A Corporação Fundamentos da Gestão Financeira

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UNIP – Fundamentos da Gestão Financeira
Professor Ailton Galdino de Almeida
A Corporação(The Corporation)
Direção: Mark Achbar e Jennifer Abbott, Roteiro: Joel Bakan , Canadá, 2004
Tópicos explorados: Objetivos de Finanças, Conflitos de agência, Regulação, Responsabilidade Social Corporativa.
Analisando "A Corporação".
Somos todos responsáveis pelo que se chama “Tirania Intergeracional”. De acordo com esse conceito determinamos de
forma despótica os rumos da vida nesse planeta ao gerenciarmos de forma irresponsável e inconseqüente os recursos
que por aqui existem. Estamos legando para as próximas gerações de habitantes da Terra um mundo destruído, falido
e, para finalizar, doente ou até mesmo morto... Condenamos pessoas que ainda nem nasceram a viver num estado
praticamente irreversível de penúria. Definimos a extinção de espécies vegetais e animais sem nem ao menos nos
darmos conta de que estamos fazendo isso. Poluímos a água, o ar e o solo tornando estéreis cada um desses recursos
de inestimável valor. Exploramos a mão-de-obra alheia, distante ou próxima de nós mesmos, sem nos dar conta dos
grandiosos prejuízos que causamos a crianças, idosos, homens e mulheres que trabalham por salários miseráveis. Que
tipo de gestores nós somos?
O documentário, baseado no livro "The corporation - the pathological pursuit of profit and power", de Joel Bakan, é uma
profunda e divertida análise do mundo corporativo. A partir do estudo de crimes cometidos por transnacionais, e de
dezenas de entrevistas com gente direta ou indiretamente ligada ao mundo corporativo, como ativistas de esquerda e
de direita, acadêmicos, jornalistas, executivos, e espiões industriais, os autores fazem uma radiografia das corporações
como "seres" autônomos, que funcionam de acordo com um conjunto específico e determinado de regras e motivações,
bastante distintas daquelas partilhadas entre os homens comuns. Um "comportamento" que, de tão voltado à busca
pela realização pessoal em detrimento de qualquer dano causado a terceiros, resvalaria, segundo alguns dos
entrevistados, na psicopatia.
Montado sobre uma estrutura ágil, baseada numa esperta colagem de cenas de filmes B, vídeos institucionais antigos,
imagens documentais e entrevistas nas quais, contra um fundo negro, representantes das mais distintas correntes
políticas, como Noam Chomsky, Milton Friedman, Sir Mark Moody-Stuart (ex-dirigente mundial da Shell) e Vandana
Shiva têm seu discurso contextualizado em relação ao "comportamento" institucional das grandes corporações, o filme
faz uma análise dos vetores "psicológicos" responsáveis por regular o relacionamento das grandes companhias com o
indivíduo - social, cultural e politicamente.
Criadas com o objetivo único de tornar mais eficiente o acúmulo do capital, corporações seguem uma dinâmica própria,
que transcende as vontades individuais de seus acionistas e executivos. Mas, mais do que criar estruturas de produção
viciadas, a lógica do lucro é responsável também pelo modo como é construída a cultura corporativa e suas noções de
responsabilidade social e política. "Pedir a uma corporação que seja socialmente responsável faz tanto sentido quanto
pedir a um edifício que o seja", dispara, em depoimento, Milton Friedman, economista vencedor do prêmio Nobel. Ou,
como lembrado em outra entrevista, desta vez pelo historiador Howard Zinn, "corporações sempre foram amigas de
políticas totalitárias".
Isso é refletido também nas relações de trabalho. Seja no que diz respeito à dissociação entre atos individuais de
funcionários e realizações criminosas cometidos pela companhia, seja na desumanização do processo de produção,
existe, no ideal corporativo, algo próximo da diminuição do homem à condição de máquina. O esforço humano despe-se
de qualquer carga moral ou ideológica, aproximando-se de um ideal de eficiência análogo à idéia pré-fordista de
automatização. As cenas e depoimentos do filme sobre as rotinas de trabalho nas sweatshop são a demonstração
desse processo.
Por amorais, as grandes transnacionais têm no lucro o único mediador de suas responsabilidades e ações em relação
ao público. A não ser que interfira de alguma maneira em sua capacidade de acumular capital, corporações não se
sentem responsáveis por danos políticos, sociais, ambientais ou culturais que possam causar. Uma atitude que, em
casos extremos, pode levar grandes companhias à autodestruição. "Como um mercador que, de tão ganancioso, vende
a corda com a qual ele próprio vai ser enforcado", afirma, no documentário, o jornalista e documentarista Michael
Moore.
Para Refletir
1- Você na qualidade de gestor, já parou para pensar o quanto temos que destruir o planeta para obter um dólar de
lucro na venda de um produto ou serviço? Já imaginou que a Terra é como uma mina na qual bilhões de pessoas se
engalfinham diariamente em busca de seu quinhão de riquezas a esburacar suas já sofridas entranhas? Afinal, para
ganhar um real quanto tivemos que gastar ou destruir?
2- As “maçãs podres” mencionadas no início do filme são grandes corporações envolvidas em escândalos que abalaram
o mercado financeiro. Há também denúncias relativas a exploração do trabalho em países pouco desenvolvidos, venda
de produtos que causam malefícios aos animais e aos humanos, destruição do meio ambiente,...
3- Externalidades, também chamadas economias (ou deseconomias) externas, cujos efeitos podem ser positivos ou
negativos - em termos de custos ou de benefícios - gerados pelas atividades de produção ou consumo exercidas por um
agente econômico e que atingem os demais agentes, sem que haja incentivos econômicos para que seu causador
produza ou consuma a quantidade referente ao custo de oportunidade social. Na presença de externalidade, o custo de
oportunidade social de um bem ou serviço se difere do custo de oportunidade privado, fazendo com que haja incentivos
não eficientes do ponto de vista social. Portanto, externalidades referem-se ao impacto de uma decisão sobre aqueles
que não participaram dessa decisão. A externalidade pode ser: Negativa, quando gera custos para os demais agentes,
(desmatamento, poluição) Positiva, quando os demais agentes, involuntariamente, se beneficiam (construção de uma
ponte, pavimentação, construção de uma rodovia)
A poluição do rio Tietê pode ser considerado uma externalidade?
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