CONGRESO LXV CONGRESSO NACIONAL DE BOTÂNICA BOTÁNICA XXXIV ERBOT - Encontro Regional de Botânicos MG, BA, ES 18 A 24 DE OUTUBRO DE 2014 - SALVADOR - BAHIA - BRASIL Latinoamericano de Botânica na América Latina: conhecimento, interação e difusão CARACTERIZAÇÃO DE GALHAS ENTOMÓGENAS EM REMANESCENTES DE VEGETAÇÃO DO MATO GROSSO DO SUL, BRASIL AUTOR(ES):Ana Carolina Devides Castello;Maria Virginia Urso-Guimarães;Eric Yasuo Kataoka;Ingrid Koch; INSTITUIÇÃO: UNESP-Botucatu UFSCar-Sorocaba Galhas são estruturas formadas por crescimento anormal de células, tecidos ou órgãos vegetais devido à hipertrofia ou hiperplasia em resposta a estímulos causados por organismos como vírus, bactérias, nematoides e insetos. Dentre os insetos, os indutores mais frequentes de galhas são os Cecidomyiidae (Diptera), que representam até 90% dos casos. Apesar dos esforços para caracterizar galhas e galhadores dos ecossistemas brasileiros, os estudos sobre este tema são escassos em algumas regiões, como a do Mato Grosso do Sul (MS). Este estudo avaliou a ocorrência e caracterizou galhas entomógenas de remanescentes de fitofisionomias do MS. As galhas foram amostradas em caminhadas aleatórias, com duração de uma hora para cada área, totalizando 10 horas, nos municípios de Corumbá (Pantanal), Bodoquena (Floresta Estacional Decidual (FED)), Aquidauana (Mata ciliar e Cerrado) e Porto Murtinho (Chaco). No total, 152 morfotipos de galhas foram amostradas em 101 espécies de plantas pertencentes a 32 famílias e 80 gêneros. Myrtaceae apresentou o maior número de morfotipos de galhas (N=20), seguida por Sapindaceae (N=18), Fabaceae e Bignoniaceae (ambas com N=14). Os gêneros com maior quantidade de morfotipos de galhas foram Eugenia L. (N=10), Serjania Mill. (N=10) e Casearia Jacq. (N=8). A maior frequência de galhas foi observada no limbo foliar (72%), seguida pelos pecíolos (11%) e nervuras foliares (10%). Os morfotipos mais comuns verificados entre as galhas foram discoides (35%), globoides (27%) e fusiformes (16,5%) e 78% delas não apresentaram tricomas. Apenas 16% dos indutores das galhas foram obtidos. Destes, 62,5% pertencem à ordem Diptera (Cecidomyiidae), 16% a Hymenoptera, 8% a Thysanoptera e 4% a Lepidoptera. Apesar de as galhas estarem mais frequentemente localizadas no limbo foliar, o percentual desta predominância variou entre as fitofisionomias (50% no Chaco e 86% no Cerrado); bem como o de morfotipos (o discoide foi o mais comum no Pantanal (46%), FED (37%), Cerrado (36%) e Mata Ciliar (41%) e o fusiforme foi mais comum no Chaco (50%)); a ausência de tricomas predominou em todas as fitofisionomias, variando entre 67 a 82%. As famílias e espécies com maior número de morfotipos de galhas para cada fitofisionomia foram, respectivamente: para o Pantanal, Sapindaceae e Serjania sp.; para o Cerrado, Myrtaceae e Eugenia punicifolia (Kunth) DC.; para o Chaco, Fabaceae e Bauhinia ungulata L.; para FED, Bignoniaceae e Bignoniaceae sp. (FAPESP e CNPq).