USO RACIONAL DE INIBIDORES DE BOMBA DE PROTONS NA

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Boletim nº 2
Outubro de 2016
NÚCLEO DE AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIAS
EM SAÚDE - NATS - HUJM
USO RACIONAL DE INIBIDORES DE BOMBA DE PROTONS
NA PROFILAXIA DA ULCERA DE STRESS
Nos últimos anos tem Disso surgiu uma infinidasido crescente o uso dos de de trabalhos científicos
Um levantamento recente
Entretanto,
mostra que, também aqui,
fato de que em apenas seis
Inibidores de Bomba de avaliando as evidências e
Prótons (IBP). Esse au- criando protocolos com
o
IBPs
meses o número de pres-
(principalmente do Ome-
crições ter tido aumento de
mento provocou a ne- orientações para um uso
cessidade de uma avali- racional e com base em
ação para saber se o uso provas científicas1-10
prazol EV) vem aumentan-
mais de 100% em algumas
do.
clínicas, trouxe a preocu-
Este levantamento colheu
pação com a possibilidade
correspondia
apenas dados de número
de sobre-uso.
realmente
às necessidades dos pacientes,
se
havia
uso
inapropriado e quais os
possíveis danos a longo
prazo.
uso
dos
de prescrição mensal. Não
E no nosso Hospital?
buscou saber para quais
Qual é a real situação
pacientes ou para quais
do nosso Hospital em
situações esses fármacos
relação à prescrição de
foram prescritos.
IBPs?
e
devido
ao
Cabe porém ao corpo clínico
dessas
clínicas
fazer
essa avaliação com base
nas suas realidades.
Gráfico 1 - Consumo mensal Omeprazol
20 mg cápsula VO (HUJM, 2016)
450
400
Gráfico 2 - Consumo mensal Omeprazol 40 mg
frasco-ampola EV (HUJM, 2016)
350
UTI Adulto
300
Clin.Médica
250
UTI Neonatal
200
Clin.Cirúrgica
150
Ginecologia-Obstetrícia
100
Pediatria
50
0
jan/16
fev/16
mar/16
abr/16
mai/16
jun/16
jul/16
QUAIS AS EVIDÊNCIAS PARA O USO DOS INIBIDORES DE
BOMBA DE PRÓTONS NA PROFILAXIA DA ÚLCERA DE ESTRESSE? (9-16)
Profilaxia de úlcera de estresse está recomendada em pacientes considerados de alto risco e internados em unidades de tratamento intensivo (UTI).
2. São considerados fatores de risco para sangramento gastrointestinal alto a ventilação mecânica por mais de 48
horas e/ou coagulopatias. Outros fatores incluem: sepses severa, choque séptico, trauma de crânio e de coluna, insuficiência hepática, insuficiência renal, grandes queimados, altas doses de glicocorticoides e ulcera péptica prévia.
3. Não há recomendação para profilaxia de úlcera de estresse em pacientes internados em enfermarias.
4. Embora os IBPs (Omeprazol, Pantoprazol, lanzoprazol, Rabeprazol, Esomeprazol e Tenatoprazol) sejam as drogas
mais usadas, deve-se, em caso de contraindicações para o seu uso, utilizar os Antagonistas do Receptor H2 da
Histamina (Cimetidina, Ranitidina, Nizatidina e Famotidina).
1.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO DO IBP
1. Uma vez que a eficácia
do IBP é a mesma, independentemente da via de
administração, se o paciente tiver capacidade de deglutir, a via oral deverá ser
a principal via de administração do fármaco.
2. As indicações de uso
intravenoso são restritas
aos pacientes com sangramento por ulceração péptica ou com evidência endoscópica de sangramento
recente, e que não podem
utilizar a via oral.
(9,10,16-24)
Pode ser também usada
em condições excepcionais, como hipersecreção
gástrica associada com
neoplasia,
ZollingerEllison incapazes de fazer
uso oral, risco de recorrente sangramento em
pacientes com sangramento prévio e na prevenção de ulcerações por
estresse (profilaxia de
úlcera de estresse) em
pacientes de alto risco
internados em UTI e que
não possam fazer uso da
medicação por via oral.
QUAL DOS TÓPICOS ABAIXO VOCES GOSTARIAM DE DISCUTIR NO PRÓXIMO BOLETIM?
RISCOS POTENCIAIS COM O USO
PROLONGADO
(26-30)
1. O uso não é isento de risco. A redução da secreção
ácida gástrica pode permitir a colonização bacteriana do
trato intestinal alto, aumentando o risco de infecções,
principalmente pneumonia e diarreia associada com
Clostridium difficile.
2. Muitos pacientes que, anteriormente à internação,
não faziam uso do IBP passam, posteriormente, a fazer
uso desnecessário do fármaco.
CONCLUSÃO:
1. O uso profilático intra-hospitalar dos inibidores de
bomba de prótons está indicado para paciente de alto
risco e internado em UTIs.
2. Preferencialmente, estes fármacos devem ser administrados por via oral.
3. O uso intravenoso deve ser reservado para situações
específicas, principalmente no tratamento de pacientes
com ulceras gástricas com sangramento e/ou como
profilático em pacientes com impossibilidade de usar a
via oral.
Encaminhe sua resposta para o email:
[email protected]
e participem da escolha do nosso próximo tema:
(
) uso de albumina humana em edema
refratário
(
) uso de albumina humana em
pacientes críticos
(
) continuação do uso racional de IBP
Acessem o site http://www.ebserh.gov.br/
web/hujm-ufmt/
Ensino
Página e
2 Pesquisa>NATS
As referências bibliográficas e outras informações sobre a utilização dos IBP e sobre o NATS
HUJM estão disponíveis na página do NATS.
Também encontrarão o formulário de incorporação de novas tecnologias e medicamentos do
HUJM.
VAMOS DISCUTIR O USO DE IBP NO
HUJM?
Convidamos toda a comunidade do
HUJM para uma discussão no dia 27 de
outubro, no auditório do Anexo Didático do HUJM às 15:30 horas.
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