A CONTRIBUIÇÃO DA HOMEOPATIA NO TRATAMENTO DO

Propaganda
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Formação em Homeopatia
Área de Concentração: Odontologia
MONOGRAFIA
A CONTRIBUIÇÃO DA HOMEOPATIA NO TRATAMENTO DO
BRUXISMO
DAISY CAIRES RIBEIRO
Rio de Janeiro-RJ
2015
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Formação em Homeopatia
Área de Concentração: Odontologia
A CONTRIBUIÇÃO DA HOMEOPATIA NO TRATAMENTO DO
BRUXISMO
DAISY CAIRES RIBEIRO
Orientadora: Prof.ª Alaíde dos Santos Rodrigues
Co-orientadora: Prof.ª Dra. Elisa Maria de Bulhões Carvalho
Monografia submetida como
requisito parcial para obtenção
do certificado de conclusão do
curso de Formação em
Homeopatia –área Odontologia.
Rio de Janeiro- RJ
2015
Ribeiro, Daisy Caires
A Contribuição da Homeopatia no Tratamento do Bruxismo
Rio de Janeiro, R.J.: Instituto Hahnemanniano do Brasil, 2015
Fls. 32.
Dissertação da Monografia (Formação em Homeopatia)
Orientadora: Profa. Alaíde dos Santos Rodrigues
1. Bruxismo. 2. Ranger de dentes. 3. Tratamento. 4. Medicamentos
Homeopáticos.
I. Ribeiro, Daisy Caires
II. Instituto Hanhnemanniano do Brasil
INSTITUTO HAHNEMANNIANO DO BRASIL
Departamento de Ensino
Curso de Formação em Homeopatia
Área de Concentração: Odontologia
A CONTRIBUIÇÃO DA HOMEOPATIA NO TRATAMENTO DO
BRUXISMO
DAISY CAIRES RIBEIRO
MONOGRAFIA APROVADA EM:
___________________________________
Alaíde dos Santos Rodrigues (Especialista)
Instituto Hahnemanniano do Brasil
(Orientadora)
________________________________________
Walkíria d’Oliveira Matheus (Especialista, M.Sc.)
Instituto Hahnemanniano do Brasil
(Coordenadora)
DEDICATÓRIA
Dedico esse trabalho a todos que se beneficiarão de algum modo, com essas
informações, pesquisadas com muito amor, cuidado, dedicação, responsabilidade e
um grande desejo de acertar cada detalhe.
Desejo que este estudo seja útil, e sobretudo, uma fonte prazerosa de
consulta.
AGRADECIMENTOS
O meu agradecimento é infinito.
Agradeço a Deus por tocar profundamente o meu coração, de modo que eu
pudesse dar continuidade a essa etapa, sem momento algum pensar em desistir, e
assim poder concluir um ciclo tão importante para o meu caminhar.
Agradeço a todos os professores que sempre estiveram presentes e tornaram
mais leve a conclusão desse trabalho que pareceu tão dificultoso para mim.
Fundamental aqui agradecer a Marcela Rocha, também aluna de especialização em
Homeopatia Farmacêutica, que desde o início esteve disposta a me ajudar e assim o
fez com muita categoria.
Agradeço especialmente às professoras, Elisa Bulhões, Walkíria Matheus e
Alaíde dos Santos Rodrigues que me fortaleceram em momentos tão difíceis por que
passei e sempre tiveram uma palavra confortadora nos momentos mais tensos que
vivenciei.
Elisa Bulhões, além de minha médica preferida, é inexplicável o carinho que
sinto por ela e a eterna gratidão por todo o sempre.
Agradeço a genialidade de Samuel Hahnemann, médico brilhante que pôde
nos proporcionar uma arte tão científica, suave e duradoura como deve ser.
Eu repito aqui as minhas palavras enquanto oradora da turma que fui, quando
disse que sempre terei por perto, bons mestres, bons livros, mas eternamente
necessitarei de sabedoria para aplicar tantos conhecimentos, tantas informações e
acho que é o que Deus exige de nós, porque Ele não se preocupa tanto com o que
sabemos, mas com o que fazemos com aquilo que sabemos.
E o meu senso de dever exige de mim essa consciência diariamente.
“Tudo é veneno, não há nada que não seja veneno. Depende tão somente da
dose.” (Paracelso – 1493-1541).
RESUMO
O bruxismo é uma atividade parafuncional do sistema mastigatório que inclui
apertamento ou ranger de dentes em atividades não funcionais do sistema
estomatognático. O grande aumento das forças oclusais geradas pelo bruxismo
resulta em cargas extras não só na dentição, mas também em todo o sistema
estomatognático, podendo causar efeitos variados como danos à ATM (articulação
temporo-mandibular), aos músculos, ao periodonto e à oclusão. Não existe uma
etiologia única para o bruxismo; assim, as diferentes formas de tratamento devem
ser individualizadas para cada paciente. Com base na revisão da literatura, os
autores apresentam e discutem os principais fatores etiológicos, as consequências e
os possíveis tratamentos para o bruxismo. O Objetivo deste trabalho é elucidar o
tema
Bruxismo
e
incluir
o
tratamento
homeopático
complementando
ou
suplementando o tratamento convencional com medicamentos homeopáticos eleitos
de forma individualizada com o intuito de proporcionar conforto, estabilidade e,
sobretudo, restabelecer o equilíbrio da energia vital comprometida muito
anteriormente ao estabelecimento desse hábito parafuncional, resgatando a sua
saúde como um todo e melhorando a sua qualidade de vida.
Palavras-chave: Bruxismo; ranger de dente; tratamento; medicamentos
homeopáticos.
ABSTRACT
Bruxism is a parafunctional activity of the masticatory system which includes
clenching or gnashing of teeth in non-functional activities of the stomatognathic
system. The large increase in occlusal forces generated by bruxism results in extra
charges not only on the teeth, but also across the stomatognathic system, those can
cause various effects such as damage to the TMJ (temporomandibular joint), the
muscles, the periodontal and occlusion itself. There is not a single cause for bruxism,
because of that, the different forms of treatment must be individualized for each
patient. Based on the literature review, the authors present and discuss the main
etiological factors, consequences and possible treatments for bruxism. The objective
of this study is to elucidate the theme Bruxism and include homeopathic treatment
complementing or supplementing conventional treatment with elected homeopathic
medicines individually in order to provide comfort, stability and, above all, restore the
balance of vital energy committed before the establishment of this parafunctional
habit, rescuing their overall health and improving their quality of life.
Keywords: Bruxism; tooth grinding; treatment; homeopathic medicines.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1. Figura 1---------------------------------------------------------------- página 15
2. Figura 2----------------------------------------------------------------- página 15
3. Figura 3------------------------------------------------------------------página 15
4. Figura 4------------------------------------------------------------------página 16
5. Figura 5----------------------------------------------------------------- página 16
6. Figura 6------------------------------------------------------------------página 16
SUMÁRIO
Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------------------------10
2. ETIOLOGIA ----------------------------------------------------------------------------------------11
2.1. Classificação e Fatores de Risco ----------------------------------------------------13
2.2. Principais características observadas em pacientes--------------------------15
3. DIAGNÓSTICO------------------------------------------------------------------------------------18
4. TRATAMENTO------------------------------------------------------------------------------------19
5. HOMEOPATIA-------------------------------------------------------------------------------------21
5.1. Contribuição da Homeopatia no tratamento do Bruxismo-------------------23
5.2. Repertorização de alguns dos principais sinais e sintomas clínicos do
Bruxismo--------------------------------------------------------------------------------------24
5.3. Matéria Médica Homeopática aplicada ao Bruxismo---------------------------28
6. CONCLUSÃO--------------------------------------------------------------------------------------30
7. REFERÊNCIA--------------------------------------------------------------------------------------31
10
1. INTRODUÇÃO
A palavra bruxismo vem do grego “brychein”, que significa ranger dos dentes,
sem nenhum objetivo funcional. Outros termos são usados como, briquismo,
apertamento, parafunção oral, neurose do hábito oclusal, neuralgia traumática,
bruxomania, friccionar/ranger de dentes. (MACEDO, 2008).
Podemos dividir o bruxismo em primário e secundário, assim como bruxismo
diurno (em vigília) e bruxismo do sono (PORTO, 2013).
O bruxismo diurno e o bruxismo do sono são entidades clínicas distintas, pois
ocorrem em estados distintos de consciência (vigília e sono), de etiologias diferentes
e, portanto, necessitando de manejos de tratamentos diferentes (ALÓE, et. al.,
2003).
O bruxismo acomete uma grande parcela da população, segundo pesquisas
recentes apontam e, de maneira geral, sua manifestação está quase sempre
associada a um dia a dia de estresse e tensões emocionais e pode ser encontrado
em todas as faixas etárias, desde crianças, adultos e idosos, com prevalência
semelhante em ambos os sexos (PORTO, 2013).
O bruxismo do sono é considerado como uma manifestação oral involuntária
que ocorre, principalmente durante a noite, mas que pode acontecer durante o dia;
de relativa intensidade e persistência pode causar, ao longo do tempo, danos aos
dentes e aos seus tecidos de suporte (gengiva e osso alveolar). “De acordo com
alguns estudos, o bruxismo é uma das desordens funcionais dentais mais
complexas existentes.” (PORTO 2013). Geralmente o bruxismo do sono, está
associado com despertares curtos com duração de 3 a 15 segundos, conhecidos
como microdespertares (MACEDO, 2008).
11
2. ETIOLOGIA
A etiologia do bruxismo ainda não está completamente esclarecida
(MACEDO, 2008).
É uma parafunção bucal de origem multifatorial, que pode comprometer todo
o sistema estomatognático (boca, dentes, músculos e articulações), (PORTO, 2013).
A sua origem é decorrente da associação de vários fatores locais,
psicológicos, sistêmicos, ocupacionais e genéticos. (JUNQUEIRA, et. al., 2005).
O bruxismo pode estar relacionado a uma ou a várias patologias, porém a sua
causa e/ou efeito ainda não foram totalmente estabelecidos. Contudo, na maioria
dos casos, o bruxismo estará associado a um tipo de estresse emocional (PORTO,
2013).
Várias hipóteses têm surgido para explicar a gênese do bruxismo do sono:
fatores morfológicos, fatores psicológicos e modulação de neurotransmissores.
Porém, nenhum marcador genético foi encontrado para transmitir essa condição
(MACEDO, 2008).
“Fatores morfológicos, como as características oclusais e a anatomia das
estruturas ósseas da região facial, eram considerados as principais causas do
bruxismo. No entanto, estudos com maior rigor metodológico não confirmaram esta
hipótese.” (MACEDO, 2008).
ALÓE et. al., consideram, atualmente, controversa e inconclusiva a teoria
odontológica de 1960 que relatava que fatores como maloclusão dentária e os
fatores mecânicos dentários seriam a base do bruxismo do sono. Uma vez que
pacientes sem dentes também apresentam registro de atividade muscular
mastigatória rítmica durante o sono, isso indica que o contato dentário não é um
fator causal para desencadear atividade oromotora durante o sono.
“Atualmente, sugere-se que o bruxismo do sono seja parte da resposta do
microdespertar sendo modulado por vários neurotransmissores no sistema nervoso
central, principalmente pelo sistema dopaminérgico.” (MACEDO, 2008).
Há indícios também da participação de substâncias neuroquímicas na gênese
do bruxismo. “Em um ensaio clínico controlado, Lobbezoo et. al. demonstraram, por
meio de polissonografia, que o uso da levodopa (precursor da dopamina) resultou
em diminuição significante, de cerca de 30%, do bruxismo do sono”. Algumas drogas
12
inibidoras seletivas da receptação da serotonina como, paroxetina, fluoxetina
sertralina têm sido apontadas como causadoras do ranger de dentes, ainda que não
esteja claro o papel da serotonina na fisiopatologia do bruxismo (MACEDO, 2008).
13
2.1. Classificação e Fatores de risco
O bruxismo é classificado como bruxismo do sono e bruxismo diurno se
diferenciando pelos distintos estados de consciência (sono e vigília); o bruxismo
diurno é caracterizado por uma atividade semivoluntária da mandíbula, de
apertamento dos dentes enquanto o indivíduo se encontra acordado, sem ocorrer o
ranger de dentes, na maioria das vezes, e está relacionado a um hábito. (MACEDO,
2008).
Já o bruxismo do sono é uma atividade inconsciente de ranger ou apertar os
dentes, com sons, enquanto o indivíduo encontra-se dormindo. Como o ranger dos
dentes também pode ocorrer durante o sono diurno, o termo mais apropriado é
bruxismo do sono, apesar de também ser chamado de bruxismo noturno. (MACEDO,
2008).
Seguindo a classificação, o bruxismo primário se diferencia do bruxismo
secundário, por ser idiopático, não estando, portanto, relacionado a nenhuma causa
médica evidente. Especula-se ser esta forma primária um distúrbio crônico
persistente, evoluindo a partir do seu surgimento na infância ou adolescência para a
idade adulta (MACEDO, 2008).
O bruxismo secundário pode estar associado a uma serie de condições como
distúrbios neurológicos, de movimento, como na doença de Parkinson; psiquiátricos,
como depressão; transtornos do sono, como apneia e o mais comum no dia a dia do
consultório: uso de drogas, como as anfetaminas (MACEDO, 2008).
O bruxismo do sono é o mais estudado e vários são os fatores de risco
associados ao bruxismo do sono: idade, tabaco, álcool, cafeína, ansiedade,
estresse,
transtornos
psiquiátricos
e
do
sono,
drogas
e
disfunções
temporomandibulares ( MACEDO, 2008).
Torna-se necessária a eliminação e/ ou alteração deste
fator quando o
bruxismo estiver presente associado a uma dessas condições e acompanhar a
evolução do bruxismo, apesar de nem sempre ser possível.
O conhecimento dessas associações é relevante para a individualização do
tratamento (PORTO, 2013).
Resumidamente, os distúrbios do movimento relacionados ao sono, de acordo
com a Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono (2005) podem ser
divididos em: Cêntricos (ato de apertar os dentes); Excêntricos (ato de apertar os
14
dentes e movimento da mandíbula, lateralmente – Ranger de dentes); Primário
(ocorre sozinho, sem ligação com qualquer condição médica); Secundário
(associado com alguma condição médica); Em vigília; Durante o sono. (SEVERI,
2015).
15
2.2. Principais características observadas em pacientes
Fig. 1
A primeira característica que observamos é o desgaste dentário chegando a
diminuir a dimensão vertical do paciente, dependendo da gravidade desse desgaste.
Fig. 2
A segunda característica é a presença de fraturas de restaurações e /ou
dentes e facetas de desgaste na estrutura dental.
Fig. 3
A terceira característica é a presença de marca dos dentes nos bordos
laterais da língua.
16
Fig.4.
A quarta característica é a presença de uma linha esbranquiçada na parte
interna da bochecha (mucosa jugal) pela mordedura da mesma.
Fig. 5
A quinta característica, quase sempre é a que leva o paciente a procurar o
profissional para o controle do seu bruxismo que é a dor nos músculos da cabeça,
face e articulação temporomandibular (ATM).
Fig. 6
A sexta característica é a presença de assimetria facial, pela hiperatividade
muscular, comprometendo mais um lado que outro (HUMMING, 2015).
17
“Dores na articulação temporomandibular (ATM) também podem estar
presentes, e o paciente pode relatar a presença de estalos, travamento, restrição
quanto à abertura da boca e desvios nos movimentos de abrir e fechar a boca.”
(PORTO, 2013).
18
3. DIAGNÓSTICO
“Clinicamente, o diagnóstico é baseado no relato de ranger de dentes ocorrido
durante o sono associado à dor ou tensão nos músculos da face ao acordar.”
(MACEDO, 2008).
O diagnóstico é feito pela observação de um desgaste dentário anormal
(normalmente é o alerta primário para a presença do dano), ruídos de ranger de
dentes durante o sono e desconforto muscular mandibular (PORTO, 2013).
Alguns sinais e sintomas clínicos auxiliam o diagnóstico de bruxismo, como:
desgaste dentário de um ou mais dentes; hipertrofia muscular dos masseteres e
temporais; ruído ao ranger os dentes; sensibilidade dentária ao frio e/ou calor; dor e
fadiga dos músculos da mastigação além de cefaleias ocasionais por tensão dos
músculos temporais; cicatrizes de corte na língua; crepitação da articulação
temporomandibular ou restrição do movimento de abertura da mandíbula (ALÓE, et.
al., 2003).
A polissonografia pode complementar o diagnóstico clínico, uma vez que
identifica os episódios de bruxismo durante o sono.
Outras atividades como ronco, tosse, deglutição ocorrem durante o sono, por
isso é importante o registro audiovisual além dos canais de eletroencefalograma,
eletro-oculograma e eletromiografia para diferenciar os episódios de bruxismo e
excluir outros movimentos bucomandibulares que representam mais de 30% das
atividades bucais durante o sono (MACEDO, 2008).
19
4. TRATAMENTO
Atualmente, não existe um tratamento específico e único para o bruxismo do
sono e até o momento a sua cura é desconhecida (MACEDO, 2008).
O tratamento é individualizado e para isso uma boa anamnese pode trazer
importantes informações acerca do paciente buscando reconhecer e eliminar as
causas do bruxismo em vez de apenas tratar os seus sintomas (PORTO, 2013).
Algumas propostas de tratamento são utilizadas como: tratamentos
farmacológico, psicológico e odontológico (MACEDO, 2008).
O tratamento farmacológico é feito por um período de tempo curto em
casos agudos e graves, sem haver uma droga de primeira eleição. Poucos estudos
controlados existem que avaliam a segurança e eficácia farmacológica para o
tratamento do bruxismo do sono. Antidepressivos, relaxantes
musculares,
anticonvulsivantes entre outros são mais utilizados (MACEDO, 2008).
Terapia comportamental como higiene do sono, técnicas de relaxamento
fazem parte do tratamento psicológico, porém sem fortes evidências (MACEDO,
2008).
O tratamento odontológico mais indicado é o uso de dispositivos intra-orais
como as placas de mordida com o intuito de proteger os tecidos dentais dos
processos de desgastes e no alívio das demais estruturas musculares e articulares
contra as forças excessivas formadas durante a parafunção (PORTO, 2013).
Alguns tratamentos odontológicos irreversíveis são utilizados de modo
criterioso, como ajuste oclusal, restauração das superfícies dentárias (coroas,
pontes) e ortodontia (ALÓE, et. al., 2003).
As placas oclusais são confeccionadas em material de acrílico e silicone
(PORTO, 2013).
As placas de silicone são mais confortáveis, porém não muito indicadas pela
maioria dos especialistas por seus efeitos não serem muito controlados favorecendo
o aumento da atividade parafuncional além de ser um material mais poroso,
propiciando a retenção de bactérias, provocando odor desagradável (PORTO,
2013).
Alguns estudos mostraram, com o uso em curto prazo das placas flexíveis,
uma redução nos níveis de atividade eletromiográfica (EMG) no bruxismo do sono,
20
porém outros trabalhos documentam um aumento da atividade muscular em 50%
contra 20% das placas rígidas de acrílico. De modo que a placa de acrílico é a mais
indicada e utilizada nos dias de hoje (MACEDO, 2008).
Ainda sobre a confecção das placas, devem ser uniformes por toda a arcada,
os contatos oclusais com os dentes antagonistas.
Quanto às guias, os dentes posteriores devem desocluir durante a guia
protrusiva, enquanto a guia canina deve desocluir os dentes do lado de balanceio e
os dentes anteriores. Essas guias são obtidas pela confecção de planos inclinados
nas regiões dos incisivos e de caninos.
Na região de molares, a espessura desse tipo de placa deve ser de,
aproximadamente, 1,5mm a 2 mm.( SOUSA, 2015).
Outras terapias como aplicações locais de toxina botulínica (Botox) nos
músculos envolvidos têm sido utilizadas em casos de bruxismo do sono que não
respondem ao tratamento convencional (PORTO, 2013).
“A Fisioterapia é utilizada com bastante valia como coadjuvante no
tratamento do bruxismo.” (PORTO, 2013).
O laser de onda infravermelho é utilizado, para redução da dor muscular e
nas nevralgias (PORTO, 2013).
O tens, é um aparelho que imita os impulsos nervosos, que geram a
movimentação dos músculos, e visa promover o relaxamento muscular (PORTO,
2013).
“Ambos (o Tens e o Laser) têm a função de redução dos sintomas de dor e
das tensões musculares, pela liberação pelo nosso corpo da endorfina, que tem
princípios semelhantes à morfina, que tem função analgésica, relaxante e calmante.”
(PORTO, 2013).
21
5. HOMEOPATIA
A HOMEOPATIA se baseia no princípio similia similibus curanter (semelhante
cura semelhante), onde as doenças são tratadas por meio de substâncias que,
utilizadas em uma pessoa sã e sensível, produzirão sintomas semelhantes aos da
doença natural. De origem grega, que significa homoios = semelhante e pathos =
moléstia, doença (KOSSAK-ROMANACH, 2003).
Algumas observações contidas na obra de Hipócrates, médico grego (460 –
377 a. C.) se aproximavam de um dos conceitos fundamentais da Homeopatia: o
tratamento pelos semelhantes. Segundo alguns historiadores, Hipócrates e
Paracelso foram dois ilustres predecessores de Hahnemann e nas suas obras
encontramos os fundamentos de vários princípios fundamentais homeopáticos.
Porém o criador da Homeopatia foi o médico alemão Friedrich Samuel
Hahnemann (SERVAIS, 2003).
Para Hahnemann, o ser vivo é uma totalidade e a saúde depende de uma
“força vital”, imaterial, invisível equilibrada, harmônica que anima o organismo. Ao
contrário, a doença é uma perturbação, um desequilíbrio do princípio vital, “força
vital”, influenciado pelo agente mórbido (nóxico) que se revela no organismo através
de manifestações irregulares que são o conjunto de sintomas. Portanto a força vital
afetada é a única causa das doenças.
Sendo a força vital invisível, o que se fará acessível aos nossos sentidos, é a
totalidade dos sintomas que são a manifestação da doença.
O restabelecimento da saúde se dá com a destruição total da doença.
Retirando todos os sintomas, além de desaparecer a mudança interior do corpo, o
transtorno mórbido da força vital cessará, aniquilando assim toda a doença
(PUSTIGLIONE, 2010).
Na homeopatia a escolha do medicamento adequado depende do
levantamento dos sintomas pessoais do doente (“princípio da totalidade”), além da
individualização desses sintomas com as suas modalidades.
Portanto, um bom resultado depende de três princípios fundamentais: A lei da
semelhança, a individualização dos sintomas e a consideração destes em sua
totalidade (SERVAIS, 2003).
22
Sendo a lei da semelhança o medicamento que provoca numa pessoa sã e
sensível, sintomas muito parecidos com os sintomas do doente e de estímulo mais
forte, levando então a sua cura (SERVAIS, 2003). Ao conjunto de sintomas
produzidos durante a experimentação de um determinado medicamento, aplicado
em pessoas sadias, pelo método homeopático, dá-se o nome de patogenesia. A
Matéria Médica Homeopática é formada pelo conjunto das patogenesias.
A pesquisa dos sintomas pessoais se dá através de uma longa e minuciosa
consulta, onde o homeopata será capaz de escolher o medicamento pela
individualização e suas modalidades, uma vez que, sua compreensão dos sintomas
apresentados pelo doente, em particular, se confirmou (SERVAIS, 2003).
Sabemos então, que os sintomas nos revelam a perturbação do equilíbrio e a
homeopatia, terapia cuja ação se baseia na resposta do organismo, mobiliza as
forças reativas do indivíduo. Portanto, a terapêutica homeopática tem por princípio
curar o doente e não apenas a doença (SERVAIS, 2003).
“As Leis de cura, elaboradas pelo Dr. Hering, explicam como a homeopatia
cura as doenças. São três as leis fundamentais: os sintomas movimentam-se da
parte superior do corpo para baixo, de dentro para fora, e dos órgãos mais
importantes para os menos importantes. Hering também acreditava que a cura
ocorria na ordem inversa dos sintomas. Assim, uma melhoria emocional em geral
precede o desaparecimento dos sintomas físicos.” (LOCKIE, et. al., 2008).
23
5.1. Contribuição da Homeopatia no tratamento de Bruxismo
Levando-se em consideração uma boa anamnese, o levantamento dos
sintomas pessoais (psicológicos, gerais e locais), informações importantes tanto na
consulta convencional quanto homeopática seremos capazes de diagnosticar e
planejar um tratamento baseado no princípio de totalidade e assim escolher o
medicamento adequado.
Sendo este trabalho uma revisão bibliográfica, não vamos considerar aqui um
dos fatores mais importantes na consulta homeopática que é a valorização do
aspecto mental do paciente, uma vez que não houve um atendimento e nem um
acompanhamento de caso clínico. Para repertorizarmos o medicamento, vamos
considerar algumas características clássicas que compõem o bruxismo, segundo
trabalhos relatam consistentemente, como:
1. Ranger de dentes; e durante o sono;
2. Apertamento dentário;
3. Desgastes dentários anormais;
4. Dores de cabeça tensionais, por contração excessiva dos músculos da
mastigação atingindo face, pescoço, ouvido e até ombros (ao acordar);
5. Presença de uma linha esbranquiçada localizada na mucosa jugal, pela
fricção da mucosa;
6. Língua marcada pelos dentes, lateralmente;
7. Dor na articulação temporomandibular (ATM). Estalos;
8. Trismo (limitação da abertura de boca).
24
5.2. Repertorização de alguns dos principais sinais e sintomas clínicos do Bruxismo

Repertório de Homeopatia: Dr. Ariovaldo Ribeiro Filho
1. Dentes: Ranger de dentes: Aconitum, Antimonium crudum, APIS
MELIFICA, Arnica, Arsenicum album, Artemisia vulgaris, Asa foetida,
Atropia, Aurum, Bacillinum Burnet, Baryta, BELLADONNA, Bryonia,
Calcarea,
Camphora,
Cantharis,
Carboli
acidum,
Carcinosinum,
Causticum, Chamomilla, Cicuta aquática, Cina, Coffea, Colchicum,
Conium,
Crotalus, Cuprum,
Embelia
ribes, Glonoinum,
Gratiola,
Helleborus, HYOSCYAMUS, Ignatia amara, Laurocerasus, Lycopodium,
Lyssin,
Mercurius,
Morphia,
Nux
vomica,
Opium,
Phosphorus,
Physostigma, Plumbum, Podophyllum peltatum, Secale, Sepia, Spigelia,
Stramonium, Sulphur, Syphilinum, Tabacum, Thuya, Tuberculinum
bovinum, Veratrum, Vernonia anthelmintica, Zincum .
... Dentes: Ranger: Sono, durante: Aconitum, Agaricus, Antimonium
crudum
ARSENICUM
ALBUM,
Asa
foetida,
Bacillinum
Burnet,
BELLADONNA, Bryonia, Calcarea, CANNABIS INDICA, Cancerinum,
Carlsbad aqua, Causticum, CINA, Coffea cruda, Colchicum, Conium,
Crotalus, Helleborus, Hyosciamus, Ignatia amara, Kali bromatum, Kali
carbonicum, Kali phosphoricum, Lac vaccinum defloratum, Mercurius,
Mygale
avicularia,
Natrum
phosphoricum,
Plantago,
Plumbum,
Podophyllum peltatum, Psorinum, Santoninum, Sepia, Stramonium,
Sulphur, Thuya TUBERCULINUM BOVINUM, Veratrum, Zincum.
2. Dentes: Apertar, inclinação constante a: Aceticum acidum, Aconitum,
Agaricus, Ambarum, Anantherum muricatum, Bufo, Camphora, Cannabis
indica, Causticum, Cobaltum mettalicum, Cocculus, Cuprum, Ferrum
iodatum,
Hyosciamus,
Imunosin,
Iodium,
Lachesis,
Laurocerasus,
Lycopodium, Manganesium, Mercurius iodatus flavus, Nux vomica,
PHYTOLACCA, Podophyllum peltatum, Strychninum purum, Tarentula.
25
3. Boca: Denteadas: Língua: Antimonium tartaricum, ARSENICUM ALBUM,
Arsenicum metallicum, Atropina, Baptisia, Calcarea, Carbo vegetabilis,
CHELIDONIUM, Crotalus cascavella, Dulcamara, Glonoinum, Hydrastis,
Ignatia amara, Iodium, Kali iodatum, Lac vaccinum defloratum, Magnesia
muriatica, MERCURIUS, Mercurius iodatus flavus, Penicillinum, Piper
methysticum, Plumbum, Podophyllum peltatum, Pulsatilla nigricans,
RHUS TOXICODENDRON, Sepia, Stramonium, Sumbulus, Syphilinum,
Tellurium metallicum, Viburnum opulus, Yucca filamentosa.
4. Face: Aumentada, hipertrofia – Mandíbula: Heckla lava, Phosphorus
5. Face: Dor: Ao despertar: Agaricus, Hidrogenum, Iris, Sarsaparilla, Sepia,
Sulphur.
...Região – Mandíbulas – Articulação: Acidum aceticum, Agaricus,
Alumina, Aluminium metallicum, Arum triphyllum, Asa foetida, Asarum
europaeum,
Bromium,
Calcarea,
Causticum,
cimicifuga,
Cistus
canadensis, Corallium rubrum, Drosera, Floricum acidum, Glonoinum,
Hidrogenum, Hypericum, Laurocerasus, Manganesium, Niccolum, opium,
Rhus
toxicodendron,
Spigelia,
Spongia,
Strychninum
purum,
Sulphuricum acidum, Tilia, Vespa crabro, Zincum.
... Côndilo: PSORINUM
6. Face: Cansaço na mandíbula, sensação de: Alumina, Chamomilla,
Iodium, Niccolum, Nitric acidum, Tarentula, Vipera torva.
7. Face: Rigidez muscular: Agaricus, Anacardium, Arnica, Bryonia,
Hamamelis,
Ipecacuanha,
Nux
vomica,
Plantago,
Sanguinaria,
Staphysagria, Strychninum purum, Veratrum álbum
...Masseteres: Sarsaparilla, Thuja
8. Face: Trismo: Absinthium, Aconitum, Aethusa, Agaricus, Alumina,
Aluminium metallicum, Amygdalus amara, Anthracinum, Antimonium
tartaricum, Argentum nitricum, Arnica, Artemisia vulgaris, Asterias
26
rubens, Aurum, Aurum muriaticum natronatum, Babtisia, BELLADONNA,
Benzinum nitricum, Bryonia, Calcarea, Camphora, Cantharis, Carbonium
sulphuratum, Castor equi, Causticum Hahnemanni, Cedron, Chininum,
Chloroformium, CICUTA AQUATICA, Cina maritima, Cobalto metallicum,
Colchicum, Conium, Crotalus cascavella, Crotalus, Cuprum, Dioscorea
villosa, Gelsemium, Glonoinum, Hepar sulphur, Hydrocyani acidum,
Hyosciamus,
HYPERICUM,
Ignatia,
Ipecacuanha,
Lachesis,
Laurocerasus, Lycopodium, Magnesia phosphorica, Magnetis polus
arcticus, Mercurius, Moschus, Naja, Nux moschata, NUX VOMICA,
Oenothera
biennis,
OPIUM,
Phosphoricum
acidum,
Phosphorus,
Physostigma venenosum, Platinum, Plumbum, Podophyllum peltatum,
Pulsatilla, Rhus toxicodendron, Secale, Silicea, Solanum, Spongia,
Stramonium,
STRYCHNINUM
PURUM,
Sulphur,
Tarentula,
Terebinthiniae oleum, Latrodectus curassavicus, Veratrum, Veratrum
viride.
... Face: Trismo: Manhã (ao despertar): Theridion curassavicum
... Face: Tensão: Mandíbula – Articulação da: Alumina, Colchicum,
Mercurius, Natrum muriaticum, Sarsaparilla, Spigelia
... Masseter, músculos do: Nux vomica, Sarasaparilla, Verbascum
9. Cabeça: Dor: estendendo-se para: Face- Ammonium muriaticum,
Anacardium, Antimonium tartaricum, Aranea, Argentum metallicum,
Bryonia, Graphites, Guajacum officinale, Histaminum muriaticum, Indigo
tinctoria,
lycopodium,
Magnesia
muriatica,
Natrum
muriaticum,
Phosphorus, Pulsatilla, Rhus toxicodendron, Sarsaparilla, Senega, Silicea,
Spigelia, Tarentula, Thuja.
... Mandibulas: Argentum nitricum, Belladonna, Calcarea phosphorica,
Histaminum, Kali muriaticum, Mezereum, Phosphorus, spigelia.
... Ombro: Glonoinum, Graphites.
... Ouvidos: Agaricus, Calcarea arsenicosa, Chocolate, Mercurius, Nux
vomica, Pulsatilla, Rhus toxicodendron.
... Pescoço: Anacardium, Mercurius, Psorinum, Tarentula.
27
Como resultado repertorial, alguns medicamentos de maior cobertura
sintomática e com maior valor numérico são: Mercurius solubilis; Nux vomica;
Podophyllum petaltum; Rhus toxicodendron; Bryonia alba.
Medicamentos, na sua maioria, policrestos, assim chamados, por terem
muitas aplicações, utilizados com frequência na prática clínica diária.
Porém, não basta o medicamento ser policresto, é necessário que haja
uma similitude e coerência entre os sintomas característicos do paciente e os
sintomas descritos na Matéria Médica, para uma prescrição correta do
medicamento homeopático.
Outros medicamentos homeopáticos costumam ser frequentemente
relacionados ao bruxismo, entretanto este trabalho ateve-se apenas aos mais
pontuados na repertorização dos sintomas específicos citados.
A repertorização é o método através do qual o homeopata, após a
seleção e a localização no repertório, dos sintomas mais importantes de um
caso, busca chegar a um denominador comum, formado por um número
reduzido de medicamentos. Assim ocorre, comparando os medicamentos
relacionados em cada um dos sintomas em questão, através de uma rubrica
repertorial.
Antes da formulação da prescrição, o resultado final deverá passar por
uma análise diferencial de Matéria Médica. (RIBEIRO FILHO, 2014).
Neste estudo, a pontuação dos medicamentos foi especificada da
seguinte forma:

LETRA MAIÚSCULA: VALOR 3

Letra-negrito: valor 2.

Letra-normal: valor 1.
“Em geral os medicamentos com patogenesia melhor estudada e mais
antiga tendem a ter uma graduação maior.” (RIBEIRO FILHO, 2014).
28
5.3. Matéria Médica Homeopática Aplicada ao Bruxismo

Descrição dos sintomas patogenéticos dos Medicamentos mais pontuados:
Mercurius solubilis (Merc)
Ação profunda sobre as glândulas, mucosa e os ossos; medicamento linfáticovenoso; medicamento policresto.
Indivíduos com temperamento destrutivo e instável. São apressados com a mente
lenta. Angústia, ansiedade e inseguros.
Língua guarda a marca dos dentes, nas bordas. Geográfica.
Dor na ATM; Bruxismo durante o sono; Trismo, sensação de contração.
Todo o corpo elimina um odor nauseabundo; fraqueza e tremores acentuados ao
menor esforço (ARGENTA, 2005 E VANNIER, 1987).
Nux vomica (Nux v.)
Ação nos sistemas digestório e nervoso. Medicamento policresto.
Indivíduos sensíveis devido ao stress nervoso; impacientes; intolerantes; agitados;
sabem o que é certo e errado; mal humorados pela manhã, não toleram injustiças e
nem a menor contrariedade.
Rigidez mandibular; contração da musculatura; trismo.
Língua coberta por uma camada espessa branco-amarelada, na porção posterior.
Range e aperta os dentes constantemente.
Prisão de ventre com necessidades urgentes e ineficazes.
Sensação de um grande peso sobre o estômago piora uma hora após ter comido.
(ARGENTA, 2005 E VANNIER, 1987).
Bryonia alba (Bry.)
Ação sobre as mucosas, serosas e sistema nervoso. Medicamento policresto.
Irritabilidade; ama a solidão; detesta receber visitas; encolera-se à menor
contradição e fica doente. Ansiedade pelo futuro.
Dores agudas, picantes que pioram pelo menor movimento e melhoram pelo
repouso. Extrema secura de todas as mucosas.
Face contraída; rigidez, trismo. Dor beliscante na ATM; língua fissurada.
29
Bruxismo; range os dentes durante o sono. (ARGENTA, 2005 E VANNIER, 1987).
Rhus toxicodendron (Rhus t.)
Ação profunda sobre a pele, o sistema muscular; ação eletiva sobre o tecido
conjuntivo e fibroso. Medicamento policresto.
Fadiga cerebral, irritabilidade e inquietude; memória fraca; agitação extrema dia e
noite; chora sem saber a razão; tristeza.
Dores específicas de origem reumática; agravação pelo repouso; melhora pelo
movimento; ao mudar de posição.
Face, rigidez muscular na mandíbula; trismo; dor e estalos na ATM durante o
movimento de mastigação; dor ao bocejar e durante o repouso; boca aberta durante
o sono.
Língua guarda impressão dos dentes nas bordas; fissurada; geográfica (ARGENTA,
2005, E VANNIER, 1987).
Podophyllum peltatum (Podo)
Perturbações digestivas e hepáticas. Ação eletiva sobre o fígado e o sistema
digestório.
Crianças com diarreia crônica, bastante acentuada durante a dentição.
Indivíduos deprimidos, sonolentos de dia, pioram antes do meio dia. Crianças mal
humoradas e irritadas. Agravação pela manhã, durante a dentição e pelo
movimento. Alternância dos sintomas (cefaleia e diarreia).
Bruxismo; range os dentes durante a noite, dormindo ou acordado; tendência a
apertar; trismo; dentição difícil; geme ao dormir.
Língua com a marca dos dentes nas bordas (ARGENTA, 2005 E VANNIER, 1987).
30
6. CONCLUSÃO
Visto que, o bruxismo é um hábito bucal parafuncional de origem multifatorial,
porém de etiologia ainda não totalmente estabelecida, novos estudos são
necessários para testar a efetividade dos tratamentos para o bruxismo. Sendo
assim, a decisão do tratamento a ser realizado deverá ser tomada em conjunto
baseada na experiência do profissional aliada ao desejo do paciente.
Sendo a causa multifatorial, nem sempre sabemos se há um fator que se
sobreponha ao outro.
Portanto, uma investigação caprichosa é de extrema importância para que o
profissional, junto com o paciente, possa devolver o conforto e o equilíbrio de uma
forma mais completa e harmônica.
Atualmente, não existe um tratamento único ou sequer uma cura para o
bruxismo, devendo o mesmo ser individualizado para cada paciente.
Na Homeopatia, a escolha do medicamento depende da totalidade dos
sintomas com as suas modalidades, sendo assim fundamental uma anamnese
minuciosa.
Considerando-se
a
importância
dos
sintomas mentais
na
avaliação
homeopática, sempre que possível devemos acrescentar tais manifestações na
repertorização,
individualizando-a
ao
máximo.
Nesta
pesquisa
pontuamos
exclusivamente as características físicas da síndrome em questão (bruxismo).
O objetivo da Homeopatia é curar de uma maneira suave e duradoura, com o
desaparecimento dos sinais e sintomas por meio do reequilíbrio da Energia Vital.
Isto posto, conclui-se que podemos optar pela terapêutica homeopática como
excelente recurso coadjuvante no alívio e melhora dos sintomas relacionados ao
bruxismo.
31
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o sono. Rev. Neurociências 11(1): 4-17, 2003. Disponível em:
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ARGENTA, M. B. Matéria médica homeopática: Sinais e sintomas odontológicos.
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SERVAIS, PH. M. Larousse da Homeopatia, São Paulo, p. 17-21, 2003.
32
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VANNIER, L.; POIRIER, J. Tratado de Matéria Médica Homeopática, 9ª Edição,
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