USO DE AGROBACTERIUM RHIZOGENES COMO VETOR PARA OBTENÇÃO DE PLANTAS TRANSGÊNICAS A obtenção de plantas transgênicas capazes de expressar um gene de interesse depende da eficiência dos processos de transferência de DNA, que podem ser físicos, químicos ou biológicos. Os sistemas biológicos baseiam-se na interação Agrobacterium-planta, que se constitui no único exemplo conhecido de transformação genética natural entre organismos de reinos diferentes. Bactéria de solo, pertencente à família Rhizobiaceae, o gênero Agrobacterium caracteriza-se por ser um patógeno vegetal, uma vez que A. tumefaciens e A. rhizogenes são responsáveis pelo desenvolvimento das doenças galha de coroa (“crown gall”) e síndrome das raízes em cabeleira (“hairy root”), respectivamente. […] O processo infeccioso ocorre com a transferência e integração de um segmento de DNA do plasmídeo bacteriano ao genoma da célula do hospedeiro. O estudo desse processo de transformação genética natural permitiu o desenvolvimento de técnicas de produção de plantas transgênicas, utilizando-se Agrobacterium como vetor para a introdução de genes de interesse em diversas espécies vegetais. A utilização de A. rhizogenes oferece vantagens sob vários aspectos: Protocolos de transformação simples e rápidos podem ser facilmente estabelecidos; 1. Nos vegetais, a competência para formação de raízes adventícias normalmente é maior que aquela observada para a formação de gemas a partir de tecidos não meristemáticos; 2. As raízes transgênicas (“hairy roots”) são clones celulares, reduzindo a possibilidade de ocorrência de plantas quiméricas; 3. O cultivo das raízes isoladas é feito em meio de cultura sem a adição de reguladores de crescimento, permitindo uma seleção prévia dos clones transformados e tornando o processo menos oneroso; 4. As culturas de raízes isoladas podem ser mantidas por muitos meses, permanecendo o crescimento vigoroso característico; 5. Tomando as raízes por objeto de estudo, podem ser criados sistemas extremamente funcionais para a produção de metabólitos, obtenção de plantas adequadas para uso como porta-enxerto e para a investigação de mecanismos de resistência a patógenos de solo e metais, como o alumínio.