Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 1, p.11

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2º Encontro Nacional de Epidemiologia Veterinária
ALIMENTOS SEGUROS: PERCEPÇÃO DOS MANIPULADORES. BARBOSA, F.G.1; GRISI-FILHO, J.H.H.1; DIAS, R.A.1; FERREIRA, F.1; LEFEVRE, F.2; FERREIRA NETO, J.S.1; TELLES, E.O.1 1Universidade de São Paulo, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia, Av. Prof. Dr. Orlando Marques de Paiva, 87, CEP 05508-270, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected]
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Universidade de São Paulo, Faculdade de Saúde Pública, São Paulo, SP, Brasil. Safe food: perception of handlers.
Para conhecer a percepção dos manipuladores de alimentos quanto às atitudes para garantir a segurança alimentar foi empregado o método do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC). Com fundamentos na Teoria das Representações Sociais, o DSC consiste em
identificar as expressões-chave (EC), ideias centrais (IC) e ancoragens (AC) presentes nos discursos dos entrevistados e agrupar os
discursos com ideias centrais semelhantes, para redigir um ou mais discursos-síntese na primeira pessoa do singular. Um questionário com 5 questões abertas, cada qual relacionada a uma das “5 chaves para uma alimentação mais segura” recomendadas pela
OMS, foi elaborado e aplicado a trabalhadores de restaurantes e similares da região central do Município de São Paulo. Foram
entrevistados 48 indivíduos, 83% do sexo masculino e 17% do sexo feminino, com idade entre 18 e 76 anos. Destes, 40% relataram
ter participado de curso de boas práticas na manipulação de alimentos e 23% relataram que o estabelecimento recebia assessoria
técnica em segurança alimentar. Referente à lavagem de mãos, 58% das ideias presentes nos discursos indicaram a percepção
de que este procedimento é um dever do funcionário, sem revelar a clareza de sua importância. Sobre a utilização de diferentes
utensílios para manipulação de alimentos crus e cozidos, a compreensão de que esta é uma importante medida de prevenção
de contaminação cruzada apareceu em apenas 14% dos discursos, enquanto 58% das ideias indicaram que “passar uma água”
nos utensílios é um procedimento adequado. Quanto à importância do cozimento adequado de alimentos, em 85% das ideias
presentes verificou-se que o entrevistado serviria um ovo frito com gema mole por solicitação do cliente, atitude reforçada pela
ancoragem verificada de que “o cliente tem sempre razão”. Sobre o procedimento de descongelamento de alimentos, em 56%
das ideias presentes o entrevistado considerou correto o descongelamento de carne em temperatura ambiente. Quanto ao uso
de produtos com prazo de validade desconhecido, 11% das ideias presentes revelaram a percepção de ser aceitável utilizar esse
tipo de alimento se suas características não apresentarem alterações de odor e aparência. Com exceção da percepção sobre o uso
de produtos sem informação de prazo de validade, verificou-se que a participação em curso de boas práticas e/ou a presença de
assessoria técnica no estabelecimento não influenciaram de maneira positiva as percepções dos entrevistados quanto aos temas
pesquisados. De modo geral, a percepção dos entrevistados foi heterogênea, o que reforça a necessidade de reformulação dos
treinamentos, considerando-se o conhecimento prévio dos manipuladores de alimentos, bem como as ancoragens presentes nos
discursos do público alvo.
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VIGILÂNCIA PARA PESTE SUÍNA CLÁSSICA: MONITORIAS SOROLÓGICAS REALIZADAS EM SANTA CATARINA
EM 2014. MEDITSCH, R.G.M.1; NONES, J.1; MATOS, C.S.D.1; XAVIER, A.C.2 1Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina, Rod. Admar Gonzaga, 1588, CEP 88034-001, Florianópolis, SC, Brasil. E-mail: [email protected]
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Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária, Florianópolis, SC, Brasil. Classical Swine Fever surveillance: serological monitoring conducted in Santa Catarina State, Brasil, in 2014.
A Peste Suína Clássica (PSC) é uma enfermidade causada por um vírus da família Flaviviridae, gênero Pestivirus. Quando
presente em estabelecimentos que produzem suídeos, acarreta alta mortalidade dos animais e elevados prejuízos socioeconômicos. Santa Catarina é um Estado considerado livre de PSC, conforme Instrução Normativa nº 52, publicada em 11 de outubro
de 2013, pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O objetivo deste trabalho foi analisar e divulgar os
dados referentes às ações de monitoria sorológica para PSC realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial de Santa Catarina, durante
o ano de 2014. Com esse intuito, seguindo os procedimentos descritos na Norma Interna DSA/MAPA nº 05/2009, amostras de
soros colhidas de granjas comerciais de suínos, de propriedades de subsistência (criatórios), de Granjas de Reprodutores Suídeos
Certificadas (GRSC) e de estabelecimentos de abate (reprodutores e matrizes de descarte em frigoríficos que possuem o Serviço
de Inspeção Federal ou Estadual), foram analisadas para verificação de anticorpos contra o vírus de PSC. Durante o ano de 2014,
foram colhidas 28.344 amostras, sendo que 21.965 (77,49%) foram oriundas de granjas GRSC, 1.030 (3,63%) oriundas de granjas
comerciais de suínos, 4.531 (16%) de reprodutores ou matrizes de descarte e 818 (2,88%) provenientes de propriedades de subsistência (criatórios). As análises laboratoriais realizadas comprovaram a ausência de circulação viral, sendo possível afirmar que
Santa Catarina mantém-se livre de PSC. Um sistema contínuo e permanente de vigilância, no entanto, deve ser mantido, com
o intuito de impedir ou detectar precocemente a entrada do vírus no território catarinense. Os resultados das monitorias e das
demais ações de vigilância realizadas no Estado, aliados a toda estrutura do serviço veterinário oficial de Santa Catarina, permitiram o pleito junto à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) para o reconhecimento internacional de área livre de PSC.
Biológico, São Paulo, v.77, Suplemento 1, p.11-64, 2015
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