114 REB Volume 6 (2): 114-117, 2013 ISSN 1983-7682 REGISTRO DA GALHA DE DASINEURA SP (DIPTERA: CECIDOMYIIDAE) EM FRAGMENTO DE CERRADO EM SOROCABA, SP. REGISTRY OF DASINEURA SP GALL (DIPTERA: CECIDOMYIIDAE) IN SHORT SAVAN AREA IN SOROCABA-SP Daniele J. Moreno1; Filipe F. de Carvalho1; João P. B. R. Arine1; Natalie Mascarenhas1 1 Graduandos do Curso de Ciências Biológicas PUCSP email de contato: [email protected] Resumo Durante um projeto de observação de aves realizado numa área de Cerrado em Sorocaba-SP, duas galhas foram encontradas na superfície superior das folhas de uma planta não identificada. Aparentemente as galhas pertencem ao gênero Dasineura. Este tipo de galha raramente é prejudicial à planta hospedeira. Palavras-Chave: Cerrado; Galha; Sorocaba; Dasineura; Fase Larval; Interação insetoplanta. Abstract During a birdwatching project conducted in a Savan area in Sorocaba-SP, two galls were found on the upper surface of an unidentified plant’s leaves. Apparently the galls belong to the Dasineura genus. This type of gall is rarely harmful to the host plant. 115 Key words: Savan; Gall; Sorocaba; Dasineura; Larvae Stage; Interaction between insect and plant. . Galhas são irregularidades histoquímicas em órgãos vegetais, induzidas por parasitas invertebrados com a finalidade de proteger de ovos e alimentar suas larvas (TOWNSEND & ELIASON, 1993). A favor do homem, galhas podem ser utilizadas como indicadores de variadas condições ambientais, como por exemplo, solos com metais pesados e áreas sob estresse hídrico (FERNANDES et al., 1995). Insetos galhadores são encontrados mais facilmente em ambientes de pouca umidade, com vegetação xeromórfica (ALVIM & FERNANDES, 2001). O inseto escolhe um local ideal para a oviposição, de acordo com a riqueza do ambiente e da planta hospedeira (PRICE, 1991 apud FERREIRA et al., 2007). Onde há deficiência em nutrientes e água, as folhas e caules são mais coriáceos, tornando difícil a abcisão e possuindo maior reserva nutricional, assim, servem de proteção para estes insetos que tiveram grande sucesso evolutivo. (ARAÚJO et al., 2007). Durante a realização de um projeto de observação de aves no dia 30 de maio de 2009, em uma região de Cerrado em Sorocaba, SP, foram encontradas duas galhas (Figura 1) aparentemente do gênero Dasineura em uma pequena planta não identificada próximo à borda da mata, ambas se encontravam expostas sobre a superfície das folhas. O gênero da galha foi identificado de acordo com fotos apresentadas em um projeto de levantamento em área de Cerrado publicado por Maia e Fernandes (2004). Fig. 1: Duas galhas encontradas na vegetação em beira de mata. 116 O gênero Dasineura compreende centenas de espécies de mosca descritas pelo mundo todo (GAGNÉ, 1994), mas são relativamente pouco estudadas no Brasil, principalmente em hábitats de vegetação aberta. A maioria das moscas deste gênero são causadores de galhas foliares (URSO-GUIMARÃES & SCARELI, 2006), galhas deste tipo, induzidas nas folhas, raramente são prejudiciais às plantas (TOWNSEND & ELIASON, 1993). Segundo Ângelo (2007), uma pupa de Dasineura gigantea (Ângelo & Maia, 1999) dura em média nove dias, e o inseto deixa o casulo por um orifício de emergência. Atingindo a idade adulta, ele tem um curto período de vida, de aproximadamente 45 dias, tempo necessário para acasalamento e postura de ovos. De acordo com Araújo et al (2007), espécies de insetos galhadores habitam sempre os mesmos gêneros e espécies de plantas, concluindo assim que a distribuição e abundância dessas plantas hospedeiras influenciam na comunidade nesses insetos. Agradecimentos Agradecemos ao grupo INA – Schaeffler, por permitir nossa pesquisa fosse realizada em sua área. Referências 1. ALVIM, S. J. G.; FERNANDES, G. W. Comunidades de insetos galhadores (Insecta) em diferentes fisionomias do cerrado em Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Zoologia 18 (supl.1): 289-305, 2001. 2. ÂNGELO, A. C. . Ciclo de vida de Dasineura gigantea ANGELO & MAIA, 1999 (Diptera, Cecidomyiidae). Floresta (UFPR) 38: 23-32, 2008. 3. ARAÚJO, W. S. et al. Galhas Entomógenas Associadas à Vegetação do Parque Estadual da Serra dos Pireneus, Pirenópolis, Goiás, Brasil. Revista Brasileira de Biociências 5 (supl. 1): 45-47, 2007. 4. FERNANDES, G. W.; et al. Distribuição diferencial de insetos galhadores entre seus hábitats e sue possível uso como bioindicadores. Vida Silvestre Neotropical 4: 133-139, 1995. 117 5. FERREIRA, M. F. M.; et al. Comparação da incidência de galhas em duas 6. formações florestais do bioma cerrado: cerrado stricto sensu e mata seca. Revista Brasileira de Biociências 5 (supl. 1): 36-38, 2007. 7. GAGNE, R. J. The Gall Midges of the Neotropical Region. Cornell University Press, 1994. 352 p. 8. MAIA, V. C.; FERNANDES, G. W. Insect Galls from Serra de São José (Tirandentes, MG, Brasil). Brazilian Journal of Biology, 64 (3A): 423-445, 2004. 9. PRICE, P. W. The plant vigor hypotheses and herbivore attack. Oikos, 62: 244251, 1991. 10. TOWNSEND, L.; ELIASON, E. Common Oak Galls. University of Kentucky, College of Agriculture, 1993. Dísponivel em: <http://www.ca.uky.edu/entomology/entfacts/entfactpdf/ef408.pdf>. Acesso em 14 jun. 2009. 11. URSO-GUIMARÃES, M. V.; SCARELI, S. C. Galls and gall makers in plants from the Pé-de-Gigante Cerrado Reserve, Santa Rita do Passa Quatro, SP, Brazil. Brazilian Journal of Biology 66: 357-369, 2006.