boletim epidemiológico - Secretaria da Saúde do Estado do Ceará

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BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO
HEPATITES VIRAIS
19 de dezembro de 2016 | Página 1/9
DEFINIÇÃO DE
CASO SUSPEITO
Sintomático ictérico:
No Ceará entre 2007 e 2016* foram notificados no SINAN 7.027 casos de
hepatites virais. Destes, 3.061(43,6%) referentes para hepatite A, 1.900 (27,1%)
hepatite B, 2.020(28,7%) hepatite C e 46 (0,7%) hepatite D.
 Indivíduo que desenvolveu icterícia
subitamente (recente ou não), com ou
sem sintomas como febre, mal-estar,
náuseas, vômitos, mialgia, colúria e
hipocolia fecal.
A taxa de incidência de casos de hepatite A foi maior nos anos de 2007 e 2008. A
taxa de detecção da hepatite C apresenta tendência de aumento, sendo que a
hepatite B vem mantendo níveis de detecção em torno de 2% em todo o
período. As menores taxas são observadas para a hepatite D (Figura 1).
 Indivíduo que desenvolveu icterícia
subitamente e evoluiu para óbito, sem
outro diagnóstico etiológico confirmado.
Figura 1. Taxa de detecção de hepatites virais segundo agente etiológico, 2007
a 2016*.
Sintomático anictérico:
 Indivíduo sem icterícia, que apresente
um ou mais sintomas como febre, malestar, náuseas, vômitos, mialgia e na
investigação laboratorial apresente valor
aumentado das aminotransferases.
Assintomático:



Indivíduo exposto a uma fonte de
infecção bem documentada (na
hemodiálise, em acidente ocupacional
com exposição percutânea ou de
mucosas, por transfusão de sangue ou
hemoderivados,
procedimentos
cirúrgicos/odontológicos/colocação de
“piercing”/tatuagem
com
material
contaminado, por uso de drogas
endovenosas com compartilhamento de
instrumentos).
Comunicante de caso confirmado de
hepatite, independente da forma clínica
e evolutiva do caso índice.
Indivíduo
com
alteração
de
aminotransferases no soro igual ou
superior a três vezes o valor máximo
normal destas enzimas, segundo o
método utilizado.
Suspeita com marcador
sorológico reagente
Doador de sangue:


Indivíduo assintomático doador de
sangue, com um ou mais marcadores
reagentes de hepatite B e C
Indivíduo assintomático com marcador
reagente para hepatite viral A, B, C, D ou
E.
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/SINAN- *dados até a SE 43/16 sujeitos à revisão
De 2007 a 2016* foram registrados no SIM 343 óbitos associados às hepatites
virais dos tipos A, B, C e hepatites não especificadas. Destes, 6,1% foram
associados à hepatite viral A; 23% à hepatite B; 50,1% à hepatite C e 20,7% as
hepatites não especificadas (Figuras 2 e 3).
De acordo com o Protocolo clínico de prevenção da transmissão
vertical das hepatites virais, 2015, todas as gestantes devem ser
investigadas quanto a infecção pelo HBV com a pesquisa do HBsAg
durante o primeiro trimestre de gestação ou quando se iniciar o prénatal.
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19 de dezembro de 2016 | Página 2/9

VÍRUS DA HEPATITE A (HAV):
A principal de via de contágio é
oral- fecal por contato interhumano ou por meio da água e
alimentos contaminados.
A
disseminação está relacionada
com
a
precariedade
da
infraestrutura de saneamento
básico e condições de higiene
praticadas.

VÍRUS DA HEPATITE B (HBV):
A transmissão se dá por via
parenteral (compartilhamento
de agulhas e seringas, tatuagens,
piercings,
procedimentos
cirúrgicos ou odontológicos) e,
sobre tudo pela via sexual nas
relações
desprotegidas.
A
transmissão vertical também é
causa frequente na disseminação
do HBV nas áreas de alta
endemicidades.


VÍRUS DA HEPATIRE C (HCV):
Sua
transmissão
ocorre
principalmente
por
via
parenteral
considerando-se
populações com risco acrescido
para a infecção indivíduos que
receberam transfusão de sangue
antes 1993, usuários de droga
injetáveis, inaláveis ou pipadas
que
compartilham
os
equipamentos de uso, pessoas
com tatuagem e piercings. É o
principal agente etiológico da
hepatite crônica .
VÍRU DA HEPATITE D-DELTA
(HDV):
O HDV é um vírus defectivo,
satélite do HBV, que precisa do
HBsAg
para
realizar
sua
replicação com isso possui o
mesmo
mecanismo
de
transmissão da hepatite B.
Figura 2: Mortalidade por hepatites virais, Ceará, 2007 a 2016*.
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP-SIM- *dados sujeitos à revisão
Ao analisar os óbitos por hepatites virais, é possível observar que 50,1% tem como
etiologia a hepatite C, 23% a hepatite B, 6,1% o tipo A do vírus e em 20,7% dos
óbitos não a especificação do agente etiológico (Figura 3).
Figura 3: Distribuição de óbitos associados às hepatites virais segundo agente
etiológico, Ceará, 2007 a 2016*.
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP-SIM- *dados sujeitos à revisão
Dentre os município do Estado, apenas 19,5% notificaram casos de hepatites virais
em 2015 e 12% em 2016, refletindo a necessidade de intensificar a busca ativa
dos novos casos no demais municípios silenciosos.
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Figura 4: Incidência de hepatites virais por município de residência, Ceará, 2015 e 2016*.
2015
2016
Municípios sem registro
Municípios com casos notificados
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/SINAN- *dados até a SE 43/16 sujeitos à revisão
Dentre os casos de hepatite B notificados entre 2007 e 2016*, 65,2 % (1.238/1.900) ocorreu entre a
população do sexo masculino e 34,8% (662/1.900) no sexo feminino. A proporção do número de casos segundo sexo
vem se mantendo ao longo dos anos. Atualmente são 2,1 casos de hepatites virais em homens para cada 1 caso em
mulheres. As taxas são maiores entre os homens em todo o período.
Figura 6: Taxa de detecção de hepatite B segundo sexo e ano de notificação. Ceará, 2007 a 2016*.
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP-SINAN- *dados sujeitos à revisão
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Atualmente a faixa etária acima de 50 anos apresenta a maior taxa de detecção de hepatite B. Entre os
indivíduos com idade inferior a 20 anos, a taxa de detecção é a menor desde 2007, com redução a partir de 2009,
refletida pela introdução da vacina contra Hepatite B em 1999, ao nascer, conferindo imunidade nessa população. A
idade de 20 a 29 anos, a partir de 2010 apresentou diminuição ocupando a quarta maior taxa de detecção de
hepatite B entre as faixas etárias. Já entre 30 a 39 anos há uma estabilidade até 2012 quando passou a diminuir o
número de casos. (Figura 7).
Figura 7: Taxa de detecção de hepatite B segundo faixa etária e ano de notificação. Ceará, 2007 a 2016*
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/SINAN- *dados sujeitos à revisão
A hepatite C apresenta elevado impacto na saúde pública global. Estima-se que a hepatite C seja responsável
por aproximadamente 350.000 mortes por ano (Centers For Disease Control And Prevention,2014).
No Ceará foram confirmados 2.020 casos de hepatite C entre 2007 e 2016*. Os homens somam 61%
(1.232/2.020) dos casos e as mulheres 39% (788/2.020). Ao longo dos anos a razão entre os sexos
masculino/feminino variou de 1,3 em 2009 a 1,9 em 2016. A tendência da taxa de detecção visualizada na figura 8
mostra um aumento para ambos os sexos. Esse fato pode estar relacionado à liberação do tratamento mediante a
notificação dos casos. Desde o início da implantação do novo Protocolo de Hepatite C e a distribuição das novas
drogas pelo Ministério da Saúde, o estado do Ceará contemplou 579 pacientes de novembro de 2015 até hoje.
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19 de dezembro de 2016 | Página 5/9
Figura 8: Taxa de detecção de hepatite C segundo sexo e ano de notificação. Ceará, 2007 a 2016*.
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/SINAN- *dados sujeitos à revisão
As maiores taxas de detecção para hepatite C estão, em sua maioria, na faixa etária entre 50 a 59 anos e 60 a
69 anos. Observamos também um aumento entre 2015 e 2016 na faixa etária de 70 anos ou mais.
Figura 9: Taxa de detecção de hepatite C segundo faixa etária e ano de notificação. Ceará, 2007 a 2016*.
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP-SINAN- *dados sujeitos à revisão
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19 de dezembro de 2016 | Página 6/9
Figura 10: Taxa de detecção de hepatite A segundo sexo e ano de notificação. Ceará, 2007 a 2016*
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP-SINAN- *dados sujeitos à revisão
No período analisado, exceto nos anos de 2013 e 2014 a incidência da hepatite A é prevalente no sexo
masculino. A tendência da taxa de detecção de ambos os sexos, a partir de 2009, é de queda com uma taxa de 0,7
casos para 100 mil habitantes em homens e 0,4 entre as mulheres no ano de 2015.
Figura 11: Taxa de detecção de hepatite A segundo faixa etária e ano de notificação. Ceará, 2007 a 2016*
Fonte: SESA/COPROM/NUVEP/SINAN- *dados sujeitos à revisão
A incidência de hepatite A é maior em crianças menores de 10 anos de idade. Os casos nessa faixa etária
correspondem a 51,4% de todos os casos da infecção notificados no Ceará. A redução observada no gráfico a partir
de 2008 pode ser atribuída à melhoria do sistema de saneamento básico e da oferta de água tratada no estado.
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Tabela 1 – Casos e incidência de hepatites virais por município de residência, Ceará, 2007 a 2016*
Fonte: SINAN/SESA *dados sujeitos a alteração
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Tabela 1 – Casos e incidência de hepatites virais por município de residência, Ceará, 2007 a 2016*
Fonte: SINAN/SESA *dados sujeitos a alteração
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Tabela 1 – Casos e incidência de hepatites virais por município de residência, Ceará, 2007 a 2016*
Fonte: SINAN/SESA *dados sujeitos a alteração
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