Peste Suína Clássica Características da Infecção Aspectos Epidemiológicos - Epizootiologia Diagnóstico Laboratorial Peste Suína Clássica - PSC Característica geral: Virose hemorrágica infecto-contagiosa Hiper aguda, aguda, crônica e de estabelecimento tardio Comprometimento: Febre alta, lesões hemorrágicas na pele, convulsões. Sistema imune: inato e adaptativo Órgãos linfóides Sistemas circulatório e linfático Imunossupressão Afeta todo o organismo PSC - Sinonímia: Classical Swine Fever - CSF Hog cholera, Peste Porcine Classique , Fiebre Porcina, Virusschweinepest 1ª descrição: 1830, Tennessee, USA Inglaterra, 1860 Vírus identificado em 1904 Importância Econômica Principal causa de perdas econômicas para indústria suinícola e para produtores de suínos. Interdição comercial Organização Mundial para a Saúde Animal – OIE (l'Office International des Épizooties) Código Zoossanitário Internacional - CZI Lista A da OIE – doença notificável CZI: Regulamenta o mercado internacional Proibir o comércio com países onde a PSC não está controlada Importação e trânsito de suínos em seus territórios Entrada de produtos de suíno (direta ou indiretamente) PSC = grandes prejuízos PSC: Prejuízos Diretos: mortalidade e redução da produtividade. Mortalidade de animais em todos os grupos de idade. Desordens reprodutivas Restrições de mercado potenciais; condenação dos produtos de suínos. Restrição da movimentação e comércio Indiretos: medicamentos, trabalho, desinfecção do estabelecimento, o sacrifício de matrizes Vírus da Peste Suína Clássica Classical swine fever virus Vírus da Peste Suína Clássica - VPSC Flaviviridae Flavivirus, Hepacivirus Pestivirus Pestivirus VPSC (só suídeos) BVDV (bovinos) BVD (ovelhas) Um sorotipo Muitas cepas Virulência variada Freitas et al 2001. VPSC Estrutura Composição Genoma VPSC: partícula viral - Vírion Envelope lipoproteico, projeções de glicoproteínas Icosaedro Regular (esférico) Diâmetro: ~60nm Vírion: composição Envelope -Membrana lipoprotéica oriunda da célula hospedeira Glicoproteínas antigênicas Nucleocapsídeo Genoma RNA Glicoproteínas do envelope Propriedades antigênicas Três glicoproteínas Erns, E1, E2 Heterodímeros E1-E2 Homodímeros E2-E2 Anticorpos neutralizantes: ERNS e E2 E2: maior imunogenicidade Glicoproteína E2: estrutura antigênica Modelo Gp 51-54 Epítetos de neutralização: Quimérica em Baculovirus A B/C Receptores: CD46 (50kd) Heparan sulfato Ciclo viral intracelular Infecção celular: fusão Genoma RNA RNA Fita única, Linear, Senso Positivo Flanqueado nas posições 5′ e 3′ por regiões NTR. Único ORF (open reading frame) Codifica 3898 aminoácidos Estrutura genômica RNA mensageiro - Infeccioso Clivagens e amadurecimento proteases virais e celulares para produzir as proteínas virais VPSC: replicação citoplasmática Freitas et al. 2001/2006 Estabilidade no meio ambiente Vírus envelopado apresenta estabilidade e resistência moderada ao meio ambiente natural: dois a três dias. Sobrevive bem em temperaturas frias principalmente em meio de cultura, tecidos (sangue) ou carne: Carne refrigerada (meses) Carne congelada (anos) Carnes processadas: curadas (salgadas) e defumadas Tratamentos físico-químicos Resistência aos tratamentos físico-químicos depende do estado físico do material que o contém Calor Potencial hidrogeniônico Sobrenadante de cultivo celular: 60’ a 56oC Sangue desfibrinado: > 10’ a 64oC pH: 4 -10: virion estável. pH <3.0 ou pH >11.0: virion desnatura e inativa: Virion com envelopado lipoproteico , é susceptível a: Solventes e/ou detergentes: éter, clorofórmio, colatos, Nonidet p40 e a ß-propiolactona 0.4% . Enzimas: tripsinas e fosfolipase C. Inativação do vírus: Desinfetantes Cresol, Hidróxido de sódio (2%), Formalina (1%), Carbonato de sódio (4% anidro) Detergentes iônicos e não-iônicos, Iodofor forte (1%) em ácido fosfórico Dispersão e transmissão viral Aspectos gerais Hospedeiros e cepa infectante Suídeos são os únicos hospedeiros naturais Eliminação do vírus: todo curso da doença. Contato direto ou indireto Secreções oro-nasais lacrimais Excreções: urina e fezes Cepa infectante Alta virulência: maior eficiência cursos de 10 a 20 dias Baixa virulência: menor eficiência (anticorpos) – intermitente. Crônica: contínua e intermitente PSC: suídeos Família: Suidea (suis scrofa) Porcos Domésticos: Javalis Porcos Asselvajados: todas as raças - todas as idades Porco Monteiro, Javaporco, Javonteiro Mortalidade: zero a 100%: cepa viral e susceptibilidade animal Transmissão: direta e indireta Contato Direto – principal via de disseminação entre os suínos. Contato Indireto Contaminação do Meio Ambiente: equipamentos de manejo, roupas, agulhas manutenção do lixo, camas e excretas Utilização de restos de alimentos (lavagem) Utilização de produtos oriundos de suínos (salgados, congelados, refrigerados) Veiculação mecânica Animais domésticos, aves, ratos, artrópodes Estabelecimento da Infecção: Vitalidade: Saúde, Imunidade, idade Virulência de cepa infectante Condições ambientais, estresse, etc PSC: mecanismo da infecção viral Imunopatogênese, virulência e sinais clínicos da PSC Patogênese viral: infecção oro - nasal Células epiteliais das amídalas Ampla Viremia Replicação em leucócitos Viremia Baço Vasos linfáticos 7 horas PI Linfonodos Cervicais Sistema Mononuclear Fagocitário Vasos sangüíneos eferentes 16 horas PI Modelo de imunopatogênese: Sistema imune Inato: infecção de células apresentadoras de antígenos VPSC é monocitotrópico infecta Células dendríticas convencionais (cDC) Células dendríticas plasmocitóides (pDC) Células Dendríticas convencionais Proteína não estrutural viral (Npro) antagoniza a via de indução Interferon Tipo-1 (IFN) Degradação proteosomal do Fator Regulatório do Interferon (IRF - 3) Modelo de imuno - patogênese: Células dendríticas plasmocitóides Induz a produção do IFN alfa (IFN-α) Npro não interfere com fator IRF7 Exagerada resposta pCD: IFN-α, Fator de Necrose Tumoral (TNF) e outras citocinas Sistema imune adaptativo Interfere na adesão de células endoteliais- rompimento Imunopatológico – choque e morte Modelo Patogênese Imunopatologia – geral Baço Medula óssea Linfonodos Viscerais Sangue periférico Fígado Cérebro Outros órgãos Necrose do endotélio dos vasos sanguíneos Linfopenia Trombocitopenia Imunodepressão Hemorragia PSC: virulência e formas clínicas Virulência Forma clínica Alta Mortalidade Per aguda e Aguda ~100% Moderada Mortalidade Sub aguda Reduzida Baixa (Crônica, Congênita/ Casos assintomáticos / Poucos animais afetados. PSC sempre letal. Persistente) Mortalidade PSC: curso da doença pós-natal VPSC Transmissão horizontal Doença Aguda < 4 semanas MORTE Convalescença Doença Crônica > 4 semanas PSC: Aguda Febre alta(>41°C) “amontoamento” Depressão, fraqueza, anorexia, Conjuntivite PSC: Aguda Constipação - diarréia e vômito Hemorragias na pele - cianose Incoordenação, tremores, convulsões e morte PSC: Crônica Sem hemorragias típicas. Febre intermitente, Dermatite difusa Enterite crônica, descoloração rósea do abdômen. Retardo no crescimento (período de recuperação parcial), Perda de peso e pelo. Sobrevivência: dois três meses seguido de morte Forma crônica: menos comum Grande importância epidemiológica: Eliminam vírus desde o estabelecimento da doença até a morte. PSC: Crônica Dermatite difusa e enterite crônica Ocorrência dos sinais clínicos após a infecção PSC: infecção persistente Matrizes prenhes: infecção subclínica Transmissão: transplacentária. Infecção congênita Dependente do Período da gestação. Infecção Congênita: persistência VPSC Barreira Placentária Período da gestação e a Virulência viral Início da gestação Até 90 dias Final da gestação Abortos Natimortos Malformações Fetos imunoincompetentes: imuno – tolerância ao vírus Infecção persistente Animais imuno competentes Produção de Anticorpos Infecção Persistente Fetos imuno - incompetentes: Imuno-tolerantes e persistentemente virêmicos. Disseminam vírus a leitegada e ao meio ambiente PSC “late onset” ou de estabelecimento tardio Somente os persistentemente infectados clinicamente normal, sobrevivem alguns meses e morrem da infecção. PSC congênita PSC: em javalis Referências OIE. Manual of standard 2008 – online Agronegócio Brasileiro: ciência, tecnologia e competitividade. CNPq. 1998. Freitas, T.R.P. 2007. Semina Ciências Agrárias- online. Classical Swine Fever CFSPH .Iowa state universityonline. CSF Deutchland. Community reference laboratory for classical swine fever.Hannover. online.