UNIP Universidade Paulista CÓLERA Brasília – DF, Setembro de 2009. UNIP Universidade Paulista Pesquisa solicitada por Priscila Franca, professora da disciplina de Fundamentos de Ações Preventivas de Saúde (FAPS), para ser entregue dia 17 de setembro de 2009, juntamente com uma apresentação oral, elaborada pelos Alunos do II semestre de fisioterapia da Universidade Paulista. GRUPO: 03 ASSUNTO: Cólera Aliny Beatriz de Brito Neves - RA: A1440G-1 Turma: FS2A30 Angélica Viana Feitosa de Almeida - RA: A187A1-2 Turma: FS2A30 Bárbara Luana da Silva Vieira - RA: A21314-7 Turma: FS2B30 Camila Susiane Tavares Lima Silva - RA: A1541B-3 Turma: FS2A30 Dayanne Vívian de Andrade Silva - RA: A04714-0 Turma: FS2A30 Giane Oliveira Macedo - RA: A0440B-6 Turma: FS2A30 Helena Clara Pereira da Silva Araújo - RA: A1727G-6 Turma: FS2A30 Jéssica Ellen Santos de Jesus - RA: A13604-5 Turma: FS2A30 Marina Veloso Evangelista - RA: A14394-7 Turma: FS2A30 Mírley Soares Diniz - RA: A234FA-1 Turma: FS2B30 Rayanna Simões - RA: A16702-1 Turma: FS2A30 Brasília – DF, Setembro de 2009. 2 Sumário Sumário ......................................................................................................................................... 3 Introdução .................................................................................................................................... 4 Definição ...................................................................................................................................... 5 Aspectos Epidemiológicos ........................................................................................................ 5 Agente Etiológico ........................................................................................................................ 5 Modo de Transmissão ............................................................................................................... 6 Período de Incubação ................................................................................................................ 6 Aspectos Clínicos ....................................................................................................................... 6 Diagnóstico laboratorial ............................................................................................................. 6 Medidas de controle ................................................................................................................... 7 Tratamento .................................................................................................................................. 8 Conclusão .................................................................................................................................... 9 Referencias Bibliográficas ....................................................................................................... 10 Anotações ......................................................................................Error! Bookmark not defined. 3 Introdução Muitas vezes vista como apenas uma diarréia, a cólera é uma doença aguda que pode levar à morte. Existente desde os primeiros séculos da humanidade, a cólera ainda faz vítimas. Possui no seu histórico 7 pandemias. Causou a morte de milhares e assolou a humanidade da Era das Navegações ao século atual. Abordar um tema dessa dimensão, levando em conta desde o seu conceito até a forma de tratamento, é ser capaz de entender um mal que vitimou a humanidade por séculos, é poder contribuir cada vez mais para a erradicação de um problema, é agregar conhecimentos preciosos a quem valoriza a vida. Por fim, o presente estudo serve como subsidio para a busca do conhecimento, a fim de proporcionar de forma objetiva e ao mesmo tempo abrangente, o que de mais essencial há no estudo da cólera. 4 Definição A cólera é uma doença causada por uma bactéria em forma de vírgula ou bastonete chamada vibrião colérico (Vibrio cholerae),que se multiplica rapidamente no intestino humano dando origem a uma potente toxina que causa diarréias agudas de aspecto semelhante à água de arroz, vômitos e, em casos mais acentuados, câimbras, perda de peso intensa e olhos turvos. Essa doença pode se manifestar esporadicamente, em surtos ou epidemias. A perda de fluidos pode ser extrema, exercendo 1 litro por hora. Sem tratamento, o índice de mortalidade aproxima-se de 60% entre os gravemente afetados. Casos leves e portadores também ocorrem e contribuem para a difusão da doença. Aspectos Epidemiológicos A cólera é uma doença que teve suas primeiras aparições na antiguidade, com descrições claras que antecedem 500 ac. Atualmente sua disseminação mundial é causada por um biótipo El Tor, identificado pela primeira vez em 1911 na estação de quarentena El Tor, no Golfo Pérsico. Epidemias originadas desse organismo surgiram primeiramente em Celebes, nos anos de 1930. Depois essas epidemias seguiram para o oeste a partir do sudoeste asiático e chegaram ao Mediterrâneo e à Africana na década de 1970. No delta do Ganges, as epidemias do Vibrio cholerae foram substituídas pelo El tor em torno dos anos 1960. Vêm ocorridos pequenos e regulares surtos de cóleras desde 1973 nos estados unidos, nas regiões do delta do Mississipi. Desde o período de 1990-1994, tem ocorrido um declínio principalmente devido à diminuição dos casos relacionados a viagens à América Latina. Ao se tornar uma pandemia, a cólera atingiu o continente sul-americano estendendo-se para o Brasil em 1991. A introdução da cólera em nosso país aconteceu pela selva amazônica. A partir daí, alastrou-se pela região Norte, no ano seguinte atingiu Nordeste e Sudeste através dos eixos rodoviários. Atualmente o comportamento da cólera sugere um padrão endêmico, definido pela ocorrência regular de casos e flutuações cíclicas de maior ou menor gravidade, na dependência de condições locais que favoreçam a circulação do Vibrio cholerae. Agente Etiológico O Vibrio Chlerae é uma bactéria gram-negativa curta, levemente curvada, de movimentação rápida, uniflagelada e que cresce em condições aeróbias a 37º C em meios de cultura relativamente simples. Esses microrganismos são classificados como Vibrionaceae e integram um grupo muito grande de microrganismos aquáticos de superfície que se distribuem por todo mundo, com preferência de água salgada e doce. Apenas os sorogrupos O1 e 139 causam doenças epidêmicas no homem. O Vibrio Cholerae produz uma potente exotoxina que age sobre o epitélio intestinal, ocasionando a produção de uma secreção de cloreto pelas pequenas criptas intestinais e a má absorção de sódio e água nas vilosidades. Existem outros vibriões que podem produzir exotoxinas similares, mas não outras características biológicas 5 que levam a difusão epidemiológica e a doença endêmica. No entanto, um novo sorogrupo ( o139 Bengala ) é responsável pelas maiores epidemias. Modo de Transmissão A cólera é transmitida através da ingestão de água ou alimentos contaminados com cistos, por fezes e vômitos do portador ou doente. São necessários em média 100 milhões de víbrios (e no mínimo um milhão) ingeridos para se estabelecer a infecção, uma vez que não são resistentes à acidez gástrica e morrem em grandes números na passagem pelo estômago. Os alimentos e utensílios podem ser contaminados pela água, pelo manuseio ou por moscas. A propagação de pessoa a pessoa, contato direto, é uma via de transmissão menos importante. Período de Incubação O período de incubação é de aproximadamente cinco dias. Vencendo a acidez estomacal, multiplica-se no intestino delgado de forma bastante rápida e, em razão de seus sintomas, pode causar desidratação, perda de sais minerais e diminuição acentuada da pressão sanguínea em curto espaço de tempo, com possibilidades de causar a morte das pessoas afetadas. Aspectos Clínicos Depois do período de incubação de algumas horas a 5 dias, a maior parte dos casos de cólera, apresenta-se como uma diarréia leve ou moderada, indistinguível das diarréias comuns. Podem ocorrer vômitos, porém dor abdominal e febre são incomuns. Em algumas pessoas a cólera pode evoluir de forma mais grave, com início súbito de uma diarréia aquosa profusa, geralmente sem muco, pus ou sangue e, com freqüência, acompanhada de vômitos. Poder ocorre perda rápida de líquidos e eletrólitos, levando a desidratação acentuada. Em razão disso, há sede intensa, perda de peso, prostração, diminuição do turgor da pele e os olhos ficam encovados. Há desequilíbrio hidroeletrolítico, o que pode ocasionar cãibras musculares e, em crianças, a hipoglicemia pode levar a convulsões e redução do nível de consciência. Sem tratamento adequado ocorre diminuição da pressão sangüínea, funcionamento inadequado dos rins, diminuição do volume urinário até a anúria total, coma e evolução para a morte em três a quatro horas. Raramente, pode haver concomitância de febre alta (cólera "tifóide") e a perda de líquidos pode não ser evidente (cólera "seca"), uma vez que a desidratação pode se dar por retenção de líquidos no intestino. O óbito pode acontecer em até 50% das formas graves não tratadas, número que cai para menos de 2% com hidratação adequada. Diagnóstico laboratorial A possibilidade de cólera deve ser considerada em qualquer paciente com crise aguda de diarréia aquosa e naqueles que visitaram ou residiram em áreas endêmicas da doença. Em concentrações de caso de diarréia aquosa aguda, particularmente em locais sem saneamento adequado é de especial importância o rápido reconhecimento da doença para que se possam instituir medidas capazes de prevenir a morte de um grande numero de pessoas. 6 O tratamento não depende de um diagnóstico etiológico. A reposição hídrica deve ser iniciada imediatamente em qualquer caso de diarréia aquosa, independentemente da causa. Após iniciar o tratamento, devem-se procurar hemácias e leucócitos nas fezes. No microscópio de campo escuro ou de fase, a mobilidade característica dos vibriões pode ser reconhecida em preparações frescas e úmidas. Para confirmar que estas bactérias móveis são Vibrio cholerae, o anti-soro específico pode ser aplicado em preparações úmidas, imobilizando o organismo num teste diagnóstico rápido e especifico. Para maior sensibilidade deste exame, uma amostra de fezes pode ser incubada em um meio enriquecido para vibriões por um período de 12 a 18 horas. A coprocultura fornece melhor resultado em meios seletivos, porque colônias do Vibrio cholerae podem crescer em excesso ou são facilmente perdidas no meio entérico padrão. A confirmação do sorogrupo ou do sorotipo pode ser feita por aglutinação direta em lâmina com anticorpos específicos. A definição do biótipo requer procedimentos mais elaborados. Os sorogrupos Vibrio cholerae podem ser identificados por amplificação genética ou por métodos imunofluorescentes na superfície da água em diversas partes do mundo, e os microrganismos são freqüentemente associados ao fitoplâncton. Medidas de controle É preciso uma oferta de água de boa qualidade e em quantidade suficiente; disponibilização de hipoclorito de sódio à população sem acesso à água potável; destino e tratamento adequados dos dejetos; destino adequado do lixo; educação em saúde; controle de portos, aeroportos e rodoviárias; higiene dos alimentos; disposição e manejo adequado dos cadáveres. A rede assistencial deve estar estruturada e capacitada para a detecção precoce e manejo adequado de casos. Devem-se ter cuidados com os vômitos e as fezes dos pacientes no domicílio. É importante informar sobre a necessidade da lavagem rigorosa das mãos e procedimentos básicos de higiene. Isolamento entérico nos casos hospitalizados, com desinfecção concorrente de fezes, vômitos, vestuário e roupa de cama dos pacientes. A quimioprofilaxia de contatos não é mais indicada por não ser eficaz para conter a propagação dos casos. Além disso, o uso de antibiótico altera a flora intestinal, modificando a suscetibilidade à infecção, podendo provocar o aparecimento de cepas resistentes. A vacinação apresenta baixa eficácia (50%) e curta duração de imunidade de 3 a 6 meses e não evita a infecção assintomática. Para vigiar e detectar precocemente a circulação do agente preconiza-se: o fortalecimento da monitorização das doenças diarréicas Agudas-MDDA nos municípios do país e a monitorização ambiental para pesquisa de Vibrio cholerae no ambiente. É importante ressaltar que no caso do Vibrio cholerae El Tor a relação entre doentes e assintomáticos é muito alta, podendo haver de 30 a 100 assintomáticos 7 para cada indivíduo doente; assim, as medidas de prevenção e controle devem ser direcionadas a toda a comunidade para garantir o impacto desejado. Tratamento O tratamento da cólera consiste basicamente em reidratação. A desidratação pode ser perigosa em qualquer idade, mas, principalmente em crianças pequenas e idosos. Nas ocorrências leves e moderadas, o médico pode recomendar que o tratamento seja feito em casa, com a solução de reidratação oral. Os viajantes devem evitar a desidratação seguida de diarréia ingerindo bastante líquidos, preferentemente uma solução reidratatante contendo eletrólitos (sais) e glicose, em concentrações adequadas. Os medicamentos antidiarreicos estão contra-indicados no tratamento da cólera. Esses medicamentos diminuem os movimentos intestinais, facilitando a multiplicação do Vibrio cholerae. Assim, ocorre a piora ou aumento na duração da diarréia. Em crianças, devem ser evitados medicamentos contra vômitos, uma vez que podem ocasionar intoxicação, com diminuição do nível de consciência e movimentos involuntários, dificultando a ingestão da solução oral de reidratação. Além disso, essa medicação é geralmente desnecessária, uma vez que os vômitos tendem a cessar com o início da reidratação. Mesmo nas formas graves, na maior parte dos casos a recuperação é completa e rápida, apenas com a reidratação adequada. Nas formas graves, os antibióticos quando iniciados nas primeiras 24 horas de doença, podem diminuir a duração da diarréia e, com isto, as perdas de líquido e eletrólitos, o que facilita a terapêutica. Nos casos sem gravidade, o uso de antibióticos não é justificável, uma vez que não trazem qualquer benefício comprovado na evolução da doença ou interferência na sua disseminação. Além disso, o uso indiscriminado de antibióticos aumenta o risco do surgimento de resistência no Vibrio cholerae, o que pode dificultar o tratamento das formas graves. 8 Conclusão Mais do que um problema do passado, as questões relacionadas à doença cólera são de dimensão ampla, complexa e essencial para a manutenção da vida saudável também nos dias de hoje. Tratar do assunto não é meramente pensar em cólera como enfermidade de pouca incidência e de fácil cura. Há muitos outros fatores a considerar como fatores etiológicos, transmissores, de tratamento e, sem dúvida, de prevenção. Por meio da pesquisa foi possível adquirir conhecimentos significativos e a consciência do quanto é importante manter a atenção às doenças que fizeram e fazem vítimas de modo tão banal, como a cólera. 9 Referencias Bibliográficas FAVARETTO, José Arnaldo; MERCADANTE, Clarinda. Biologia. São Paulo. Editora: Moderna, 1999. GOLDMAN, Lee; AUSIELLO, Dennis. Cecil, Tratado de Medicina. 22º Edição. Rio de Janeiro. Editora: Saunders Elsevier, 2005. KRAMMER, Ann. Enciclopédia Ilustrada do Estudante. São Paulo, Editora: O Globo, 1995. SALCIDEZ, Marcos Lomba; HENRICH, Luiz Carlos. Sobre Vida, volume I. Rio de Janeiro. Editora: Biologia & Saúde. Disponível em: <http:// www.todabiologia.com.br>. Acesso em 15/09/2009 às 14:30hs, horário oficial de Brasília. Disponível em: <http:// www.abcdasaude.com.br>. Acesso em 13/09/2009 às 13:00hs, horário oficial de Brasília. 10 PERGUNTA DA PROFESSORA Qual a via de transmissão da cólera? A cólera é transmitida por via horizontal, e de forma direta e indireta. A forma de transmissão direta que ocorre de pessoa para pessoa é a menos importante e de menos fator de risco. Já a forma indireta é a mais perigosa e essa transmissão pode ser feco-oral e através de objetos e alimentos contaminados. 11