EQUAÇÕES ALGÉBRICAS Definição: É toda equação redutível na forma p(x) = 0, em que p(x) é um polinômio de grau 𝑛 ≥ 1, em que os coeficientes são números complexos e a variável (x) também é complexa, isto é, x pode ser substituído por um número complexo qualquer. Logo: 𝑃(𝑥) = 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎0 𝑃(𝑥) = 0 ⇒ 𝑎𝑛 𝑥 𝑛 + 𝑎𝑛−1 𝑥 𝑛−1 + 𝑎0 = 0 Obs.: Toda equação polinomial de grau n, admite exatamente n raízes (reais ou complexas). RAIZ DE UMA EQUAÇÃO POLINOMIAL: Um número complexo será raiz de uma equação polinomial [𝑝(𝑥) = 0 ]quando, ao substituirmos a variável por este valor, obtivermos 0 = 0. Exemplo: Verificar se 4 e i são raízes da equação polinomial 𝑥 3 − 6𝑥 2 + 10𝑥 − 8 = 0. 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 4 ⇒ 43 − 6. 42 + 10.4 − 8 = 0 0 = 0 4 é raiz 3 2 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑥 = 𝑖 ⇒ 𝑖 − 6. 𝑖 + 10. 𝑖 − 8 = 0 9𝑖 − 2 ≠ 0 i não é raiz Logo, podemos dizer: 4 é raiz da equação 𝑃(𝑥) = 0; 4 é raiz da função polinomial 𝑃(𝑥); 4 é raiz do polinômio 𝑃. E pelo teorema de D’Alembert: 𝑷 é divisível por 𝒙 − 𝟒. Exercícios resolvidos: 2 1. Dada a equação polinomial (𝑥 − 1). (𝑥 3 − 4𝑥 + 𝑎) = (𝑥 2 − 1) , a) Coloque-a na forma P(x)=0; b) Obtenha a para que 2 seja uma das raízes da equação. Solução: a) Desenvolvemos os 2 membros: 𝑥 4 − 4𝑥 2 + 𝑎𝑥 − 𝑥 3 + 4𝑥 − 𝑎 = (𝑥 2 − 1). (𝑥 2 − 1) 𝑥 4 − 𝑥 3 − 4𝑥 2 + (4 + 𝑎)𝑥 − 𝑎 = 𝑥 4 − 2𝑥 2 + 1 ∴ 𝑃(𝑥) = 𝑥 3 + 2𝑥 2 − (4 + 𝑎)𝑥 + (𝑎 + 1) 𝑆𝑒𝑛𝑑𝑜 𝑃(𝑥) = 0, 𝑡𝑒𝑚𝑜𝑠: 𝑥 3 + 2𝑥 2 − (4 + 𝑎)𝑥 + (𝑎 + 1) = 0 b) Se 2 é raiz, P(2)=0, então: 𝑃(𝑥) = 𝑥 3 + 2𝑥 2 − (4 + 𝑎)𝑥 + (𝑎 + 1) 𝑃(2) = 23 + 2. 22 − (4 + 𝑎). 2 + (𝑎 + 1) 0 = 8 + 8 − 8 − 2𝑎 + 𝑎 + 1 0 = −𝑎 + 9 ∴𝒂=𝟗 2) Resolva, em C, a equação 𝑥 4 − 5𝑥 2 − 10𝑥 − 6 = 0, sabendo que duas raízes são – 1 e 3. Observe que: se -1 é raiz da equação, P(-1)=0. Isto implica que: P(x) é divisível por 𝑥 + 1. De semelhante modo para a raiz 3. Então, pelo algoritmo de Briot-Ruffini, temos: -1 3 1 0 -5 - 10 -6 1 -1 -4 -6 0 1 2 2 0 Sendo assim... Podemos concluir que P(x) pode ser escrito como um produto de 3 fatores: 𝑃(𝑥) = (𝑥 + 1). (𝑥 − 3). (𝑥 2 + 2𝑥 + 2) Isto quer dizer que as demais raízes de P(x) vêm de 𝑥 2 + 2𝑥 + 2. Ao resolver a equação 𝑥 2 + 2𝑥 + 2 = 0, temos: ∆= 4 − 8 ⇒ ∆= −4 −2 ± √−4 −2 ± 2𝑖 𝑥= ⇒ ⇒ 𝑥1 = −1 = 𝑖 𝑒 𝑥2 = −1 − 𝑖 2 2 ∴ 𝑽 = {−𝟏, 𝟑, − 𝟏 + 𝒊, − 𝟏 − 𝒊} Multiplicidade de uma raiz Observe a equação polinomial a seguir: (𝑥 − 3). (𝑥 − 1)2 . (𝑥 − 4)3 = 0 Ela apresenta 6 raízes, sendo: Uma raiz simples igual a 3; Uma raiz dupla igual a 1; Uma raiz tripla igual a 4. Podemos também dizer que 3 é raiz uma vez, enquanto que o 1 é raiz duas vezes e 4 é raiz três vezes. Logo, por exemplo, a multiplicidade da raiz 4 é 3. Ainda com relação a multiplicidade... Se 4 é raiz da equação anterior sabemos que ao dividirmos o polinômio por 𝑥 − 4 o resto tem que ser zero. Ou seja: 𝑃(4) = 0. Isto nos permite dizer que, ao dividirmos sucessivamente o polinômio por 𝑥 − 4, obteremos resto igual a zero 3 vezes, visto que 4 é raiz tripla da equação polinomial. De modo semelhante: 𝑃(1) = 0 e P(3) = 0. Último exercício: Verificar se a equação polinomial 2𝑥 3 − 5𝑥 2 + 𝑥 + 2 = 0 possui uma raiz igual a 2. Depois obtenha as demais raízes e por fim coloque o polinômio p(x)na forma fatorada. 1º) Se 2 for raiz, então P(2)=0: 𝑃(𝑥) = 2𝑥 3 − 5𝑥 2 + 𝑥 + 2 𝑃(2) = 2. 23 − 5. 22 + 2 + 2 𝑃(2) = 16 − 20 + 4 𝑃(2) = 0 ∴ 2 é raiz da equação polinomial 2º) Para obter as demais raízes vamos baixar o grau da equação dividindo-a por x – 2, visto que 2 é raiz e isto implica em resto igual a zero. 2 2 5 1 2 2 -1 -1 0 2 Logo, podemos escrever P(x) como: 𝑃(𝑥) = (𝑥 − 2). (2𝑥 2 − 𝑥 − 1) E para “encontrar” as 2 raízes que faltam, basta resolver a equação 2𝑥 2 − 𝑥−= 0. Sendo assim: 2𝑥 2 − 𝑥 − 1 = 0 ∆= 1 + 8 ⇒ ∆= 9 𝑥= 1±3 ⇒ 𝑥1 = 1 4 𝑒 𝑥2 = 1/2 Por fim, P(x) na forma fatorada é igual a: 𝑃(𝑥) = (𝑥 − 𝟐). (𝑥 − 𝟏). (𝑥 − 𝟏/𝟐) Fonte: Volume 6 da coleção Fundamentos da Matemática Elementar / Autor: Gelson Iezzi