Efeitos da Crise Econômica na Brasil em 2015.

Propaganda
4
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
EFEITOS DA CRISE ECONÔMICA NO BRASIL EM 2015
PIGNATA, Francine Aparecida 1
CARVALHO, Daltro Oliveira de 2
RESUMO
A eclosão de crises é uma dura realidade para países que vivem no sistema
capitalista. O presente artigo foi elaborado com o objetivo de descrever a crise
política e econômica que o Brasil enfrenta neste ano de 2015, seus efeitos e
possíveis perspectivas para os próximos anos. Dessa forma, este trabalho irá
esclarecer os principais motivos pelo qual a mesma esta ocorrendo, prejudicando a
sociedade brasileira, que consequentemente afeta outros países. Para a realização
desde, foram utilizadas pesquisas bibliográficas de caráter exploratório, como base
metodológica, como obtenção de dados secundários para uma análise qualitativa,
evidenciando acontecimentos históricos das principais crises que ocorrem desde o
ano de 1929, identificando assim, os impactos que continuam para o surgimento de
novas situações, como a crise brasileira atual.
Palavras-chave: Crises; Brasil; Governo; Economia; Efeitos.
ABSTRACT
The outbreak of crisis is a hard reality for countries that live in the capitalist system.
This article was prepared, in order to describe the political and economic crisis facing
Brazil in the year 2015, its effects and possible prospects for the coming years. In
this way, this work will clarify the main reasons by which it is taking place, damaging
the Brazilian society, which in turn affects other countries. To carry out since, were
used bibliographic search as a methodological basis for obtaining qualitative results,
showing historical events of the major crises that have occurred since the year 1929,
identifying the impacts that continue contributing to the emergence of new, as Brazil's
current crisis.
Keywords: Crises; Brazil; Government; Economy; Effects.
INTRODUÇÃO
Crises de vários tipos ocorrem nos últimos tempos.Mesmo cada uma
possuindo suas particularidades, história, tempo de duração, dificuldades e devidas
soluções, entre elas existem semelhanças, pois, estas costumam ser oriundas de
crises anteriores.
1
Graduanda em Administração pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora
Aparecida (UNIESP - Unidade de Sertãozinho-SP). E-mail: [email protected].
2
Doutor em Serviço Social pela UNESP, Docente do Curso de Administração da Faculdade de
Filosofia, Ciências e Letras Nossa Senhora Aparecida (UNIESP - Unidade de Sertãozinho-SP) e da
FATEC - Faculdade de Tecnologia de Franca “Dr. Thomas Novelino” E-mail: [email protected].
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
5
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
A eclosão de crises,financeiras, econômicas e políticas, é uma dura realidade
para países que vivem no sistema capitalista, e entre estas,algumastiveram maior
abrangência e fortesimpactos, atingindo grande parte da população em escala
mundial.
O presente artigo foi elaborado, com o objetivo de descrever a crise política e
econômica que o Brasil enfrenta neste ano de 2015, seus efeitos e possíveis
perspectivas para os próximos anos.
Para
tanto,
como
base
metodológica,
foram
realizadas
pesquisas
bibliográficas de caráter exploratório em livros, artigos acadêmicos e notícias em
sites específicos de nível exploratório, obtendo dados secundários para uma análise
qualitativa.
Neste, seráabordado,os graves acontecimentos históricos,desde a crisede
1929, como também esclarecimentosdos motivos que contribuem para o surgimento
de novas, relacionando as crises, com foco na crise política, que vem afetando a
economia brasileira.
Desta forma, o artigo apresentará conceitos de crises, desenvolvimentos
históricos das principais crises que ocorreram, e da que esta ocorrendo no Brasil
“causas e consequências”, apontandoseus efeitos e possíveis perspectivas de
melhoria para os próximos anos.
Pois, através do estudo realizado, tudo indica que estas consequências
influenciaram durante um bom tempo.
1. CONCEITOS E FUNDAMENTOS SOBRE CRISE NO MUNDO
Muito tem se falado sobre crise, principalmente relacionado à economia e
finanças, por causar impactos nos agentes produtivos e danos na economia,
gerando desequilíbrio entre produção e consumo, desempregos e falências de
empresas, afetandoassim, toda a sociedade.
Crise é caracterizada como ponto crítico, onde ocorrem mudanças que podem
ser profundas e inevitáveis, tanto para o bem, quanto para o mal, onde sua solução
poderá ser favorável ou desfavorável, podendo ser brusca com ou sem catástrofe
(GUÉNON, 2007).
Em seu sentido etimológico, o substantivo crise vem do latim crisis, referindose a um "momento de decisão, de mudança súbita". Em grego, krísis representa
uma ação ou faculdade de distinguir, tendo por extensão o significado de "um
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
6
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
momento difícil"; derivado do verbo grego kríno,recebe a definição de "separar,
decidir, julgar” (HOUAISS, 2015).
Uma crise pode originar-se de catástrofes ou desastres produzidos por
causas naturais, acidentes ou, até mesmo, por situações diretamente provocadas
pelo homem, como as que serão discutidas a seguir.
- Crise econômica
Crise econômica, conhecida também como crise do capitalismo, é
considerada como uma das fases do ciclo econômico, juntamente com a
superprodução, recessão e depressão, associada ao decréscimo do PIB.
Pode-se dizer que são,períodos em que a economia de um país passa por
oscilações, tornando-se incapaz de controlar fatores como a inflação em alta, que
causam a escassez na produção, na comercialização e no consumo de produtos e
serviços, desvalorizando ativos financeiros, apresentando indicadores negativos,
desempregos e aumento de pobreza.
Esta deve ser diferenciada das recessões, período em que a economia sofre
declínio em sua taxa de crescimento, e de depressões,caracterizada por um estado
agravado da recessão, que levam a redução da atividade econômica.
Conforme Blanchard (2004), por não haver consenso sobre a definição,
grande parte dos economistas, usam o termo crise para se referir a um período de
baixo ou nenhum crescimento, sendo mais prolongado que uma recessão, porém,
menos profunda do que uma depressão.
Uma crise é basicamente, um desequilíbrio que ocorre em setores isolados da
economia, mas que pode contaminar todo o sistema econômico.
- Crise política
Inicia-se por séries de divergências entre partidos políticos, que na maioria
das vezes se contrapõem ao governo, associada a um colapso do sistema
administrativo de um país, estado, ou município.Esta pode ser desencadeada por
um golpe ou revolta popular.
Quando perdura por mais tempo, além da normalidade, pode os resultados
afetar a governabilidade de forma geral, como também, criar empecilhos que travam
as agendas institucionais e, como ocorre no Brasil hoje, atinge sobremaneira,
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
7
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
criando uma crise econômica, instalando na economia a incerteza, desacertos e
elevados custos ao país e ao cidadão.
- Crise financeira
São oscilações no ciclo econômico, com desvalorização de ativos financeiros,
que se estende para o setor real da economia, afetando a renda e o emprego da
população atingida.
“Crises financeiras não são apenas resultados de comportamentos irracionais
dos agentes, mas resultam da própria forma de operação dos mercados financeiros
liberalizados e sem um sistema de regulação adequado” (DIAS, 2010, p. 36).
Kindleberger (2000), afirma que as crises financeiras estão diretamente
associadas aos períodos cíclicos da economia, pois estas iniciam quando há
mudanças inesperadas no setor econômico.
Uma das principais crises financeiras conhecida pelo mundo foi à crise da
bolha imobiliária americana, que teve como marco referencial a quebra do banco
Lehman Brothers, conforme será citado no decorrer do texto.
2. DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO
Algumas das grandes crises ocorridas serãoapresentadas no desenvolver
desde capítulo, para se quantificar o sentimento e efeitos que trazem ao Brasil a
recente crise.
No quadro 1, pode-se observar as principais crises:
Crise
Tipo
Data
Inicial
Econômica
1929
Econômica
1973
Acontecimento Histórico
Grande Depressão
1ª Crise do Petróleo
Bolha Imobiliária
Americana
2008
Financeira
Quebra da Bolsa de valores
Aumento no valor do petróleo e guerra do Yom
Kippur
Setor Imobiliário, Falências Bancárias,
Recessão
Figura 1 - Principais crises.
Fonte: Elaborado pelos autores.
Acima estão as principais crises abordadas neste trabalho, para então chegar
à crise atual, objeto deste artigo, apresentando o tipo de crise que elas foram, a data
em que iniciaram, e os acontecimentos pelo qual estas ficaram marcadas na história.
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
8
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
2.1. A grande depressão de 1929
A grave crise que ocorreuem 1929, nos Estados Unidos ficou conhecida
como a mais famosa de toda história,por causarimpactossobre a economia do
mundo inteiro.
Após a Primeira Guerra Mundial, os países europeus ficaram destruídos, com
isso, os Estados Unidos que não foram atingidos diretamente e, por ser a maior
potência mundial da época,passaram a lucrar com exportação de alimentos,
produtos industrializados e capitais para esses países no período pós-guerra.
Segundo Hobsbawm (1995, p.101):
Tanto a Primeira Guerra Mundial quanto a Segunda, beneficiou os
Estados Unidos, reforçando para que eles continuassem sendo o
maior produtor industrial e transformando-os também no maior credor
do mundo.
O mesmo autor complementa que no final de1929, os europeus ao se
reestruturarem, deixaram de importar dos Estados Unidos, gerando uma
superprodução que abalou a economia norte-americana, assim, a oferta passou a
ser maior que a procura, reduzindo lucros e quebrando várias empresas.
Com isso, o mercado de ações foi atingido, pois,parte destas empresas
americanas que decretaram falência, possuíam ações na bolsa de valores, que
desvalorizou, resultando na quebra da Bolsa de valores de Nova York em 20 de
outubro de 1929, dia este, que ficouconhecido como quinta-feira negra.
Os Estados Unidos não foram os únicos, a crise atingiu também a Europa e
grande parte da América Latina, e por ser o maior comprador de café brasileiro, a
importação diminuiu, desvalorizando o produto e causando uma superprodução.
O Brasil tornou-se o símbolo do desperdício do capitalismo e da
seriedade da Depressão, pois, seus cafeicultores tentaram em
desespero impedir o colapso dos preços queimando café em vez de
carvão em suas locomotivas a vapor (HOBSBAWM, 1995, p.97).
Esta é considerada a grande depressão do sistema capitalista no século XX,
por ter reduzido o nível de atividade econômica, que se manteve em baixo por um
grande tempo, fazendo com que essa crise persistissepeladécada de 1930,
terminando com a Segunda Guerra Mundial em 1945.
2.2. A Primeira crise econômica do petróleo
Petróleo, por ser um recurso natural, não renovável, conhecido também como
“ouro negro”,em virtude de seu importante valor político e econômico, que toda
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
9
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
sociedade é dependente. É a matéria prima de grande parte dos combustíveis
utilizados em veículos e, a principal fonte geradora de energia.
Conforme Pereira (2008, p. 56):
Por ser tamanha fonte de energia e riqueza, o petróleo gera graves
problemas políticos, pois é um recurso restrito para alguns países,
que utilizam este como arma política e econômica a fim de ganhar
espaço internacionalmente.
Considerado como um importante elemento da economia mundial, o petróleo
já foi motivo de muitas crises e guerras.
Para Pereira (2008), a primeira crise econômica do petróleo aconteceu no
Oriente Médio e Norte da África, onde eram instalados os maiores produtores
petrolíferos nos anos de 1970.Crise esta, causada por motivos políticos, que afetou
a economia em nível mundial e, em 1974, atingiu diretamente o Brasil, então
dependente em 100% da importação.
Esta crise foi uma resposta árabe, que contou com auxílio militar, que os
americanos deram a Israel na guerra do Yom Kippur, onde Egito e Síria atacaram
Israel na tentativa de resgatar os territórios que foram perdidos na Guerra dos Seis
Dias na década de 60.
Conforme Pereira,(2008), YomKippur,é como também se chama o feriado
judeu “dia do perdão”, comemorado em 06 de outubro. No ano de 1973, neste dia,
Egito e Síria invadiram Israel de surpresa, ao que os israelenses responderam
violentamente.
Bandeira (2006, p. 325) complementa que:
Os países árabes, integrantes da OPEP4, aproveitaram a guerra do
Yom Kippur para compensar as perdas com a desvalorização do
dólar, e usaram, pela primeira vez, o petróleo como arma e
instrumento de pressão, suspendendo o fornecimento aos países
que apoiavam Israel.
Com o fim da guerra, os países árabes passaram a controlar o consumo do
petróleo, para tanto, reduziram sua produção e anunciaram um aumento elevado,
quadruplicando o valor do barril de petróleo.
2.3. Crise de 2007 e 2008 na bolha imobiliária americana
A crise que ocorreu nos Estados Unidos, a partir de 2007foi considerada uma
grande crise, com grave declínio econômico desde a quebra da bolsa de valores de
Nova York em 1929.
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
10
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
De acordo comPereira (2008, p.5):
Nada lhe é comparável desde 1929. É uma profunda crise de
confiança decorrente de uma cadeia de empréstimos originalmente
imobiliários baseados em devedores insolventes que, ao levar os
agentes econômicos a preferirem a liquidez e assim liquidar seus
créditos, está levando bancos e outras empresas financeiras à
situação de quebra mesmo que elas próprias estejam solventes.
Para Assaf Neto (2012), sua origem foi desenvolvida através de eventos que
ocorreram com a globalização da economia, como um amplo desregulamento do
setor financeiro, redução dos juros, alta liquidez dos agentes econômicos, forte
aumento da competitividade, entre outras causas apontadas, aumentando a
inadimplência do mercado imobiliário americano.
Uma grande inadimplência iniciada no mercado de hipotecas imobiliárias
americanas aconteceu após o grande boom imobiliário, onde os bancos ofereciam
muitos créditos, com baixas taxas de juros, resultando no aumento da demanda e de
preços dos imóveis e parcelamentos, incentivando e expandindo o mercado
imobiliário dos Estados Unidos.
Assaf Neto (2012, p. 35), afirma que:
As elevadas ofertas de crédito acompanhadas de taxas de juros
baixas para estimular a economia, convivendo em um mercado cada
vez mais desregulamentado, formaram uma bolha de crédito na
economia que, em algum momento, certamente iria se desfazer.
Sem muitos resultados, os preços dos imóveis caíram, e passaram a valer
menos que os empréstimos feitos para a compra destas, assim, as instituições
financeiras sofreram enormes perdas.
Foi quando surgiu a falência de instituições bancárias, e a quebra do banco
de investimentos Lehman Brothers, em 15 de setembro de 2008, após a recusa do
banco central americano Federal ReserveBank (FED) em socorrer as instituições
financeiras atingidas.
Esse acontecimento marcou o auge de um dos eventos mais críticos da
economia internacional naquela década, que se transformou num sistema global e
sistêmico, afetando vários países com os efeitos da crise, como restrições de
credito.
Para Vasconcellos e Garcia (2008), alguns fatores colaboraram para que essa
grande crise ocorresse, a saber:
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
11
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
- O grande aquecimento do mercado de hipotecas imobiliárias norteamericano, garantido por políticas governamentais de estímulo principalmente ás
classes de baixa renda;
- Desregulamentação do sistema financeiro como bancos de investimentos,
fundos e corretoras que foram sobrepondo títulos de alto risco como subprime junto
com títulos de baixo risco conhecido como prime, respaldados por avaliações
positivas das agências de regulamentação de risco;
- Grande liquidez dos mercados financeiro norte-americano e mundial
provocada pelo crescimento econômico e pela politica monetária nos Estados
Unidos.
Com a inadimplência elevada, os imóveis desvalorizados, a crise que
inicialmente era bancária, por ter reduzido créditos, afetou também o nível de
produção, passando a ser uma crise sistêmica, e, com a falência do banco Lehman
Brothers,após autoridades americanas decidirem não salva-lo, causaram danos às
finanças de muitos países.
Essa crise teve inicio no mercado financeiro americano, e acabou se
estendendo também para economia real, atingindo a produção, comércio e
emprego, provocando uma severa retração na economia mundial.
2.4. Situação econômica do Brasil de 2010 a 2014
Brasil, país que após sofrer uma grande queda no ano de 2009, causada
pelos efeitos da crise financeira mundial de 2008, conseguiu se reerguer com um
grande desenvolvimento econômico em 2010, cujo Produto Interno Bruto (PIB) bate
os 7,6% (CURY E CARDOSO, 2015).
A economia brasileira já ocupou a sexta posição entre as maiores economias
do mundo.
De acordo com dados do PIB apresentado na Figura 2 que segue, percebese que o maior crescimento foi de 7,6%, nos anos seguintes infelizmente, com a alta
de juros e inflação, empresários preocupados com corrupções, entre outros
problemas, esse crescimento começou a desacelerar, deixando o país em estado de
alerta até 2014 (CURY; CARDOSO, 2015).
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
12
2
PIGNA
ATA, F. A.; CARVALHO,
C
D. O. v. 09
9, nº 2, p. 0
04-18, JUL-DEZ, 2015..
Reviista Eletrô
ônica “Diállogos Acad
dêmicos” (ISSN: 04
486-6266)
)
10
7,6
8
5
4
4
2
6
5,7
6
3,1
1,3
3
3,9
3,1
2,7
1,8
1,2
0,1
0
‐0,2
‐1
‐2
‐2,5
5
‐4
Figurra 2 - Variação do PIB em
m Porcentag
gem.
Fonte
e: Adaptada de Cury e Cardoso
C
(201
15).
Com a economia entrando em crise, muitas em
mpresas fa
aliram, com
m isso, oss
invesstimentos que na maioria das
d
vezes eram oss grandes responsá
áveis pelo
o
dese
envolvimen
nto do paíss, também entrou em
m queda.
Na Figu
ura 3, pode
e-se melho
or visualizar a situaçã
ão da economia brasileira:
Figurra 3 - Trimesstre contra trimestre ante
erior em %.
Fonte
e: Cardoso e Glenia (201
14).
Baseado na Figura 3, pode
e-se verific
car que a economia
a brasileira
a encolheu
u
0,6%
% no segun
ndo trimesttre em 2014 e, segun
ndo a divullgação do Instituto Brrasileiro de
e
Geog
grafia e Esstatística (IBGE), cau
usou uma recessão técnica, pe
elo fato do
o PIB ficarr
nega
ativo por dois
d
trimesttres seguid
dos, poden
ndo recupe
erar-se em um curto prazo. Ao
o
http://www.uniesp.ed
du.br/fnsa
a/revista
13
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
contrário da recessão profunda que dura mais tempo, gerando queda na produção,
falência de empresas e desemprego, onde a recuperação dificilmente poderá acontecer.
A última vez que o Brasil registrou uma recessão técnica foi durante a crise
econômica mundial no ano de 2008.
3. CRISE DE 2015
Como um “efeito dominó”, as crises financeiras que aconteceram no passado,
continuam afetando os dias de hoje.
Atualmente, o Brasil estásendo abalado por uma grave crisepolítica, com
reflexos na economia, e sem perspectivas de crescimento para este ano de 2015.
Em vista disso, a situação do país, trás grandes preocupações tanto internas,quanto
externas, pois sua economia esta piorando a cada dia.
Economia esta, que parecia ser tão poderosa em 2010, agora sofre com um
grande encolhimento, cujas previsões para os próximos anos são sombrias e
desastrosas.
Grandes falhas e decisões erradas, feitas pelo governo na administração
atual do país, colaboraram para a eclosão dessa crise política e econômica que o
Brasil enfrenta.
Mello e Spolador (2007), afirmam que a eclosão de uma crise financeira tem
em sua essência a alternância atitudes emotivas, irracionais e tomadas de decisões
técnicas e impessoais da parte dos agentes econômicos.
Para o Brasil, uma profunda reforma tributária seriade grande importância,
principalmente para corrigir as distorções no sistema tributário,que esta colaborando
com a baixa eficiência do funcionamento econômico, fazendo com que o país cresça
menos, gerando altos custos e dificultando o desenvolvimento da atividade produtiva
do país, que esta menor do que poderia seratingindo especialmente os mais pobres.
A alta taxa tributária imposta aos brasileiros, por possuir maior foco no
consumo, é uma das grandes dificuldades enfrentada por todos, que pagam mais
por suas compras, por terem o valor de impostos incluso no preço final do produto.
Sendo assim, brasileiro, tem que trabalhar durante os cinco primeiros meses
do ano, somente para pagar impostos.
A economia brasileira passa por momentos críticos e de recessão, deparando
com um quadro caótico, que misturará taxas de crescimentos negativas, impostos e
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
14
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
juros classificados entre os mais altos do mundo, orçamentos desequilibrados,
investimentos em queda.
3.1. Efeitos da crise e perspectivaspara próximos anos
Entre tantas falhas na economia brasileira, as que mais prejudicaram o
desenvolvimento do país, foram à má administração dos governos petistas de Luiz
Inácio Lula da Silva, seguido por Dilma Vana Rousseff.
Pode-se dizer que, essas falhas, entre outras, são consequências de falta de
planejamento, pois, se os mesmos adotassem regras em seu governo, poderiam ter
evitado todos esses problemas, mantendo assim uma economia estável, sem se
preocupar em aumentar impostos, taxa de juros, restrição de crédito, fazendo com que
uma coisa piore a outra.
Criar novos impostos não será a melhor saída, podendo piorar a crise, visto
que os contribuintes não conseguem acompanhar a tributação em alta, e
consequentemente a atividade econômica despencará.
Pois, a fim de tentar reduzir as dívidas causadas, o governo esta gerando um
grande desaquecimento na economia, atingindo drasticamente muitas empresas,
que decretaram falência, e demitiram seus funcionários, colaborando para que o
desemprego atingisse um de seus menores níveis históricos.
Na visão Côrtes Filho (2015, p. 05):
economia desaquecida, juros altos, inflação crescente e impiedosa
carga tributária, não é raro empresas virem de uma hora para outra
seus passivos se agigantarem, não por culpa de sua gestão, mas sim
pelas catastróficas consequências da crise hoje vivenciada pela
economia brasileira.
Infelizmente, o governo esta preocupado em “dar o peixe” e não a “ensinar a
pescar”, comprometendo verbas do país, oferecendo benefícios como bolsa família,
fome zero, beneficiando famílias em situação de pobreza, fazendo com que grande
parte dessa população fique acomodada, por receberem com facilidade benefícios
oferecidos pelo governo. Verba esta, que poderia ser revertida em outros benefícios
para os mesmos, como educação.
A corrupção nunca esteve tão ativa como agora, causandodéficit nas contas
públicas, queda no crescimento econômico, elevação da dívida pública, incidências
da operação Lava Jato (os desvios dos recursos públicos nos escândalos de
corrupções da Petrobrás, empresa brasileira, administrada pelo governo) e os
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
15
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
pagamentos de suborno como troca de apoio parlamentar, que ficou conhecido
como o famoso “Mensalão”, aprofundando a crise.
Durante o agravamento da crise, no início do mês de setembro de 2015, para
piorar a situação, a agência de classificação de risco Standard & Poor's, rebaixou a
nota de crédito atribuída ao Brasil, retirando seu grau de investimento, que indica, se
este é um lugar relativamente seguro ou não, para investidores aplicarem seu
dinheiro.
Entre vários motivos para o rebaixamento do país, esta a falta de
planejamento do governo, prevendo déficit, e incapacidade de pagar juros e reduzir
a dívida pública.
A crise política e as dificuldades enfrentadas pelo governo da presidente
Dilma Rousseff para equilibrar as contas, justificavam o corte “rebaixamento”
(MACKIE, 2015).
O efeito do rebaixamento apareceu rápido, já no segundo dia o dólar subiu,
ultrapassando R$ 3,90, com isso, a desvalorização do real frente ao dólar poderá
agravar mais a situação, chegando aos patamares superiores a R$ 4,00 em 25 de
setembro de 2015.
Segundo a reportagem de Biazzi (2015, p.1):
a Standard & Poor’s rebaixou 31 empresas brasileiras. Dez delas
perderam o grau de investimento, incluindo Eletrobrás, Itaipu e
Petrobras. O Grupo Globo, a Ambev e mais cinco empresas tiveram a
nota rebaixada, mas mantiveram o grau de investimento. A agência de
risco também tirou o grau de investimento de 11 bancos brasileiros como
Caixa, Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco e Citibank.
Perdendo o conhecido “selo de bom pagador” adquirido desde 2008, o Brasil
sofrerá muito, pois empresas nacionais e estrangeiras que se instalaram no país
poderão ser afetadas, como também, poderá sofrer novos rebaixamentos por outras
instituições.
Como se não bastasse tantas consequências negativas originadas pela crise,
no final do mês de agosto foi apresentada a proposta orçamentária para o ano de
2016, prevendo déficit nas contas públicas.
Andrade (2015), em sua reportagem apresentada na G1- Globo em 31 de
agosto destaca que, pela primeira vez na história da república brasileira, um governo
apresentou ao congresso nacional um projeto, com proposta de um déficit de R$ 30
bilhões para o orçamento de 2016, equivalente a 0,5% do PIB.
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
16
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
Pode-se dizer que, essa grave notícia é reflexo da dificuldade do governo em
cortar gastos e elevar impostos, devido à recessão econômica.
Com o objetivo de tentar amenizar essa crise que o país enfrenta, entre
alguns planos que estão sendo estudadas, a fim de fazer cortes na despesa do
governo, algumas opções estão sendo levantadas, como eliminação de cargos
comissionados, reduções de salários e de verbas com programas Minha Casa,
Minha Vida.
Com isso, o país sofrerá com possíveis dificuldades impostas para conseguir
empréstimos no exterior, pois os países que antes investiam no Brasil poderão
sentir-se inseguros, deixando incertezas na economia, e intensificando a crise do
país.
Os efeitos da desaceleração econômica podem durar por um bom tempo,
tornando-se um desafio para os administradores do país, levando em consideração
que a crise esta sendo devastadora.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Notícias sobre a crise atual tornaram-se frequentes na mídia, com
repercussões mundiais, visto que a mesmaé consequência das crises passadas,
juntamente, com a ausência de pessoas preparadas para governar o país,
proporcionando, falhas na administração do governo brasileiro, com exageros nos
gastos públicos e desacertos na condução das políticas econômicas e tributarias,
que ao longo do tempo, estão á deriva, comprometendo a economia do país.
O rebaixamento brasileiro na taxa de créditofoi um dos colaboradores mais
fortes e atuaisda crise econômica, em razão do mesmoter refletido na desaceleração
da economia do país.
Com o presente artigo, pode-se constatar que a situação econômica do país é
grave, séria, e tudo indica que os brasileiros devem se preocupar e preparar para
tempos difíceis.
Perante isso, o governo necessitacom urgência fazer algo para reaquecer a
economia do país, começando pelo corte de gastos desnecessários, para então
tentarequilibrar as contas públicas.
Tudo indica que a recuperação da economia brasileira,infelizmente será lenta
e de longo prazo, podendo não haver crescimentos na economia antes de 2018, e
para os mais pessimistas, só após 2020, tendo em vista, que a crise atual esta
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
17
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
sendo pior que a ocorrida em 1929, que levou cerca de doze anos para o equilíbrio
mundial.
Para que a situação do país não fique pior do que já esta, seria imprescindível
que os responsáveisem administrar e governar o país, se mexessem, saindo da
zona de conforto, tendo no mínimo responsabilidade e consensos políticos,
econômicos, tributários,que são consideradas, como situações de extrema urgência
para salvar o país, a fim tentar resgatar da ruína em que se encontra.
Assim sendo, criar novos impostos não será a melhor saída, podendo piorar a
crise, pois os contribuintes não conseguem acompanhar a tributação em alta, e
consequentemente, a atividade econômica despencará, tornando impossível
retomada de qualquer tipo de alinhamento econômico e financeiro no país.
Posteriormente, acredita-se que, no país haverá uma possível reorganização,
tendo como base os pontos negativos da crise atual, no qual levarão a um
desenvolvimento, com oportunidades de crescimento, mantendo sua sobrevivência
diante os demais países.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, F. Governo prevê um déficit de R$ 30 bilhões para o Orçamento de 2016.
2015. Disponível: <http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/09/governo-preveum-deficit-de-r-30-bilhoes-para-o-orcamento-de-2016.html>. Acesso em: 04/09/2015.
ASSAF NETO, A. Mercado Financeiro. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
BANDEIRA, L. A. M. Formação do Império Americano. 2 ed. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2006.
BIAZZI, R. Empresas são rebaixadas depois do Brasil perder grau de investimento 2015
Disponível em <http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2015/09/empresas-saorebaixadas-depois-do-brasil-perder-grau-de-investimento.html>.
Acesso
em:
13/09/2015.
BLANCHARD, O. Macroeconomia. 3. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
BRESSER-PEREIRA, L. C. Crise e recuperação da confiança. Dossiê da crise.
2008. Disponível em: <http://www.ppge.ufrgs.br/akb/dossie-crise.pdf>. Acesso em:
19/08/2015.
CARDOSO,
C.;
GLENIA,
no
2º
trimestre
de
F.
Economia
brasileira
2014,
diz
IBGE.
2014.
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
encolhe
0,6%
Disponível
em
18
PIGNATA, F. A.; CARVALHO, D. O. v. 09, nº 2, p. 04-18, JUL-DEZ, 2015.
Revista Eletrônica “Diálogos Acadêmicos” (ISSN: 0486-6266)
<http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/08/economia-brasileira-encolhe-06-no-2trimestre-de-2014-diz-ibge.html>. Acesso: 05/04/2015.
CÔRTES FILHO, D. B. Maléficos efeitos da crise. Disponível
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/maleficos-efeitos-da-criseblkeum87cx77u15q5zcge5x98>. Acesso: 12/09/2015.
em:
CURY, A.; CARDOSO, C. Economia brasileira cresce 0,1% em 2014, diz IBGE. 2015.
Disponível em <http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/03/economia-brasileiracresce-01-em-2014-diz-ibge.html>. Acesso em: 05/04/2015.
DIAS, E. L. C. A Crise Econômica de 2008 e o Sistema Financeiro Nacional na
Perspectiva pós-Keynesiana. Finanças Públicas – XV Prêmio Tesouro Nacional –
2010.
GUÉNON, R. A Crise do Mundo Moderno. São Paulo: Constantino Kairalla
Riemma, 2007.
HOBSBAWN, E. J. Era dos Extremos: o breve século XX: 1914-1991. Traduzido
por Marcos Santarrita. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa on-line.2015.
Disponível em <houaiss.uol.com.br> Acesso em: 22/01/2015.
KINDLEBERGER, C. Manias, Pânico e Crashes. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
2000.
MACKIE, F. Rebaixamento afeta mercado e piora situação do Brasil, diz
consultoria.
2015.
Disponível
em
<http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/09/150910_economia_investimento_
entrevista_hb>. Acesso em: 16/09/2015.
MELLO, P. C; SPOLADOR, H. F.S. Crises Financeiras: Uma História de Quebras,
Pânicos e Especulações do Mercado. 2. ed. São Paulo: Saint Paul, 2007.
PEREIRA, E. M. O Ouro Negro: Petróleo e suas crises políticas, econômicas,
sociais e ambientais na 2ª metade do século XX. Outros Tempos- Dossiê Religião e
Religiosidade. V.5, n.100, dez., p.54-72, 2008.
VASCONCELLOS, M. A. S. de; GARCIA, M. E. Fundamentos de economia. 4 ed.
São Paulo: Saraiva, 2008.
http://www.uniesp.edu.br/fnsa/revista
Download