Imunização é a melhor prevenção contra o Vírus Sincicial Respiratório Até completarem um ano, quase dois terços das crianças serão infectadas por ele, um percentual que sobre para 99% até os dois anos. Responsável por 90% das hospitalizações por bronqueolite – uma doença que mata 160 mil bebês por ano em todo o mundo, em especial bebês com menos de 18 meses – o VSR é assintomático, silencioso e facilmente transmissível pelo ar (através de tosse, espirro e fala, ou contato físico). Ele pode provocar desde coriza, febre baixa, chiado no peito e falta de ar, a infecções mais graves das vias respiratórias que levam a internações e complicações. No País, um estudo específico mostrou que o VSR foi responsável por 70% dos casos de pneumonia e bronquiolite que levaram pacientes à UTI. O VSR também pode ter efeitos a longo prazo nas crianças infectadas. Está comprovado que ele pode aumentar em quatro vezes as chances de aparecimento de asma na adolescência. Estudos mostram que o VSR é mais grave no caso de bebês prematuros, que não possuem o sistema respiratório e o sistema imunológico completamente desenvolvidos e maduros ao nascerem. As probabilidades de infecção e mesmo de surtos aumentam diante do crescimento do número de bebês prematuros no País (cerca de 30 mil crianças/ano nascem com peso abaixo de 1,5 kg), e do aumento da sobrevida pela evolução dos métodos de tratamento e tecnologia (95% contra 60% na década de 90). A conseqüência é que cerca de 15% dos prematuros são hospitalizados em decorrência de infecções causadas pelo VSR. O risco de complicações e a taxa de hospitalização por infecções causadas pelo VSR também é 10 vezes maior entre os prematuros do que naqueles nascidos de gestações completas. E as doenças respiratórias se tornam as principais causas de hospitalização e morte em recém nascidos prematuros, com ou sem doença pulmonar crônica. Neonatologistas destacam que o VSR, associado a um quadro de displasia broncopulmonar, presente em 14 a 43% dos prematuros, pode contribuir para complicações pulmonares tardias e irreversíveis. Em todo o mundo, os prematuros nascidos com menos 35 semanas, os bebês com displasia broncopulmonar e com outras doenças pulmonares crônicas compõem a população mais suscetível a infecções agudas do trato respiratório. A OMS - Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 1/3 das 12 milhões de mortes anuais de crianças abaixo de 5 anos de idade está relacionada a essas causas. Prevenção é a melhor arma para combater o VSR A grande arma estratégica para conter as infecções por VSR é a prevenção. Internacionalmente, é recomendada a imunização passiva com a utilização do Palivizumabe (Synagis ®), anticorpo monoclonal humanizado que interrrompe o processo de reprodução do VSR. Aprovado pelo FDA, o produto recebeu a chancela da ANVISA em 1999. Recomendado para bebês prematuros (menos de 35 semanas), o Palivizumabe, deve ser aplicado via intramuscular, em cinco doses mensais e consecutivas, que podem ser iniciadas logo após o nascimento dos bebês de risco. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria e a Sociedade Brasileira de Imunização recomendam a aplicação de Palivizumabe antes da estação do VSR para que as crianças de risco atinjam níveis suficientes de concentração de anticorpos no sangue. Uma medida essencial, já que praticamente 100% das crianças prematuras ou não vão adquirir infecção pelo VSR nos primeiros anos de vida. A eficácia e a segurança do Palivizumabe está comprovada por vários estudos. O maior deles (Impact RSV Study, feito entre 1996 e 1997 em 139 centros dos EUA, Canadá e Grã Bretanha), incluiu 1502 crianças de alto risco. O anticorpo promoveu a redução de 55% das taxas de hospitalização relacionadas ao Vírus Sincicial Respiratório; diminuição de 47% do número de dias de hospitalização entre lactentes com idade gestacional menor que 32 semanas (80% entre 32 e 35 semanas) e diminuição da necessidade aumentada de oxigênio. Outra análise (IRIS) mostrou que a taxa de hospitalização por VSR em bebês que não receberam Palivizumabe foi de 13,25%, contra apenas 3,95% nos que receberam a profilaxia. (uma diminuição de 70% na taxa de internação nos bebês que receberam a profilaxia). Essa diferença ocorreu apesar do grupo Palivizumabe apresentar menor idade gestacional, intercorrências na UTI neonatal mais graves e maior incidência de doença pulmonar crônica. A taxa de mortalidade também caiu com a utilização do Palivizumabe, como comprova a análise apresentada no encontro da Pediatric Academy Societies de maio de 2009 (Cecchia et al). Ela incluiu trabalhos publicados entre 1990 e 2007 (12.622 bebês provenientes de dez estudos diferentes) e mostrou que a taxa de mortalidade entre pacientes com profilaxia foi de 0,19%, enquanto nos sem profilaxia com Palivizumabe foi de 0,53%. Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) lança a segunda edição da campanha nacional “Prematuro Imunizado é Prematuro Protegido” A iniciativa tem o objetivo de alertar e mobilizar pais e a classe médica sobre a importância da imunização adequada e as necessidades que o bebê prematuro possui durante os primeiros meses de vida Na década de 90, a sobrevida do bebê prematuro era de 60%. Hoje, o cenário foi modificado e a expectativa de vida cresceu para 95%. O saldo positivo é resultado da evolução dos métodos de tratamento, tecnologia e mobilização preventiva que contribuíram para a sobrevivência do prematuro. Para fortalecer a necessidade de cuidados com estes pequenos, a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) lança a segunda edição da Campanha Nacional “Prematuro Imunizado é Prematuro Protegido”. O Instituto Abrace (ONG formada por mães de prematuros) e a Abbott apóiam a ação. A iniciativa tem o objetivo de levar a mensagem de conscientização e alerta aos médicos, pais, cuidadores de bebês e a população em geral para que um maior número de prematuros sejam imunizados durante o período crescente de sazonalidade (abril a setembro) dos vírus, em especial, o VSR. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), pouco conhecido pela maioria das pessoas - principalmente se comparado ao enorme espaço dedicado pela opinião pública a outras viroses como o H1N1 e o vírus da Dengue – é o principal agente de infecções respiratórias em crianças menores de um ano de idade. No Brasil, sete em cada 100 bebês nascidos são gerados antes de completar o período ideal de 37 a 40 semanas dentro do ventre materno. Como só nos últimos meses gestacionais o bebê completa o desenvolvimento do sistema imune e respiratório, as infecções podem acometer de maneira mais grave estes bebês. Cerca de 15% dos prematuros (menos de 35 semanas) são hospitalizados em decorrência de infecções causadas pelo VSR. As doenças respiratórias são as principais causas de hospitalização e morte em recém nascidos prematuros, com ou sem doença pulmonar crônica. O risco de complicações e a taxa de hospitalização em conseqüência da infecção pelo VSR também é 10 vezes maior entre os prematuros do que naqueles nascidos de gestações completas. No primeiro ano de vida, em diferentes estudos no Brasil e no mundo, o principal agente envolvido em bronquites e pneumonias, independente da condição sócio econômica, é o VSR. O impacto da doença se correlaciona com o grau de prematuridade. A imunização é parte fundamental na continuada assistência integral à saúde do prematuro, com o intuito de prevenir doenças. Para o Dr. Renato Kfouri, neonatologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), “é imprescindível a prevenção de doenças infecciosas na infância como parte de um esforço global de redução da mortalidade infantil no planeta (meta do milênio da OMS). Ao lado do aleitamento materno e da não exposição ao tabaco, a imunização é parte fundamental no controle e redução de doenças respiratórias como coqueluche, influenza, pneumonias e bronquiolites causadas pelo VSR. Imunizar é proteger”, alerta o especialista. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) o crescimento do número de partos prematuros nos países desenvolvidos está ligado às mudanças da era moderna e ao movimento feminista. Hoje, as futuras mães trabalham fora e a maioria delas optam primeiro pela realização profissional, para somente depois da estabilidade financeira, engravidar e aumentar a família. O que acontece por volta dos 34 anos de idade fazendo com que o número de reprodução assistida, de cesarianas e de partos prematuros cresça consideravelmente. Visando prevenir as doenças respiratórias e, principalmente, a contaminação com o VSR, a SBIM reforça a importância da adequada imunização, com datas e doses especificas, de acordo com seu calendário de vacinação específico para o prematuro. A campanha orienta ainda sobre a forma e periodicidade de imunização contra doenças como tuberculose, hepatite B, pneumonia, gripe, poliomielite, diarréia pelo rotavírus e as enfermidades cobertas pela vacina tríplice (tétano, difteria e coqueluche). Lançada a orientação, a pretensão é envolver todos os estados brasileiros durante os próximos meses, época de maior risco de proliferação das viroses respiratórias. Acesse: www.prematuroimunizado.com.br Sobre a SBIM A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM) nasceu como entidade apta a promover o agregamento das comunidades envolvidas com temas ligados a imunização e prevenção de infecções, promovendo a mobilização em prol da saúde, o respeito à ética, produção de normas, elaboração de regulamentos e trabalhos destinados a ampliar ações úteis à saúde pública. A SBIM se empenha em levar o conceito de vacinas para o profissional de saúde e toda a comunidade.