MIOCARDIOPATIA PERIPARTO: RELATO DE CASO • Autores: ¹Tamires Lukenczuk Said ; Felipe Amorim Zarour²; Giselle Azambuja Okuzono³, Isabelle Yassu Itimura ³; Isadora Lukenczuk Said 4 . • ¹ Residente de Clínica Médica no Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM), ² Preceptor adjunto do Departamento de Clínica Médica do HUJM, ³Residentes de Endocrinologia do HUJM, 4 Acadêmica de Medicina na Universidade Federal do Mato Grosso INTRODUÇÃO: A miocardiopatia periparto (MCPP) é uma forma rara de cardiomiopatia dilatada, com o desenvolvimento de insuficiência cardíaca (IC) sistólica no período entre o último mês da gestação ou até os cinco primeiros meses pós parto,na ausência de outras causas de IC em mulheres previamente saudáveis. A etiologia é desconhecida, com incidência maior em mulheres de raça negra,multíparas, maiores de 30 anos, com pré eclampsia e doença hipertensiva gestacional. A terapêutica consiste desde tratamento clínico a transplante cardíaco para os casos refratários. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com MCPP, que abriu o quadro de uma forma grave, no quinto mês pós parto. MÉTODOS: As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário e revisão da literatura. MIOCARDIOPATIA PERIPARTO: RELATO DE CASO CASO CLÍNICO: J.G.S.C, 34 anos, sexo feminino, negra, tabagista, hipertensa desde o segundo trimestre da última gestação, em uso de metildopa 1,5g/dia. É G3P3A0 (1PN+2PC). Última cesárea ocorreu por síndrome HELLP parcial. Deu entrada no pronto atendimento no 5º mês pós parto com queixas de dispnéia em repouso, turvação visual, oligúria, dispnéia paroxística noturna e palpitações, que iniciaram ao final da última gestação, com períodos de exacerbação e remissão. Ao exame: PA: 160x125mmHg; FC: 120 bpm; FR: 48 irpm, com turgência jugular, tiragem intercostal. À ausculta cardíaca presença de B3. Estertores crepitantes em bases e edema de membros inferiores 3+/4+. Foi instituída terapêutica otimizada para IC. Realizou ECG, exames de imagem e laboratoriais, sendo excluídas outras etiologias de IC , bem como possíveis infecções relacionadas. Houve melhora gradual ao longo da internação. Recebeu alta dez dias após, com terapêutica otimizada. Encontra-se em acompanhamento ambulatorial, aguardando realização de ECO para controle e Holter 24 horas para avaliação de possíveis arritmias ventriculares. Figura 1: Eletrocardiograma com sinais de sobrecarga ventricular esquerda. Figura 2: Ao ecocardiograma: importante comprometimento sistólico, com Fração de Ejeção: 16% , por doença difusa do miocárdio. MIOCARDIOPATIA PERIPARTO: RELATO DE CASO CONCLUSÃO: A MCPP é uma doença rara, de etiologia ainda a ser esclarecida. No caso, verifica-se a presença de vários fatores de risco associados à MCPP, com manifestação severa da patologia em questão. O diagnóstico correto, com instituição imediata da terapêutica, fez com que ocorresse rápida melhora clínica, imperativos para se otimizar o prognóstico. A MCCP, com a terapêutica atual da Insuficiência cardíaca, apresenta uma baixa incidência de morte (7%) e necessidade de transplante (7%). • REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS • 1. URBANETZ, A. A. et al. Cardiomiopatia Periparto. FEMINA, v. 37, nº 1, Jan. 2009. Disponível em: <http://www.febrasgo.org.br/site/wpcontent/uploads/2013/05/Feminav37n1p138.pdf> Acesso em: 15/07/2015. • • 2. PINTO, C. G. et al . Cardiomiopatia Periparto. Acta Médica Portuguesa, v. 20, p. 447-452, Mar. 2006. Disponível em:http://www.actamedicaportuguesa.com/ revista/index.php/amp/article/download/87 9/553 Acesso em: 15/07/2015. • • Endereço eletrônico: [email protected]