UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Probabilidade e Estatística Prof. Dr. Narciso Gonçalves da Silva http://paginapessoal.utfpr.edu.br/ngsilva Variáveis Aleatórias UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Variável Aleatória Variável aleatória (VA) é uma função que associa a cada elemento do espaço amostral de um experimento aleatório um número real. Exemplo: Considere o experimento aleatório E = “Lançar uma moeda não viciada duas vezes e observar os resultados” e a variável aleatória X = “número de caras que ocorre no experimento aleatório” k = cara c = coroa (k,k) (k,c) Ω = {(k,k), (k,c), (c,k), (c,c)} X = {0, 1, 2} (c,k) (c,c) Ω 0 1 2 2 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Tipos de Variáveis Aleatória Variável Aleatória Discreta Variável aleatória X é dita discreta se o conjunto de valores de X é finito ou infinito enumerável. Exemplos: 1) E = “Observar aviões que chegam em determinado aeroporto no período de um mês” X = “número de aviões que chegam atrasados” X = {0, 1, 2, 3, ...} 2) E = “Lançar uma moeda 100 vezes” X = “número de lançamentos até ocorrer a primeira cara” X = {1, 2, 3, 4, ... , 100} 3) E = “Observar os estudantes de uma determinada escola” X = “número de estudantes do sexo feminino” X = {0, 1, 2, 3, 4, 5, ...} 3 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Tipos de Variáveis Aleatória Variável Aleatória Contínua Variável aleatória X é dita contínua se o conjunto de valores de X é infinito não enumerável. Exemplos: 1) E = “Observar um determinado carro de fórmula 1 numa corrida” X = “distância percorrida por este carro de fórmula 1” X={x/xϵRex≥0} 2) E = “Observar o atendimento de funcionários de uma empresa” X = “tempo que um funcionário leva para atender clientes num certo dia” X = { t / t ϵ R e 0 ≤ t ≤ 24 } 4 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Função de Probabilidade para Variável Aleatória Discreta Seja X = {x1, x2, ... , xn} uma variável aleatória discreta. p(x) é uma função de probabilidade da variável aleatória X se satisfaz as seguintes condições: (i) p(xi) ≥ 0 , i = 1, 2, ... ,n n (ii) ∑ i=1 p(xi) = 1 , i = 1, 2, ... ,n (iii) p(xi) = P(X = xi), i = 1, 2, ... ,n 5 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Distribuição de Probabilidade É o conjunto de todos os pares ordenados ( xi , p(xi) ) e pode ser expressa em forma de tabelas, gráficos ou fórmulas. Exemplo 1 Seja o experimento aleatório E = “lançamento de três moedas não viciadas” e a variável aleatória X = “número de caras que ocorre”. Montar a distribuição de probabilidade para a variável aleatória X. Ω = {(c,c,c), (k,c,c), (c,k,c), (c,c,k),(k,k,c),(k,c,k),(c,k,k),(k,k,k)} X = {0, 1, 2, 3} X = xi P(X = xi) 0 1/8 1 3/8 2 3/8 3 1/8 ∑ 1 6 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Exemplo 2 Utilizando o experimento aleatório e a variável aleatória do exemplo anterior determinar a probabilidade de ocorrer: a) Exatamente uma cara; P(X = 1) = 3/8 P(X = 1) = 12,5% b) No máximo uma cara; P(X ≤ 1) = P(X = 0) + P(X = 1) P(X ≤ 1) = 1/8 + 3/8 P(X ≤ 1) = 4/8 = 50% c) Pelo menos duas caras. P(X ≥ 2) = P(X = 2) + P(X = 3) = 1 – [P(X = 0) + P(X = 1)] P(X ≥ 1) = 3/8 + 1/8 P(X ≤ 2) = 4/8 = 50% 7 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Exemplo 3 O número de acidentes em um certo trecho de uma rodovia no período da noite é uma variável aleatória X discreta com função de probabilidade dada por P(X = x) = k.(3 – x).(4 – x) com x ϵ {0, 1, 2, 3} e k ϵ R. Determine a probabilidade de ocorrer no máximo um acidente naquele trecho. 8 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Função de Probabilidade para Variável Aleatória Contínua A f(x) é uma função densidade de probabilidade (fdp) para a variável aleatória contínua X, para todo x ϵ R, se satisfaz as seguintes condições: (i) f(x) ≥ 0 +∞ (ii) ∫f ( x )dx = 1 -∞ (iii) P(a < X < b) = b ∫f (x)dx a 9 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Observações: 1) f(x) ≥ 0, para todo x real, significa que o gráfico da função não pode estar abaixo do eixo das abscissas; +∞ 2) ∫f (x)dx = 1 significa que a área abaixo da função f(x) é igual a 1; -∞ 3) P(a < X < b) significa que a probabilidade da variável aleatória X estar compreendido entre a e b é a área abaixo da função f(x) no intervalo [ a , b ]; a 4) Como P(X = a) = ∫f (x)dx = 0 a Então P(a < X < b) = P(a ≤ X < b) = P(a < X ≤ b) = P(a ≤ X ≤ b) = b ∫f (x)dx a UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Exemplos 1) A função densidade de probabilidade da variável aleatória contínua X é dada por: a) Determine o valor de k sabendo que é um número real; b) Determine P(1 < X ≤ 3). 2) As necessidades de matéria prima por dia (em toneladas) de um supermercado é uma variável aleatória contínua X com função densidade de probabilidade dada por: Determine a probabilidade de num determinado dia o supermercado necessitar mais de uma tonelada de matéria prima. UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Função de Distribuição Acumulada Chama-se função de distribuição acumulada de uma variável aleatória X, para qualquer número real k, indica-se FX(k), a soma das probabilidades de X = xi que são menores ou iguais a k, ou seja: • FX(k) = P(X ≤ k) se X é variável aleatória discreta • FX(k) = se X é variável aleatória contínua Exemplos 1) Considerando a variável aleatória X sendo o número de caras que ocorre no lançamento de três moedas não viciadas determine FX(2). 2) Determine a função de distribuição acumulada para a fdp do exemplo 2 do slide anterior. 12 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Esperança Matemática, Expectância ou Média A esperança matemática E(X) de uma variável aleatória X é uma medida que posiciona o centro de uma distribuição de probabilidade definida por: n • E( X ) = ∑ xi .p( xi ) se X é uma variável aleatória discreta i=1 +∞ • E( X ) = ∫ x.f ( x)dx se X é uma variável aleatória contínua -∞ 13 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Propriedades da Esperança Matemática P1) Se a ϵ R então E(a) = a P2) E(X ± Y) = E(X) ± E(Y) P3) Se a ϵ R e b ϵ R então E(aX + b) = a.E(X) + b P4) E(X.Y) = E(X).E(Y) se X e Y são variáveis aleatórias independentes 14 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Exemplo 1: Considere um jogo no qual três moedas não viciadas são lançadas e o jogador recebe R$ 2,00 por cada cara que ocorrer. Quanto o jogador espera ganhar após uma jogada? Número de caras xi = valor a ser recebido p(xi ) 0 0 1/8 1 2 3/8 2 4 3/8 3 6 1/8 Total - 1 4 E( X ) = ∑ xi.p( xi ) i=1 E(X) = 0.1/8 + 2.3/8 + 4.3/8 + 6.1/8 = R$ 3,00 15 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Exemplo 2: Determinar a esperança matemática da variável aleatória contínua X com função densidade de probabilidade dada por: 16 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Variância Variância V(X) de uma variável aleatória X é definida por: n 2 • V( X ) = ∑ [ xi - E( X )] .p( xi ) i=1 se X é uma VA discreta +∞ • V( X ) = 2 [ x E ( x )] .f ( x )dx se X é uma VA contínua ∫ -∞ Observação: Raiz quadrada da variância é o desvio-padrão 17 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Propriedades da Variância P1) Se a ϵ R então V(a) = 0 P2) Se a ϵ R então V(X + a) = V(X) P3) Se a ϵ R então V(aX) = a²V(X) P4) V(X) = E(X²) – [E(X)]² 18 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Exemplo 1 Uma urna tem 6 bolas brancas e duas verdes. Três bolas são retiradas sem reposição. Considere a variável aleatória X sendo o número de bolas verdes retiradas. Determine o desvio-padrão da variável aleatória X. Exemplo 2 Determine a variância da variável aleatória contínua X dada pela função densidade de probabilidade: 19