EFEITOS DO TRAMADOL NO MODELO DE DOR INDUZIDA POR OBSTRUÇÃO INTESTINAL EM EQÜINOS. LOPES, M.C .S. ; DI FILIPPO, P. A.; PEROTTA, J. H.; VALADÃO, C.A. A. ; SANTANA, A. E. Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Câmpus de Jaboticabal, São Paulo, Brasil. ([email protected]) INTRODUÇÃO: O tramadol é um analgésico de ação central que atua em receptores opióides. Tem demonstrado uma ação eficaz no controle da dor de várias espécies, existindo ainda um numero escasso de trabalhos com o seu uso. A C B OBJETIVO: Avaliar as alterações comportamentais e clínicas induzidas pela administração intra-operatória de tramadol no processo álgico induzido por obstrução intestinal experimental, em eqüinos. E D AGRADECIMENTO: A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo pelo financiamento a esta pesquisa (processos nº 05/58712-0, 06/55377-8 e 07/061549). 70 GRUPO GRUPO GRUPO GRUPO 65 F CONTROLE DUODENO ÍLEO FLEXURA PÉLVICA G 2,5 GRUPO GRUPO GRUPO GRUPO 2,0 CONTROLE DUODENO ÍLEO FLEXURA PÉLVICA 60 1,5 55 Motilidade Intestinal Frequência Cardíaca (bpm) Grupos experimentais: Vinte e quatro (24) animais foram distribuídos em quatro grupos, controle instrumentado (GC, n=6), obstrução do duodeno (GD, n=6), íleo (GI, n=6) e flexura pélvica (GFP, n=6). O tramadol foi -1 aplicado nas doses de 1,0 mg.kg (n=3) e 1,5 -1 mg.kg (n=3), por via intravenosa (IV), imediatamente após a obstrução intestinal, respectivamente, a três cavalos de cada grupo. Para realização das obstruções foi utilizado o protocolo de neuroleptoanalgesia com -1 acepromazina (0,025mg.kg IV) e após 10 -1 minutos xilazina (0,5mg.kg IV) +meperidina (4mg.kg-1 IM) Avaliação Clínica: Avaliaram-se as freqüências cardíaca (FC) e respiratória (f), temperatura retal (TºC), tempo de preenchimento capilar (TPC), motilidade intestinal, comportamento relacionado à dor (olhar para o flanco, cavar, deitar e rolar) hemograma e hemogasometria venosa, nos intervalos: M0 (basal) a cada 0,5 hora de M1 a M6 , na fase de obstrução, e até três horas após a reversão do processo obstrutivo (M7 a M12). Figuras: (A) Contenção no tronco (B) Identificação do segmento intestinal (C) Obstrução do segmento intestinal e (D) e (E) sinais de dor moderada e leve. 50 45 40 1,0 0,5 0,0 35 30 -0,5 0 -1,0 -0,5 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 -1,0 -1,0 -0,5 Momentos (horas) 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5 6,0 Momentos(horas) GRUPO CONTROLE H GRUPO DUODENO 3,0 GRUPO ÍLEO GRUPO FLEXURA PÉLVICA 2,5 2,0 Escores de dor MATERIAL E MÉTODOS: 1,5 1,0 0,5 0,0 M0 M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10 M11 M12 Figuras F, G e H Variação média e respectivos erros padrão da freqüência cardíaca (F),motilidade intestinal (G) e escores de dor (H) dos eqüinos tratados com tramadol (1,0 mg.Kg-1 IV a 1,5 mg.Kg-1 IV) nos grupos controle (GC), obstrução de duodeno (GD), obstrução de íleo (GI) e obstrução de flexura pélvica (GFP) nos períodos de obstrução (M1 a M6) e desobstrução (M7 a M12). UNESP - Jaboticabal (SP), 2010. Momentos (mim) RESULTADOS E DISCUSSÃO: Houve aumento da FC em M11 no GD e em M12 no GFP. Os sinais de dor abdominal e atonia intestinal iniciaram-se em M5 no GFP e em M6 no GI. Nos animais do GD, os sinais de desconforto não progrediram. No leucograma foi observado um quadro característico de estresse e na hemogasometria os animais do GD tendenciaram à alcalose metabólica com compensação respiratória. Clinicamente, observou-se que a dose de 1,5 mg.kg-1 de tramadol proporcionou melhor conforto para os animais, porem sem significado estatístico, quando comparado com -1 a dose de 1,0 mg.kg ; CONCLUSÕES: Conclui-se que, o tramadol, nas condições deste estudo, produziu controle da dor visceral, sem induzir efeitos adversos imediatos ou tardios. Aprovado pela Comissão de Ética e Bem Estar Animal (CEBEA), protocolo no 023232-05.