nc1 – Edição Especial TM ANO 03 - Nº11 Junho/2012 SINAPSES & SINOPSES 8O Congresso Brasileiro de Cérebro Comportamento e Emoções Marcadores clínicos para o diagnóstico precoce de demências não Alzheimer Atualização terapêutica na doença de Parkinson Depressão mascarada: desperdício de tempo e de recursos Marcadores clínicos para o diagnóstico precoce de demências não Alzheimer A mesa redonda realizada no dia 5 de maio abordou “Demência com corpos de Lewy”, “Demência frontotemporal” e “Demência vascular”. Sinapses & Sinopses é uma iniciativa da Phoenix Comunicação Integrada, com o objetivo de atualizar os temas propostos em cada edição. Conselho científico: Dra. Ana Gabriela Hounie, Dr. João Senger, Dra. Maristela Costa Cespedes. Material de distribuição exclusiva à classe médica. O anúncio veiculado nesta edição é de exclusiva responsabilidade do anunciante. O conteúdo deste material é de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, o posicionamento da Novartis, que apenas patrocina sua divulgação exclusivamente à classe médica. 2012 © Novartis Biociências S.A. Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização do titular. 2 – S I N A P S E S & S I NOPSES TM Alzheimer Demência com corpos de Lewy No início de sua apresentação, Dr. João Carlos Barbosa Machado, coordenador do Serviço de Medicina Geriátrica do Hospital Mater Dei, coordenador da Pós-graduação de Geriatria da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG) e diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Envelhecimento de Belo Horizonte, falou sobre a importância do diagnóstico precoce das demências de corpo de Lewy, que está cada vez mais presente, considerando que os sintomas cognitivos são mais estressantes que os sintomas motores – que podem ser a maior causa de incapacidade dos pacientes que os possuem. “A apresentação e o curso clínico, em geral, são diferentes das encontradas na Doença de Alzheimer (DA) e em outras demências, e o risco de morte é maior que o encontrado na DA. E o fato é que o diagnóstico precoce não ocorre na prática clínica, a demência com corpos de Lewy é subdiagnosticada, e, à medida que a doença evolui, há uma sobreposição de características clínicas, neuropatológicas e neuropsicológicas com outras demências, o que dificulta o diagnóstico preciso. Talvez, por isso, tenhamos mais facilidade em identificar a demência a partir dos critérios diagnósticos bem estabelecidos (nos últimos sete anos) e, mais recentemente, os biomarcadores que podem representar um grande avanço”, argumentou Dr. Machado. Os exames biomarcadores mais importantes na doença de corpo de Lewy são: SPECT dopaminérgico, [18f] flurodopo PET, FDG-PET, LCR, SPECT, RNM. “O MIBG – cintilografia miocárdica com metaiodo-benzil-guanidina – é o método mais instigante na detecção da doença de corpo de Lewy, por ser uma técnica não invasiva de avaliação de inervação simpática no miocárdio. É um método promissor, mas ainda aguardamos os estudos multicêntricos”, acrescentou o especialista. Demência frontotemporal Dra. Valéria Santoro Bahia, neurologista pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento e auxiliar de ensino da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), definiu os principais sintomas da demência frontotemporal, os quais são comportamentais, como desinibição precoce, apatia ou inércia precoce, perda de compaixão e empatia precoce, comportamento compulsivo e ritualístico precoce, hiperoralidade ou alterações alimentares. O perfil neuropsicológico é dado por disfunção executiva com relativa preservação da memória e da função visuoespacial. “É preciso avaliar bem os sintomas e ter cuidado com os critérios diagnósticos. Essas mudanças de comportamento precisam ter acontecido há uns três anos e se constantes. Para ter um diagnóstico provável, é preciso preencher os critérios de possível, isto é, ter um desenho funcional significativo e um resultado de neuroimagem compatível com demência frontotemporal. Com esse quadro definido, é neces- sário preencher os critérios de provável e ter uma histopatologia ou uma cotação? Confirmada.” A demência frontotemporal não é uma demência muito prevalente podendo ser a primeira ou a segunda causa de demência pré-senil depois de Alzheimer. No entanto, no período senil, é pouco prevalente, sendo diagnosticada em 5% a 15% dos casos de demência. Os biomarcadores não existem, a sintomatologia baseia-se na exclusão do diagnóstico de Alzheimer. A mutação da progranulina (Cr17p21) pode ser vista como marcador, pois a maior parte dessas mutações leva à perda de função da proteína-haploinsuficiência. Demência vascular Dr. Cássio Machado de Campos Bottino, professor livre-docente pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e coordenador do Programa Terceira Idade (PROTER) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, deixou claro que o diagnóstico da demência vascular não é fácil, porque várias condições podem levar ao comprometimento cognitivo. “Hoje, o critério diagnóstico de uso clínico é independente da patogênese da lesão vascular. O conceito que vem sendo usado é o de comprometimento cognitivo vascular, mais abrangente, que vai desde as demências até os comprometimentos cognitivos leves.” O especialista falou sobre o estudo LADIS (Cerebrovascular Desease-2011), trabalho europeu, multicêntrico, com seguimento de três anos, o qual avaliou 639 pacientes (idade média de 74 anos?) e mostrou alterações da substância branca nos exames de imagem. “À medida que as lesões progrediam, os pacientes pioravam.” Além disso, Dr. Bottino enfatizou que o infarto silencioso é frequente. “Um estudo feito em São Paulo mostrou que indivíduos com doenças crônicas controladas também tinham alta prevalência de infarto silencioso.” Para concluir a apresentação, o médico disse que a neuroimagem tem um papel importante na detecção do comprometimento cognitivo vascular e que os fatores de risco para essa doença são os mesmos que os do Acidente Vascular Cerebral (AVC) e do mal de Alzheimer. Intervenções terapêuticas em situações de risco para demência (NC1 – Exelon) A mesa redonda, realizada no dia 5, foi dividida nas seguintes apresentações: “Depressão e psicose de início tardio”, “CCL” e “Comprometimento cognitivo vascular”. Depressão e psicose de início tardio Segundo o Dr. Fábio Lopes Rocha, coordenador da Clínica Psiquiátrica do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado NC2 – 3 Alzheimer de Minas Gerais (IPSEMG) e coordenador da Pós-graduação do Nos últimos anos, o grupo de pesquisa do Dr. Forlenza tem IPSEMG, a relação entre depressão e cognição depende do ti- trabalhado com a hipótese do lítio. Seria essa uma droga capaz ming da depressão. “É claro que a depressão de início precoce de modificar a patogenia da DA? “Essa nossa linha de pesquisa é fator de risco para demência. A depressão em uma pessoa (CNPq) é um trabalho realizado no Brasil, o qual foi premiado jovem aumenta em mais de duas vezes o risco de desenvolver como melhor estudo de 2011. É um estudo duplo-cego, con- demência. A depressão pode ser um risco, um pródromo ou trolado por placebo, realizado com indivíduos com mais de 60 uma complicação para a demência.” anos e CCL, em um seguimento de dois anos, o qual mostrou Sendo assim, o médico questionou se o tratamento com antidepressivos mudaria o curso da situação e preveniria a demên- boa tolerabilidade e taxa menor de conversão para demência, ou seja, alterações nas perdas cognitivas dos pacientes.” cia. “Esse é um processo complexo que ainda não está certo, Para finalizar, o especialista citou a abordagem não farmaco- apesar de um terço dos idosos com depressão atingir remissão lógica do CCL. “Os estudos realizados com idosos saudáveis e em seis meses – segundo os estudos controlados. Mas eu uso com CCL mostraram que o treino de memória realmente fun- antidepressivos na depressão da doença”, afirmou. ciona, e o benefício mantém-se com o passar do tempo. Além A psicose no idoso tem etiologia variada: esquizofrenia, dro- disso, estudos com a estimulação magnética transcraniana (90 gas, Parkinson, álcool, humor, delírios, demência. É uma relação minutos por dia durante um mês) também mostram melhora bastante complexa. Nesse sentido, Dr. Rocha levantou a seguin- significativa na condição do paciente. O fato é que temos que te pergunta: “Qual a relação do tratamento da psicose para pre- iniciar o tratamento assim que houver a certeza diagnóstica. É venir demência? Isso ainda foi pouco estudado”. nossa obrigação lançar mão de todos os recursos disponíveis Para finalizar, o especialista orientou os médicos a estarem atentos aos efeitos colaterais das medicações usadas bem como ao uso de antipsicóticos em pacientes com demência pelo risco para tratar os pacientes com CCL.” Comprometimento cognitivo vascular de mortalidade. “Houve um declínio no uso dessa medicação, De acordo com a Dra. Sônia Maria Dizzi Brucki, assistente mas acredito que existem pacientes que, por questão de segu- do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da rança, não deveriam fazer uso dessas drogas.” Faculdade de Medicina da USP e responsável pelo Ambulató- Comportamento cognitivo leve rio de Neurologia da Cognição do Hospital Santa Marcelina, atualmente há a ideia de concomitância das patologias, tanto Dr. Orestes Vicente Forlenza, professor livre-docente do De- da DA quanto da demência vascular. “Até agora, não sabemos partamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, o quanto de lesão o indivíduo deve ter para chegar à demên- começou sua palestra falando sobre as estratégicas terapêuticas cia. Os estudos são muito diversos sobre esse tema. Os dados para o tratamento do Comportamento Cognitivo Leve (CCL). Pri- de prevalência que tínhamos antes agora ficam nessa gama de meiramente, o especialista questionou se a terapia de reposição sobreposições, e o que torna o conhecimento mais profundo colinérgica teria benefícios no tratamento do CCL (em relação à também acaba misturando as coisas.” sintomatologia). Em sua resposta, disse que não existem evidên- Os fatores de risco de Comprometimento Cognitivo Vascu- cias de benefícios inequívocos e que o médico deve considerar lar (CCV) são: Acidente Vascular Encefálico (AVE) sintomático caso a caso quando usar essa terapia. “A terapia colinérgica pode prévio, AVE assintomático visto à neuroimagem, recorrência, alterar o tempo de progressão para Alzheimer? Uma metanálise várias lesões, afasia, idade entre outros fatores. Na fisiopato- combinada que fizemos mostrou que existem benefícios. Há be- logia, a localização da lesão é mais importante que o volume. nefício em prescrever essa medicação? Na minha opinião, sim.” “Na verdade, existem muitos achados sobre demência; ainda Posteriormente, Dr. Forlenza abordou a terapia modificadora da doença. “Isso, para mim, ainda é ficção. Temos duas premis- teremos muitas alterações na história natural, mudanças de conceito e alteração patológica até o tratamento.” sas para que isso exista: diagnóstico precoce e drogas capazes O tratamento da demência vascular inclui: atividade física, die- de mudar o curso da doença (se elas existirem). Poderíamos falar tas e suplementos, consumo de álcool (duas doses de vinho ou também sobre outras drogas promissoras que caíram por terra, outra bebida), uso de anti-hipertensivos, controle da glicemia mas eu acredito que a imunoterapia com anticorpos monoclo- (mas Hb < 6 não deve ser usada) e tratamento de comorbidades; nais pode representar grande avanço nessa área de modificação apneia do sono deve ser tratada. Os medicamentos usados são da patogenia, a partir de um diagnóstico pré-demencial.” os inibidores glutamatérgicos e os da colinesterase. 4 – S I N A P S E S & S I NOPSES TM Parkinson Atualização terapêutica na doença de Parkinson Na manhã do dia 3 de maio, o tema Atualização terapêutica na doença de Parkinson foi divido em quatro subtemas: “Tratamento da fase inicial da doença de Parkinson”; “Tratamento das complicações motoras da doença de Parkinson”; “Tratamento das manifestações neuropsiquiátricas da doença de Parkinson” e “Indicações cirúrgicas na doença de Parkinson”. Tratamento da fase inicial da doença de Parkinson vodopa”, indicou Dr. Ferraz. Quando o paciente tem menos sintomas, usa-se o agonista dopaminérgico. Já em uma fase Na primeira palestra, Dr. Henrique Ballalai Ferraz, professor intermediária da doença, as duas medicações acabarão sen- livre-docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), do combinadas. As medidas não farmacológicas, como fi- abordou as estratégias de tratamento da fase inicial da Doen- sioterapia e fonoterapia, também podem ser combinadas já ça de Parkinson (DP). Do ponto de vista médico, a discussão na fase inicial do tratamento. Atualmente, a escolha sobre era: qual a melhor droga para iniciar o tratamento da DP: como iniciar o tratamento já é um “consenso”, afirmou Dr. levodopa ou agonista dopaminérgico? Ferraz. Há algum tempo isso era uma polêmica, porque havia o conceito de que a levodopa deveria ser usada apenas em casos avançados de Parkinson, mas essa ideia não é mais válida, e hoje está claro que a decisão deve ser tomada com base na incapacidade do paciente. Tratamento das complicações motoras da DP Em sua aula, Dr. Luiz Augusto Franco de Andrade, professor livre-docente de Neurologia e pesquisador do Instituto do “Nos casos em que o paciente está mais incapacitado, Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), definiu apresentando mais sintomas, mais se opta pelo uso de le- as complicações motoras que ocorrem na DP ao longo de NC2 – 5 todo curso da doença e falou sobre as possíveis estratégias de pelos sintomas não motores de Parkinson, como a depressão e tratamento. a ansiedade. Por isso, é que o médico precisa ter conhecimento Segundo ele, nos primeiros anos da doença, os portadores que sobre esses sintomas e prestar muita atenção aos relatos dos pa- tomam os remédios apropriados (basicamente a levodopa, que cientes”, alertou o especialista. De acordo com o doutor, apesar é a medicação mais antiga) ficam bem e podem viver bem por dos estudos existentes, é comum que os médicos deixem passar muito tempo. Mas, com o passar dos anos, essas pessoas passam alguns problemas. a apresentar sintomas motores. De maneira geral, esses sintomas são considerados não dopa- Alguns sintomas motores são próprios da evolução da doen- minérgicos. “Isso pressupõe que, se utilizarmos drogas dopami- ça: problemas de fala, problemas posturais, desequilíbrio, que- nérgicas, não haverá problema. O que não é verdade. A medi- das frequentes, dificuldades com a marcha, bloqueio da marcha cação dopaminérgica, por um lado, pode melhorar e, por outro, (freezing) e problemas de deglutição. Outros são causados pela pode piorar o quadro. É importante que o clínico mantenha o medicação utilizada: discinesias (movimentos involuntários), flu- tratamento dopaminérgico (clássico da DP) o mais ajustado pos- tuações motoras, períodos off (rigidez) etc. sível às necessidades do paciente. Às vezes, apenas a adequação O especialista discutiu as estratégias disponíveis para os vários tipos de sintomas motores até chegar à indicação cirúrgica. e o manejo do esquema terapêutico são suficientes para resolver um sintoma como a depressão.” “Temos um conjunto de tratamentos (levodopa e agonista do- Além disso, Dr. Tumas lembrou que as manifestações neurop- paminérgico como principais escolhas) que acabaram melhoran- siquiátricas interagem. É importante identificar a associação de do muito o prognóstico terapêutico. A qualidade de vida dos problemas, porque, em vez de manejar a situação com três ou pacientes melhorou bastante. Existem outras doenças próximas quatro medicamentos diferentes, o tratamento de um único as- ao Parkinson – parkinsonismos atípicos – cuja resposta ao trata- pecto pode melhorar todo o resto. mento é menor. A forma clássica de Parkinson é a que melhor responde ao tratamento.” Olhando as manifestações psiquiátricas isoladamente, Dr. Tumas afirmou que a depressão é o conceito mais amplo, o qual, Na verdade, o Parkinson é uma doença complexa. As consultas em geral, envolve a apatia e a anedonia. “A depressão é muito são demoradas, e os pacientes têm muitas queixas. “Consultas de frequente na DP. O problema é que os estudos falam sobre a 20 minutos não funcionam. Os pacientes precisam ser ouvidos. depressão maior. No entanto não sabemos quase nada sobre as Os médicos antigamente não tinham o que fazer em relação a situações de alteração de humor mais leves. Do ponto de vista esses sintomas, mas, hoje, temos mais recursos. Então, nós, mé- de tratamento da depressão na DP, segundo as recomendações dicos, precisamos usar nossa empatia com esses pacientes”, fina- da Academia Brasileira de Neurologia de 2010, duas drogas lizou Dr. Andrade. com estudos consistentes são a nortriptilina e a desipramina. Tratamento das manifestações neuropsiquiátricas da DP No início de sua apresentação, Dr. Vitor Tumas, professor De 2010 para cá, o pramipexol foi incluído nas recomendações. A revista Neurology, de 2012, trouxe um estudo que mostrava que tanto a paroxetina quanto a venlafaxina eram eficazes para a depressão.” de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Existem situações que não relacionamos completamente ao Universidade de São Paulo (USP), ressaltou a importância que o estado depressivo – isso gera angústia na família, mas pode ser tema Manifestações não motoras de Parkinson vem ganhando mesmo só apatia. Segundo a experiência clínica, a resposta ao nos últimos tempos, o que pode ser notado pela dedicação dos tratamento, quando é um caso isolado, é muito pequena. O in- especialistas aos estudos clínicos a fim de melhorar a interpreta- dicado é acertar as drogas dopaminérgicas e, eventualmente, ção dos sintomas da doença. usar antidepressivos. Os sintomas neuropsiquiátricos mais frequentes da DP são: de- Na anedonia, é mais complicado, pois não temos uma te- pressão, apatia, anedonia, ansiedade, déficit de atenção, psicose, rapêutica adequada. A ansiedade tem prevalência elevada. O demência e comportamento obsessivo. A presença desses sinto- que se faz na prática clínica é usar benzodiazepínicos, mas a mas está diretamente relacionada à gravidade da doença. “Do recomendação é para que se evite usá-los. Está indicado o uso ponto de vista prático, quando a doença se agrava, o número de antidepressivos tricíclicos, Inibidores Seletivos da Recapta- de problemas neuropsiquiátricos se acumula. Um estudo recente ção da Serotonina (ISRSs), INSRS e, eventualmente, clozapina mostrou que a qualidade de vida do paciente é mais afetada e quetiapina. 6 – S I N A P S E S & S I NOPSES TM Parkinson A psicose chega a afetar 80% dos pacientes com Parkinson sive nos aspectos de neuroimagem – acoplando tomografia à ao longo da vida; somente a clozapina tem efeito comprovado ressonância no cálculo adequado do melhor posicionamento nessa população. do implante. “Os estudos mostram que há vantagem no tra- A demência deve ser bem diagnosticada antes de ser tratada. tamento cirúrgico quando ele é comparado ao tratamento clí- A partir do diagnóstico, devemos utilizar a rivastigmina, droga nico, em condições bem selecionadas. O sucesso terapêutico que mostra evidências de eficácia nesses casos. Essa medicação depende da condução bem selecionada do caso. Não pode- melhora os sintomas de perda cognitiva do paciente. mos nos esquecer dos efeitos adversos do implante.” Já no caso do transtorno do controle do impulso, o tratamen- Em 2010, a Academia desenvolveu recomendações para to indicado é a redução da medicação dopaminérgica, a oferta indicação da cirurgia, a saber: diagnóstico de Parkinson, de antipsicóticos e, mais, recentemente, da amantadina. paciente responsivo à levodopa, controle insatisfatório dos Indicações cirúrgicas da DP sintomas motores, intolerância à medicação, pelo menos cinco anos de doença e refratariedade. Ressaltando que a Dr. Carlos Rieder, professor adjunto de Neurologia da Univer- expectativa da cirurgia não é melhorar o paciente no perío- sidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCS-PA) do on, e, sim, evitar os períodos off. “Lembrando que, após e coordenador do Grupo Distúrbios do Movimento do Hospital a cirurgia, cerca de 40% dos pacientes não melhoram seus de Clínicas de Porto Alegre, começou sua palestra mostrando escores de qualidade de vida. O dado não é animador, mas modelos clínicos de candidatos ideais à intervenção cirúrgica. temos de ser realistas. Talvez os sintomas não motores sejam Segundo ele, houve uma grande evolução na logística do tratamento cirúrgico da DP (estimulação cerebral profunda), inclu- responsáveis pela pouca melhora da qualidade de vida no pós-operatório”, conclui. NC2 – 7 Depressão mascarada: desperdício de tempo e de recursos Ainda no dia 3 de maio, o tema Depressão mascarada foi dividido em subtemas: “Quando a depressão se confunde com problemas clínicos”; “Depressão causando problemas clínicos”; “Influência da depressão na doença cardiovascular”. Quando a depressão se confunde com problemas clínicos Na primeira apresentação, Dr. Dirceu Zorzetto, professor adjunto do Departamento de Medicina Forense e Psiquiatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador da Residência Médica em Psiquiatria do Hospital de Clínicas da UFPR, ressalta que o diagnóstico de depressão é baseado em observação clínica, feito na maior parte das vezes pelo médico não especialista, o qual geralmente é procurado pelos pacientes por causa de queixas de comorbidades, como distúrbios do sono ou problemas com o desempenho escolar. Sendo assim, escolheu abordar o assunto pelo ângulo da Atenção Básica à Saúde, ou do ponto de vista do médico generalista. “A depressão mascarada é um subtipo de depressão na qual as manifestações físicas escondem a sintomatologia psicopatológica. O termo denota características fenomenológicas e não nosológicas. Os sintomas são imprecisos, falta resposta aos tratamentos que costumam ser eficazes, e há presença de fator estressante”, definiu o psiquiatra. Dr. Zorzetto apresentou um artigo de Kimayer (1993), que trabalhava em um ambiente de saúde pública, e notou que os 8 – S I N A P S E S & S I NOPSES TM pacientes com depressão mascarada apresentavam, em 76% dos casos, queixas somáticas. Então, o pesquisador procurou verificar qual a chance que esse paciente tinha de receber diagnóstico de depressão – encontrou um índice de cerca de 20%. Dos 17% dos pacientes que apresentavam queixas psicossociais, 80% tiveram diagnóstico de depressão, ou seja, a apresentação somática, que é a mais comum em um setting de atenção primária, traz como consequência o baixo índice de diagnóstico da depressão. “Quando vemos um estudo como esse, de cerca de 20 anos, esperamos que as coisas estejam melhores hoje. Lamento informar que não. Menos de 50% dos casos de depressão são diagnosticados na rede pública de saúde”, enfatizou. A consequência disso já é conhecida: maiores taxas de não remissão da doença, duração maior do episódio depressivo, aumento da intensidade de dor, comprometimento funcional, taxa maior de desemprego, polifarmácia e maior uso dos serviços médicos. “Além disso, o paciente onera os serviços públicos de saúde, apresenta maior risco de recaída e cronificação da doença. Devemos aprimorar o índice de detecção de quadros depressivos na atenção primária de saúde”, concluiu Dr. Zorzetto. Depressão causando problemas clínicos Dr. Teng Chei Tung, coordenador do Serviço de Interconsultas do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, abriu sua apresentação falando que a depressão pode se relacionar com as doenças clínicas de várias formas. “As complicações de doenças e a própria medicação podem levar o paciente à depressão. Em geral, as doenças crônicas podem ter relação direta ou indireta com a depressão. Mas como a depressão pode contribuir para a fisiopatologia de outras doenças? Ela pode ser a etiologia de alguma doença (situação rara), pode ser um fator contribuinte – aumentando o risco de morbidade –, pode ser um fator desencadeante, um fator prodrômico (sugestão mais forte para Alzheimer) ou dividir fatores fisiopatológicos.” O médico argumenta que, à primeira vista, não é possível saber qual o papel da depressão na associação com doenças clínicas. “Infelizmente, não temos estudos claros para intervir precocemente e prevenir a depressão ou a doença clínica associada. Temos estudos recentes, prospectivos, os quais mostram a associação de depressão e doença cardiovascular – European Prospective Investigation into Cancer, de 2000, mostrou que, se existia depressão, o risco de infarto do miocárdio era mais de duas vezes maior.” Para concluir, Dr. Tung lembrou que os médicos precisam entender melhor o que é a depressão, estudar grupos menores de pacientes, individualizar as pesquisas e considerar a depressão como fator associado. Depressão Influência da depressão na doença cardiovascular Dra. Luciana Uint, médica assistente do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, mostrou os dados existentes do ponto de vista cardiovascular. “Vários autores mostram quais os riscos de eventos cardiovasculares primários quando o paciente está deprimido. Notamos que todos praticamente mostram esse risco aumentado em duas vezes. A depressão promove uma morbimortalidade significativa nos pacientes. No caso dos pacientes submetidos à revascularização que ficam deprimidos, a chance de voltar para o hospital com alguma complicação é grande. Então, a depressão é um fator importante de agravamento e complicação da doença cardiovascular.” E por que os pacientes morrem? Porque há aumento do cortisol, alteração da resposta à betametasona, hipertensão, aumento do nível de norepinefrina, aumento da frequência cardíaca, alteração do intervalo RR da frequência cardíaca, prolongamento e dispersão do QT, aumento de arritmias entre outros fatores. “Hoje, a American Heart Association sugere a aplicação de questionário para detectar a depressão em pacientes que já tiveram infarto. Estamos caminhando na direção certa”, finalizou a Dra. Luciana. O conteúdo deste material é de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, o posicionamento da Novartis, que apenas patrocina sua divulgação exclusivamente à classe médica. Sinapses & SinopsesTM é uma publicação periódica da Phoenix Comunicação Integrada patrocinada por Novartis. Jornalista responsável: Mariana Santos (MTb: 26.761SP). Tiragem: 4.440 exemplares. Endereço: Rua Gomes Freire, 439 – cj. 6 – CEP 05075-010 – São Paulo – SP. Tel.: (11) 3645-2171 – Fax: (11) 3831-8560 – Home page: www.editoraphoenix.com.br – E-mail: [email protected]. Todos os direitos reservados. Este material não pode ser publicado, transmitido, divulgado, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização da editora. Material destinado exclusivamente à classe médica. phx hm 20/06/12 NC2 – 9 Menor preço com qualidade Novartis 70 + acessível 54 + acessível % que o medicamento referência* que o medicamento genérico* A Novartis reserva-se o direito de alterar, suspender ou encerrar o Programa Vale Mais Saúde™ a qualquer momento, mediante comunicado aos participantes através do site www.novartis.com.br/vms. *Preço máximo ao consumidor, 18% ICMS. Fonte: tabela da revista Kairos, maio/2011. Contraindicações: alergia ao fumarato de quetiapina ou a qualquer um dos componentes do medicamento. Interações medicamentosas: o Neotiapim deve ser utilizado com cuidado nas seguintes situações: pacientes que façam uso de bebidas alcoólicas ou de medicações que atuam no cérebro e no comportamento; pacientes que estejam tomando tioridazina, carbamazepina, fenitoína, cetoconazol, rifampicina, barbitúricos, antifúngicos azóis, antibióticos macrolídeos e inibidores da protease (medicamentos usados para o tratamento de pacientes portadores do HIV). Fumarato de quetiapina. Medicamento similar Lei n° 9.787, de 1999. Reg. M.S.: 1.0047.0492. Indicações: Esquizofrenia; monoterapia ou adjuvante em episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar; episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar. Contraindicações: alergia ao fumarato de quetiapina ou a qualquer um dos componentes do medicamento. Precauções e Advertências: pode interferir em atividades que requeiram maior alerta mental. Pode induzir a queda de pressão arterial em pé, especialmente durante o período inicial do tratamento. Utilizar com cuidado havendo sinais e sintomas de infecção, diabetes, risco de desenvolver diabetes, alterações nos níveis de triglicérides e colesterol no sangue, doença cardíaca conhecida, doença cerebrovascular ou outras condições que predisponham à queda de pressão arterial, história de convulsões, sinais e sintomas de alterações de movimento conhecidas por discinesia tardia (reduzir a dose ou descontinuar), síndrome neuroléptica maligna (sintomas como aumento da temperatura corporal – hipertermia -, confusão mental, rigidez muscular, instabilidade na frequência respiratória, na função cardíaca e outros sistemas involuntários - instabilidade autonômica - e alteração na função renal). É aconselhada descontinuação gradual: pelo menos uma a duas semanas, há descrição de sintomas de descontinuação aguda como insônia, náusea e vômito na interrupção abrupta do tratamento. Não está aprovado para tratamento de idosos com demência relacionada à psicose. Depressão e certos transtornos psiquiátricos são associados a aumento de risco de ideação e comportamento suicidas. Monitorar em qualquer idade ao iniciar tratamento com antidepressivos quanto a piora clínica, suicidalidade ou alterações não usuais no comportamento. Alertar familiares e cuidadores para observarem o paciente e comunicarem mudanças.Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. A segurança e a eficácia não foram avaliadas em crianças e adolescentes. Informe ao médico o aparecimento de reações indesejáveis. Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. Posologia: Esquizofrenia: 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4). A partir do 4º dia, ajustar até atingir a faixa considerada eficaz de 300 a 450 mg/dia. Dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade, pode ajustar entre 150 e 750 mg/dia. Episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar: 100 mg (dia 1), 200 mg (dia 2), 300 mg (dia 3) e 400 mg (dia 4). Outros ajustes de dose até 800 mg/dia no 6° dia, não maiores que 200 mg/dia. Pode ajustar, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade, entre 200 e 800 mg/dia. A dose usual efetiva está entre 400 a 800 mg/dia. Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar: 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4). Pode titular até 400 mg (dia 5) e até 600 mg (dia 8). Eficácia antidepressiva demonstrada com 300 mg e 600 mg, não foram vistos benefícios adicionais no grupo 600 mg em tratamento de curto prazo. Utilizar continuamente até que o médico defina pela interrupção. Usar com cautela havendo problemas no fígado e em idosos, especialmente durante o período inicial. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA COM RETENÇÃO DE RECEITA. ESTE TEXTO É UM RESUMO, PARA INFORMAÇÕES DETALHADAS CONSULTE A BULA DO PRODUTO. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas. ANÚNCIO DIRIGIDO UNICAMENTE A PROFISSIONAIS DA SAÚDE HABILITADOS A PRESCREVER E/OU DISPENSAR MEDICAMENTOS. MATERIAL PRODUZIDO EM MARÇO/2012. 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