EAP XI Encontro de Educação em Química da Bahia (EDUQUI) Discutindo modelos no ensino de Química: concepções de estudantes do nível médio 1 1 1 Claudiane Lima (PG)*, Maria Bernadete de Melo Cunha (PQ), Renato de Jesus Silva (FM) . [email protected] 1 Universidade Federal da Bahia(UFBA), Instituto de Química, rua Barão de Jeremoabo, 147, Campus Universitário de Ondina, Salvador/BA Palavras Chave: ensino de química, modelos em ensino. Introdução Esta comunicação discute a necessidade de abordar a estrutura atômica precedida por atividades que proporcionem aos estudantes a compreensão do significado de modelos em química e a sua utilização. No Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID - em colégio da rede estadual de Salvador/BA, para subsidiar um projeto de Ensino de Química no 1º ano do nível médio, foram produzidos um vídeo e material didático escrito, para o tema modelos atômicos. Os programas de química que são apresentados aos estudantes, trazem o estudo da estrutura dos materiais, enfatizando os modelos atômicos requerendo, por parte dos estudantes, certo nível de abstração para entender os conceitos mostrados. Nos livros didáticos muitos modelos apresentados são híbridos, a exemplo dos modelos para o átomo, e não existe a preocupação com a diferenciação e caracterização dos diferentes tipos de modelos (JUSTI; GILBERT, 2000) dificultando a compreensão do seu desenvolvimento histórico. Greca e Santos (2005) constatam a grande importância atribuída ao ensino centrado na modelação como estratégia didática no sentido da sua contribuição para uma maior compreensão dos conceitos científicos. Resultados e Discussão Produzimos um vídeo enfocando os principais fatos que contribuíram para a construção de diferentes modelos atômicos e um material didático de apoio ao livro adotado no colégio, trazendo uma abordagem histórica contextual necessária para contribuir com a compreensão da construção de diferentes modelos atômicos no decorrer dos anos. Esses materiais foram utilizados durante as aulas de química em seis turmas do 1º ano do Ensino Médio em colégio da rede pública de Salvador/BA. Foram realizados levantamentos de concepções dos estudantes, prévio e posterior ao ensino, enfocando modelo e modelo químico, analisados qualitativamente, colocados na Tabela 1, a seguir: Tabela 1: Categorias emergentes sobre modelos e modelos químicos. Categorias sobre modelo Representação Profissão/modelar/manequim Algo usado para auxílio ao entendimento Categorias sobre modelo químico Modelo de átomo Representação Algo relacionado com experimento Observamos que uma das categorias remetia a concepções que fugiam a consideração em ciência, por exemplo, modelo como profissão de modelar/manequim, apesar de não mais haver esse tipo de concepção após o ensino do conteúdo. Observamos também que inicialmente poucos alunos entendiam modelos como forma de representação, esse tipo de concepção aumentou após o ensino. Emergiram como categorias de análise a idéia de modelo como referência para algo, e de que modelo é algo para auxílio no entendimento. Quanto a essas categorias observamos que houve um decrescimento após o ensino do tema. A respeito de modelo químico, observamos que inicialmente alguns alunos reconheciam modelo associado somente a modelo de átomo, porém após o ensino nenhum aluno fez mais somente esta associação. Também notamos a associação de modelo químico com a idéia de experimento, porém este tipo de concepção declinou ao final do ensino, predominando a categoria representação como modelo químico. Conclusões Podemos constatar que uma abordagem sobre o significado dos modelos em química prévia ao ensino da estrutura do átomo facilita o entendimento dos diferentes conceitos trabalhados neste conteúdo no nível médio de ensino. Agradecimentos A CAPES, por meio do PIBID-UFBA, pelas bolsas. ____________________________________________ JUSTI, R.; GILBERT, J. History and philosophy of science through models: some challenges in case of ‘the atom’. International Journal of Science Education. v.22, n.9, 2000.p. 993-1009. GRECA, I.; SANTOS, F. M.Dificuldades da generalização das estratégias de modelação em Ciências: o caso da Física e da Química. Investigações em Ensino de Ciências. v.10(1), 2005.