informe técnico i - Prefeitura de São Paulo

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PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE - COVISA
GERÊNCIA DO CENTRO DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS
NÚCLEO MUNICIPAL DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
INFORME TÉCNICO XIV
Agosto 06
MEDIDAS DE CONTROLE – INFECÇÃO PELO VÍRUS SINCICIAL RESPIRATÓRIO EM
UTI NEONATAL E PEDIATRICA
O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes etiológicos de infecções
respiratórias no primeiro ano de vida, causando desde quadros leves como resfriados, até
bronquiolite e pneumonia, com insuficiência respiratória aguda, havendo a necessidade
de internação hospitalar, algumas vezes em unidades de terapia intensiva.
O VSR apresenta caráter sazonal, com predominância no inverno e início da primavera. A
transmissão se faz através das secreções respiratórias de pessoas infectadas, por
contato íntimo ou por meio de objetos e superfícies contaminadas, onde o vírus pode
sobreviver por até 24 horas. O vírus penetra no organismo pela membrana mucosa dos
olhos, boca ou nariz e também pela inalação de gotículas eliminadas pela tosse ou
espirro.
Lactentes menores de 6 meses de idade, principalmente os prematuros com menos de 35
semanas de idade gestacional, aqueles com doença pulmonar crônica da prematuridade
(displasia broncopulmonar) e cardiopatas são a população de maior risco para
desenvolver as formas mais graves da doença, que também pode acometer pessoas
idosas ou aquelas com cardiopatias, pneumopatias e deficiências imunológicas. As
comissões de controle de infecção hospitalar, nos períodos de maior prevalência, devem
alertar os profissionais das UTI para a suspeição diagnóstica, e para a adoção
imediata de medidas de controle.
O diagnóstico de infecção pelo VSR pode ser feito pelo quadro clínico, dados
epidemiológicos e por métodos laboratoriais. A detecção de antígenos virais em
secreções de nasofaringe e traquéia constitue-se em método diagnóstico rápido, mas o
padrão ouro para o diagnóstico etiológico é o isolamento do vírus. Os testes sorológicos
(imunofluorescência indireta) são úteis quando processados em amostras pareadas de
sangue (fase aguda e convalescença), o que retarda a possibilidade de diagnóstico por
sorologia.
Em São Paulo, os espécimes clínicos enviados ao Instituto Adolfo Lutz para pesquisa de
VSR, em face de resultado negativo, são testados para outros vírus respiratórios:
adenovírus, influenza A e B e parainfluenza.
Não existe tratamento específico para a doença causada pelo VSR. Medidas de alívio dos
sintomas e de suporte ventilatório e de manutenção do estado geral, quando necessárias,
são indicadas. A ribavirina tem sido usada, em aerossol, em pacientes com formas graves
da doença, em especial em imunocomprometidos.
Medidas para prevenção da disseminação intra-hospitalar do VSR
À suspeita de infecção pelo vírus respiratório sincicial, além das precauções padrão as
seguintes medidas devem ser imediatamente adotadas:
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO
SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE
VIGILÂNCIA EM SAÚDE - COVISA
GERÊNCIA DO CENTRO DE CONTROLE E PREVENÇÃO DE DOENÇAS
NÚCLEO MUNICIPAL DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
Intensificação da lavagem e higienização das mãos: antes e após prestação de cuidados
ao paciente; após contato com artigos ou superfícies contaminadas; após retirada das
luvas
Instituição de precauções de contato a serem mantidas durante todo o período de
internação e que compreendem: isolamento do caso suspeito em quarto privativo (no
caso de recém-nascido, a incubadora pode ser considerada no isolamento de contato);
uso de luvas e avental para administração de cuidados ao paciente e manipulação de
artigos contaminados; máscara e óculos se houver possibilidade de respingos; limpeza e
desinfecção de superfícies; artigos exclusivos para o paciente (termômetro, estetoscópio,
oxímetro, esfigmomanômetro); processamento dos artigos reutilizados (limpeza,
desinfecção, esterilização)
Descarte dos resíduos, em conformidade com as normas vigentes
Proibição de visitantes com infecções de trato respiratório
Afastamento de funcionários com infecção do trato respiratório do cuidado de pacientes
suscetíveis.
Medidas de prevenção específica:
Não existe vacina eficaz disponível para a prevenção de infecção pelo VSR.
A imunoglobulina hiperimune para o VSR e o palivizumab (anticorpo monoclonal
específico) são alternativas para profilaxia individual em pacientes de maior risco, mas de
uso bastante limitado em nosso meio, pelo alto custo.
Não há recomendação do Centers for Disease Control and Prevention – CDC de Atlanta,
para o uso destes imunobiológicos como medida de controle de surtos de infecção pelo
vírus sincicial respiratório em serviços de assistência à saúde.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
Centers for Disease Control and Prevention – Respiratory Syncytial Virus – Janeiro, 2005.
In: www.cdc.gov/ncidod/dvrd/revb/respiratory
Sociedade Brasileira de Pediatria – Recomendações para a Prevenção da Doença
Respiratória Grave pelo Vírus Sincicial Respiratório, 2005
Laboratório de vírus respiratórios - Instruções para colheita, acondicionamento e envio
das amostras – SES-SP / Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, 2005.
In:www.cve.saude.sp.gov.br
Centers for Disease Control and Prevention & Healthcare Infection Controle Practices
Advisory Committee – Guidelines for Preventing Healthcare Associated Pneumonia, 2003.
In: MMWR – Recomendations and Reports – March 26, 2004 / 53 (RR03): 1-36
Associação Paulista de Estudos e Controle de Infecção Hospitalar – Diagnóstico e
Prevenção de Infecção Hospitalar em Neonatologia, São Paulo, 2.002
Gardner, J.S – Guideline for Isolation Precautions in Hospital. In: Am J Infect Control
1996, 24:24-52
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