundo que as organizações têm concentrado cada vez mais seus esforços (RICARTE, 2003). Assim, conforme foi possível observar nos tópicos apresentados, não se pode considerar a Logística sem que haja um conjunto de informações que propicie um gerenciamento mais eficaz de seus recursos para atender às necessidades dos clientes. No entanto, para que se atinja elevados níveis de eficiência, faz-se necessária a aplicação de tecnologias que permitem uma maior agilidade e acuracidade destas informações. O próximo capítulo abordará como a Tecnologia da Informação pode ser útil para a Logística, no que se refere à automatização dos processos e administração das informações. 41 4.Tecnologia da Informação aplicada à Logística No atual ambiente competitivo voltado a economia de mercado, a gestão eficiente da Logística aplicada juntamente com a Tecnologia da Informação é fator preponderante. Existe a necessidade de disponibilizar e localizar de forma estratégica, matérias primas e produtos acabados, para atender as necessidades dos mercados geograficamente dispersos, o que traduz melhorar a competitividade e buscar a otimização dos processos logísticos (BERTAGLIA, 2003). Nas últimas décadas do século XX vários países, especialmente os mais desenvolvidos, passaram a conviver com um processo simultâneo de aceleração das inovações tecnológicas e globalização econômica. Ambos os fenômenos reforçaram a necessidade de investir significativamente em competitividade por parte das empresas que desejam permanecer atuante no novo milênio, ou seja: investir na sua capacidade de oferecer bens e serviços de qualidade e a custos reduzidos (POIRIER e REITER, 1997). O processo de evolução tecnológica está vinculado ao movimento de aprendizagem, capacitação e criação de competências (NOVAES, 2001) que na maioria dos casos, acaba por determinar as trajetórias tecnológicas das empresas ou mesmo de setores (OLIVEIRA e BERNARDES, 2002). Se a informação é fundamental para a eficiência da Logística, a Tecnologia da Informação (TI) assume um papel fundamental neste processo. As organizações brasileiras têm utilizado largamente a Tecnologia da Informação e Comunicação para interligar suas várias áreas, fornecedores e clientes, processar um número muito grande de transações e atender a uma quantidade de clientes de forma rápida, segura e, muitas vezes, personalizadas (ALBERTIN, 2000). 42 A necessidade de informações rápidas, em tempo real e com alto grau de precisão para uma gestão eficiente da Logística, aponta três razões para tal (BOWERSOX e CLOSS, 2001) : a) Clientes entendem que informações do andamento de uma ordem, disponibilidade de produtos, programação da entrega e dados do faturamento são elementos fundamentais do serviço ao cliente; b) Com a meta de redução do estoque em toda a cadeia de suprimentos, os executivos percebem que com informações adequadas, eles podem, efetivamente, reduzir estoques e necessidades de recursos humanos; c) A disponibilidade de informações aumenta a flexibilidade com respeito a saber quanto, quando e onde os recursos podem ser utilizados para obtenção de vantagem estratégica. O fluxo de informações é um elemento de grande importância nas operações Logísticas, que funcionam como elos de ligação das atividades Logísticas em um processo integrado, combinando hardware e software para medir, controlar e gerenciar as operações Logísticas (FLEURY et al, 2000, p.287). O presente capítulo aborda, de forma objetiva, a importância da Tecnologia da Informação nas atividades logísticas. Para se tratar, de forma mais sistemática, o assunto foi dividido nos seguintes tópicos: Hardware ou equipamentos e Software ou programas, conforme apresentados nos tópicos a seguir. 43 4.1.Equipamentos As tecnologias inerentes ao processo de gestão de máquinas e equipamentos e de gestão da informação devem interagir de forma a se criar a sinergia adequada. O tripé formado por pessoas, máquinas e informação caracteriza-se como a principal base de apoio da gestão criativa e eficaz da Logística (ALMEIDA e MATTAR, 2002). As empresas devem dimensionar bem seus recursos tecnológicos ao projetarem os equipamentos necessários. Quando se dimensiona mal os recursos de hardwares, as transações eletrônicas tendem a ocorrer de forma mais lenta e com o maior número de erros. Da mesma forma que, se superdimensionada, a estrutura de hardwares pode ficar ociosa, acarretando custos não necessários. O correto dimensionamento da estrutura de hardware em uma empresa deve levar em conta três aspectos básicos: a necessidade da rede de negócio, a disponibilidade de recursos financeiros da empresa e a oferta de equipamentos no mercado e seus serviços de assistência técnica. O casamento destas três variáveis vai determinar o nível de estrutura de hardware a ser utilizada na empresa, de forma a maximizar a relação custobenefício (RICARTE, 2003). Os principais equipamentos de TI na Logística são: computadores (grandes aliados para a melhoria do desempenho logístico); palmtop (computadores de mão que têm como funções básicas os programas para cadastro de endereços, controle de tarefas a fazer, sistema para vendas, dentre outros); códigos de barra (tecnologia de colocação de códigos legíveis por computador em itens, meio eficaz de identificar produtos mediante a conversão pelo computador da leitura feita por um sensor); EPC – Eletronic Product Code (etiquetas eletrônicas que servem como identificação por rádio freqüência – RFID); é uma tecnologia bastante utilizada em itens de maior valor 44 agregado; coletores de dados (são amplamente utilizados no varejo, seja na entrada, na movimentação e na saída de produtos, contagem de estoque e inventários); sistemas de rádio freqüência (são constituídos de coletores de dados operados a distância) (BOWERSOX e CLOSS, 2001). 4.2.Softwares A Tecnologia da Informação está associada à abrangência de utilização de softwares e demais tecnologias de apoio para diferentes atividades logísticas (SIMCHILEVI et al, 2003). Um sistema de informações pode também ser definido como um conjunto de componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar, armazenar e distribuir informação, com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a coordenação, a análise e o processo decisório em empresas e em outras organizações. Assim, um sistema de informação eficaz deve produzir informações realmente necessárias, confiáveis, em tempo hábil e com custo condizente, atendendo aos requisitos operacionais e gerenciais da tomada de decisão; ter por base diretrizes capazes de assegurar a realização dos objetivos organizacionais, de maneira simples, direta e eficiente; integrar-se à estrutura da organização e auxiliar na coordenação das diferentes unidades organizacionais; ter um fluxo de procedimento (interno e externo ao processamento) racional, integrado, rápido e de menor custo possível; contar com dispositivos internos que garantam a confiabilidade das informações de saída e adequada proteção aos dados controlados pelo sistema; ser simples, seguro e rápido em sua operação (LAUDON e LAUDON, 1999). 45 As principais aplicações de software que realmente estão fazendo a diferença no dia-a-dia dos negócios definem-se: ¾ RR (abordagem para atender a demanda do cliente, fornecendo a quantidade, a variedade e a qualidade certa no momento certo e pelo preço certo); ¾ EDI (do inglês Eletronic Data Interchange, intercâmbio eletrônico de dados - Sistema usado para coletar informações das mercadorias nos pontos de venda a partir do código de barras); ¾ MRP (do inglês Material Requeirements Planning - sistema usado para planejar de maneira lógica estoque e materiais); ¾ VMI (do inglês Vendor-Managed Inventory - sistema de informações usado para acionar pedidos de reabastecimento); ¾ ECR (do inglês Efficient Consumer Response - sistema de resposta eficiente ao consumidor, Integração entre a cadeia de suprimento com o gerenciamento da demanda); ¾ ERP (do inglês Interprise Resource Planning - sistema de controle dos negócios e custos reduzidos, que surgem de um fluxo mais rápido de dados e de integração virtual dos processos); ¾ WMS (do inglês Warehouse Management System - sistema para administrar os fluxos físicos de recebimento, armazenagem, separação e expedição de mercadorias); ¾ Internet (visão ampla da demanda do cliente no final da cadeia de suprimento, utilizando dados compartilhados); 46 ¾ B2B (é a formação de comunidades comerciais on-line via Internet). (HARRINSON e HOECK, 2003, p. 322-324). Dos aplicativos ou softwares destacam-se: MRP (Material Requirement Planning) - esta ferramenta traduz o planejamento de produção de vendas na necessidade de materiais, de forma a transformá-los à medida que estes conjuntos, subconjuntos e componentes fossem necessários. O conceito de MRP foi ampliado, evoluindo para MRP II (Manufacturing Resources Planning) ou Planejamento de Recursos de Produção (CHOPRA e MEINDL, 2003). O MRPII estendeu o seu conceito para as áreas de Engenharia, Contabilidade, Finanças, Recursos Humanos, Planejamento da Distribuição e Transporte, Gestão de Projetos, Qualidade, Manutenção, etc., representando uma completa gama de atividades dentro do cenário de negócios da empresa (NETO, 2002). O ERP (Enterprise Resource Planning) ou Planejamento de Recursos da Empresa é responsável pela gestão de toda a cadeia Logística, desde o cliente até o fornecedor, passando pelo planejamento finito de produção, planejamento da Logística e de distribuição, transportes, etc. Em resumo, planejando e controlando as entidades internas e externas da companhia (CHOPRA e MEINDL, 2003). O EDI (Eletronic Data Interchange) consiste numa rede privada estabelecida entre comprador e vendedor de forma a trocar informações em relação à compra e venda de produtos (RICARTE, 2003: 82). Pode-se se afirmar ainda que, EDI é um tipo de sistema interorganizacional (IOS), que automatiza os procedimentos efetuados entre duas ou mais empresas. Envolve a troca eletrônica de dados entre parceiros de negócios, usando padrões 47 computadorizados, permitindo que os dados sejam transmitidos sem haver redigitação de uma aplicação para outra (NETO, 2002, p. 49). Por outro lado, o EDI apresenta algumas desvantagens. Este sistema significa altos investimentos para cada empresa participante, pois os custos de implantação são repetidos para cada instalação, ou seja, se uma empresa estabelece relações comerciais com 50 outras empresas, seriam necessárias à instalação de 50 estruturas de EDI (RICARTE, 2003, p. 104). O EDI está migrando para a Internet, que oferece uma maneira simples de comunicação entre empresas ou com clientes, exigindo um investimento relativamente pequeno (SIMCHI-LEVI et al , 2003). No ínicio desta década, as empresas passaram a conhecer melhor uma nova tecnologia que desempenhava a mesma função do EDI (troca de informações interorganizacionais), com menores custos de operação e complexidade de implantação. Esta nova tecnologia era a Internet. Com o surgimento e propagação da Internet nas empresas, todos os aspectos negativos do EDI, relacionados anteriormente, foram minimizados ou neutralizados, enquanto que os aspectos positivos foram maximizados. As vantagens da Internet sobre os sistemas EDI são: pode ser acessada por todos; transmite mais informações; oferece mais visibilidade, capacitando aos membros da cadeia tomarem melhores decisões; a comunicação é mais fácil porque a infraestrutura padrão (www) já existe; não exige uma conexão dedicada entre a empresa e o cliente. Motivadas por tais vantagens, a Internet passou a ser a opção mais viável para a troca de informações entre as empresas, desbancando a preferência pelos sistemas EDI (CHOPRA e MEINDL, 2003). 48 As principais transações realizadas no comércio eletrônico (Internet) são as seguintes: (B2C) Comércio Eletrônico Business-to-Consumer: envolve transações de varejo com compradores individuais; (B2B) Comércio Eletrônico Business-to-Business : envolve transações eletrônicas intreorganizações; e (C2C) Comércio Eletrônico Consumer-to-Consumer: envolve consumidores vendendo diretamente a outros consumidores (LAUDON e LAUDON, 2001). A utilização de novas tecnologias é reconhecidamente um fator relevante para atingir a melhoria da competitividade e o incremento das inovações, onde a TI desempenha um papel fundamental, uma vez que os equipamentos e programas de computador permitem que as empresas desenvolvam novos produtos ou melhorem os existentes, além de propiciar também o ambiente favorável para a mudança dos processos de trabalho (FONSECA et al, 2004). Neste capítulo foi apresentado à aplicação dos sistemas de informações e equipamentos de TI na logística em seus processos. O capítulo a seguir abordar-se-á o tema sobre a indústria moveleira, seu historico e importância no contexto nacional. 49 5 .A indústria moveleira A indústria moveleira no Brasil produzia mais de 90% do consumo interno de móveis. Este desempenho resultava da chegada de imigrantes estrangeiros no final do século XIX e, principalmente, da I Guerra Mundial que interrompeu as importações e possibilitou assim a criação de muitas indústrias. O mobiliário deste período era baseado em modelos que faziam sucesso no exterior, em particular na Europa. A partir dos anos 50, surgem as primeiras tentativas de se criar um estilo de móveis genuínamente brasileiro, o que se consolidou somente muitos anos depois. Apenas na década de 90, a indústria moveleira assumiu sua posição de destaque no mercado nacional (FIEC, 2001). 5.1.A indústria moveleira no Brasil A indústria brasileira de móveis é formada por mais de 16.000 micros, pequenas e médias empresas que geram aproximadamente 195.000 empregos, sendo a maioria empresas familiares e de capital nacional, localizando-se principalmente na região centro sul do país, constituindo em alguns estados, pólos moveleiros, a exemplo de: Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul; São Bentos do Sul, em Santa Catarina; Arapongas, no Paraná; Mirassol, Votupuranga e São Paulo, em São Paulo; Ubá, em Minas Gerais e Linhares, no Espírito Santo. O faturamento no ano de 2003 foi de US$ 3,5 bilhões (ABIMÓVEL, 2004). O PIB percapita foi de R$ 8.565,00 uma vez que a estimativa da população residente no país calculada pelo IBGE foi de 176,9 milhões de habitantes em 2003. A 50 variação anual de preços, pelo deflator implícito do PIB a preços de mercado, em 2003, alcançou 12,8% (ABIMÓVEL, 2004). A preocupação com a cadeia industrial como um todo, ou seja, incluindo desde os fornecedores de matéria-prima, passando pelos processadores intermediários, até o fabricante final do móvel revela ainda um potencial inexplorado pelo Brasil, que poderá ter impacto positivo na competitividade das exportações nacionais. Os investimentos visando ao uso múltiplo de florestas plantadas têm potencial para gerar efeitos que possam alavancar a produção moveleira, com resultados positivos sobre o emprego, já que é um setor intensivo em mão-de-obra (GORINI, 2000, p.11). A indústria brasileira de móveis é muito fragmentada e caracteriza-se principalmente por dois aspectos: elevado número de micro e pequenas empresas, em um setor de capital majoritamente nacional, e grande absorção de mão-de-obra (GITAHY e ROESE, 2003). Com o aumento, nos últimos anos, das exportações, a indústria desenvolveu significativamente a sua capacidade de produção e apurou a qualidade de seus produtos. Tecnologias avançadas, matérias-primas sofisticadas e produtos de qualificados têm pautado a produção da indústria moveleira no Brasil (ABIMÓVEL, 2004). Em que pese à tecnologia já ser muito difundida e acessível, a estreita cooperação entre as indústrias de móveis e de máquinas – como ocorre em alguns países da Europa – permite uma constante atualização da base técnica. Não obstante, cabe enfatizar a grande diversidade no grau de atualização tecnológica das empresas moveleiras (GORINI, 2000). Como o processo produtivo não é contínuo, a modernização, muitas vezes, pode ocorrer apenas em determinadas etapas da produção. Em algumas fábricas, 51 portanto, é possível que máquinas modernas coexistam com máquinas obsoletas (GORINI, 2000, p.52-53). 5.2. A Indústria Moveleira do Ceará O setor moveleiro do Ceará deve ser tratado como um conjunto de indústrias de porte variado, com critérios de gestão muito diferentes entre si, sobretudo no que diz respeito às atividades relacionadas à comercialização. Por exemplo, existe uma razoável concentração na produção de móveis residenciais de madeira maciça, direcionados a públicos diversos, revelando sofisticação nas lojas situadas em Fortaleza - CE, equiparável aos grandes centros do país (FIEC, 2001). No ano de 2000, a cadeia produtiva como um todo faturou aproximadamente R$ 21,9 milhões (IPECE, 2004). Com relação à capacidade produtiva mensal, esta se concentra em 10 municípios: Fortaleza, Jaguaribe, Iguatú, Maracanaú, Independência, Eusébio, Marco, Morada Nova, Santana do Acaraú e Bela Cruz, representando 95,1%, totalizando 232.755 peças/mês (FIEC, 2001) Os produtos de maior representatividade são: cadeiras decorativas, salas de jantar, sofás, dormitórios, armários para cozinha e móveis contratados. A forma de produção adotada depende diretamente do volume de encomendas, pois a produção em série é utilizada por 24% das empresas do setor (GORINI, 2000). A Indústria moveleira cearense apresenta um nível de utilização da capacidade instalada de aproximadamente de 59%, indicando que o setor apresenta uma força produtiva ociosa de 41% (SANCHO et al, 2002, p.14). A cadeia produtiva é composta por materiais primários: madeira maciça, compensados, aglomerado, MDF (Medium Density Fiberboard) conhecida como 52 madefibra (restos de madeira de eucalipto, tratado e prensado, é utilizada nos fundos de gavetas e nas laterais dos móveis). Os materiais secundários classificam-se em: máquinas, ferramentas , metalurgia, tintas , adesivos, abrasivos, palha natural, granitos e pedras, tecidos, vidros, couro, espuma, fórmica, palha sintética, acrílico e as embalagens (IPECE, 2004). A Figura 4 representa a cadeia produtiva do setor. FERRAMENTAS MÁQUINA (INSTRUMENTOS PREGOS, PARAFUSOS) METALÚRGICA (dobradiças) TINTAS CORANTES SOLVENTES ADESIVOS ABRASIVOS MACIÇA COMPENSADO PARTES EMBALAGENS Papelão, caixas, engradadosde madeira e plásticos MÓVEIS Salas de jantar, dormitório MONTAGEM cadeiras decorativas MADEIRA AGLOMERADO MDF PALHA NATURAL TECIDOS VIDROS DESIGN COURO GRANITO ESPUMA PALHA SINTÉTICA FÓRMICA ACRÍLICO Figura 4. Cadeia Produtiva do Setor Moveleiro. Fonte: IPECE, 2004. A matéria-prima básica utilizada pelos moveleiros cearenses é a madeira maciça (principalmente tauri) secada ao ar livre ou em estufa, de espécies nativas provenientes dos estados do Amazonas e Pará. Verifica-se também, em menor escala, o uso de espécies de florestas plantadas como pínus (dos Estados de Minas Gerais e Santa Catarina) para estruturas de estofados e a introdução da madeira de eucalipto, 53 como alternativa mais resistente em substituição ao pínus. Verifica-se também o uso restrito de chapadura para fundos de armários, roupeiros e fundos de gavetas, MDF e chapas compensadas para espelhos de sofás e cadeiras (IPECE, 2004, p.2-10). 5.3.O pólo moveleiro de Marco-Ce O pólo industrial especializado em mobiliário e sediado na cidade de Marco CE, é recente, datando de 1996. O município oferece produção de mobília de vários segmentos, para as classes popular e média, utilizando também outros materiais, além da madeira maciça. Atualmente, o setor já é visto com importância para a economia local. Do PIB (Produto Interno Bruto) de 2000 (R$ 29.524.216,00), a indústria moveleira no município, representa 10,92% (CAMPOS e LEAL, 2004). A implantação do pólo moveleiro de Marco seguiu orientação técnica muito sólida, o que permitiu que todas as indústrias locais tenham se organizado em termos de maquinário e de layout de produção, ainda que existam diferenças de porte e do grau de investimentos financeiros nas empresas (SANCHO et al, 2002, p. 27). A produção se concentra, sobretudo em móveis de madeira maciça, nos quais é intensamente utilizado o Tauri, procedente de Belém do Pará. A reduzida produção de móveis retilíneos de painéis de madeira se vale de chapas de compensado ou de MDF (Mediur Density Fiberboard) adquiridas diretamente do Paraná. Associado à madeira são utilizados ainda alguns poucos materiais, como o aço inoxidável que substitui o ferro cromado e vidro. Não existe nenhum investimento na diversificação do tipo de madeira maciça (FIEC, 2001). Em relação ao design de produtos, a grande problemática do setor é a falta de diferenciação. Cada segmento é muitas vezes comum a muitos fabricantes diferentes e semelhantes a um padrão nacional do produto que busca não agregar valor. Este 54 padrão é constantemente orientado no sentido da eliminação de custos, tentando atingir o menor custo de produção (FIEC, 2001). Basicamente, o mercado de destino desses produtos é Norte e Nordeste, destacando-se algumas empresas que vendem para todo o Brasil e também exporta para EUA e Europa. A distribuição é feita para o mercado interno através de representantes e, principalmente de estabelecimentos comerciais, muitas vezes próprios para a venda de produtos exclusivos e de outras marcas (ABIMÓVEL, 2002). O setor é caracterizado por forte empreendedorismo. Há um mercado promissor de móveis na região e estima-se que 70% da produção são consumidos no Nordeste, e se inovados no deseign, poderão ter preços mais competitivos, chegando inclusive a aumentar suas exportações. 55 6.Metodologia O presente capítulo tem como objetivo principal descrever e caracterizar a pesquisa realizada, bem como explicar os passos metodológicos utilizados. Para tanto, os propósitos e pressupostos da pesquisa são apresentados, para em seguida classificá-la de acordo com os métodos científicos. Na última parte do capítulo, a amostra é caracterizada com o objetivo de tornar claras as empresas pesquisadas. 6.1.Problemática e objetivo Conforme exposto na parte introdutória deste trabalho, a problemática da pesquisa gira em torno da utilização da TI nos processos logísticos de empresas pertencentes ao pólo moveleiro de Marco-Ce. Dessa forma, a grande questão da pesquisa é: Como as empresas do setor moveleiro têm utilizado a Tecnologia da Informação em seus processos logísticos? Para tanto, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o grau de utilização da TI na Logística de empresas fabricantes de móveis que estão localizadas na região de Marco-Ce. 6.2.Pressupostos A pesquisa partiu dos seguintes pressupostos: 56 • As empresas do pólo moveleiro de Marco-Ce faz pouco uso da TI nos seus processos logísticos. • O principal problema na adoção de tecnologias está na falta de cultura e preparo dos profissionais que gerenciam estas empresas. 6.3.Classificação da pesquisa Com relação ao presente trabalho, a pesquisa realizada consistiu em um estudo teórico-impírico, com uma base bibliográfica e um estudo de campo. Com relação à pesquisa bibliográfica, esta foi conduzida através da análise de várias fontes de pesquisa e teve como objetivo principal conhecer e analisar as contribuições existentes sobre o tema abordado (CERVO e BERVIAN, 1996). Este tipo de pesquisa envolveu levantamentos através de fontes secundárias, com conhecimento original, dos quais incluem os materiais publicados em livros, revistas, artigos científicos, redes eletrônicas, projetos de análise setorial, realizado pelo IPECE - Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará e FIEC – Federação das Indústrias do Estado do Ceará. Com relação ao estudo de campo, este pode ser classificado como sendo descritvo, essencialmente qualitativo, com a utilização de técnicas de estudo de caso. O caráter descritivo se deve ao fato do estudo ter o objetivo de descrever e analisar um fenômeno, no presente caso, a utilização da Tecnologia da Informação na Logística em empresas do setor moveleiro. Assim, não consiste no foco da pesquisa tentar modificar a realidade constatada (CERVO e BERVIAN, 1996; VERGARA, 1997). O caráter qualitativo da pesquisa se deveu ao fato da mesma não utilizar nenhuma técnica estatística ou matemática para analisar os fatos, mas sim um conjunto 57 de variáveis subjetivas que respondem a questões particulares de cada empresa analisada, permitindo assim uma maior profundidade com relação às análises efetuadas (MINAYO, 1993). A pesquisa qualitativa caracteriza-se também por partir de alguns pressupostos, que foram enumerados no início do presente capítulo. As suposições são mais associadas a este tipo de pesquisa, pois não implicam testagens, mas sim apenas confirmação ou não, via mecanismos não estatísticos (VERGARA, 1997). Assim não foram empregados elementos estatísticos para análise dos dados. Houve uma preocupação em entender os fenômenos segundo as perspectivas dos participantes da situação estudada para, a partir daí, situar a interpretação do pesquisador (NEVES, 1996). Por fim, optou-se por utilizar a estratégia do estudo de caso múltiplo como técnica de pesquisa. O estudo de caso consiste em uma investigação detalhada de uma ou mais organizações, ou grupos dentro de uma organização, com vistas a prover uma análise do contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em estudo, com foco voltado para o fenômeno e seu contexto (VERGARA, 1997). 6.4.Procedimentos metodológicos Conforme já foi explicado, o presente trabalho teve umas etapas teóricas, caracterizadas principalmente pela pesquisa bibliográfica, e outra etapa impírica, caracterizada principalmente pelo estudo de campo. O desenvolvimento do estudo de campo obedeceu a uma série de passos metodológicos que vai desde o planejamento, passando pela coleta de informações, finalizando com o processo de interpretação e redação das entrevistas. Estes passos serão explicados a seguir. 58 6.4.1.Planejamento A fase de planejamento da pesquisa qualitativa envolve uma série de questões que tem como objetivo identificar o que se deseja focalizar. Para tanto, é preciso que o pesquisador faça uma leitura preliminar intensiva para construir uma consistência maior sobre o tema e, conseqüentemente, formalizar as suas crenças e pressupostos com relação a determinado assunto (ZANELLI, 2002). Com relação ao presente trabalho, conforme foi explicado, houve uma leitura inicial sobre o tema, que foi necessário para estabelecer os pressupostos da pesquisa. 6.4.2.Coleta de informações Uma vez estabelecidos os objetivos e pressupostos da pesquisa, partiu-se para a fase de coleta de informações. Para tanto, utilizou-se a técnica de entrevistas com base em um questionário aberto e semi-estruturado. A utilização da técnica de entrevista para este trabalho é justificável uma vez que, em se tratando de um estudo de caso qualitativo, onde se procurou analisar as respostas dos pesquisados, a presença física do pesquisador é fundamental, pois foi possível avaliar aspectos contextuais que não seriam possíveis através de outras técnicas (VERGARA ,1997). As entrevistas foram realizadas principalmente com os proprietários das empresas, porém, alguns questionamentos mais específicos, que requeriam um nível maior de profundidade, foram feitos aos gerentes da área de tecnologia e Logística. Com o objetivo de aproveitar ao máximo as respostas fornecidas, todas as entrevistas foram gravadas. 59 É possível afirmar também que as entrevistas foram realizadas com base em pautas, pois o entrevistador-pesquisador relacionou vários pontos a serem abordados com os entrevistados (VERGARA, 1997). Estes pontos seguiram um roteiro determinado por um questionário semiestruturado, o que se denominou de protocolo de pesquisa (Apêndice 1). O referido protocolo foi dividido em pautas, que foram constituídas de perguntas abertas, pois o objetivo foi obter respostas livres do entrevistado (CERVO e BERVIAN, 1996). 6.4.3.Tratamento das informações A etapa seguinte do estudo de campo consistiu no tratamento dos dados e informações coletadas. Neste aspecto cabe relembrar que foi dada uma ênfase no tratamento qualitativo dos dados, onde se procurou também codificar e apresentá-los de forma mais estruturada com o objetivo de analisá-los (VERGARA, 1997). Com relação a interpretação e análise das entrevistas, o procedimento de tratamento empregado para os dados obtidos foi o de análise do discurso. Esta técnica de análise inscreve-se numa sociologia do discurso e procura estabelecer ligações entre a situação (condições de produção) na qual o sujeito se encontra e as manifestações semântico-sintáticas da superfície discursiva (BARDIN, 1977 apud MAIA et al, 2003). 6.4.4.Redação dos relatórios de estudo de caso Por fim, após a realização das entrevistas e suas respectivas análises, faz-se necessária à redação dos relatórios dos estudos de casos. O ato de escrever é recorrente, porque exige revisões e sucessivas versões. Ao escrever, o pesquisador deve ter cuidado de levar o leitor a entender a lógica que articula os pressupostos, os conceitos e os dados, em interpretações claras e coerentes. Assim, o relatório de estudo de caso para a presente pesquisa será do tipo linear, uma 60 vez que este tipo de estrutura é a ideal para pesquisas científicas como a que está sendo apresentada (YIN, 2001). 6.5.Escolha das empresas participantes A escolha das empresas participantes da pesquisa levou em consideração alguns aspectos, principalmente com relação à área geográfica e o tamanho das empresas. Com relação à área geográfica, optou-se por escolher a cidade de Marco-CE em função de comportar um grande número de indústrias do setor moveleiro e ao mesmo tempo em que às pesquisas com este fim são raras nesta região. Com relação ao tamanho das empresas optou-se por escolher empresas de portes diferentes, ou seja, pequeno, médio e grande porte. As micro-empresas foram desconsideradas no presente estudo em função das mesmas ainda se encontrarem em um estágio pouco avançado sob o ponto de vista tecnológico. Para classificar estas empresas, utilizou-se a metodologia do SEBRAE (2005) que leva em consideração o número de funcionários para estabelecer o tamanho das empresas. O quadro 1apresenta esta classificação. PORTE Microempresa Empresa de Pequeno Porte Empresa de Médio Porte Empresa de Grande Porte EMPREGADOS Até 09 empregados De 10 a 49 empregados De 50 a 99 empregados Mais de 99 empregados Quadro 1. Tamanho das empresas de acordo com o número de funcionários. Fonte: SEBRAE (2005). Considerando a classificação proposta, é possível observar, através da comparação com o Quadro 2 que a maioria das empresas são de médio e grande porte, 61 pois empregam acima de 50 funcionários. Em se tratando desta variável, é possível observar que, juntas, estas empresas empregam aproximadamente 654 pessoas, o que é bastante considerável, levando em consideração a região do entorno destas empresas. Empresas Classificação Nº de empregados E1 E2 E3 E4 E5 Grande Grande Média Média Pequena 288 173 91 62 40 Produtos fabricados Estofados Dormitórios Sala de Jantar Cama, roupeiro, cômoda ,armário cozinha Salas de jantar e cadeiras de aproximação Quadro 2. Composição de amostra da pesquisa. Fonte: Os autores (2004). Conforme foi possível observar ao longo deste capítulo, a pesquisa foi conduzida através de rigoroso método científico, que envolveu inicialmente uma pesquisa bibliográfica, seguida de uma pesquisa impírica de campo. A pesquisa de campo foi desenvolvida através de técnicas qualitativas, onde preponderou a análise descritica por meio do estudo de caso. As técnicas de coletas de dados utilizadas foram a entrevistas com a aplicação de questionário semi-estruturado e a análise das informações se deu utilizando a análise de discurso. A amostra obedeceu a critérios não probabilísticos, onde preponderou o local onde as empresas estão instaladas e o tamanho das mesmas. O próximo capítulo tem como objetivo apresentar os resultados dos estudos de caso. 62 7.Apresentação dos resultados O objetivo principal deste capítulo é apresentar os resultados da pesquisa. Conforme explicado anteriormente, o estudo de campo obedeceu a uma série de passos metodológicos, com o objetivo de selecionar, entre a população de 13 empresas pertencentes ao pólo moveleiro localizado na cidade de Marco-CE, aquelas que estão em estágio avançado em relação a TI. Esta etapa objetivou a seleção das empresas que farão parte do estudo de caso desenvolvido a seguir. A pesquisa de campo foi desenvolvida através de técnicas qualitativas, onde preponderou a análise descritiva. Os resultados da pesquisa foram apresentados por empresa onde, para cada caso, analisarão os seguintes aspectos: histórico (principais produtos e mercado); as aplicações; os benefícios; e as perspectivas de utilização da TI na Logística. O próximo capítulo abordará os resultados dos estudos de casos, onde serão analisados. 6.1. Caso 1 (E1) A primeira empresa analisada, considerada a maior indústria do pólo moveleiro de Marco-Ce. com aproximadamente 288 funcionários, abrange o mercado nacional (regiões Norte, Nordeste, Sul e Sudeste) e internacional (Porto Rico, Miami e Alemanha). Possui 30 lojas distribuídas nas regiões supracitadas. 63 Com uma planta industrial construída no município, esta empresa se especializou na fabricação de estofados (sofás e poltronas). Sua capacidade produtiva é de aproximadamente de 4,2 mil peças/mês. Possui estrutura organizacional familiar com profissionais capacitados nas suas áreas de atuação. Apresenta setores bem definidos na composição de seu organograma, principalmente nas áreas: Administrativa -Financeira e Marketing. Existe formalização na área de Logística, mas a empresa considera que seus processos logísticos ainda não atingiram o grau de satisfação desejado, haja vista a dificuldade de mão-de-obra especializada. Considerando a estrutura logística, esta é composta pelas áreas de compra, armazenagem, transporte e distribuição que desempenham em conjunto uma série de atividades. A empresa não possui um setor específico de TI e utiliza os profissionais que operam em seu centro de Processamento de Dados para a criação e implantação de sistemas de acordo com suas necessidades, usando os recursos de que dispõe e na aquisição de programas existentes no mercado. O centro de processamento de dados é onde estão alocados os seus profissionais de TI , mas percebe-se que suas responsabilidades são abrangentes, o que impossibilita dedicação absoluta nesta área de desenvolvimento tecnológico da informação impactando os processos. Verificou-se a utilização de um sistema que programa a produção e as necessiddes de materiais, ou seja, um MRP (do inglês Material Requirements Planning). Elaborado através da previsão da demanda futura e das liberações das ordens de reposição, este sistema serve para calcular eficientemente que materiais são necessários, quando são necessários e em que quantidade mais econômica. Com a 64 implantação deste sistema a empresa obteve bons resultados quanto ao planejamento de seu estoque. No que se refere à área de compra e aquisição, foi verificado que a empresa utiliza um sistema VMI (do inglês Vendor-Managed Inventory) em seus pedidos de reabastecimento. Este sistema permite a comunicação eletrônica diretamente com sites especializados ou com os próprios sites de fornecedores, facilitando os processos de compras de materiais. O programa possibilitou a aquisição de produtos com custos reduzidos, agilidade no ciclo de entrega e melhoria no planejamento. Com relação ao uso da Internet, a empresa já incorporou um sistema que forma comunidades comerciais on line através de um portal B2C (Business to Consumer), comunicação entre empresa e consumidores. Programa composto por um completo gerenciamento de pedidos. As vendas nas lojas são monitoradas instantaneamente através de um sistema denominado PV – Ponto de Venda. Segundo o profissional de TI da empresa, que foi quem desenvolveu a ferramenta, no momento em que uma unidade de um determinado produto é vendida na loja, o pessoal da fábrica tem como visualizar esta informação em fração de segundos, permitindo uma melhor programação de produção. Com a implantação deste programa a empresa agilizou o processo de ressuprimento de seus produtos nos pontos de vendas. Com relação aos equipamentos utilizados na Logística, constatou-se a existência de computadores (rede interligada aos setores essenciais como: produção, armazenagem, transportes e áreas afins); coletores de dados (código de barras que permitem controlar a entrada, movimentação e saída dos produtos) e palmtop (utilizados pelo setor de vendas para coletar e transmitir pedidos). 65 A Tecnologia da Informação possibilitou a melhoria da eficiência por intermédio dos processos e qualidade de serviços, tornando-se fator primordial para a estratégia competitiva da empresa. Com sua utilização, foi possível detectar melhor produtividade da mão-de-obra, maior lucratividade, aumento do nível de serviço, facilidade de comunicação entre clientes e fornecedores, agilidade nas negociações e tomada de decisões. Em constante processo de evolução, a empresa pretende investir em 2005 em novas aquisições ligadas a TI, como por exemplo, a implantação do programa denominado Delphi versão 2005, que possibilitará o acesso dos fornecedores via Internet, no controle de matéria-prima e material de consumo. Com esta ferramenta, os orçamentos serão remetidos para coleta de preços e conforme aprovação serão faturados automaticamente, sem a necessidade de sobrecarregar o setor de compras. Atualmente este sistema é feito pelo EDI, que é uma ferramenta mais cara que a Internet. Não existe formalização do setor de TI na empresa, mas apesar desta deficiência, é dotada de equipamentos e programas de software que auxiliam no desenvolvimento de seus processos logísticos, bem como a aplicabilidade da tecnologia da informação. 3.2. Caso 2 (E2) Atuando no mercado desde 1997, a empresa é conhecida pela liderança que exerce no comércio exterior, vendendo aproximadamente 99% de sua produção, de 3,6 mil peças/mês, para os Estados Unidos, Caribe, México e Itália. Com relação ao mercado interno, é objetivo da empresa aumentar sua participação em 25% nos próximos 3 anos. 66 A empresa analisada emprega atualmente 173 funcionários e a sua linha de produção está direcionada a fabricação de móveis para dormitórios (camas, cômodas, guarda-roupas, consoles-cabeceira e molduras para espelhos). Atualmente a empresa fatura em torno de US$ 280 mil por mês. Empresa de administração familiar, sua estrutura dispõe de profissionais específicos nos principais setores operacionais: Compras, produção (conta com profissional encarregado desde a confecção do protótipo do produto, seu desenvolvimento até seu embarque), armazenagem, transportes e distribuição. Possui uma área de Logística formalizada e preocupa-se com seu funcionamento pleno e eficiente, pois 90% da sua produção destina-se a um público exigente e pontual, que é o comércio exterior, atuando principalmente nos EUA e Itália. Percebeu-se que a empresa tem como objetivo a instalação futura de um setor direcionado a TI, com profissionais capacitados centralizados no objetivo principal, mas devido às oscilações economicas o projeto foi adiado. Apesar de não haver um setor de TI formalizado, a empresa tem um setor de CPD, onde os profissionais lá alocados desenvolvem as funções de monitoramento e manutenção de computadores. Com relação aos investimentos em TI, os entrevistados afirmaram que a empresa fez poucos investimentos nos últimos anos. Destes investimentos, a maior parte foi direcionada para a aquisição de sistemas integrados que melhoraram os processos logísticos. Em novembro de 2003, foram desenvolvidos e implementados programas próprios, criados pelos profissionais de TI externos, que permitiram o acesso de informações internas abrangendo as áreas: financeira, contabilidade, faturamento, cadastros de clientes e fornecedores. 67 Atualmente encontra-se em processo de implantação o SIP - Sistemas Informatizado de Produção, abrangendo as áreas de corte, fabricação, pintura, embalagem e expedição. Com relação a outras aplicações de software ligado à área de Logística, a empresa pretende desenvolver um estudo aprofundado em relação aos sistemas de informações integradas de TI existentes no mercado a fim de adquirir programas que facilitarão seus processos. Cogitou-se a possibilidade de utilizar códigos de barras na expedição de produtos acabados e em estoques de matérias-primas, mas como a empresa estava focada na venda externa, o investimento não foi aprovado. Segundo o próprio diretor de Logística, embora todos estejam cientes de que o código de barras é importante para o controle de estoques, não houve ainda a possibilidade de implantação em função de outras prioridades. Percebeu-se que a empresa considera a Internet uma poderosa ferramenta da TI, em toda a sua cadeia de negócios. Isso se deve principalmente pelo fato desta ferramenta apresentar várias oportunidades para a empresa. Segundo o diretor industrial da empresa, com relação à Logística, a Internet facilitou os processos em diversos aspectos. A troca de informações com clientes e fornecedores foi facilitada após o uso de ferramentas de intercâmbio de dados. Com isso, os custos processuais são reduzidos ao mesmo tempo em que se ganha agilidade. O fato do uso da Internet ser uma prioridade para a empresa em questão se deve principalmente aos clientes que ela atende, que são, na grande maioria, estrangeiros. Assim, um sistema que possa coletar pedidos e repassar informações para a produção e Logística facilita muito a operacionalização, permitindo um nível de serviço melhor. 68 Percebeu-se que os profissionais ao executarem suas funções dentro do setor de sua competência são treinados dentro da própria empresa para manuseiar seus computadores e aplicativos. Existe a preocupação que o fluxo de informações dentro da empresa sejam tratadas com importância. Apesar de sua localização geográfica e limitação de pessoal capacitado na mão-de-obra, a organização possui visão voltada para o crescimento de suas atividades, excelência no atendimento e satisfação de seus clientes. Necessitando incrementar, urgente, os investimentos na área de TI, proporcionando um diferencial no mercado atuante. 6.3. Caso 3 (E3) Fundada em outubro de 1993, a empresa iniciou suas atividades produzindo apenas cadeiras pré-fabricadas e hoje distribui salas de jantar (cadeiras de aproximação e mesas) para região Norte e Nordeste. Com uma capacidade produtiva instalada que permite uma produção de 2,9 mil peças/mês, a empresa emprega atualmente 91 funcionários e fatura em torno de R$ 190 mil. O objetivo imediato da empresa está na inserção no comércio exterior, seguindo a tendência das grandes empresas. A empresa apresenta características tradicionais de administração familiar, com certa resistência na aplicabilidade de inovações. Porte médio com instalações na área de armazenagem que suporta somente sua produção atual, caso haja um incremento será necessário um espaço maior que tenha condições de suportar os produtos fabricados. Ainda conta com setor formal de compras, produção, distribuição e transportes. 69 Não existe na empresa um setor de Logística formalizado que, segundo o proprietário, se deve ao diminuto tamanho da empresa, que não comportaria um profissional caro que se preocupasse somente com esta área. Devido a esses fatores, a Logística fica relegada o segundo plano, uma vez que os profissionais que estão atualmente nos setores correlatos não possuem experiências suficientes para ocupar tais atribuições. Com o desdobramento em diversos setores, não existe um pensamento sistêmico, onde os investimentos direcionados à Logística sejam pensados de uma forma global e não pontual. Da mesma forma, nem se cogita a idéia de um setor específico de TI nem de profissionais formados nesta área. Com relação aos aplicativos de TI utilizados na Logística, é possível afirmar que a empresa não tem planos de investir no momento, considera que seus processos internos, controlados manualmente pelos seus funcionários, são satisfatórios. Possui os computadores necessários para seu funcionamento e à implantação de sistemas integrados de informações inexistem. A Internet é utilizada, mas muito precariamente. A conexão ainda é discada e a empresa não disponibiliza nenhuma ferramenta de processamento através da Internet. Atualmente, os pedidos de vendas são enviados através de FAX, sendo os demais através de telefone ou pessoalmente. Todos os processos e controles operacionais que envolvem produção, controle de estoque e faturamento são executados manualmente. Por tratar-se de empresa tradicional considera que se está dando certo até hoje não será necessário mudar. 70 Questionado sobre a possibilidade de investimentos futuros em TI e logísticos, o proprietário da empresa posicionou-se negativamente, pois, segundo ele, os custos hoje são elevados, o que impossibilita novos investimentos. Trata-se de administração centralizada com modelo tradicional de gestão. Por sua aparência estrutural, percebe-se que a empresa não tem interesse na utilização da tecnologia da informação nos seus processos logísticos e nem de direcionar investimentos para novas aquisições. 3.4. Caso 4 (E4) Empresa fundada em 1996, e encontra-se em processo de crescimento. Com capacidade produtiva de 2,4 mil peças / mês , atuam solidamente na região Norte/Nordeste, especialmente no Estados do Pará e Amazonas. A empresa especializou-se na fabricação de móveis para dormitórios (cama, roupeiro, cômoda) e recentemente incluiu em sua linha de produção armários para cozinha. Da mesma forma que as demais, caracteriza-se também por possuir uma administração familiar. Atualmente conta com aproximadamente 62 funcionários. Não possui uma área de Logística formalizada, nem tampouco seus diversos setores estruturados. Por ser de pequeno porte, prefere priorizar para questões voltadas diretamente à produção, buscando aprimorar o nível de competitividade e focando o principal objetivo, o consumidor final. Conta somente com um profissional capacitado que administra a empresa, responsabilizando-se por todo o seu funcionamento, portanto não existe setor definido. 71 Sua estrutura de armazenagem consiste um galpão medindo 3.600 metros quadrados onde são desenvolvidos todos os processos de armazenagem, produção, distribuição e transportes. Em 2004, a empresa direcionou seus investimentos em TI, com aquisição de três microcomputadores e a implementação da Internet, por acreditar na transformação das fronteiras geográficas dos negócios. Segundo o administrador, com a implantação deste novo mecanismo, houve um ganho de tempo nos processos de compra de materiais e a comunicação com clientes e fornecedores. Com a aquisição dos equipamentos (computadores) , a empresa pretende num futuro bem próximo desenvolver sistemas próprios para melhor direcionar seus procedimentos logísticos. Pode-se perceber que, neste momento de transição, a empresa apresenta um quadro satisfatório com o investimento realizado, principalmente no que diz respeito à agilidade nos procedimentos logísticos, desde o recebimento dos pedidos até a entrega do produto acabado. Antes o controle era manual, o que dificultava o acesso a informações e a tomada de decisões, sem mencionar o fator tempo que onerava a produção, levando a empresa a manter seu nível de estoque elevado. Por considerar que a TI possui sistemas de informações com custos altos, a empresa no momento não oferece condições de investir nesta área. Por enquanto preocupa-se em explorar as técnicas que a internet pode lhe oferecer. Empresa de pequeno porte com recursos direcionados a aquisição de matéria-prima para sua linha de produção. Não possui formalização do setor de TI e a ferramenta da tecnologia da informação que utiliza atualmente em seus processos logísticos é a Internet, que segundo o profissional que administra a empresa, proporciou melhoria acentuada no desenvolvimento de suas atividades. já 72 3.5. Caso 5 (E5) Com nove anos de constituição, a empresa possui linha de produção de salas de jantar (cadeiras de aproximação e mesas de centro e lateral) e iniciou suas atividades distribuindo para os Estados do Ceará e Rio Grande do Norte. Hoje atua no mercado nacional nas regiões Norte e Nordeste, com planos de exportar a princípio para a Grécia e África, com capacidade produtiva de 1,9 mil peças/mês e um quadro funcional de aproximadamente 40 funcionários e de estrutura familiar. Por trata-se de empresa de pequeno porte, não possui setores defenidos, funcionando em um galpão medindo 2.300 m2, onde estão instalados a administração, produção, armazenagem, estoque, distribuição e transportes. O poder de decisão é exercido de forma centralizada pelo seu proprietário, que não enfoca os serviços logísticos uma competência básica, até mesmo devido ao volume de negócios. Foi verificado durante a visita que a empresa não possui área de Logística formalizada. Para se ter uma idéia, o estoque é controlado pela entrada e saída. A contagem é manual. Apesar de reconhecer que a Tecnologia da Informação tem-se difundido rapidamente em todo mundo, assumindo um papel cada vez mais estratégico, a empresa possui metade de seus processos controlados manualmente (a informação interna transita normalmente devido sua área de atuação ser pequena e de fácil comunicação), a outra metade auxiliados pela Internet (compras, contato com clientes e fornecedores etc). 73 O proprietário admite que precisa estar preparado para sobreviver em ambientes onde os paradigmas são continuamente quebrados e a concorrência surge dos mais imprevisíveis pontos, com força inesperada. Conta com dois microcomputadores e, com a implantação da Internet, a empresa incrementou suas vendas em 20%, agilizou os processos existentes, através da prestação de serviços pré-venda (consultas) e pós-venda (solução de problemas), suporte ao cliente, atendimento personalizado, eliminação de barreiras como data, hora, local e vendedor. Por estar consciente da importância da TI em seus procedimentos, a empresa pretende em fevereiro de 2005 elaborar uma pesquisa junto ao mercado no sentido de tomar conhecimento sobre as ferramentas de TI existentes e sua funcionalidade. Acredita-se que a empresa não efetuou nenhum investimento em aplicativos de TI por indisponibiliade financeira. Segundo o proprietário o setor não tem apoio do Governo Estadual, não existe nenhum tipo de incentivo no sentido de disponibilizar linhas de crédito com juros menores. Investimentos em TI são inviáveis, pois além do custo ser elevado é necessária a aplicação de recursos próprios e neste caso a empresa opta por aplicá-los em matéria-prima. Empresa considerada de pequeno porte. Devido ao volume de seus negócios não foi possível outro investimento em TI, além da aquisição dos computadores e a implantação da Internet. Seus processos logísticos são feitos manualmente onde as informações transitam normalmente em função do seu tamanho. 74 8. Considerações finais Considera-se que a TI é fator determinante na busca de competitividade no meio empresarial, especialmente nas empresas de pequeno porte. Entretanto, após ter sido concluído as diversas etapas deste estudo, percebeu-se que a TI ainda não assume seu papel na maioria das empresas do pólo moveleiro de Marco-CE, cumprindo muitas vezes a função de mera ferramenta de auxílio na automação dos processos internos. Em se tratando da presente pesquisa, foi investigado como está a utilização da TI na Logística de indústrias do pólo moveleiro de Marco-Ce, de onde foi possível extrair algumas conclusões. De maneira geral as empresas pesquisadas encontram-se em estágios diferentes de informatização, porém aquelas que possuem faturamento mais elevado apresentam-se mais informatizadas. Observou-se que os microcomputadores são interligados em rede, total ou parcial, já os programas mais utilizados são básicos, como os processadores de textos e as planilhas eltrônicas, que atendem principalmente ao setor financeiro. Constatou-se que à utilização da Internet não é muito significativa e que na maioria das vezes seu principal uso é para suporte ao cliente, divulgação e comunicação, e realização de transação bancária. A situação atual da Logística é a não formalização. Nas empresas pesquisadas percebeu-se que a Tecnologia da Informação não se encontra em sua competência básica, portanto não faz parte de uma estratégia central. 75 Com relação às grandes empresas, constatou-se uma formalização maior de Logística e investimentos voltados para a área de TI, mas considerados insatisfatórios devido ao potencial industrial que possuem. No caso das médias empresas, percebeu-se que existem conhecimentos que são aplicados nos processos logísticos, mas não se caracteriza como tal, ou seja, as pessoas que trabalham diretamente ligadas aos setores de produção, armazenagem, estoque, distribuição e transportes não se consideram corpo integrante dos mesmos. As pequenas empresas preocupam-se diretamente com a produção, deixando de lado os investimentos em Tecnologia da Informação e, conseqüentemente, nem se interessam na aplicabilidade de sistemas que agilizem seus processos logísticos. A não utilização da TI na Logística por parte destas empresas traz inúmeros problemas para a cadeia, com o retardamento das informações no desenvolvimento de seus processos logísticos. Acredita-se que ainda exista um bom caminho a ser percorrido na utilização eficaz da TI nas empresas pesquisadas, de modo que, realmente, possam dar sustentação às atividades desenvolvidas, auxiliando no planejamento, organização e desenvolvimento, não só em nível operacional, mas pricipalmente, em nível estratégico. 76 Referências Bibliográficas ABIMÓVEL – Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. Disponível em http://www.abimóvel.com/panorama/menu/menupanorama2.htm Acesso em 26/11/2004; ALBERTIN, Alberto L. Evolução do comércio eletrônico no mercado brasileiro. In: ENCONTRO ANUAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EMADMINISTRAÇÃO, 2000, Florianópolis. Anais , Florianópolis: ANPAD, 2000. 1. CD ROM. ALBERTIN, Alberto Luiz. DE MOURA, Rosa Maria (org). Tecnologia de Informação. São Paulo: Atlas, 2004. ALBERTIN, A.L O Comércio Eletrônico Evolui e Consolida-seno Mercado Brasileiro. São Paulo: Revista de Administração de Empresas, v.40, n. 4, p. 42-50, Out./Dez, 2000. 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Linhas de Produção: _________________________ Parte II–Caracterização da Empresa e Avaliação do Sistema de Informação Logística 2.1. A empresa possui Sistema de Gestão integrado de Informações? Quais? 2.2. Quais as ferramentas tecnológicas que a empresa utiliza? 2.3. Como se desenvolveu a Logística da empresa com a utilização da tecnologia da informação? 2.4. Você concorda que a TI é fator primordial de agilidade na Logística do setor? 2.5 Qual a importância da TI na estratégia adotada pela empresa? 2.6. Qual o papel que a TI vem desempenhando em relação aos negócios? 2.7. Em que a Internet viabilizou a Logística do setor? 2.8. Quais os ganhos em tempo e flexibilidade para a empresa através da TI? 2.9. Você considera a TI como vantagem competiviva no mercado atual? Explique. 2.10. Quais os benefícios que a TI trouxe para a Logística da empresa? 2.11. Os investimentos em TI estão valendo a pena? Explique. 2.12. Existem planos de aquisição de novas tecnologias? Quais? 2.13. Quais são os novos projetos em termo de uso da TI na empresa? 2.14. Quais os produtos produzidos pela empresa? 83 2.15. Capacidade produtiva da empresa. 2.16. Produção atual. 2.17. Destino das Vendas.