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nc1 – Edição Especial
TM
ANO 03 - Nº11 Junho/2012
SINAPSES
&
SINOPSES
8O Congresso Brasileiro de Cérebro
Comportamento e Emoções
Marcadores clínicos
para o diagnóstico
precoce de demências
não Alzheimer
Atualização terapêutica na
doença de Parkinson
Depressão mascarada: desperdício
de tempo e de recursos
Marcadores
clínicos para o
diagnóstico precoce
de demências não
Alzheimer
A mesa redonda
realizada no dia 5
de maio abordou
“Demência com
corpos de Lewy”,
“Demência
frontotemporal”
e “Demência
vascular”.
Sinapses & Sinopses é uma iniciativa da Phoenix Comunicação Integrada, com o objetivo de atualizar os temas propostos em cada edição.
Conselho científico: Dra. Ana Gabriela Hounie, Dr. João Senger, Dra. Maristela Costa Cespedes.
Material de distribuição exclusiva à classe médica.
O anúncio veiculado nesta edição é de exclusiva responsabilidade do anunciante.
O conteúdo deste material é de responsabilidade exclusiva de seu(s) autor(es) e não reflete, necessariamente, o posicionamento da Novartis,
que apenas patrocina sua divulgação exclusivamente à classe médica.
2012 © Novartis Biociências S.A.
Proibida a reprodução total ou parcial sem a autorização do titular.
2 – S I N A P S E S & S I NOPSES TM
Alzheimer
Demência com corpos de Lewy
No início de sua apresentação, Dr. João Carlos Barbosa Machado, coordenador do Serviço de Medicina Geriátrica do Hospital Mater Dei, coordenador da Pós-graduação de Geriatria da
Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCMMG) e diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa do Envelhecimento de
Belo Horizonte, falou sobre a importância do diagnóstico precoce das demências de corpo de Lewy, que está cada vez mais
presente, considerando que os sintomas cognitivos são mais
estressantes que os sintomas motores – que podem ser a maior
causa de incapacidade dos pacientes que os possuem.
“A apresentação e o curso clínico, em geral, são diferentes
das encontradas na Doença de Alzheimer (DA) e em outras demências, e o risco de morte é maior que o encontrado na DA. E
o fato é que o diagnóstico precoce não ocorre na prática clínica,
a demência com corpos de Lewy é subdiagnosticada, e, à medida que a doença evolui, há uma sobreposição de características
clínicas, neuropatológicas e neuropsicológicas com outras demências, o que dificulta o diagnóstico preciso. Talvez, por isso,
tenhamos mais facilidade em identificar a demência a partir dos
critérios diagnósticos bem estabelecidos (nos últimos sete anos)
e, mais recentemente, os biomarcadores que podem representar
um grande avanço”, argumentou Dr. Machado.
Os exames biomarcadores mais importantes na doença de
corpo de Lewy são: SPECT dopaminérgico, [18f] flurodopo PET,
FDG-PET, LCR, SPECT, RNM. “O MIBG – cintilografia miocárdica
com metaiodo-benzil-guanidina – é o método mais instigante
na detecção da doença de corpo de Lewy, por ser uma técnica
não invasiva de avaliação de inervação simpática no miocárdio.
É um método promissor, mas ainda aguardamos os estudos multicêntricos”, acrescentou o especialista.
Demência frontotemporal
Dra. Valéria Santoro Bahia, neurologista pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento e auxiliar de
ensino da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), definiu os principais sintomas da demência frontotemporal,
os quais são comportamentais, como desinibição precoce, apatia ou inércia precoce, perda de compaixão e empatia precoce,
comportamento compulsivo e ritualístico precoce, hiperoralidade ou alterações alimentares. O perfil neuropsicológico é dado
por disfunção executiva com relativa preservação da memória
e da função visuoespacial. “É preciso avaliar bem os sintomas
e ter cuidado com os critérios diagnósticos. Essas mudanças de
comportamento precisam ter acontecido há uns três anos e se
constantes. Para ter um diagnóstico provável, é preciso preencher os critérios de possível, isto é, ter um desenho funcional
significativo e um resultado de neuroimagem compatível com
demência frontotemporal. Com esse quadro definido, é neces-
sário preencher os critérios de provável e ter uma histopatologia
ou uma cotação? Confirmada.”
A demência frontotemporal não é uma demência muito prevalente podendo ser a primeira ou a segunda causa de demência pré-senil depois de Alzheimer. No entanto, no período senil,
é pouco prevalente, sendo diagnosticada em 5% a 15% dos
casos de demência.
Os biomarcadores não existem, a sintomatologia baseia-se na
exclusão do diagnóstico de Alzheimer. A mutação da progranulina (Cr17p21) pode ser vista como marcador, pois a maior parte
dessas mutações leva à perda de função da proteína-haploinsuficiência.
Demência vascular
Dr. Cássio Machado de Campos Bottino, professor livre-docente pelo Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da
USP e coordenador do Programa Terceira Idade (PROTER) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, deixou claro
que o diagnóstico da demência vascular não é fácil, porque várias
condições podem levar ao comprometimento cognitivo. “Hoje, o
critério diagnóstico de uso clínico é independente da patogênese
da lesão vascular. O conceito que vem sendo usado é o de comprometimento cognitivo vascular, mais abrangente, que vai desde
as demências até os comprometimentos cognitivos leves.”
O especialista falou sobre o estudo LADIS (Cerebrovascular
Desease-2011), trabalho europeu, multicêntrico, com seguimento de três anos, o qual avaliou 639 pacientes (idade média de 74
anos?) e mostrou alterações da substância branca nos exames
de imagem. “À medida que as lesões progrediam, os pacientes
pioravam.”
Além disso, Dr. Bottino enfatizou que o infarto silencioso é
frequente. “Um estudo feito em São Paulo mostrou que indivíduos com doenças crônicas controladas também tinham alta
prevalência de infarto silencioso.”
Para concluir a apresentação, o médico disse que a neuroimagem tem um papel importante na detecção do comprometimento cognitivo vascular e que os fatores de risco para essa
doença são os mesmos que os do Acidente Vascular Cerebral
(AVC) e do mal de Alzheimer.
Intervenções terapêuticas em situações de
risco para demência (NC1 – Exelon)
A mesa redonda, realizada no dia 5, foi dividida nas seguintes
apresentações: “Depressão e psicose de início tardio”, “CCL” e
“Comprometimento cognitivo vascular”.
Depressão e psicose de início tardio
Segundo o Dr. Fábio Lopes Rocha, coordenador da Clínica Psiquiátrica do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado
NC2 – 3
Alzheimer
de Minas Gerais (IPSEMG) e coordenador da Pós-graduação do
Nos últimos anos, o grupo de pesquisa do Dr. Forlenza tem
IPSEMG, a relação entre depressão e cognição depende do ti-
trabalhado com a hipótese do lítio. Seria essa uma droga capaz
ming da depressão. “É claro que a depressão de início precoce
de modificar a patogenia da DA? “Essa nossa linha de pesquisa
é fator de risco para demência. A depressão em uma pessoa
(CNPq) é um trabalho realizado no Brasil, o qual foi premiado
jovem aumenta em mais de duas vezes o risco de desenvolver
como melhor estudo de 2011. É um estudo duplo-cego, con-
demência. A depressão pode ser um risco, um pródromo ou
trolado por placebo, realizado com indivíduos com mais de 60
uma complicação para a demência.”
anos e CCL, em um seguimento de dois anos, o qual mostrou
Sendo assim, o médico questionou se o tratamento com antidepressivos mudaria o curso da situação e preveniria a demên-
boa tolerabilidade e taxa menor de conversão para demência,
ou seja, alterações nas perdas cognitivas dos pacientes.”
cia. “Esse é um processo complexo que ainda não está certo,
Para finalizar, o especialista citou a abordagem não farmaco-
apesar de um terço dos idosos com depressão atingir remissão
lógica do CCL. “Os estudos realizados com idosos saudáveis e
em seis meses – segundo os estudos controlados. Mas eu uso
com CCL mostraram que o treino de memória realmente fun-
antidepressivos na depressão da doença”, afirmou.
ciona, e o benefício mantém-se com o passar do tempo. Além
A psicose no idoso tem etiologia variada: esquizofrenia, dro-
disso, estudos com a estimulação magnética transcraniana (90
gas, Parkinson, álcool, humor, delírios, demência. É uma relação
minutos por dia durante um mês) também mostram melhora
bastante complexa. Nesse sentido, Dr. Rocha levantou a seguin-
significativa na condição do paciente. O fato é que temos que
te pergunta: “Qual a relação do tratamento da psicose para pre-
iniciar o tratamento assim que houver a certeza diagnóstica. É
venir demência? Isso ainda foi pouco estudado”.
nossa obrigação lançar mão de todos os recursos disponíveis
Para finalizar, o especialista orientou os médicos a estarem
atentos aos efeitos colaterais das medicações usadas bem como
ao uso de antipsicóticos em pacientes com demência pelo risco
para tratar os pacientes com CCL.”
Comprometimento cognitivo vascular
de mortalidade. “Houve um declínio no uso dessa medicação,
De acordo com a Dra. Sônia Maria Dizzi Brucki, assistente
mas acredito que existem pacientes que, por questão de segu-
do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da
rança, não deveriam fazer uso dessas drogas.”
Faculdade de Medicina da USP e responsável pelo Ambulató-
Comportamento cognitivo leve
rio de Neurologia da Cognição do Hospital Santa Marcelina,
atualmente há a ideia de concomitância das patologias, tanto
Dr. Orestes Vicente Forlenza, professor livre-docente do De-
da DA quanto da demência vascular. “Até agora, não sabemos
partamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP,
o quanto de lesão o indivíduo deve ter para chegar à demên-
começou sua palestra falando sobre as estratégicas terapêuticas
cia. Os estudos são muito diversos sobre esse tema. Os dados
para o tratamento do Comportamento Cognitivo Leve (CCL). Pri-
de prevalência que tínhamos antes agora ficam nessa gama de
meiramente, o especialista questionou se a terapia de reposição
sobreposições, e o que torna o conhecimento mais profundo
colinérgica teria benefícios no tratamento do CCL (em relação à
também acaba misturando as coisas.”
sintomatologia). Em sua resposta, disse que não existem evidên-
Os fatores de risco de Comprometimento Cognitivo Vascu-
cias de benefícios inequívocos e que o médico deve considerar
lar (CCV) são: Acidente Vascular Encefálico (AVE) sintomático
caso a caso quando usar essa terapia. “A terapia colinérgica pode
prévio, AVE assintomático visto à neuroimagem, recorrência,
alterar o tempo de progressão para Alzheimer? Uma metanálise
várias lesões, afasia, idade entre outros fatores. Na fisiopato-
combinada que fizemos mostrou que existem benefícios. Há be-
logia, a localização da lesão é mais importante que o volume.
nefício em prescrever essa medicação? Na minha opinião, sim.”
“Na verdade, existem muitos achados sobre demência; ainda
Posteriormente, Dr. Forlenza abordou a terapia modificadora
da doença. “Isso, para mim, ainda é ficção. Temos duas premis-
teremos muitas alterações na história natural, mudanças de
conceito e alteração patológica até o tratamento.”
sas para que isso exista: diagnóstico precoce e drogas capazes
O tratamento da demência vascular inclui: atividade física, die-
de mudar o curso da doença (se elas existirem). Poderíamos falar
tas e suplementos, consumo de álcool (duas doses de vinho ou
também sobre outras drogas promissoras que caíram por terra,
outra bebida), uso de anti-hipertensivos, controle da glicemia
mas eu acredito que a imunoterapia com anticorpos monoclo-
(mas Hb < 6 não deve ser usada) e tratamento de comorbidades;
nais pode representar grande avanço nessa área de modificação
apneia do sono deve ser tratada. Os medicamentos usados são
da patogenia, a partir de um diagnóstico pré-demencial.”
os inibidores glutamatérgicos e os da colinesterase.
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Parkinson
Atualização terapêutica na
doença de Parkinson
Na manhã do dia 3 de maio, o tema Atualização terapêutica na doença de Parkinson foi divido em
quatro subtemas: “Tratamento da fase inicial da doença de Parkinson”; “Tratamento das complicações
motoras da doença de Parkinson”; “Tratamento das manifestações neuropsiquiátricas da doença de Parkinson” e “Indicações cirúrgicas na doença de Parkinson”.
Tratamento da fase inicial
da doença de Parkinson
vodopa”, indicou Dr. Ferraz. Quando o paciente tem menos
sintomas, usa-se o agonista dopaminérgico. Já em uma fase
Na primeira palestra, Dr. Henrique Ballalai Ferraz, professor
intermediária da doença, as duas medicações acabarão sen-
livre-docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
do combinadas. As medidas não farmacológicas, como fi-
abordou as estratégias de tratamento da fase inicial da Doen-
sioterapia e fonoterapia, também podem ser combinadas já
ça de Parkinson (DP). Do ponto de vista médico, a discussão
na fase inicial do tratamento. Atualmente, a escolha sobre
era: qual a melhor droga para iniciar o tratamento da DP:
como iniciar o tratamento já é um “consenso”, afirmou Dr.
levodopa ou agonista dopaminérgico?
Ferraz.
Há algum tempo isso era uma polêmica, porque havia o
conceito de que a levodopa deveria ser usada apenas em casos avançados de Parkinson, mas essa ideia não é mais válida,
e hoje está claro que a decisão deve ser tomada com base na
incapacidade do paciente.
Tratamento das complicações
motoras da DP
Em sua aula, Dr. Luiz Augusto Franco de Andrade, professor livre-docente de Neurologia e pesquisador do Instituto do
“Nos casos em que o paciente está mais incapacitado,
Cérebro do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), definiu
apresentando mais sintomas, mais se opta pelo uso de le-
as complicações motoras que ocorrem na DP ao longo de
NC2 – 5
todo curso da doença e falou sobre as possíveis estratégias de
pelos sintomas não motores de Parkinson, como a depressão e
tratamento.
a ansiedade. Por isso, é que o médico precisa ter conhecimento
Segundo ele, nos primeiros anos da doença, os portadores que
sobre esses sintomas e prestar muita atenção aos relatos dos pa-
tomam os remédios apropriados (basicamente a levodopa, que
cientes”, alertou o especialista. De acordo com o doutor, apesar
é a medicação mais antiga) ficam bem e podem viver bem por
dos estudos existentes, é comum que os médicos deixem passar
muito tempo. Mas, com o passar dos anos, essas pessoas passam
alguns problemas.
a apresentar sintomas motores.
De maneira geral, esses sintomas são considerados não dopa-
Alguns sintomas motores são próprios da evolução da doen-
minérgicos. “Isso pressupõe que, se utilizarmos drogas dopami-
ça: problemas de fala, problemas posturais, desequilíbrio, que-
nérgicas, não haverá problema. O que não é verdade. A medi-
das frequentes, dificuldades com a marcha, bloqueio da marcha
cação dopaminérgica, por um lado, pode melhorar e, por outro,
(freezing) e problemas de deglutição. Outros são causados pela
pode piorar o quadro. É importante que o clínico mantenha o
medicação utilizada: discinesias (movimentos involuntários), flu-
tratamento dopaminérgico (clássico da DP) o mais ajustado pos-
tuações motoras, períodos off (rigidez) etc.
sível às necessidades do paciente. Às vezes, apenas a adequação
O especialista discutiu as estratégias disponíveis para os vários tipos de sintomas motores até chegar à indicação cirúrgica.
e o manejo do esquema terapêutico são suficientes para resolver
um sintoma como a depressão.”
“Temos um conjunto de tratamentos (levodopa e agonista do-
Além disso, Dr. Tumas lembrou que as manifestações neurop-
paminérgico como principais escolhas) que acabaram melhoran-
siquiátricas interagem. É importante identificar a associação de
do muito o prognóstico terapêutico. A qualidade de vida dos
problemas, porque, em vez de manejar a situação com três ou
pacientes melhorou bastante. Existem outras doenças próximas
quatro medicamentos diferentes, o tratamento de um único as-
ao Parkinson – parkinsonismos atípicos – cuja resposta ao trata-
pecto pode melhorar todo o resto.
mento é menor. A forma clássica de Parkinson é a que melhor
responde ao tratamento.”
Olhando as manifestações psiquiátricas isoladamente, Dr. Tumas afirmou que a depressão é o conceito mais amplo, o qual,
Na verdade, o Parkinson é uma doença complexa. As consultas
em geral, envolve a apatia e a anedonia. “A depressão é muito
são demoradas, e os pacientes têm muitas queixas. “Consultas de
frequente na DP. O problema é que os estudos falam sobre a
20 minutos não funcionam. Os pacientes precisam ser ouvidos.
depressão maior. No entanto não sabemos quase nada sobre as
Os médicos antigamente não tinham o que fazer em relação a
situações de alteração de humor mais leves. Do ponto de vista
esses sintomas, mas, hoje, temos mais recursos. Então, nós, mé-
de tratamento da depressão na DP, segundo as recomendações
dicos, precisamos usar nossa empatia com esses pacientes”, fina-
da Academia Brasileira de Neurologia de 2010, duas drogas
lizou Dr. Andrade.
com estudos consistentes são a nortriptilina e a desipramina.
Tratamento das manifestações
neuropsiquiátricas da DP
No início de sua apresentação, Dr. Vitor Tumas, professor
De 2010 para cá, o pramipexol foi incluído nas recomendações.
A revista Neurology, de 2012, trouxe um estudo que mostrava
que tanto a paroxetina quanto a venlafaxina eram eficazes para
a depressão.”
de Neurologia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da
Existem situações que não relacionamos completamente ao
Universidade de São Paulo (USP), ressaltou a importância que o
estado depressivo – isso gera angústia na família, mas pode ser
tema Manifestações não motoras de Parkinson vem ganhando
mesmo só apatia. Segundo a experiência clínica, a resposta ao
nos últimos tempos, o que pode ser notado pela dedicação dos
tratamento, quando é um caso isolado, é muito pequena. O in-
especialistas aos estudos clínicos a fim de melhorar a interpreta-
dicado é acertar as drogas dopaminérgicas e, eventualmente,
ção dos sintomas da doença.
usar antidepressivos.
Os sintomas neuropsiquiátricos mais frequentes da DP são: de-
Na anedonia, é mais complicado, pois não temos uma te-
pressão, apatia, anedonia, ansiedade, déficit de atenção, psicose,
rapêutica adequada. A ansiedade tem prevalência elevada. O
demência e comportamento obsessivo. A presença desses sinto-
que se faz na prática clínica é usar benzodiazepínicos, mas a
mas está diretamente relacionada à gravidade da doença. “Do
recomendação é para que se evite usá-los. Está indicado o uso
ponto de vista prático, quando a doença se agrava, o número
de antidepressivos tricíclicos, Inibidores Seletivos da Recapta-
de problemas neuropsiquiátricos se acumula. Um estudo recente
ção da Serotonina (ISRSs), INSRS e, eventualmente, clozapina
mostrou que a qualidade de vida do paciente é mais afetada
e quetiapina.
6 – S I N A P S E S & S I NOPSES TM
Parkinson
A psicose chega a afetar 80% dos pacientes com Parkinson
sive nos aspectos de neuroimagem – acoplando tomografia à
ao longo da vida; somente a clozapina tem efeito comprovado
ressonância no cálculo adequado do melhor posicionamento
nessa população.
do implante. “Os estudos mostram que há vantagem no tra-
A demência deve ser bem diagnosticada antes de ser tratada.
tamento cirúrgico quando ele é comparado ao tratamento clí-
A partir do diagnóstico, devemos utilizar a rivastigmina, droga
nico, em condições bem selecionadas. O sucesso terapêutico
que mostra evidências de eficácia nesses casos. Essa medicação
depende da condução bem selecionada do caso. Não pode-
melhora os sintomas de perda cognitiva do paciente.
mos nos esquecer dos efeitos adversos do implante.”
Já no caso do transtorno do controle do impulso, o tratamen-
Em 2010, a Academia desenvolveu recomendações para
to indicado é a redução da medicação dopaminérgica, a oferta
indicação da cirurgia, a saber: diagnóstico de Parkinson,
de antipsicóticos e, mais, recentemente, da amantadina.
paciente responsivo à levodopa, controle insatisfatório dos
Indicações cirúrgicas da DP
sintomas motores, intolerância à medicação, pelo menos
cinco anos de doença e refratariedade. Ressaltando que a
Dr. Carlos Rieder, professor adjunto de Neurologia da Univer-
expectativa da cirurgia não é melhorar o paciente no perío-
sidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCS-PA)
do on, e, sim, evitar os períodos off. “Lembrando que, após
e coordenador do Grupo Distúrbios do Movimento do Hospital
a cirurgia, cerca de 40% dos pacientes não melhoram seus
de Clínicas de Porto Alegre, começou sua palestra mostrando
escores de qualidade de vida. O dado não é animador, mas
modelos clínicos de candidatos ideais à intervenção cirúrgica.
temos de ser realistas. Talvez os sintomas não motores sejam
Segundo ele, houve uma grande evolução na logística do tratamento cirúrgico da DP (estimulação cerebral profunda), inclu-
responsáveis pela pouca melhora da qualidade de vida no
pós-operatório”, conclui.
NC2 – 7
Depressão
mascarada:
desperdício
de tempo e
de recursos
Ainda no dia 3 de maio, o tema Depressão mascarada foi dividido em subtemas: “Quando a depressão se confunde com problemas clínicos”; “Depressão causando problemas clínicos”; “Influência da
depressão na doença cardiovascular”.
Quando a depressão se confunde
com problemas clínicos
Na primeira apresentação, Dr. Dirceu Zorzetto, professor adjunto do Departamento de Medicina Forense e Psiquiatria da
Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador da Residência Médica em Psiquiatria do Hospital de Clínicas da UFPR,
ressalta que o diagnóstico de depressão é baseado em observação clínica, feito na maior parte das vezes pelo médico não
especialista, o qual geralmente é procurado pelos pacientes por
causa de queixas de comorbidades, como distúrbios do sono ou
problemas com o desempenho escolar. Sendo assim, escolheu
abordar o assunto pelo ângulo da Atenção Básica à Saúde, ou
do ponto de vista do médico generalista.
“A depressão mascarada é um subtipo de depressão na qual
as manifestações físicas escondem a sintomatologia psicopatológica. O termo denota características fenomenológicas e não
nosológicas. Os sintomas são imprecisos, falta resposta aos tratamentos que costumam ser eficazes, e há presença de fator
estressante”, definiu o psiquiatra.
Dr. Zorzetto apresentou um artigo de Kimayer (1993), que
trabalhava em um ambiente de saúde pública, e notou que os
8 – S I N A P S E S & S I NOPSES TM
pacientes com depressão mascarada apresentavam, em 76%
dos casos, queixas somáticas. Então, o pesquisador procurou
verificar qual a chance que esse paciente tinha de receber diagnóstico de depressão – encontrou um índice de cerca de 20%.
Dos 17% dos pacientes que apresentavam queixas psicossociais,
80% tiveram diagnóstico de depressão, ou seja, a apresentação
somática, que é a mais comum em um setting de atenção primária, traz como consequência o baixo índice de diagnóstico da depressão. “Quando vemos um estudo como esse, de cerca de 20
anos, esperamos que as coisas estejam melhores hoje. Lamento
informar que não. Menos de 50% dos casos de depressão são
diagnosticados na rede pública de saúde”, enfatizou.
A consequência disso já é conhecida: maiores taxas de não
remissão da doença, duração maior do episódio depressivo, aumento da intensidade de dor, comprometimento funcional, taxa
maior de desemprego, polifarmácia e maior uso dos serviços
médicos. “Além disso, o paciente onera os serviços públicos de
saúde, apresenta maior risco de recaída e cronificação da doença.
Devemos aprimorar o índice de detecção de quadros depressivos
na atenção primária de saúde”, concluiu Dr. Zorzetto.
Depressão causando problemas clínicos
Dr. Teng Chei Tung, coordenador do Serviço de Interconsultas
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, abriu sua apresentação falando que a
depressão pode se relacionar com as doenças clínicas de várias
formas. “As complicações de doenças e a própria medicação
podem levar o paciente à depressão. Em geral, as doenças crônicas podem ter relação direta ou indireta com a depressão.
Mas como a depressão pode contribuir para a fisiopatologia de
outras doenças? Ela pode ser a etiologia de alguma doença (situação rara), pode ser um fator contribuinte – aumentando o
risco de morbidade –, pode ser um fator desencadeante, um
fator prodrômico (sugestão mais forte para Alzheimer) ou dividir
fatores fisiopatológicos.”
O médico argumenta que, à primeira vista, não é possível
saber qual o papel da depressão na associação com doenças
clínicas. “Infelizmente, não temos estudos claros para intervir
precocemente e prevenir a depressão ou a doença clínica associada. Temos estudos recentes, prospectivos, os quais mostram
a associação de depressão e doença cardiovascular – European
Prospective Investigation into Cancer, de 2000, mostrou que, se
existia depressão, o risco de infarto do miocárdio era mais de
duas vezes maior.”
Para concluir, Dr. Tung lembrou que os médicos precisam entender melhor o que é a depressão, estudar grupos menores de
pacientes, individualizar as pesquisas e considerar a depressão
como fator associado.
Depressão
Influência da depressão
na doença cardiovascular
Dra. Luciana Uint, médica assistente do Instituto Dante Pazzanese
de Cardiologia, mostrou os dados
existentes do ponto de vista cardiovascular. “Vários autores mostram
quais os riscos de eventos cardiovasculares primários quando o paciente
está deprimido. Notamos que todos
praticamente mostram esse risco aumentado em duas vezes. A depressão promove uma morbimortalidade
significativa nos pacientes. No caso
dos pacientes submetidos à revascularização que ficam deprimidos,
a chance de voltar para o hospital
com alguma complicação é grande.
Então, a depressão é um fator importante de agravamento e complicação da doença cardiovascular.”
E por que os pacientes morrem?
Porque há aumento do cortisol, alteração da resposta à betametasona,
hipertensão, aumento do nível de
norepinefrina, aumento da frequência cardíaca, alteração do intervalo
RR da frequência cardíaca, prolongamento e dispersão do QT, aumento
de arritmias entre outros fatores.
“Hoje, a American Heart Association sugere a aplicação de questionário para detectar a depressão
em pacientes que já tiveram infarto.
Estamos caminhando na direção certa”, finalizou a Dra. Luciana.
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www.editoraphoenix.com.br – E-mail: [email protected]. Todos os direitos reservados. Este material não pode ser publicado, transmitido, divulgado,
reescrito ou redistribuído sem prévia autorização da editora. Material destinado exclusivamente à classe médica. phx hm 20/06/12
NC2 – 9
Menor preço com qualidade Novartis
70
+ acessível
54
+ acessível
%
que o medicamento referência*
que o medicamento genérico*
A Novartis reserva-se o direito de alterar, suspender ou encerrar o Programa Vale Mais Saúde™ a qualquer momento, mediante comunicado aos participantes através do site www.novartis.com.br/vms.
*Preço máximo ao consumidor, 18% ICMS. Fonte: tabela da revista Kairos, maio/2011.
Contraindicações: alergia ao fumarato de quetiapina ou a qualquer um dos componentes do medicamento. Interações medicamentosas: o Neotiapim deve ser utilizado com cuidado nas seguintes situações: pacientes que façam uso de bebidas alcoólicas ou de
medicações que atuam no cérebro e no comportamento; pacientes que estejam tomando tioridazina, carbamazepina, fenitoína, cetoconazol, rifampicina, barbitúricos, antifúngicos azóis, antibióticos macrolídeos e inibidores da protease (medicamentos usados para o
tratamento de pacientes portadores do HIV).
Fumarato de quetiapina. Medicamento similar Lei n° 9.787, de 1999. Reg. M.S.: 1.0047.0492. Indicações: Esquizofrenia; monoterapia ou adjuvante em episódios de mania
associados ao transtorno afetivo bipolar; episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar. Contraindicações: alergia ao fumarato de quetiapina ou a qualquer
um dos componentes do medicamento. Precauções e Advertências: pode interferir em atividades que requeiram maior alerta mental. Pode induzir a queda de pressão arterial
em pé, especialmente durante o período inicial do tratamento. Utilizar com cuidado havendo sinais e sintomas de infecção, diabetes, risco de desenvolver diabetes, alterações
nos níveis de triglicérides e colesterol no sangue, doença cardíaca conhecida, doença cerebrovascular ou outras condições que predisponham à queda de pressão arterial,
história de convulsões, sinais e sintomas de alterações de movimento conhecidas por discinesia tardia (reduzir a dose ou descontinuar), síndrome neuroléptica maligna (sintomas como aumento da temperatura corporal – hipertermia -, confusão mental, rigidez muscular, instabilidade na frequência respiratória, na função cardíaca e outros sistemas
involuntários - instabilidade autonômica - e alteração na função renal). É aconselhada descontinuação gradual: pelo menos uma a duas semanas, há descrição de sintomas
de descontinuação aguda como insônia, náusea e vômito na interrupção abrupta do tratamento. Não está aprovado para tratamento de idosos com demência relacionada
à psicose. Depressão e certos transtornos psiquiátricos são associados a aumento de risco de ideação e comportamento suicidas. Monitorar em qualquer idade ao iniciar
tratamento com antidepressivos quanto a piora clínica, suicidalidade ou alterações não usuais no comportamento. Alertar familiares e cuidadores para observarem o paciente
e comunicarem mudanças.Este medicamento não deve ser utilizado por mulheres grávidas sem orientação médica ou do cirurgião-dentista. A segurança e a eficácia não
foram avaliadas em crianças e adolescentes. Informe ao médico o aparecimento de reações indesejáveis. Informe ao seu médico ou cirurgião-dentista se você está fazendo
uso de algum outro medicamento. Não use medicamento sem o conhecimento do seu médico. Pode ser perigoso para a sua saúde. Posologia: Esquizofrenia: 50 mg (dia 1),
100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e 300 mg (dia 4). A partir do 4º dia, ajustar até atingir a faixa considerada eficaz de 300 a 450 mg/dia. Dependendo da resposta clínica e da
tolerabilidade, pode ajustar entre 150 e 750 mg/dia. Episódios de mania associados ao transtorno afetivo bipolar: 100 mg (dia 1), 200 mg (dia 2), 300 mg (dia 3) e 400 mg
(dia 4). Outros ajustes de dose até 800 mg/dia no 6° dia, não maiores que 200 mg/dia. Pode ajustar, dependendo da resposta clínica e da tolerabilidade, entre 200 e 800
mg/dia. A dose usual efetiva está entre 400 a 800 mg/dia. Episódios de depressão associados ao transtorno afetivo bipolar: 50 mg (dia 1), 100 mg (dia 2), 200 mg (dia 3) e
300 mg (dia 4). Pode titular até 400 mg (dia 5) e até 600 mg (dia 8). Eficácia antidepressiva demonstrada com 300 mg e 600 mg, não foram vistos benefícios adicionais no
grupo 600 mg em tratamento de curto prazo. Utilizar continuamente até que o médico defina pela interrupção. Usar com cautela havendo problemas no fígado e em idosos,
especialmente durante o período inicial. VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA COM RETENÇÃO DE RECEITA. ESTE TEXTO É UM RESUMO, PARA INFORMAÇÕES DETALHADAS
CONSULTE A BULA DO PRODUTO. Durante o tratamento, o paciente não deve dirigir veículos ou operar máquinas, pois sua habilidade e atenção podem estar prejudicadas.
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