1 Desenvolvimento da panícula proveniente de ramos imaturos da

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Desenvolvimento da panícula proveniente de ramos imaturos da mangueira
‘Palmer’
Lorena Moreira Carvalho1, Juliana Cristina Vieccellir2, João Paulo Lemos3,
Francilene Maria Brandão4, Dalmo Lopes de Siqueira5
1
Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Fitotecnia,Campus da
UFV,[email protected]
2
EPAMIG/Vila Gianetti, Casa 46-Campus da UFV, [email protected]
3
Universidade Federal de Viçosa /Departamento de Fitotecnia, Campus da UFV,[email protected]
4
Membro Externo, [email protected]
5
Universidade Federal de Viçosa/Departamento de Fitotecnia, Campus da UFV, [email protected]
Resumo- A mangueira ‘Palmer’ (Mangifera indica L.) é uma variedade cuja área de cultivo encontra-se em
expansão na Zona da Mata Mineira. O objetivo do trabalho foi estudar,, em condições de campo, o
desenvolvimento das panículas de mangueira 'Palmer', com sete anos de idade.. O trabalho foi conduzido
no Pomar do Fundão da Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Viçosa-MG. Quando ramos de
mangueira ‘Palmer’ apresentavam-se imaturos (folhas de cor verde clara), foram selecionadas sete plantas
de sete anos, nas quais quatro ramos foram marcados com fitas de TNT e monitorados antes do início da
diferenciação floral até 34 dias após a antese. Considerou-se um ramo por quadrante. Foram feitas as
seguintes avaliações: comprimento da panícula, desenvolvimento de eixos secundários, época de abertura
de flores e aparecimento dos primeiros frutos. Conclui-se que o florescimento em ramos imaturos de manga
‘Palmer’, com sete anos de idade, durou, em média, 81 dias.
Palavras-chave: Mangifera indica, inflorescências,
Área do Conhecimento: Fruticultura
Introdução
O crescimento da mangueira se dá por fluxos
periódicos, cujo comprimento de cada internódio
depende da fase de desenvolvimento da planta,
da temperatura no período, da disponibilidade de
água, do vigor da planta, do cultivar, além de
diversos outros fatores externos e internos. De
acordo com SIMÃO (1980), cada fluxo vegetativo
dura de 30 a 45 dias, sendo os 15 a 20 primeiros
dias gastos no desenvolvimento do ramo em
comprimento e diâmetro e os restantes, para
completar a maturação dos tecidos produzidos.
O florescimento e o desenvolvimento
vegetativo ocorrem de modo desuniforme na
planta, podendo florescer uma parte da copa de
cada vez, dando a idéia de ocorrerem vários fluxos
floríferos em um ciclo. Este fato indica que a
indução à diferenciação floral, qualquer que seja o
agente, está intimamente relacionada à idade da
gema apical (KAVATI, 1989).
A mangueira ‘Palmer’ é um cultivar semi-anão,
de copa aberta, produção tardia, permitindo
prolongamento do período das safras, além dos
frutos terem boas qualidades organolépticas,
como cor atraente, polpa firme, suculenta, médio
teor de fibra e brix de 21º (EMBRAPA, 2004).
Não foram encontrados na literatura estudos
relacionados à fenologia do florescimento em
maturação de ramos.
ramos imaturos da variedade de manga Palmer
para as condições da Zona da Mata mineira.
Como o cultivo dessa variedade encontra-se em l
expansão, há necessidade de conhecer o
desenvolvimento das panículas que irá ser útil
para o estabelecimento de épocas de
pulverizações para controle de doenças.
Metodologia
O trabalho foi conduzido no Pomar do Fundão
da Universidade Federal de Viçosa (UFV), no
município
de
Viçosa-MG,
localizado
nas
coordenadas geográficas 20° 45’ de latitude sul e
42° 51’ de longitude oeste, apresentando uma
altitude de 650 m. O clima da região, segundo a
classificação de Köpen, é do tipo Cwb,
mesotérmico, com inverno seco e verão chuvoso.
0
A temperatura média anual é de 19 C, com a
mínima em torno de 14°C e máxima de 26°C.
No momento em que ramos de mangueira
Palmer apresentavam-se com folhas imaturas (cor
verde foram selecionadas sete plantas de sete
anos, nas quais quatro ramos foram marcados
com fitas de TNT e monitorados antes do inicio da
diferenciação floral até 34 dias após a antese onde
o crescimento se encontrava estabilizado.
Consideraram-se quatro quadrantes por planta
e em cada planta foi marcado um ramo por
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quadrante. Foram feitas as seguintes avaliações:
comprimento da panícula, desenvolvimento de
eixos secundários, época de abertura de flores e
aparecimento dos primeiros frutos. Utilizou-se uma
fita métrica para medição da variável comprimento
e as demais variáveis avaliou-se visualmente. As
plantas estavam dispostas em campo no sentido
do sol nascente, lado relativo ao quadrante 4 e
para o sol poente relativo ao quadrante 2.
Resultados
Ao observar os ramos com gemas em
diferenciação para a emissão de panículas,
verificou-se que os ramos dos quadrantes 2 e 4
apresentaram
acentuada
diferença
no
comprimento das panículas e no número de eixos
secundários (Figuras 1 e 2). Isso pode ter sido
influenciado pela maior incidência de irradiação
solar nestes quadrantes.
imaturos de mangueira ‘Palmer’ em diferentes
épocas de avaliação. Viçosa-MG, 2009.
Segundo KAVATI (1989), o florescimento da
manga pode ser dividido em quatro fases: fase de
entumescimento da gema apical (Estádio 1), fase
de alongamento da panícula (Estádio 2), fase de
crescimento da panícula e de florescimento
(Estádio 3) e fase de frutificação (Estádio 4), que
inicia-se ainda com o eixo principal em pleno
florescimento. Para a mangueira ‘Palmer’,
observou-se que os Estádios 1, 2, tiveram duração
de 15 e 30 dias respectivamente. Quando mais de
50% do comprimento total do eixo principal havia
ocorrido, iniciou-se a abertura de flores
caracterizando o Estádio 3, que durou
aproximadamente 8 dias. O Estádio 4 teve
duração de 21 a 35 dias. O florescimento da
mangueira ‘Palmer’, com sete anos de idade, para
as condições de Viçosa (MG), durou, em média,
81 dias para ramos imaturos.
Discussão
Figura 1- Valores médios de comprimento da
panícula de mangueira ‘Palmer’ oriundas de ramos
imaturos em diferentes épocas de avaliação.
Viçosa-MG, 2009.
A partir desse estudo, pode-se dizer que a
mangueira ‘Palmer’ parece ser uma cultivar
sensível ao estímulo da luz, visto que os
quadrantes da planta que receberam maior
incidência de luz solar foram os que tiveram o
maior comprimento das panículas e o maior
desenvolvimento de eixos secundários.
Kulkani (2004) considera a temperatura como
o principal fator externo que influencia o
florescimento da mangueira. Sendo assim. a
incidência de radiação solar é uma variável
ambiental importante a ser considerada no
decorrer do desenvolvimento das inflorescências
da manga.
MOUCO (2000) afirma que a radiação solar
absorvida pela cultura da mangueira interfere no
ciclo vegetativo e no período de desenvolvimento
do fruto, sendo de grande importância para o
crescimento, floração e frutificação.
Segundo Simão (1971), o período de
desenvolvimento da panícula varia de 35 a 42 dias
e as primeiras flores só se abrem a partir de 21
dias
do
início
do
desenvolvimento
da
inflorescência. Cunha et al. (2002) afirmam que as
primeiras flores só se abrem depois de 21 dias de
iniciado o desenvolvimento da inflorescência e a
duração do florescimento varia de 18 a 23 dias.
Conclusão
Figura 2- Valores médios de número de eixos
secundários em panículas oriundas de ramos
O florescimento em ramos com folhas imaturas
(cor verde claro), da mangueira ‘Palmer’, para as
condições de Viçosa (MG), durou, em média, 81
dias.
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As panículas voltadas para o sol nascente e
poente desenvolveram-se mais por receberem
mais luz.
Agradecimentos: Ao CNPq pela concessão dos
recursos financeiros que possibilitaram a
realização deste trabalho.
Referências
EMBRAPA. Mandioca e fruticultura tropical.
Disponível em: http://www.cnpmf.embrapa.br/.
Acesso em:04 de setembro de 2009.
CUNHA, G. A. P.; PINTO, A. C. Q.; FERREIRA, F.
R. Origem, dispersão,taxonomia e botânica. In: A
cultura da mangueira, cap.2, Brasília, 2002.
p. 32-36.
KAVATI, R. Práticas culturais em mangueiras no
Estado de São Paulo. In: SIMPÓSIO SOBRE
MANGICULTURA II, 1989. Jaboticabal, Anais...
Jaboticabal: FUNEP, 1989. p.99-108.
KULKARNI, V. J. The tri-factor hypothesis of
flowering in mango. In:Proceedings of the Seventh
International Mango Symposium, 2002, Recife:
Acta Horticulturae 645, 2004. p.61-70.
MOUCO, M. A.do C. . Manga: indução floral.
Petrolina, PE: Embrapa Semi-Árido, 2000 (Circular
Técnica).
SIMÃO, S. Manual de Fruticultura. São Paulo :
CERES, 1971.SIMÃO, S. Botânica e biologia da
mangueira. In: Simpósio Brasileiro sobre a Cultura
da Mangueira. Jaboticabal, UNESP/SOB, 1980. p.
13-21.
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