II Simpósio Gestão Empresarial e Sustentabilidade

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II Simpósio
Gestão Empresarial e Sustentabilidade
16, 17 e 18 de outubro de 2012, Campo Grande MS
INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLOGICA DE SURTOS ALIMENTARES NOTIFICADOS NO
ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL, BRASIL, 2009 - 2011
Pâmela Leal de Figueiredo
Área Temática: Políticas Publicas
Introdução: A ocorrência de Doenças Transmitidas por Alimentos - DTA vem aumentando de modo
significativo em nível mundial. Vários são os fatores que contribuem para a emergência dessas doenças,
dentre os quais se destacam: o crescente aumento das populações, a existência de grupos populacionais
vulneráveis ou mais expostos, o processo de urbanização desordenado e a necessidade de produção de
alimentos em grande escala. Contribui ainda, o deficiente controle dos órgãos públicos e privados, no
tocante a qualidade dos alimentos ofertados as populações. Metodologia: trata-se de uma pesquisa
epidemiológica descritiva longitudinal retrospectiva quantitativa os dados foram coletados no Laboratório
Central de Saúde Pública Estadual - LACEN, que recebe amostra de alimentos coletados dos municípios
que ocorreu os surtos de DTA. No período de janeiro 2009 à dezembro 2011 foram notificados 252 surtos
de DTA. Resultados e Discussão: Entretanto, em apenas 69 (27,4%), houve a comprovação laboratorial,
tendo sido identificado o alimento envolvido e o agente etiológico em dose infectante. A ocorrência de
surtos deveria ter notificação compulsória e normatizada por portarias especificas, sendo dever de todo
cidadão comunicar a autoridade sanitária a ocorrência de surto de DTA. A notificação e obrigatória para
médicos e outros profissionais de saúde no exercício da profissão, bem como aos responsáveis por
organizações e estabelecimentos públicos e particulares de saúde. Verifica-se a participação de dezesseis
municípios 21% do total de setenta e sete municípios que compõe o Estado de Mato Grosso do Sul, os
que apresentaram constância de notificações: Campo Grande, vinte e nove surtos, seguido de Três Lagoas
com nove Amambaí com sete casos de suros alimentares. Este baixo percentual indica urgente
necessidade de capacitação e treinamento dos municípios no Sistema Nacional de Vigilância
Epidemiológica das Doenças Transmitidas por Alimentos, pois a partir da publicação da portaria GM /
MS Nº. 1461 de 22/12/99, ocorrência de surto passou a ser de notificação compulsória. A ação de
investigação epidemiológica de surto de DTA é de responsabilidade do órgão municipal de saúde. O
município que não dispuser de condições para promover a investigação epidemiológica de surto de DTA
devera comunicar o fato a Secretaria de Estado de Saúde que o apoiará para a consecução da ação de
investigação. Com predomínio do sexo masculino com idade entre vinte e quarenta e nove anos é devido
a grande maioria trabalhar em Usinas e a alimentação ser oferecidas por empresas fornecedoras de
alimentação terceirizada. O local de maior prevalência de surtos alimentares foi restaurantes e em seguida
ficou as residências. Atualmente, tem-se expandido o consumo de alimentação fora do lar motivando
principalmente por mudanças no estilo de vida, pela maior participação da mulher no mercado de trabalho
e pela concentração populacional no grandes centros, gerando um significativo aumento no número de
estabelecimentos de produção e comercialização de alimentos como restaurantes, lanchonetes, sel service
e refeitórios industriais. Paralelamente houve um aumento na ocorrência de doenças de origem alimentar,
frequentemente relacionado com a tendência de uso de estabelecimentos fornecedores de refeição prontas,
em substituição ás cozinhas domésticas, onde os alimentos eram preparados e consumidos em curto
espaço de tempo impossibilitando a ação de fatores que favorecem o desenvolvimento microbiano,
enquanto que nos grandes estabelecimentos, o preparo de alimentos com antecedência, em grandes
volumes e processamento térmico insuficiente favorecendo a ocorrência de toxifecções. No Brasil,
estima-se que, de cada cinco refeições, uma é feita fora de casa. Esse número indica um grande potencial
no aumento e desenvolvimento dos estabelecimentos que produzem alimentos para consumo imediato no
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país, alimentação representa os processos básicos da vida. Esta constitui o elo de ligação fundamental dos
seres animados com seu ambiente, biótico e, no caso humano, seu habitat social. hábitos como a má
higienização das mãos antes dos preparos dos alimentos, o cozimento inadequado, o armazenamento sob
temperaturas incorretas e a aquisição de produtos de origem desconhecida e duvidosa são algumas das
situações mais freqüentes que colocam o alimento e o consumidor em risco. A falta de informação sobre a
relação alimento-doença contribui fortemente para a ocorrência de casos de surtos de DTA. São mais de
500 doenças conhecidas e transmitidas através dos alimentos, sendo que os agentes causadores incluem
bactérias, vírus, parasitas, metais pesados e toxinas. Estima-se que essas doenças de origem alimentar
causem cerca de 6 milhões de casos e aproximadamente 9.000 mortes todos os anos. A água teve
destaque devido ao numero elevado de contaminação, pois a sua qualidade pode sofrer uma série de
mudanças, fazendo com que a qualidade da água na torneira do usuário se diferencie da qualidade da água
que deixa a estação de tratamento. Tais mudanças podem ser causadas por variações químicas e
biológicas ou por uma perda de integridade do sistema (pois ela pode ser contaminada pelas fontes
antropogênicas que são águas subterrâneas e geralmente associadas a despejos domésticos, industriais e
ao chorume oriundo de aterros de lixo que contaminam os lençóis freáticos com microrganismos
patogênicos. Já entre os alimentos com presença de microrganismos destacaram-se o queijo caipira, bolo
confeitado, carne de frango assada, quibe assado que podem dar origem a surtos de toxinfecção alimentar.
O que poderia evitar seria um controle higiênico sanitário rigoroso desses alimentos poderia ser uma
ferramenta importante para a obtenção de um produto saudável, por meio de rastreabilidade, em todas as
fases de produção, industrialização, transporte, distribuição e comercialização, possibilitando ao
consumidor obter uma perfeita correlação entre o produto final e a sua origem. Observa-se que os
microrganismos isolados mais frequentemente envolvidos nos surtos confirmados no Estado de Mato
Grosso do Sul no período de janeiro de 2009 a dezembro de 2011 são Bacillus cereus 1 (hum)1%,
Coliformes termotolerantes 39 (trinta e nove) 45%, Coliformes totais 13 (treze) 15%, a presença do grupo
coliforme total ou fecal nos alimentos é de grande importância como um indicador de contaminação
durante o processo de fabricação e é considerado uma indicador útil de contaminação pós–sanitização ou
pós-processo, evidenciando práticas de higiene e sanificação aquém dos padrões requeridos para o
processamento de alimentos. Escherichia coli 16 (dezesseis) 18%, Salmonella sp 4 (quatro) 4%,
Staphylococcus coagulase positiva 14 (quatorze) 16% somando 86 microorganismos encontrados nas
amostras positivas. Conclusão: De acordo com os resultados obtidos pode-se concluir que apenas um
pequeno número de casos de doenças transmitidas por alimentos - DTA é notificado aos órgãos de
inspeção sanitária e epidemiológica, tornando assim duvidosos os resultados apresentados. Isso se deve ao
fato de que muitos patógenos presentes em alimentos causam sintomas brandos, e vitimas não busca
auxílio médico. Portanto o número de casos notificados de surtos alimentares no Estado de Mato Grosso
do Sul, pode ser entendida como a ponta do iceberg, tendo em vista o número real de DTA que não são
submetidos a registros
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