REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 172 AGRICULTURA URBANA E SEGURANÇA ALIMENTAR SANTOS, Diego Henriques1 Resumo: Destinada à produção para consumo próprio ou para a venda em pequena escala, a agricultura urbana é realizada em pequenas áreas dentro de uma cidade. Promove a educação alimentar e nutricional através da produção de alimentos em quintais domésticos e hortas comunitárias, a educação ambiental, estimula a organização das pessoas envolvidas no processo, além de promover o desenvolvimento e a sustentabilidade local, gerando renda. Utiliza como fontes de adubo o lixo doméstico, a adubação verde e o estrume animal. Para o combate de pragas é comum a utilização de tratos culturais, evitando agrotóxicos. A fim de incentivar a produção de alimentos pelas comunidades e garantir sua segurança alimentar e melhoria nutricional, é necessário incentivo à criação de hortas municipais, com um trabalho de educação ambiental em escolas, pois é preciso mudar a mentalidade das novas gerações. Palavras-chave: Agricultura orgânica. Sustentabilidade. Sistemas de produção. Abstract: Destined to the production for own consumption or for the sale in small scale, the urban agriculture is accomplished inside in small areas of a city. It promotes the alimentary and nutritional education through the production of victuals in domestic back yards and community vegetable gardens, the environmental education, stimulates the people's organization involved in the process, besides promoting the development and the local sustainability, generating income. It uses as fertilizer sources the domestic garbage, the green manuring and the animal fertilizer. For the combat of curses it is common to use of cultural treatments, avoiding pesticides. In order to motivate the production of victuals for the communities and to guarantee your alimentary safety and improvement nutritional, it is necessary incentive the creation of municipal vegetable gardens, with a work of environmental education in schools, because it is necessary to change the mentality of the new generations. Keywords: Organic farming. Sustainability. Farming system. INTRODUÇÃO A agricultura urbana é realizada em pequenas áreas dentro de uma cidade, ou no seu entorno, e destinada à produção de cultivos para utilização e consumo próprio ou para a venda em pequena escala, em mercados locais. Como a expansão das grandes 1 Doutorando em Agricultura pela Universidade Estadual Paulista – Unesp. Campus de Botucatu SP. SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 173 cidades é sempre acompanhada pela indispensável necessidade de fornecimento de alimentos para a população, a prática da agricultura urbana mostra-se como estratégia de aumento da produção de alimentos, contribuindo para a segurança alimentar e melhoria da nutrição da população. De acordo com a FAO (2008), um sétimo da produção mundial de alimentos é cultivado em terrenos baldios, telhados, coberturas, antigos lixões e em outros espaços urbanos. Em todo o mundo, há mais de 800 milhões de agricultores urbanos. Esta prática traz como vantagens o incremento da quantidade e da qualidade de alimentos disponíveis para o consumo próprio, a grande diversidade de cultivos e a reciclagem de lixo, utilizando resíduos domésticos, diminuindo seu acúmulo, tanto na forma de composto orgânico para adubação, como na reutilização de embalagens, por exemplo, para formação de mudas. No entanto, possui como desvantagem a área disponível para o cultivo, que é muito restrita, e a escassez de conhecimentos técnicos por parte dos produtores envolvidos. São várias as espécies de plantas com potencial para o ambiente urbano, como por exemplo as hortaliças de folhas, flores e hastes (agrião, acelga, alface, almeirão, aspargo, brócolos, cebolinha, couve, couve-flor, coentro, espinafre, repolho, rúcula e salsa), as hortaliças de frutos (abóbora, abobrinha, berinjela, chuchu, jiló, pepino, pimentão, pimenta, quiabo e tomate) e hortaliças de raízes, tubérculos, bulbos e rizomas (alho, batata-doce, beterraba, cará, cebola, cenoura, couve-rábano, mandioca, nabo e gengibre). São comuns também em hortas e quintais na zona urbana espécies medicinais como a erva-cidreira, o capim-limão, o alho, a babosa, a arnica, a erva-doce, a ervamate, a hortelã, a malva, a quina e a romã. Já em relação à criação de animais no ambiente urbano destaca-se a criação de frangos para o auto consumo, podendo ainda ser criados coelhos, caprinos, porcos, e peixes. A fome provém da falta de alimentos que atinge um número elevado de pessoas no Brasil e apesar dos grandes avanços econômicos, sociais e tecnológicos, a falta de comida para milhares de pessoas em nosso país continua. Esse processo é resultado da desigualdade de renda, logo esta forma de atividade agrícola pode promover mudanças benéficas na estrutura social e econômica das cidades e bairros onde se estabelecem. Segundo dados do IBGE (2008), a falta de dinheiro faz com que cerca de 32 milhões de pessoas passem fome, mais 65 milhões de pessoas que não ingerem a quantidade SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 174 mínima diária de calorias, ou seja, se alimentam de forma precária, sendo estes números extremamente elevados, tendo em vista a extensão territorial do país que apresenta grande potencial agrícola. Em um país que existe grande concentração fundiária e de renda, onde a riqueza concentra-se nas mãos de somente 10% da população, fornecer cestas básicas não resolve os problemas, apenas adia os mesmos, sendo necessário oferecer condições para que o cidadão tenha possibilidade de se auto-sustentar por meio de um trabalho e uma remuneração digna. Neste sentido, torna-se importante discutir a agricultura urbana e a segurança alimentar no país, objetivo deste trabalho, descrevendo a situação atual da fome nas regiões metropolitanas do Brasil, explicando como é realizado o controle de pragas, doenças e plantas daninhas na agricultura urbana, as fontes de adubo orgânico no meio urbano e sugerindo estratégias para difundir a agricultura urbana em nossas cidades. Principais contribuições da agricultura urbana MEIO AMBIENTE BEM ESTAR - Aumento da segurança alimentar - Melhora da nutrição - Conservação dos recursos naturais - Amenização do impacto ambiental - Comunidade sustentáveis - Melhora da saúde - Ambiente mais limpo - Incrementa a reutilização reciclagem de resíduos ECONOMIA - Fonte de trabalho - Fortalecer a base econômica - Diminuição da pobreza - Fomenta o empreendimento - Trabalho para mulheres e outros grupos marginalizados Fonte: Urban Agriculture - Food, Jobs and Sustainable Cities - UNDO 1996. SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 e REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 175 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Toda população local tem uma experiência de vida que justificou a sua sobrevivência até o momento de uma intervenção externa (LAVILLE, 1999). Essa experiência constitui uma base de educação alimentar e ambiental para ser utilizada no processo de reflexão sobre a realidade vivida e a matéria prima para a proposição de soluções para os entraves identificados (CARVALHO et al., 2004). Segundo Armar-Klemesu (2000), o conceito de segurança alimentar está nas agendas internacionais desde 1948, quando da Declaração Universal dos Direitos Humanos, afirmando que “todos têm direito a um padrão de vida adequado para a saúde e alimentação”. Em 1996, na Convenção Internacional sobre os direitos econômicos, sociais e culturais afirmou-se que “o homem tem o direito de se livrar da fome”. O direito à comida é, portanto, caracterizado como fundamental, mas a questão da fome continua sendo grave problema e traz sérias conseqüências à vida dos habitantes das cidades. O termo agricultura urbana, segundo Spotight (1999), já é adotado pelas agências das Nações Unidas, tais como o UNDP – United Nations Development Programme e a FAO – Food and Agriculture Organizations. O termo se refere à utilização de pequenas superfícies situadas dentro das cidades ou em suas respectivas periferias para a produção agrícola e criação de pequenos animais, destinados ao consumo próprio ou à venda em mercados locais. Mougeot (2000) e Dias (2000), por sua vez, relatam que o conceito de agricultura urbana é ampliado quando são analisadas as contribuições de sua prática para o meio ambiente e para a saúde humana, por constituir importante forma de suprir os sistemas de alimentação urbanos, relacionandose com a segurança alimentar e o desenvolvimento da biodiversidade e por proporcionar melhor aproveitamento dos espaços, contribuindo, dessa forma, para o manejo adequado dos recursos de solo e da água. Para Minag (2000), a agricultura urbana é definida como a produção de alimentos dentro do perímetro urbano aplicando métodos intensivos, tendo em conta a relação homem-cultivo-animal-meio ambiente e as facilidades da infra-estrutura urbanística que propiciam a estabilidade da força de trabalho e a produção diversificada SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 176 de cultivos e animais durante todo o ano, baseando-se em práticas sustentáveis que permitem a reciclagem dos rejeitos. Geralmente, boa parte de quintais domésticos e terrenos baldios são destinados ao acúmulo de lixo e entulho. A limpeza dessas áreas e sua utilização para plantio e outras formas de produção proporcionam melhoria considerável ao ambiente local, diminuindo a proliferação de vetores das principais doenças, como roedores e insetos (MACHADO & MACHADO, 2002). Para Dias (2000), o poder curativo das plantas medicinais também são componentes da qualidade de vida proporcionadas pela agricultura urbana. Fleury & Donadieu (1997) sugerem empregar o termo agricultura urbana para designar os sistemas agrícolas das periferias urbanas orientados para as novas necessidades urbanas, mesmo ressaltando que a expressão possui mais de um significado, podendo ser empregada em diferentes situações, ou para distintos grupos de profissionais. Para Carvalho et al. (2004), os objetivos da agricultura urbana é promover a educação alimentar e nutricional através da produção de alimentos em quintais domésticos e hortas comunitárias; promover a saúde das famílias através do resgate do uso e manejo de plantas medicinais; promover a educação ambiental valorizando e estimulando a participação das mulheres e jovens nas ações comunitárias; estimular a criatividade, auto-estima e a organização das pessoas envolvidas no processo; promover o desenvolvimento e a sustentabilidade local; e gerar renda direta ou indiretamente. Zeeuw et al. (2000) afirma que, para garantir sua segurança alimentar, é necessária a combinação da produção de alimentos nas zonas rurais e urbanas. A agricultura no meio urbano, quando praticada de modo apropriado poderá, segundo o Comitê de Agricultura (COAG, 1999), aumentar a quantidade de alimentos disponíveis, melhorar a segurança alimentar em épocas de crise ou grave escassez de alimentos, melhorar o grau de frescor de alimentos perecíveis e ainda oferecer oportunidades de empregos produtivos em um setor onde os obstáculos ao ingresso são de pouca importância. SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 177 Fao (1996) também ressalta que a agricultura urbana pode se constituir em uma importante contribuição na questão alimentar e até para o aumento da renda da população em muitas cidades do mundo em desenvolvimento. No entanto, a organização salienta que ela fornece não somente benefícios de ordem econômica, mas também de recreação, lazer e ecológicos aos citadinos. Aquino (2002) cita o caso de Cuba, onde atualmente toda a produção de hortaliças é orgânica e proveniente da agricultura urbana, tendo como vantagens a garantia de abastecimento durante todo o ano em todo o país, a independência de combustível para o transporte, a melhor qualidade dos alimentos, maior produtividade e oferta de emprego. Santandreu & Lovo (2007) estudaram a agricultura urbana em regiões metropolitanas brasileiras. A maior parte das regiões analisadas apresentava severos problemas urbanos (saneamento, lixo, mobilidade urbana, acesso a serviços de saúde e educação, etc.), derivados do crescimento acelerado e desordenado que coloca milhares de pessoas em situações de exclusão espacial, econômica e social. A segregação social, a violência urbana e familiar, e os problemas de nutrição e segurança alimentar afetam muitos brasileiros, especialmente mulheres e crianças, de todas as regiões. Neste contexto, segundo os autores, a agricultura urbana aparece como uma oportunidade de saída, democrática, participativa e construtora da cidadania, que necessita ser promovida e apoiada tanto pelo poder publico como pelas organizações da sociedade civil preocupadas por um futuro melhor para o Brasil. ADUBAÇÃO E CONTROLE DE PRAGAS, DOENÇAS E PLANTAS DANINHAS Podemos citar como fontes de adubo para a agricultura urbana o lixo doméstico, a adubação verde e até o estrume animal e o lodo de esgoto. A adubação verde na forma de consórcio é uma prática promissora para hortas urbanas, pois apresenta baixo custo e promove a melhoria da capacidade produtiva do solo. A utilização de resíduos e rejeitos domésticos orgânicos na forma de composto orgânico para adubação, além de aumentar a fertilidade do solo, diminuem seu acúmulo no ambiente. SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 178 Aspecto importante para a Agricultura Urbana incide sobre o controle de pragas e doenças. Segundo Gnau (2002), o principal aspecto considerado para o bom controle reside primeiramente na saúde da planta bem nutrida. Além disso, outras medidas preventivas incluem a instalação em todos os locais de pontos de desinfecção de pés e mãos, ausência de plantas espontôneas nos canteiros e ao redor, proibição de fumar e manipular plantas sem lavar mãos para evitar ataque do vírus mosaico, fundamentalmente de tomate, pimentão e outras plantas suscetíveis, plantio de nim (Azadiracha indica) como planta repelente, e plantio de milho para atrair inimigos naturais. Para controle, os biopraguicidas também são muito usados. Dentre esses destacam–se os preparados à base de frutos e folhas de nim e de resíduos de tabaco. Já em relação as plantas daninhas, por se tratar de pequenas áreas, pratica-se arranque ou capina manual. Monteiro & Monteiro (2006), trabalhando com agricultura urbana em Teresina PI, com perspectiva de desenvolvimento local, verificaram que 82,99% dos horticultores acompanhados durante o trabalho realizavam o controle de plantas daninhas através da capina manual, que consiste em arrancar manualmente as ervas invasoras do canteiro. Já 8,3% dos produtores utilizaram produtos químicos (agrotóxicos) e 7,88% empregaram técnicas naturais de controle de plantas daninhas, como a utilização de plantas que dificultem sua proliferação, e somente dois horticultores usam barreiras mecânicas (com a colocação de sacos plásticos ou outros materiais com o intuito de barrar invasões) para dizimar as plantas nocivas ao cultivo. Destarte, nota-se, por um lado, a relativa facilidade de controle das plantas invasoras a baixo custo, e, por outro lado, tem-se que o reduzido poder aquisitivo dos produtores os impede de fazer uso de controle químico e o pouco conhecimento das técnicas alternativas, aproveitadas em culturas orgânicas para exterminar as plantas invasoras que não trazem benefícios para o plantio (MONTEIRO & MONTEIRO, 2006). Monteiro & Monteiro (2006) concluíram que o controle químico de ervas daninhas, pragas e doenças na agricultura urbana são raros, o que se constitui em um aspecto positivo uma vez que, segundo Pinheiro (1985), o uso indiscriminado de agrotóxicos é responsável por graves conseqüências ao meio ambiente e à saúde humana. Primeiro em decorrência do contágio das águas superficiais e subterrâneas pelo SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 179 uso de fertilizantes nitrogenados de alta solubilidade, responsáveis pela formação de compostos cancerígenos e mutagênicos. A segunda refere-se aos danos ao solo, principalmente pela ação dos metais pesados, como o cádmio e o mercúrio, resultando problemas sérios de saúde aos seres humanos e animais silvestres. Todavia, Monteiro & Monteiro (2006), relatam ainda que 69,18% dos produtores que empregaram defensivos químicos revelaram não terem participado de cursos relativos ao manuseio de equipamentos ou aos danos que estes causam, apesar de 62,26% conhecem as graves conseqüências que o seu uso pode trazer ao meio ambiente, à sua saúde e à do consumidor. Ainda assim, 60% dos produtores informaram na pesquisa que utilizam instrumentos de proteção quando realizam a aplicação destes insumos na plantação. ESTRATÉGIAS PARA A DIFUSÃO DA AGRICULTURA URBANA Para os mais pobres, a agricultura urbana provê acesso a alimentos e ajuda a evitar a desnutrição, além de oferece uma fonte de renda e alimentação melhor a baixo custo. E para as famílias de renda maior, oferece a possibilidade de comprar alimentos frescos mais baratos ou mesmo um retorno financeiro ao permitir a utilização de lotes urbanos não edificados, de sua propriedade. A fim de incentivar a produção de alimentos pelas comunidades e garantir sua segurança alimentar e melhoria nutricional, é necessário projetos de incentivo a criação de hortas municipais, com um trabalho de educação ambiental em escolas, pois é necessário mudar a mentalidade das novas gerações. Esse projeto, além de viável tecnicamente, social e economicamente, deve apresentar o critério da permanência, relacionado à sustentação das atividades após o término do período de suporte técnico. Assim, um dos maiores desafios é tornar as comunidades aptas a produzir alimentos de modo sustentável, ou seja, utilizando de forma racional e equilibrada os recursos financeiros e naturais de que dispõem. Neste tipo de programa, é fundamental que as famílias sejam capacitadas para a utilização adequada da água e do solo, sob pena de, com grande probabilidade, abandonarem a área antes cultivada após a exaustão causada pela exploração contínua e intensiva. Entretanto, uma condição essencial para a adoção de práticas sustentáveis de manejo é SABER ACADÊMICO - n º 11 - Jun. 2011/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP 180 que estas apresentem baixo custo para as famílias envolvidas e, no caso do uso do solo, que mantenham ou melhorem sua capacidade produtiva ao longo do tempo. Políticas públicas voltadas para o incentivo e a implementação da agricultura urbana podem favorecer e promover o desenvolvimento local das periferias de grandes cidades. Além disso, pelo redirecionamento dos objetivos da comunidade, com ações participativas em todos processos de desenvolvimento, é possível oferecer opções de vida saudável para jovens e crianças além de gerar empregos e melhorar a qualidade de vida das pessoas idosas ou desempregadas. A produção de alimentos de boa qualidade nutricional e sem agrotóxicos, desenvolvida a custo relativamente baixo, pode contribuir não só para melhorar a qualidade de vida, como também para aumentar a renda familiar (MACHADO & MACHADO, 2002). Machado & Machado (2002) relatam que o lixo e a violência passaram a fazer parte da rotina das grandes cidades e que a atividade agrícola urbana passa, então, a ser de fundamental importância para promover maior equilíbrio social, proteção ambiental e pela segurança alimentar, esperando-se, então, um desenvolvimento periférico sustentável e menos agressivo. O limitado acesso aos recursos produtivos, como disponibilidade de terra e de água e de outros insumos são os maiores problemas para o estabelecimento da produção de alimentos em âmbito local. O apoio técnico aos agricultores urbanos via serviços de extensão e de pesquisa é importante para o incremento da produção. Pesquisadores e extensionistas podem desempenhar papel muito importante, ligando os agricultores a outros serviços ou projetos. Eles podem atuar como disseminadores de informações aos agricultores em cursos e treinamentos, além de incorporar métodos alternativos de produção local. Tais métodos incluem a hidroponia, o uso de biofertilizantes, compostos de lixo orgânico e defensivos alternativos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AQUINO, A.M. Agricultura urbana em Cuba: análise de alguns aspectos técnicos. Seropédica. Embrapa Agrobiologia, dez. 2002. 25p. (Embrapa Agrobiologia. Documentos, 160). 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