Síndrome do QT Longo Ana Barbosa

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Universidade Católica Portuguesa (Pólo Viseu) – Mestrado Integrado em Medicina Dentária
UBA VII – Genética Molecular e Humana 2013/14
Síndrome do QT Longo
A Síndrome do QT longo é uma doença cardiovascular hereditária, caracterizada por alterações
nos canais iónicos de sódio e potássio. Estas alterações são causadas por mutações em genes
que codificam as proteínas de membrana. As mutações referidas são resultado de pequenas
deleções, inserções, duplicações, mas tratam-se, essencialmente, de mutações “missense”. Tais
mutações geram uma anormalidade na repolarização cardíaca que pode ser observada no
eletrocardiograma (ECG) por um prolongamento do intervalo QT. Os indivíduos que possuem
esta síndrome têm uma maior propensão para a ocorrência de arritmias malignas com eventual
evolução para síncope, paragem cardíaca e morte súbita cardíaca. Ao nível da etiologia, esta
síndrome pode surgir de duas formas: forma congénita (devido à existência de genes mutados) e
forma adquirida (como por exemplo, devido ao consumo de drogas). Até ao momento, foram
identificadas várias mutações responsáveis por esta síndrome, existindo dez subtipos distintos de
SQTL. Estas mutações estão localizadas nos seguintes genes: KCNQ1 (SQTL1), KCNH2
(SQTL2), SCN5A (SQTL3), ANK2 (SQTL4), KCNE1 (SQTL5), KCNE2 (SQTL6), KCNJ2 (SQTL7),
CACNA1c (SQTL8), CAV3 (SQTL9) e SCN4B (SQTL10), que têm em comum o facto de
codificarem canais iónicos cardíacos ou, como no caso de o CAV3, modelarem a corrente dos
iões. Com base neste fundo genético, 6 desses subtipos de SQTL correspondem à síndrome de
Romano-Ward, um dos subtipos à síndrome de Andersen-Tawil, outro à síndrome de Timothy
(SQTL8), e dois subtipos correspondem à síndrome Jervell and Lange-Nielsen. A síndrome de
Romano-Ward é causada por mutações em qualquer gene dos subtipos 1 ao 6 (inclusive) e a sua
herança é autossómica dominante, bastando apenas a mutação num único alelo para que haja a
expressão da característica (são exemplo os genes KCNQ1, KCNH2, SCN5A, KCNE1, KCNE2).
Esta variante do SQTL é a mais frequente e afeta um em cada 7000 indivíduos. A Síndrome de
Andersen-Tawil é, igualmente, autossómica dominante, no entanto é muito rara e resulta de
mutações no gene KCNJ2 (SQTL7). A síndrome de Jervell and Lange-Nielsen é uma variante
autossómica recessiva, condicionada por mutações no gene KCNQ1 e KCNE1 (neste caso existe
homozigotia). Esta última variante é uma forma muito severa do SQTL caracterizada por eventos
cardíacos frequentes e precoces, surdez congénita e uma mortalidade muito elevada. A síndrome
de Timothy consiste numa variante muito rara do SQTL e é de herança autossómica dominante,
sendo causada por mutações ao nível do canal de cálcio codificado pelo gene CACNA1C. Quanto
à prevalência de SQTL, é difícil de estimar os seus valores, contudo é apontado que 1 em cada
10.000 indíviduos são afetados. Relativamente ao tratamento, este pode passar pelo uso de
betabloqueadores ou a inserção de um pacemaker. Neste sentido, também é importante a
realização de testes específicos aos genes normalmente afetados com o objetivo de prevenção.
Ana Patrícia Barros Barbosa - 500113051 - Turma C
Docente: Profª Maria José Correia
Universidade Católica Portuguesa (Pólo Viseu) – Mestrado Integrado em Medicina Dentária
UBA VII – Genética Molecular e Humana 2013/14
Fontes
•
Bruce R. Korf and Mira B. Irons; Human Genetics and Genomics; 4º edição
•
GeneReviews; disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK1116/
•
Genetic Home Reference; disponível em:
http://ghr.nlm.nih.gov/gene/SCN5A
•
Ali A sovari, MD, FACP; Artigo “Síndrome do QT Longo”; disponível em:
http://emedicine.medscape.com/article/157826-overview#a0101
Ana Patrícia Barros Barbosa - 500113051 - Turma C
Docente: Profª Maria José Correia
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