O possível uso de plantas medicinais no tratamento de dissonias

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O POSSÍVEL USO DE PLANTAS MEDICINAIS NO TRATAMENTO DE
DISSONIAS; José Ronald Dias de Toledo Junior 1; Jair Peres Junior; Lúcia Elaine
Cortez Ranieri
RESUMO
Os transtornos primários do sono se subdividem em dissonias caracterizadas por produzir
sonolência diurna excessiva ou dificuldade para iniciar e/ou manter o sono. Dentro das
dissonias se encontra a insônia primária, cujas características fundamentais são a dificuldade
para iniciar ou manter o sono e a sensação de não ter tido um sono reparador durante período
não inferior a um mês. O transtorno do sono pode dar lugar a um mal-estar clinicamente
significativo ou a uma deterioração social no trabalho ou em outras áreas importantes de
atividade do paciente. Freqüentemente o paciente com diagnóstico de insônia primária
apresenta dificuldade para começar a dormir e acorda seguidamente durante a noite. É menos
freqüente o paciente se queixar unicamente de não ter um sono reparador, isto é, ter a
sensação de que o sono foi inquieto e superficial. O organismo quando submetido a pressão
física ou psíquica aumenta a produção de hormônios como adrenalina e cortisol, substâncias
responsáveis pela produção de fortes alterações do ritmo cardíaco nos níveis de pressão
sanguínea, no metabolismo e na atividade física. Em curto prazo tal reação ajuda o organismo
a funcionar melhor em momentos de pressão, o mesmo não ocorre em longo prazo, pois essa
pressão pode ser extremamente prejudicial a saúde. O trabalho tem como objetivo verificar as
propriedades de plantas medicinais para o tratamento da dissonias. Realizou-se uma revisão
bibliográfica onde foram utilizados artigos científicos, livros e monografias. valeriana
officinalis L. a sua ação característica deve-se, a alguns ésteres e a outras substâncias
glicosadas e alcoolizadas. Tendo como componente óleo essencial, o qual atinge concentração
de até 0,5%, com odor característico, e contendo ésteres provenientes dos ácidos nele
contidos. Essa planta possui em seu tecido, além dos óleos, também o ácido valérico, ácido
málico, ácido tânico, alcalóides, catinina, valerianina, mucilagina, resina, amido, açucares e
enzimas, como por ex. a lípase. Assim sendo seus princípios ativos os valepropiatos (valtrato,
isovaltrato e deidrovaltato), um grupo químico de ésteres possuindo atividade sedativa. De
acordo com estudos, a valeriana pode ser uma boa alternativa como indutor do sono,
destituída de efeitos colaterais, onde o extrato de valeriana tem demonstrado um efeito
sedativo comparado aos efeitos de pequenas doses de diazepam e clorpromazina. Há também
observações significativas quanto á melhora da qualidade do sono na dose de 120 mg,
proporcionando um despertar agradável. Esse efeito indutor do sono aparece de 2 a 3 horas
depois de ingerido e atualmente as indicações alopáticas dessa planta é indicada para
ansiedade, e como indutor do sono. A Mulungu (Erythrina velutina), tem por parte utilizada a
entrecasca, usada como calmante que apresenta uma ação hipnótica sedativa de ação suave,
acalmando o sistema nervoso central, combatendo a histeria, insônia e nervosismo.
Quimicamente apresenta o alcalóide eritrina, ipaforina eritro-coraloidina e a saponina
migurrina. O maracujá (Passiflora edulis) apresenta ação hipnótica e sonífera. Quimicamente é
constituída por alcalóides indólicos, harmana-passiflora, vitaminas B1, B2, flavonóides,
niacina, entre outros compostos, onde tem por parte utilizada suas folhas, frutos e as raízes. A
partir do alcalóide harmano sua ação farmacológica é obtida, apresentando ação estimulante no
sistema nervoso central, podendo inibir também a enzima monoamino-oxidase (MAO),
interacionando com os receptores das benzodiazepinas. Pode-se determinar também que o
flavonóide crisina, seria o principal responsável pelo efeito ansiolítico e que sua estrutura
química é própria de substâncias com afinidade por receptores GABA. São utilizados também
os rizomas e as folhas do Capim cidreira (Cymbopogon citratus), sendo que os mesmos
diminuem a atividade motora, aumentando o tempo de sono. São largamente usadas na
medicina popular em diversos países, sob a forma de infusão, chá abafado, como sedativo do
sistema nervoso ou calmante. Sua composição química é constituída de flavonóides, alcalóides,
triterpenos e óleo essencial (citral). Conclui-se, portanto que o uso dessas plantas medicinais
prove uma melhora no sono, e usadas em doses adequadas são isentas de efeitos colaterais,
podendo ser utilizadas no tratamento de dissonias.
Palavras-chave: dissonias; plantas medicinais.
1 Acadêmico do curso de farmácia, Centro Universitário de Maringá – CESUMAR,
[email protected], 88146811.
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