CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO Entenda melhor o que é a esclerose múltipla E Você pode salvar este artigo no seu computador e enviar para amigos POR DR. EBER CASTRO CORRÊA sclerose Múltipla (EM) é uma doença neurológica crônica do sistema nervoso central, que se caracteriza por inflamação e destruição da mielina em indivíduos com predisposição genética. A mielina pode ser comparada a uma capa de revestimento dos fios de condução dos nossos impulsos nervosos, e é responsável pela alta velocidade de condução desses impulsos. É por isso que a esclerose múltipla é considerada uma doença desmielinizante, e a lesão da mielina ao comprometer a condução dos impulsos nervosos, pode afetar diversas funções como a visão, a sensibilidade, A evolução da EM varia de uma pessoa para outra o equilíbrio e os movimentos do corpo. podendo se manifestar sob quatro padrões: É uma doença auto-imune: o sistema 1 - Surto-remissão: os sintomas duram de imunológico ataca estruturas do organismo que 24 horas a três semanas e desaparecem deveria, em condições normais, defender. A EM totalmente, podendo deixar mínima seqüela. afeta adultos jovens, principalmente mulheres É o que chamamos de SURTO. O paciente pode, entre 20 e 45 anos. Os homens também são por exemplo, acordar pela manhã com perda ou afetados, embora com menor freqüência. O diminuição da visão em um olho, recuperando-a maior número de casos ocorre na Europa, espontaneamente após alguns dias. Surto- Canadá, norte dos EUA, Nova Zelândia e sul da remissão é o padrão de inicio da doença em Austrália. Isso mostra a possível participação cerca de 85% dos casos. de agentes ambientais na causa da EM. No Brasil, estima-se que existam cerca de trinta 2- Primariamente progressiva: há uma mil casos. progressão lenta desde o início da doença, CONHECENDO MELHOR O SEU CÉREBRO sem a ocorrência de surtos. Incide em menos exame neurológico. Havendo a suspeita, de 15% dos casos. passamos para a realização de exames que nos auxiliam no diagnostico: ressonância magnética 3- Secundariamente progressiva: após um longo do crânio, potencial evocado multimodal e a período na forma surto-remissão, a doença punção lombar. progride com agravamento da incapacidade. Já o tratamento da EM pode ser dividido em Incide em cerca de 50% dos pacientes após duas partes. Na fase aguda, os surtos são dez anos do início da doença sob a forma surto- tratados, visando a diminuir sua duração. A remissão. fase de manutenção envolve o uso de drogas imunomoduladoras, que podem modificar o 4- Progressiva recorrente: é progressiva desde curso da doença, diminuindo o número de surtos o início como a primariamente progressiva, e prevenindo a incapacidade. mas está associada a surtos. Há progressão da doença entre os surtos. É a forma mais rara da As terapias alternativas como acupuntura, doença. apiterapia, vitaminoterapia e auto-hemoterapia ainda não têm eficácia comprovada no controle É importante salientar que não é possível da EM. estabelecer em determinado paciente como será a evolução da doença, porém uma freqüência Novas drogas, inclusive para uso oral, estão menor de surtos no início com predomínio de com estudos em andamento em vários países, sintomas sensoriais e visuais, parece estar como no Brasil, podendo surgir como novas associada uma evolução mais favorável. opções para os pacientes com EM um futuro Os sintomas variam de paciente para paciente, bem próximo. dependendo da área afetada do cérebro, e os mais freqüentes são: perda súbita da visão ou É importante que o portador de EM saiba que visão dupla, formigamento, dormência ou perda compreendendo sua doença e o tratamento da força em braços e pernas, desequilíbrio, ficará mais fácil ter uma vida normal, sem fadiga, e movimentos incoordenados. restrições e preocupações. Para obter respostas às suas dúvidas tenha sempre como parceiro O diagnóstico da EM é baseado em uma ampla um neurologista especializado no diagnóstico investigação do histórico do paciente e no e tratamento da EM. Mar 2008 Confira outros artigos acessando nosso site www.icbneuro.com.br SHLS 716 - Centro Clínico Sul - Torre II - 2º Andar - Sala 207 • 61 3346-5383 — 3346-9102