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CIRURGIA INTESTINAL
INTUSSUSCEPÇÃO
INTESTINAL
CONCEITO
Invaginação de um segmento intestinal
(intussuscepto) para dentro do lúmen de um
segmento ajacente-cotíguo
(intussuscipiente).

CONSIDERAÇÕES GERAIS
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

Alteração que pode ocorrer em qualquer segmento
do intestino, porém as intussuscepções ileocólicas e
jejunojejunais são mais comuns.
A direção da intussuscepção pode ocorrer no
sentido proximal-distal ou vice-versa, sendo o
primeiro mais comum (seguindo o curso de direção
normal do peristaltismo).
Podem ocorrer mais de um ponto de intussuscepção
ou intussuscepção dupla, no mesmo local e no
mesmo momento.
PATOGENIA
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


Perda da homogeeidade da parede intestinal. A parede lesada
de uma determinada porção altera a motilidade intestinal local.
Inicialmente ocorre obstrução parcial, que progride para
obstrução completa. Os vasos relacionados ao intussuscepto
colabam-colapsam devido ao aumento da pressão intraluminal;
A parede intestinal torna-se edemaciada, isquêmica e túrgida.
Sangue extravasa para o lúmen intestinal e ocorrem fissuras
na serosa (melena).
A fibrina sela as camadas intestinais juntas e ocorre necrose
de parede. Se ocorrer desvitalização e perda da integridade
serosa ocorre extravazamento de conteúdo intestinal e
consequênte peritonite.
CAUSAS
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
Enterite (parasitária, viral, bacteriana, alterações na
dieta ou dieta inadequada-indiscrições, corpos
estranhos pp. linear e massas),
doenças sistêmicas, mudanças ambientais, após
cirurgias (por aderências, íleo, anastomose
malfuncional),
toda causa que leve à hipermotilidade intestinal,
motivo desconhecido (maioria).
DIAGNÓSTICO
Histórico:
 Animais com doença prévia, que mudaram
de ambiente/alimentação, cirurgia recente,
enterite parasitária, viral, CE linear, massas
abdominais, caso de parvovirose
complicado.
DIAGNÓSTICO
Sintomatologia:

Severidade e tipo dos sintomas dependem de:
- localização;
- obstrução completa ou parcial;
- integridade vascular;
- duração da obstrução.
DIAGNÓSTCO
Sintomatologia
-
-
Depressão, anorexia e emaciação (emagrecimento);
Diarréia sanguinolenta e em pequena qntidade,
vômito, dor abdominal, massa palpável no formato
de uma salsicha no abdôme;
Casos crônicos: diarréia intermitente e intratável, e
hipoalbuminemia;
DIAGNÓSTICO
Sintomatologia
Obs.: intussuscepções que escorregam para
dentro e para fora podem não ser
perceptíveis à palpação, e intus. que
protrudem pelo reto podem ser confundidas
com prolapso retal (se um fórnix estiver
presente na região em torno do tecido
protruído, trata-se de prolapso retal).
DIAGNÓSTICO
Diagnóstico por imagem

Radiografias: Massa tubular de tecido mole e padrão obstrutivo
(acúmulo de gás); enema de bário pode localizar a obstrução.

Ultrassonografia: (melhor) Plano transverso: lesão com
múltiplas camadas semelhantes a um alvo – anéis
concêntricos, motilidade intestinal diminuída e acúmulo de
líquido proximal. Plano longitudinal: camadas hipoecóicas e
hiperecóicas.

Colonoscopia: em intussuscepções ileocólica ou cecocólica.
DIAGNÓSTICO
Achados Laboratoriais
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


Desidratação, leucograma de estress, anemia e
anormalidades- ácido-básicas.
Obstrução: hipocalemia, hipocloremia, hiponatremia
(cristalóides + potássio)
Casos crônicos: hipoalbuminemia (colóides?)
Exame fecal: pode revelar infestação parasitária.
DIAGNÓSTICO

OBSERVAÇÃO
-Diagnóstico diferencial com todas as causas
obstrutivas: CE, torsão ou vólvulo intestinal,
adesões,
encarceramento,
constrição,
abscesso, granuloma, tumor, hematoma,
malformações congênitas, íleo.
TRATAMENTO

Cirúrgico.

Tratamento clínico consiste na correção dos
desequilíbrios hidro-eletrolíticos e ácidobásicos e no tratamento da causa adjacente,
para que o animal seja submetido à cirurgia.
TRATAMENTO
Considerações Pré-operatórias
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
Correção das anormalidades;
Antibioticoprofilaxia:
_E. coli, enterococcus, clostridium staphylococcus, bacterióides e alguns anaeróbios.
- Cefalosporinas de 1ª geração (cefazolina 22mg/kg iv): intestino delgado proximal ou médio;
- Cefalosporinas de 2ª geração (cefmetazole 15mg/kg iv ou cefoxitina 30mg/kg iv): intestino
delgado distal e intestino grosso.


Jejum de 12hs, preferencialmente (animais normalmente já se encontram em hipo ou
anorexia, e são pacientes emergentes). Cuidado com pacientes pediátricos (mais de 4-8hs
de jejum- hipoglicemia).
Tricotomia da cartilagem xifóide ao púbis.
TRATAMENTO
Técnica cirúrgica: Celiotomia exploratória
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
Incisão mediana longitudinal pré-retro umbilical da pele com bisturi;
Incisar tec. subcutâneo e identificar a linha Alba; segurar ambos os
lados da parede abdominal com pinças de Allis, levantando a
musculatura abdominal para incisão pequena e cuidadosa da linha
Alba.
Ampliar a incisão com tesoura de Mayo romba-romba cranialmente e
caudalmente.
Explorar a cavidade abdominal e o peritôneo quanto à anormalidades;
Isolar a porção intestinal envolvida em compressas de laparotomia;
Reduzir, se possível, a intussuscepção, e avaliar o intestino qnto à
viabilidade;
TRATAMENTO
Avaliação da viabilidade intestinal:

peristaltismo, pulsações vasculares e coloração;

hemorragia intramural e edemal – má viabilidade;

oximetria de superfície ou infusão IV de fluoresceína
+ lâmpada de wood (SIC)
TRATAMENTO
Técnica cirúrgica: Celiotomia exploratória
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
Reduzir, se possível, a intussuscepção, e avaliar o intestino
qnto à viabilidade;
Sem viabilidade, fazer ressecção e enteranastomose: ligação
de vasos mesentéricos e incisão do mesentério; ordenha da
alça intestinal e colocação da pinças de Doyen antes de
seccionar; pontos simples separados em fileira única - iniciar
pelas bordas mesentérica e antimesetérica;3 e 9 hs
NÃO ENTRAR NA CAMADA MUCOSA
Reparo do defeito mesentérico com sutura contínua, simples;
Enteroenteropexia;
TRATAMENTO
Técnica cirúrgica: Celiotomia exploratória
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
Lavagem local com solução salina;
Lavagem do abdôme;
Colocação do omento ou omentopexia sobre a ferida intestinal;
Parede abdominal: sutura Reverdin ou Sultan (X);
Reduçaõ de tecido subcutâneo em padrão simples contínuo;
Dermorrafia em padrão simples separado ou Wolf (u
separado).
SEPARAR INSTRUMENTAL CONTAMINADO DE NÃO
CONTAMINADO
TRATAMENTO
Fios de sutura
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

Enteranastomose:
fio
monofilamentar
absorvível
(polidioxanona, poligliconato, poliglecaprone 25). Em casos de
déficit de cicatrização (hipoproteinemia) utilizar absorvíveis de
longa absorção ou inabsorvíveis (nilon e polipropileno).
Parede abdominal e tecido subcutâneo: fio monofilamentar
absorvível ou inabsorvível de baixa reação tissular;
Dermorrafia: Fio inabsorvível monofilamentar.
Obs.: evitar catgut em toda cirurgia do trato gastrintestinal.
TRATAMENTO
Considerações pós operatórias
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
Cicatrização intestinal: 10 a 17 dias; e 10 a 80 dias;
Monitorar quanto á ocorrência de vômitos;
Analgesia (butorfanol, buprenorfina, hidromorfona);
Hidratação EV;
Oferecer água 8 a 12 hs após cirurgia; se não ocorrer vômito,
alimentos 12 a 24hs após cirurgia (para preservar fluxo
sanguíneo, prevenir úlceras, estímulo ao sistema imune
defensor e á cicatrização);
TRATAMENTO
Considerações pós operatórias
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



Alimentação de baixo teor de gordura, mas de alta
digestibilidade; arroz, batata e macarrão combinados com
frango sem pele e yogurte ou queijo cotage, 3-4 vezes ao dia,
Alimentação enteral (fresubim R)
Alimentação parenteral ou sondagem (nasogástrica,
esofagostomia ou enterostomia);
Estimular pequenas caminhadas e alimentação enteral –
prevenção de íleo;
Atentar para sinais clínicos de peritonite.
TRATAMENTO
Complicações pos-operatórias
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Peritonite séptica;
Aderências;
Síndrome do intestino curto;
Íleo paralítico;
Recorrência (opióides)
Estenose intestinal;
Encarceramento e estrangulamento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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FOSSUM, T. W. Small Animal Surgery. 3ª ed.
Mosby Elsevier. Cap. 19; p. 443-474; 2007;
SLATTER, D. Manual de Cirurgia em Pequenos
Animais. 3ª edição. Ed Manole;
OLIVEIRA- BARROS, L., M.; MATERA, J. M.
Intussuscepção em cães: revisão de literatura; Rev.
Acad., Ciênc. Agrár. Ambient., Curitiba, v. 7, n. 3, p.
265-272, jul./set. 2009
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