Leticia de Souza Santos

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Pró-Reitoria de Graduação
Curso de Nutrição
Trabalho de Conclusão de Curso
LEVANTAMENTO DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE OCORRÊNCIAS/ SURTOS DE DOENÇAS
TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO DISTRITO FEDERAL (2008 a 2012)
Autora: Leticia de Souza Santos
Orientadora: MsC. Iama Marta de Araújo Soares
Brasília - DF
2012
1
LETICIA DE SOUZA SANTOS
LEVANTAMENTO DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE OCORRÊNCIAS/
SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO DISTRITO
FEDERAL (2008 a 2012)
Artigo apresentado ao curso de graduação
em nutrição da Universidade Católica de
Brasília, como requisito parcial para
obtenção do titulo de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: MsC: Iama Marta de Araujo
Soares
Brasília-DF
2012
2
INTRODUÇÃO
A nutrição é um dos pilares da saúde e do desenvolvimento humano, sendo
indispensável à sua manutenção e equilíbrio1. É através do consumo de alimentos
que o homem consegue energia para a vida2. Portanto, para o cumprimento da
finalidade de bem nutrir se faz necessário que os alimentos possuam, também, a
característica de inocuidade, do contrário causarão enfermidades, conhecidas como
doenças transmitidas por alimentos (DTA). Este grupo de doenças se manifesta pela
ingestão de água ou alimentos contaminados por agentes biológicos, químicos ou
físicos, os quais penetram no organismo humano. Sendo assim, a qualidade dos
alimentos vai depender de cuidados extremos na hora da aquisição, manipulação,
acondicionamento, conservação, exposição, venda e consumo4,5.
Há diversos meios pelos quais um alimento pode se tornar contaminado,
desde a sua produção até a sua distribuição nas indústrias de alimentos ou comércio
alimentício, e até mesmo nas residências4. No entanto, nas últimas décadas,
especialmente nas áreas metropolitanas, as refeições realizadas fora dos domicílios
tornaram-se cada vez mais frequentes e ganharam normas especificas para a
prevenção de DTA, destacando-se, no Brasil, a RDC 216 de 2004 (Ministério da
Saúde). Fatores como a industrialização, a crescente urbanização, a globalização
dos serviços de alimentação, a mudança nos hábitos alimentares, o aumento dos
rendimentos familiares e a facilidade em encontrar um alimento pronto para o
consumo, de forma rápida e muitas vezes barata, podem explicar a prática crescente
da alimentação fora de casa3.
São vários os mecanismos patogênicos envolvidos com a determinação das
DTA, que podem se manifestar por meio de infecções, intoxicações ou infecções
mediadas por toxinas. É fácil reconhecer uma doença de origem alimentar pelos
efeitos agudos frequentemente causados no trato gastrointestinal, que variam desde
leve desconforto até quadros extremamente sérios, podendo levar, muitas vezes, ao
óbito. Além dos sintomas digestivos, podem ocorrer ainda outras doenças em
diferentes órgãos e sistemas. O que irá determinar, portanto, o quadro clínico de
uma DTA, é o agente etiológico envolvido, estando mais suscetíveis a adquiri-las, as
crianças, os idosos e os imunodeprimidos6.
Na atualidade, embora existam esforços dos países em melhorar a segurança
de abastecimento de alimentos, a existência de DTA continua sendo um problema
de saúde, tanto em países desenvolvidos como em países em desenvolvimento. De
acordo com a OMS, mais de 200 doenças conhecidas são transmitidas por
alimentos e estima-se que a cada ano 1,8 milhão de pessoas morrem em
decorrência de doenças diarreicas, o que está associado na maioria das vezes ao
alimento ou água contaminados7. Fatos como esses, começaram a atrair a atenção
da mídia e aumentar a preocupação do consumidor em relação aos surtos de
doenças transmitidas por alimentos8.
Um surto de DTA se caracteriza por um incidente onde duas ou mais pessoas
apresentem enfermidade semelhante após ingerir alimento ou água que sejam
apontados como a origem da enfermidade após análise epidemiológica. De acordo
com Hobbs & Roberts, 1999, na descrição de um surto de DTA, devem ser
considerados, ainda, a situação; o número de pessoas afetadas; o índice de ataque
por idade, sexo e raça; o número de pessoas que não foram atingidas, o agente e o
período de incubação; a natureza clínica da doença; o veículo alimentar e o modo de
transmissão para os alimentos e para as vítimas. Não obstante, um único caso de
3
botulismo ou envenenamento químico é suficiente para ocasionar um surto, devido à
gravidade desses agentes. Para que um surto seja reconhecido e notificado, vai
depender, entre outros fatores, da comunicação dos consumidores envolvidos, do
relato de médicos, das atividades de vigilância sanitária das secretarias de saúde9.
Dessa forma, a equipe de vigilância necessita investigar, em bases científicas, para
descobrir a causa e tomar medidas de controle do surto e prevenção de novos
casos4.
A maioria dos surtos de DTA é ocasionada por alimentos de origem animal;
sendo considerados alimentos potencialmente perigosos, aqueles que apresentem
histórico de envolvimento frequente em surtos de doenças de origem alimentar,
potencial natural para contaminação devido aos métodos utilizados para sua
produção e processamento, umidade alta, grande quantidade de proteína, pH neutro
ou ligeiramente ácido9. Os agentes etiológicos frequentemente envolvidos são
Salmonella spp, Staphylococcus sp, Bacillus cereus, Clostridium perfringens,
Salmonella Enteritidis, Shigella sp10.
A investigação epidemiológica de surto é de responsabilidade do órgão
municipal de saúde. Caso o Município não disponha de condições para promover a
investigação epidemiológica, este deverá comunicar o fato à Secretaria de Estado
da Saúde (SES). Nos casos de grande magnitude ou complexidade, compete à
Secretaria de Vigilância em Saúde o apoio às SES10. A epidemiologia caracteriza-se
como um ramo da ciência da saúde responsável pelo estudo das doenças que
acometem uma população, sua frequência de ocorrência, distribuição, causas e
controle11.
Apesar do consenso de que as DTA são um problema de saúde pública no
país, o perfil epidemiológico dessas doenças, no Brasil, ainda é pouco conhecido.
Além disso, a população não dispõe de informações e esclarecimentos necessários
à prevenção. Diante disso, este estudo tem como objetivo conhecer o perfil
epidemiológico dos surtos de toxinfecção alimentar e a evolução das DTA ocorridos
no Distrito Federal, de modo a fornecer subsídios sobre os agentes causadores mais
comuns, alimentos, faixa etária, principais sintomas e fatores predisponentes mais
frequentemente envolvidos.
METODOLOGIA
O presente trabalho trata-se de um estudo descritivo exploratório, cujo
objetivo foi o de analisar os casos de surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos
(DTA) ocorridos no Distrito Federal entre janeiro de 2008 e agosto de 2012, visando
traçar um perfil epidemiológico e conhecer os fatores envolvidos na ocorrência dos
surtos.
O estudo teve início com extensa pesquisa bibliográfica em artigos científicos
de periódicos indexados, nos bancos de dados: Pubmed, Science Direct, Scielo e
Lilacs, contendo as palavras chaves: doenças transmitidas por alimentos, surtos,
dados epidemiológicos. Além disso, sites do Ministério da Saúde (MS) e da
Organização Mundial de Saúde (OMS) também foram pesquisados.
A coleta dos dados dos informes anuais de DTA ocorreu no dia 20 de
setembro de 2012 no Núcleo de Agravos de Transmissão Hídrica e AlimentarNATHA/GEVEI/DIVEP/SVS/SES-DF. Tais informes são construídos a partir das
seguintes informações: n° de surtos, data da notificação, região administrativa,
doença, agente etiológico, critério de confirmação, alimento envolvido, local de
4
ocorrência, faixa etária, sexo dos doentes e quantidade (expostos, doentes,
hospitalizados, óbitos).
A partir disso, foi realizada uma análise descritiva comparativa dos dados
mais relevantes e os resultados obtidos foram apresentados na forma de frequência
percentual e análises gráficas, construídas utilizando o programa Microsoft Excell,
versão 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os dados coletados apresentaram 02 (duas) situações para o levantamento
de DTA: a) A primeira delas se refere aos casos notificados, ou seja, aqueles cujos
doentes procuraram assistência à saúde em função de algum sintoma característico
e b) Na segunda situação encontram-se os casos que, após a manifestação clínica
da doença, as autoridades sanitárias buscaram a investigação criteriosa do surto
através da identificação do agente etiológico, alimento contaminado e procedência,
dentre outros (Figura 1).
Surtos notificados e investigados no DF, 2008 a
ago/2012
45
40
35
30
25
Notificados
20
Investigados
15
10
5
0
2008
2009
2010
2011
2012
Figura 1. Surtos notificados x surtos investigados (Fonte: NATHA/GEVEI/DIVEP/SVS/SES/-DF).
Os resultados apresentados na Figura 1 indicam que em 2009 foram
registradas mais notificações, o que não necessariamente significa que naquele ano
houve uma maior incidência de casos. Ressalta-se que 2012 vêm demonstrando um
quadro importante quanto às DTA, uma vez que os dados coletados até então
(agosto/2012) apresentam uma quantidade de surtos superior a todo o ano de 2011.
Os valores em questão podem não ser a expressão da verdade, uma vez que,
geralmente, os indivíduos acabam por não procurar as Regionais de Saúde para o
registro das doenças.
Estudos realizados no Brasil e no mundo, demonstram que a maioria dos
casos de DTA não são notificados às autoridades sanitárias. Devido a muitos dos
patógenos alimentares causarem sintomatologia leve, muitas vítimas não recorrem
ao auxílio médico. Os surtos notificados, frequentemente, se restringem àqueles que
envolvem um maior número de pessoas e/ou quando a duração dos sintomas é mais
5
prolongada. Os dados encontrados reforçam que as DTA compõem um grave
problema de saúde pública global12.
O ano de 2010 foi marcante, em relação ao número de doentes e internações,
com mais de 700 casos, 214 internações e 01 óbito. No entanto, os anos de 2008 e
2012 apresentam maior importância científica para o estudo desse grupo de
doenças, já que houve o registro de 06 óbitos no total, sendo 02 mortes em 2008 e
04 em 2012 (Figura 2).
Doentes, internações e óbitos por DTA no DF,
2008 a ago/2012
800
700
600
500
Doentes
400
Internações
300
Óbitos
200
100
2
0
1
0
4
2008
2009
2010
2011
2012
0
Figura 2. Doentes, internações e óbitos registrados (Fonte: NATHA/GEVEI/DIVEP/SVS/SES/-DF).
Segundo a OMS, a cada ano, alimentos contaminados são responsáveis por
doenças em pelo menos 2 bilhões de pessoas em todo o mundo, e o número de
mortes global de doenças diarreicas, muitas das quais adquiridas após a ingesta de
alimentos contaminados, estão em cerca de dois milhões de mortes por ano (1.7 2,5 milhões de mortes), ocupando o terceiro lugar entre todas as causas de mortes
de doenças infecciosas em todo o mundo13,14. No Brasil, há registro médio de 665
surtos por ano, com 13 mil doentes, e uma média estimada de 6.320 óbitos/ano. Os
sintomas mais frequentes que envolvem os doentes são náuseas, vômitos, dores
abdominais e diarreia. Isso vai depender, porém, do tipo de patógeno relacionado. O
período de incubação varia de 1-2 dias a 7 dias. Como o tratamento depende da
sintomatologia, geralmente é baseado em medidas que evitem a desidratação e o
óbito15.
Os alimentos mais frequentemente envolvidos foram bolos/tortas, água e
alimentos proteicos; sendo os agentes etiológicos mais comuns a Salmonela spp,
Staphylococcus aureus e Escherichia coli(Figuras 3 e 4). Ressalta-se que houve 41
surtos com alimentos ignorados e 67 surtos com a etiologia ignorada. Ainda em
relação aos agentes etiológicos, em 10 surtos com amostras recolhidas os
resultados deram negativos.
6
Alimentos envolvidos em surtos de DTA no DF,
2008 a ago/2012
Bolo/Torta
Água
Almoço/Jantar
Arroz
Carne
Feijão
Queijo
Frango
Salada
Molhos
Linguiça
Ovo
0
5
10
15
Obs: Há outros 31 alimentos; 45 surtos com alimentos ignorados
Figura 3. Alimentos Envolvidos (Fonte: NATHA/GEVEI/DIVEP/SVS/SES/-DF)
Embora quase todo território urbano brasileiro seja coberto por abastecimento
de água encanada, ainda há muitas dificuldades presentes como: qualidade ruim da
água, devido à cobertura precária de estações de tratamento, e problemas de
fornecimento em favelas e em áreas na periferia das cidades 17. Estima-se que 94%
dos casos de diarréia são evitáveis, principalmente por intervenções que aumentem
a disponibilidade de água potável, e que melhorem o saneamento e a higiene 16.
Corroborando com este estudo, o ovo foi o ingrediente mais envolvido em
surtos, nos Estados Unidos da América (EUA), em 2009, de acordo com o Centers
for Disease Control and Prevention (CDC) recentemente. Trabalhos de Greig e
Ravel também apontaram que alimentos proteicos são os mais envolvidos em
DTA18.
Agentes etiológicos isolados em amostras de
surtos de DTA no DF, 2008 a ago/2012
Salmonella spp
Staphylococcus aureus
Escherichia coli
Bacillus cereus
S. coagulase positiva
Shigella flexneri
Outros
Negativo
0
5
10
15
Obs: a etiologia foi ignorada em 67 surtos
Figura 4. Agentes Etiológicos Isolados (Fonte: NATHA/GEVEI/DIVEP/SVS/SES/-DF)
7
A Salmonella spp é o agente etiológico responsável pela DTA chamada de
salmonelose. Tal doença é de grande relevância no Brasil e em todo o mundo,
devido à grande quantidade de pessoas afetadas, complicações da doença, alta
morbidade, dificuldade de controle, recursos econômicos envolvidos com tratamento
médico/hospitalar, entre outros. Dados revelam que desde a década de 70, o
aumento de surtos de salmonelose é bastante considerável e constante19.
Em relação à faixa etária mais acometida de DTA, do total de 2026 doentes
pesquisados, pode-se observar que adultos jovens estão dentre os indivíduos mais
vulneráveis no Distrito Federal (42,6%; n= 863), seguidos por pré-adolescentes e
adolescentes (22,4%; n= 454). Explica-se este dado pelo maior consumo de
alimentos fora dos domicílios (ex. escolas, hotéis, restaurantes, etc...). Em
contrapartida o grupo de crianças, com menos de 01 (um) ano, foi o que apresentou
menor incidência de casos (1,85%; n= 37). O aleitamento materno e os cuidados
diferenciados com utensílios e alimentação do bebê parecem ser a principal
justificativa dessa baixa incidência. Estudos comprovam que crianças amamentadas
sofrem muito menos infecções do que as que não recebem leite materno, pelo fato
de o leite da mãe conter anticorpos extras e células imunológicas que ajudam os
bebês a não contraírem doenças. Já aquelas que não recebem aleitamento materno
estão mais suscetíveis a adquirirem infecções de mamadeiras contaminadas20.
CONCLUSÃO
De acordo com o estudo apresentado, pode-se perceber que as DTA
continuam sendo um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo. A cada
ano, milhares de pessoas são vítimas de patógenos os quais se fazem presentes
nos alimentos e na água, e na maioria das vezes poderiam ser evitados. Porém, é
fácil notar a forma banal com que este grupo de doenças é tratado.
O sistema de vigilância epidemiológica possui ainda diversas dificuldades
relacionadas às DTA. Entre elas, pode-se citar a negligência nas notificações, onde
várias informações de relevância são ignoradas, surtos que muitas vezes não são
investigados, ausência de procura da população dos serviços de saúde, não coleta
de amostras etc.
A falta de comprometimento das autoridades sanitárias frente a esta
problemática foi, inclusive, uma das limitações desta pesquisa, já que os dados
podem não ser representativos da verdade frente ao pequeno numero de
investigações quando comparadas às notificações.
Dessa forma, faz-se necessária uma maior valorização das DTA com
capacitação relacionada à melhora nas investigações e nas boas práticas de
manipulação, melhor atuação dos laboratórios, aumentando a capacidade de coletas
e disponibilidade de exames, além de sensibilização da comunidade.
Diante do exposto, sugerem-se medidas de controle, que envolvam não
somente os setores de saúde e vigilância, mas, principalmente, a população. É
necessário estimular a notificação dos surtos de DTA, mantendo a educação
continuada dos profissionais de produção de alimentos, garantindo o acesso da
população às informações e conhecimentos necessários à prevenção e controle de
surtos, para que assim, a sociedade possa se alimentar de uma forma mais segura
tanto nas suas casas como fora delas.
Sugere-se para trabalhos futuros a ampliação desse estudo com a
comparação com demais estados da região Centro Oeste e mesmo de outras
8
regiões do país, para providências dos órgãos responsáveis na fiscalização de
estabelecimentos que produzem e/ou comercializam refeições. Além da geração de
informações que possam chegar às residências no sentido de ampliar as medidas
preventivas a este grupo de doenças.
9
LEVANTAMENTO DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS DE OCORRÊNCIAS/
SURTOS DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS NO DISTRITO
FEDERAL (2008 a 2012)
LETICIA DE SOUZA SANTOS
RESUMO
Os esforços das autoridades sanitárias em estabelecer normas para a melhoria da
segurança alimentar não descartam a existência de doenças transmitidas por
alimentos (DTA), que continuam sendo um problema de saúde pública, no Brasil e
no mundo. As DTA são causadas por agentes biológicos, químicos ou físicos, os
quais penetram no organismo humano pela ingestão de água ou alimentos
contaminados. Sendo assim, este estudo teve como objetivo conhecer o perfil
epidemiológico dos surtos de toxinfecção alimentar e a evolução das DTA ocorridos
no Distrito Federal, entre janeiro de 2008 e agosto de 2012. A coleta dos dados se
deu a partir dos informes anuais de DTA no Núcleo de Agravos de Transmissão
Hídrica e Alimentar e apresentaram os seguintes resultados: a) Os anos de 2009 e
2010 foram os que apresentaram maiores números de surtos notificados; b) tortas,
bolos, água e alimentos proteicos foram os alimentos contaminados mais comuns; c)
o agente etiológico de maior destaque foi a Salmonella spp d) a faixa etária mais
vulnerável foi entre 20 e 49 anos. Conclui-se que é necessário estimular a
notificação dos surtos de DTA, mantendo a educação continuada dos profissionais
de produção de alimentos, garantindo o acesso da população às informações e
conhecimentos necessários à prevenção e controle de surtos.
Palavras chave: Alimentos, doenças transmitidas por alimentos (DTA), surtos,
Distrito Federal.
10
SURVEY DATA EPIDEMIOLOGICAL OCCURENCES / DISEASE OUTBREAK
FOODBORNE IN FEDERAL DISTRICT (2008 to 2012)
LETICIA DE SOUZA SANTOS
ABSTRACT
The efforts of health authorities to establish standards for the improvement of food
security does not rule out the existence of foodborne disease (FBD), which remains a
public health problem in Brazil and worldwide. The FBD are caused by biological,
chemical or physical, which penetrate the human body by ingestion of contaminated
water or food. Therefore, this study aimed to understand the epidemiology of
foodborne outbreaks and the evolution of the Federal District FBD occurred between
January 2008 and August 2012. Data collection took place from the annual reports of
the FBD Center for Disease Transmission and Food and Water presented the
following results: a) The years 2009 and 2010 presented the highest number of
reported outbreaks b) pies, cakes, water and protein foods are the foods most
commonly contaminated c) the etiologic agent was the most prominent Salmonella
spp d) the most vulnerable age group was between 20 and 49 years. Concludes that
it is necessary to encourage the reporting of outbreaks FBD, maintaining the
continuing education of professionals in food production, ensuring people's access to
information and knowledge needed to prevent and control outbreaks.
Keywords: Food, foodborne disease (FBD), outbreaks, Distrito Federal.
11
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