marcus vinicius pacheco bezerra estudo

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Universidade Camilo Castelo Branco
Programa de Pós – Graduação em Produção Animal, Campus Descalvado - SP
MARCUS VINICIUS PACHECO BEZERRA
ESTUDO DE INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO PARA PESTE
SUÍNA CLÁSSICA (PSC) NO ESTADO DE RONDÔNIA.
STUDY FOR INQUIRY SEROEPIDEMIOLOGICAL CLASSICAL SWINE FEVER
(CSF) IN RONDONIA STATE
Descalvado, SP
2014
ii
MARCUS VINICIUS PACHECO BEZERRA
ESTUDO DE INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO PARA PESTE
SUÍNA CLÁSSICA (PSC) NO ESTADO DE RONDÔNIA.
Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio de Andrade Belo
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Produção Animal da
Universidade Camilo Castelo Branco, como complementação dos créditos necessários para obtenção
do Título de Mestre em Produção Animal.
Descalvado, SP
2014
iii
iv
v
Dedicatória
In memória do meu primo Fabiano César.
vi
Agradecimento
A Deus, por abrir portas e permitir o nosso crescimento profissional.
A minha filha, Sofia, presente de Deus.
A minha esposa, Stéfanny, companheira de todos os momentos.
Aos meus pais, por todo carinho, ensinamento de vida e apoio incondicional.
Agradeço profundamente o amor e as lições de vida que me deram.
Ao meu Orientador, Dr. Marco Antônio de Andrade Belo, pela orientação na
realização deste trabalho, atenção e carinho.
A todos os professores do curso de Mestrado em Produção Animal, que
se deslocaram até Rondônia para nos transmitir conhecimento.
vii
ESTUDO DE INQUÉRITO SOROEPIDEMIOLÓGICO PARA PESTE
SUÍNA CLÁSSICA (PSC) NO ESTADO DE RONDÔNIA.
RESUMO
Com quadros de hemorragias generalizadas, infertilidade, abortos, natimortalidade e
crescimento retardado de leitões, a Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença que
acomete suínos de todas as idades, apresentando alto impacto econômico devido à
alta mortalidade e morbidade na cadeia produtiva suinícola. Neste contexto, esse
trabalho teve por objetivo avaliar os resultados da sorologia para PSC em suínos
criados no Estado de Rondônia e da eficiência do Programa Estadual de Sanidade
Suídea - PESS de controle realizado pela Agencia de Defesa Sanitária
Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia - IDARON. Para tal foram avaliadas 1183
amostras
de
sangue
colhidas
in
loco
para
constituição
do
inquérito
soroepidemiológico nos anos de 2012 e 2013. Após a colheita de sangue e obtenção
de soro, as amostras foram enviadas para o Laboratório credenciado pelo MAPA,
Cedisa em Santa Catarina para realização dos exames de ELISA (Enzyme Linked
Immuno Sorbent Assay). Os resultados demonstraram que 100% das amostras de
sangue colhidas em granjas no Estado de Rondônia foram negativas para a
presença de anticorpo anti-PSC no teste de peste suína clássica. Tais achados
juntamente com a vigilância passiva e ativa das propriedades auxiliam na
manutenção do status de livre para PSC demonstrando ser esta uma estratégia
eficaz e necessária para controlar a sanidade do rebanho suíno.
Palavras-chave: suínos, doenças, vigilância.
viii
STUDY FOR INQUIRY SEROEPIDEMIOLOGICAL CLASSICAL SWINE
FEVER (CSF) IN RONDÔNIA STATE
ABSTRACT
With generalized hemorrhages, infertility, abortions, stillbirths and stunted growth of
piglets, the Classical Swine Fever (CSF) has been described as a disease that
affects swine of all ages, presenting a high economic impact due to the high mortality
and morbidity in the pig production chain . In this context, this study aimed to
evaluate the results of serological tests for CSF in pigs reared in the State of
Rondônia and the efficiency of the control program conducted by the Department of
“Defesa Sanitária” . For this 1183 blood samples collected in situ compounded of the
seroepidemiological survey evaluated through 2012 and 2013 years. Upon collection
of blood and obtaining serum, the samples were sent to the Laboratory Cedisa in
Santa Catarina State (accredited by MAPA) for testing by specific ELISA (Enzyme
Linked Immuno Sorbent Assay).. The results showed that 100 % of blood samples
obtained from farms in the State of Rondônia were negative for the presence of anti PSC in the classical swine fever test . These findings together with the passive and
active surveillance of properties help maintain the free status, demonstrating that this
is an effective and necessary strategy to control the health of the pig herd.
Key-words: swine, diseases, surveillance.
ix
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. LESÕES DE PESTE SUÍNA CLÁSSICA. ............................................................... 17
FIGURA 2. MAPA DA SITUAÇÃO SANITÁRIA DA PESTE SUÍNA CLÁSSICA NO BRASIL ............. 19
FIGURA 3. VIGILÂNCIA ATIVA IDARON EM PROPRIEDADES RURAIS ................................... 20
FIGURA 4. MAPEAMENTO DAS GRANJAS DE SUÍNOS EM RONDÔNIA ................................... 21
FIGURA 5. COLHEITA DE AMOSTRA EM SUÍNO. ................................................................. 22
FIGURA 6. CENTRIFUGAÇÃO PARA OBTENÇÃO DO SORO. ................................................. 22
FIGURA 7. VISTORIA TÉCNICA SANITÁRIA NA PROPRIEDADE RURAL. .................................. 23
FIGURA 8. ACONDICIONAMENTO PARA ENVIO DO MATERIAL. ............................................. 23
x
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1. TRÂNSITO INTRAESTADUAL SE SUÍNOS EM RONDÔNIA - 2013 ........................ 21
QUADRO 2. EVOLUÇÃO DAS NOTIFICAÇÕES DE DOENÇAS EM RO DE 2005 A 2012............ 24
xi
LISTA DE GRÁFICOS
GRÁFICO 1. VIGILÂNCIA ATIVA EM ESTABELECIMENTO SUÍNICOLAS EM RONDÔNIA
2012/2013 ................................................................................................................. 25
xii
LISTA DE ABREVIATURAS
DITEC – Diretoria Técnica
DAS - Departamento de Saúde Animal
IDARON – Agencia de Defesa Sanitária Agrosilvopastori do Estado de Rondônia
ELISA - Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay
MAPA – Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento
PESS – Programa Estadual Sanidade Suídea
ULSAV – Unidade Local de Sanidade Animal e Vegetal
USDA - – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
xiii
SUMÁRIO
1- INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................14
1.1- OBJETIVO GERAL ...................................................................................................................15
1.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................................................15
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. .....................................................................................................16
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS ..................................................................................................16
2.2 PESTE SUÍNA CLÁSSICA .......................................................................................................17
2.3 AS AÇÕES DA AGÊNCIA DE DEFESA IDARON ...............................................................19
2.3.1 VIGILÂNCIA PASSIVA.E ATIVA EM PROPRIEDADES COM SUÍDEOS......................20
2.3.2 CADASTRO DAS PROPRIEDADES COM SUÍDEOS (GRANJAS) ................................21
4. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................................22
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................24
6. CONCLUSÃO .................................................................................................................................26
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................................27
14
1- INTRODUÇÃO
No mundo, a carne suína é uma das mais consumidas atualmente, com
aproximadamente 40 a 50% do consumo global desempenhando um papel
importante na alimentação e medicina humana (ADEAL, 2006).
Brasil se destaca na produção e exportação de suínos, ocupando o 4º lugar no
ranking mundial. Alguns elementos como sanidade, nutrição, bom manejo da granja,
produção integrada e, principalmente, aprimoramento gerencial dos produtores,
contribuíram para aumentar a oferta interna e colocar o país em destaque no cenário
mundial (MAPA, 2013).
De acordo com a Agência de Defesa Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia
IDARON, Rondônia tem aproximadamente 235.815 mil cabeças de suínos com
produção realizada principalmente em pequenas propriedades poucos tecnificadas,
mas com grande crescimento promissor nos últimos anos. A suinocultura no Estado
vem apresentando crescimento acelerado, principalmente em granjas e criatórios de
subsistência com rebanhos de raças melhoradas, puros e mestiços como Landrace,
Large White e Duroc, porem a grande maioria é formada por raças autóctones (Piau,
Caruncho, Canastra).
Em 2009, o Estado de Rondônia através da Instrução Normativa DAS\MAPA nº
07 de 27 de fevereiro de 2009 é reconhecido como livre de Peste Suína Clássica,
por isso o monitoramento sorológico anual nas granjas de suídeos é de grande
importância visto que se trata de uma das formas de evitar a reintrodução do vírus
da Peste Suína Clássica no Estado de Rondônia. No Brasil, em cumprimento às
determinações do Programa de Erradicação da Peste Suína Clássica, os Estados
livres de PSC devem proceder ao monitoramento de seus rebanhos por meio de
testes sorológicos (MAARA, 1992)
No Estado de Rondônia, a IDARON desenvolve um grande trabalho de defesa
sanitária com o Programa Estadual de Sanidade Suídea – PESS tendo como
atenção a Peste Suína Classica. De 2005 a 2013, As notificações de vigilância
passiva por parte dos produtores tiveram um crescimento de 01 para 37 e com
relação ao trânsito intraestadual de suínos em 2013 movimentou cerca de 31.670
animais com finalidade de abate, engorda e reproduçã (IDARON, 2013).
15
1.1-
OBJETIVO GERAL
Acompanhar o monitoramento sorológico de granjas de suínos por meio de colheitas
de amostra de reprodutores ou matrizes encaminhados para descarte.
1.2-
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Orientar as ações e procedimentos para a precoce e imediata notificação e
confirmação de suspeitas de Peste Suína Clássica no Estado de Rondônia;
Adoção de medidas de defesa sanitária, visando a sua erradicação, no menor
espaço de tempo, e à retomada da condição sanitária de livre da PSC;
16
2- REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
A Suinocultura é uma das atividades da agropecuária mais difundida e produzida no
mundo. O porco, espécie precursora do suíno moderno, foi domesticado
provavelmente por povos nômades, que em suas mudanças constantes,
entenderam como uma vantagem domesticar tal animal. “Os suínos já eram criados
há mais de 5.000 anos antes de nossa era, e ainda hoje constituem um dos ramos
de grande importância” (SEGANFREDO,2007).
Segundo o USDA – Departamento de Agricultura dos Estados Unidos a carne
suína é a fonte de proteína animal mais consumida no mundo, sendo raticamente o
dobro da carne bovina. Contudo, no Brasil, a carne bovina é a mais consumida. No
ano de 2012 foram produzidas 104,363 milhões de toneladas de carne suína, sendo
aproximadamente 50% deste total produzido na China. O bloco da União Europeia,
considerando 27 países, é o segundo maior produtor, tendo uma produção de
22,750 milhões de toneladas. O terceiro maior produtor são os Estados Unidos com
10,575 milhões de toneladas. China e Estados Unidos representam 59,4% da
produção mundial de carne suína. Acrescentando o bloco da União Europeia este
percentual sobe para aproximadamente 82% da produção mundial total. Já o Brasil
representa apenas 3,1% da produção mundial.
Em relação ao consumo de carne suína, as últimas informações mundiais,
demonstram que o maior consumidor per capita é a Áustria com 65,6 kg de carne
suína por habitante ano. Em seguida é a Alemanha com 54,6. Atualmente no Brasil
a carne suína ainda é pouco consumida comparativamente às demais fontes de
proteína animal, principalmente a bovina e a de frango que tem um consumo
expressivo. com consumo per capita de 13,36 kg, um aumento expressivo,
demonstrando que a expansão da oferta e de sua capilaridade está propiciando um
aumento maior que o crescimento da população. (FAO,2014).
Segundo dados do USDA o rebanho mundial de suínos estimado em 2012 foi
de 797,6 milhões de cabeças, representando uma redução de 0,4% em relação ao
rebanho de 2011. As maiores reduções aconteceram na União Europeia, segundo
maior rebanho mundial, que teve uma retração de 1,5%. A China apresentou uma
queda de 0,8%. Os destaques positivos foram o Brasil, que tem o quarto maior
17
rebanho suíno do mundo, o quinto consumidor e o quarto em relação a exportação.
Avançando a 4,6% com 38,9 milhões de cabeças .Em Rondônia encontra-se
bastante diversificado destacando – se no cenário nacional com rebanho de Suínos
de 235.815 cabeças, distribuídas em 25.602 propriedades(IDARON,2014).
2.2 PESTE SUÍNA CLÁSSICA
A Peste Suína Clássica (PSC) é uma doença que acomete suínos de todas as
idades
determinando
em
sua
forma
aguda
um
quadro
de
hemorragias
generalizadas, formas clínicas, algumas de difícil reconhecimento, que se
caracterizam por infertilidade, abortos, natimortalidade e crescimento retardado de
leitões (SOBESTIANSKY, 1982).
A Peste Suína Clássica (PSC), também conhecida como cólera dos suínos, é uma
doença
infecciosa
suína
caracterizada
por
ser
altamente
transmissível,
apresentando alta morbidade e mortalidade em rebanhos sensíveis. Afeta suínos de
todas as idades, suínos selvagens, tais como javalis e catetos. Em sua forma aguda,
causa quadro de hemorragia generalizada (LUBROTH, 1999). Em uma época, ela foi
caracterizada clinicamente por uma doença aguda altamente fatal e patologicamente
por lesões caracterizadas por conjuntivite, hemorragias, hiperemia e cianoses
cutâneas (figura 1). Atualmente, é definida como uma doença também crônica ou
inaparente, incluindo a infecção congênita persistente nos suínos recém-nascidos
infectados durante a vida fetal (ADEAL, 2014).
Figura 1. Lesões de peste suína clássica.
Fonte: Arquivo pessoal
A PSC pode se disseminar na forma epizoótica como também estabelecer
infecções enzoóticas em suínos domésticos e selvagens (DAHLE e LIESS, 1992;
18
MOENNIG, 2000). O agente etiológico da PSC, denominado vírus da peste suína
clássica (VPSC) pertence ao gênero Pestivirusda família Flaviviridae (THIEL et al.,
1991). O virion ou partícula viral possui cerca de 60nm de diâmetro, simetria
icosaédrica, envelopado por uma membrana lipoprotéica originada da membrana
celular infectada. O genoma viral é um RNA (ácido ribonucléico), com cerca de 12kb,
fita única e com polaridade positiva (RUMENAPF et al., 1993).
O vírus é eliminado do animal doente ou portador, por todas as secreções e
excreções, que se constituem nas principais fontes de infecção. Após 48 a 72 horas
da infecção, o vírus já pode ser isolado das fezes, urina e saliva. No sangue, sua
concentração máxima é atingida ao redor do quinto ao oitavo dia pós – infecção. No
interior da criação, a infecção se processa pela ingestão de água e alimentos
contaminados, pelo movimento de animais em ambientes infectados ou pelo
transporte mecânico do vírus por funcionários (nas botas, vestimentas, mãos), por
outros animais, insetos (moscas, piolhos, mosquitos), utensílios, equipamentos
cirúrgicos, seringas e outros. Eventualmente, observa – se, também, portadores que
eliminam o vírus durante longos períodos, vindo a desenvolver a doença somente
após 2 a 11 meses o que caracteriza a forma da doença de aparecimento tardio
(SOBESTIANSKY, 1982).
Os hospedeiros naturais do VPSC são membros da família Suidae, que
incluem tanto suínos domésticos como javalis. O curso clínico da PSC é variável
podendo correr nas formas hiper aguda, aguda, subaguda, crônica e congênita e de
estabelecimento tardio. O quadro clínico da PSC e a virulência que têm variado
amplamente nos últimos anos e ao contrário da forma aguda clássica da doença, os
recentes surtos têm sido marcados pela presença de formas subagudas e crônicas
da doença (MITTELHOLZER et al., 2000). Os sinais clínicos se manifestam em
poucos animais (STEWART, 1981, KRAMER et al., 2009). A forma hiperaguda se
caracteriza por ter evolução muito rápida cursando, muitas vezes, sem diagnóstico.
No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)
estabeleceu em 1992, o Programa Nacional de Controle e Erradicação da PSC
(PNCEPSC), com legislações específicas, disciplinando as ações pertinentes à
vigilância e às ocorrências de suspeitas de enfermidades hemorrágicas dos suínos,
no país. Atualmente, todas estas ocorrências constam do Sistema Continental de
Vigilância Epidemiológica - SivCont. O PNCEPSC buscando a manutenção e
ampliação de zonas livres de doenças dividiu o país em área livre de PSC sem
19
vacinação (Zona Livre de PSC) e área infectada (BRASIL, 1992, FREITAS et al,
2006).
2.3 AS AÇÕES DA AGÊNCIA DE DEFESA IDARON
No ano de 2007, Rondônia realizou inquérito soroepidemiológico para peste suína
clássica visando à incorporação do estado na Zona livre de PSC onde foram
examinados 2098 animais em 348 propriedades, obedecendo a princípios
estatísticos e epidemiológicos. Através da Instrução Normativa nº 7 de 27 de
Fevereiro de 2009, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
declara a região formada pelos Estados do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina,
do Paraná,de São Paulo, de Minas Gerais, do Mato Grosso do Sul, do Mato Grosso,
de Goiás, de Tocantins, do Rio de Janeiro, do Espírito Santo, da Bahia, de
Sergipe,de Rondônia e do Distrito Federal como zona livre de Peste Suína Clássica
(BRASIL, 2014) figura 2.
Figura 2. Mapa da situação sanitária da Peste Suína Clássica no Brasil
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
De acordo com a Norma Interna DITEC – IDARON Nº 06 de novembro de
2011 que regulamenta a Vigilância Passiva e Ativa em estabelecimentos que criam
suídeos no Estado de Rondônia em consideração a Norma Interna DAS – MAPA de
Nº 05 de 2009 com o objetivo da padronização das ações de vigilância sanitária nos
rebanhos de suídeos dos estabelecimentos de criação situados na zona livre de
PSC, de forma a garantir a manutenção do status sanitário alcançado.
20
2.3.1 VIGILÂNCIA PASSIVA.E ATIVA EM PROPRIEDADES COM SUÍDEOS
Como estratégica para o sucesso de um sistema sanitário oficial o Estado de
Rondônia juntamente com a IDARON adotou um novo processo de gestão sanitária,
com a participação de todos os atores sociais vinculados à atividade agropecuária
através de planos de ações com responsabilidades compartilhadas entre os setores
públicos e privadas. Através desta nova visão de gestão associada à publicação da
IN N°5 de 2009, houve um incremento significativo nas ações de vigilância
zoosanitária por meio das notificações realizadas por proprietários dos animais, por
investigação complementar oriunda de uma vigilância ativa.
Adotou-se como medida que todo produtor rural ou responsável técnico de
granja que tivesse conhecimento da ocorrência de mortalidade de animais acima
dos índices estabelecidos pela Norma Interna N°5, ou suínos que apresentassem
qualquer sintomatologia compatível de doença hemorrágica deveria notificar o
serviço veterinário oficial (SVO). Após essa notificação, um médico veterinário do
SVO, em no máximo 12 horas, realizava a visita na propriedade/granja para realizar
a investigação epidemiológica para descobrir a causa da ocorrência.
A Vigilância Passiva compreende o atendimento a notificações de suspeitas
de ocorrência de doenças comunicadas ao serviço veterinário oficial pelos
proprietários, médicos veterinários ou qualquer pessoa que tenha conhecimento de
animais que apresentem sinais clínicos compatíveis com doenças hemorrágicas dos
suídeos ou outra doença de notificação imediata. Já Vigilância Ativa e continuada
em estabelecimentos de criação identificados como de maior risco de reintrodução
da PSC na zona livre com visitas realizadas em granjas de suídeos. (FIGURA 3).
Figura 3. Vigilância ativa IDARON em propriedades rurais
Fonte: Arquivo pessoal
21
2.3.2 CADASTRO DAS PROPRIEDADES COM SUÍDEOS (GRANJAS)
As propriedades rurais estão agrupadas em granjas tecnificadas e não tecnificadas,
sendo exigidas tecnologias mínimas como instalações em alvenaria, manejo
sanitário e zootécnico. O cadastro das propriedades foi realizado durante a vigilância
ativa nas mesmas por funcionários da Agência de Defesa Sanitária Agrosilsopastoril
do Estado de Rondônia – IDARON (Figura 4)
Figura 4. Mapeamento das granjas de suínos em Rondônia
Fonte:.IDARON,2014
Outro ponto de vigilância sanitário para PSC é o controle do trânsito
intraestadual através da Guia de Trânsito Animal (GTA). Podendo distribuir o
rebanho conforme sua finalidade (Quadro 1).
Quadro 1. Trânsito intraestadual se suínos em Rondônia - 2013
Trânsito intraestadual de suínos em Rondônia – 2013
Finalidade
Número de suínos
Abate
14.828
Engorda
16.847
Reprodução
0
Total
31.675
Fonte: IDARON,2014
22
4. MATERIAL E MÉTODOS
O Inquérito Soroepidemiológico em Granjas de Suínos foi realizado em todo o
Estado nos anos de 2012 sendo a primeira colheita no período de 01 a 16 de junho
de 2012 e 03 a 19 de dezembro de 2012 a segunda colheita e 2013 na primeira
colheita no período de 03 a 21 de junho de 2013 e 02 a 20 de dezembro de 2013 a
segunda colheita sendo amostrados soros 1180 suínos adultos (reprodutores
machos ou femeas) com base no número de propriedades cadastradas junto a
Agência de Defesa Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia - IDARON (Figura 5).
Figura 5. Colheita de amostra em suíno.
Fonte: IDARON, 2014
Em seguida o sangue colhido nos suínos na veia cava cranial foi centrifugado
e acondicionado em tubo eppendorfe enviado a unidade local da defesa sanitária
para ser enviada posteriormente a coordenação do Programa Estadual de Sanidade
Suídea – PESS (Figura 6).
Figura 6. Centrifugação para obtenção do soro.
Fonte: IDARON, 2014
23
Durante a visita para as colheitas das amostras, foi realizada vistoria técnica
sanitária do rebanho suíno respeito aos sinais clínicos, além da inspeção de alguns
exemplares em cada propriedade amostrada (Figura 7). Esse monitoramento foi
feito semestralmente pelos fiscais da Agência IDARON para continuar comprovando
a ausência do vírus no estado.
Figura 7. Vistoria técnica sanitária na propriedade rural.
Fonte: IDARON, 2014
Após as amostras de soro, todo material identificado foram enviados para o
laboratório credenciado pelo MAPA Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal CEDISA em Concórdia – SC para Pesquisa de Anticorpos Peste Suína Clássica Elisa PSC (Figura 8).
Figura 8. Acondicionamento para envio do material.
Fonte: IDARON, 2014
24
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
De 2005 a 2012 houve uma grande evolução referente às notificações de doenças
na vigilância passiva ocorrendo a partir no momento em que o produtor ou
proprietário, ou qualquer pessoa física ou jurídica informa a suspeita de doença em
rebanho, nesse caso de suínos. As principais afecções de notificação são as com
sintomas vesiculares ou nervosos.
Devido à importância que as mesmas ocupam diante dos programas
preventivos e de controle nacional instituídos pelo Ministério da Agricultura Pecuária
e Abastecimento (MAPA). O quadro 2 mostra a evolução das notificações de
Doenças de vigilância passiva por programas sanitários em Rondônia de 2005 a
2012.
Quadro 2. Evolução das notificações de doenças em RO de 2005 a 2012
2005
Doenças
Vesiculares
0
Doenças
Nervosas
87
Doenças
Suínos
1
Doenças
Aves
0
2006
3
49
2
0
54
2007
2
76
4
0
82
2008
5
114
2
0
121
2009
28
106
1
1
136
2010
37
97
11
0
145
2011
17
99
8
0
124
2012
39
108
37
8
192
Total
131
736
66
9
942
Ano
TOTAL
88
Fonte: IDARON, 2014
De acordo com a norma interna DITEC⁄ IDARON nº 06 de 14 de novembro de
2011 que todos os Municípios do Estado de Rondônia, cada ULSAV (unidade local
de sanidade animal e vegetal) têm meta de visitar uma quantidade mensal de
propriedades de risco e encaminhar para coordenação do Programa Estadual de
Sanidade Suídea – PESS os relatórios mensais visando o controle das ações da
IDARON. Essas ações com 3.609 visitas Ativas em 2012 (1) e 3.330 em 2013 (2)
totalizando 6.939 visitas clínicas ativas em propriedades suinículas (Gráfico 1).
25
Gráfico 1. Vigilância ativa em estabelecimento suínicolas em Rondônia 2012/2013
.
Fonte: IDARON (2013)
O estudo do monitoramento sorológico das granjas de suínos foi realizado
nos anos de 2012 e 2013 nos meses de Junho e Dezembro de cada ano através de
colheitas de amostras de soro. O primeiro monitoramento semestral de 2012
realizado entre 01 a 15 de Junho de 2012 com 309 amostras de soro para o teste
ELISA não observando suínos positivos. O Segundo monitoramento foi realizado
entre 03 a 19 de Dezembro de 2012 com 289 amostras de soro com diagnostico
negativo em todas as amostras. Em 2013 totalizou 595 amostras realizadas nos
meses de Junho e Dezembro sendo 04 amostras de soro reagentes ao teste de
ELISA. Conforme a Norma Interna DAS\MAPA nº 05 de 2009, as 04 propriedades
que apresentaram resultados reagentes ao teste de ELISA, foram submetidas
à Investigação Epidemiológica Complementar com visitas semanais para
exames clínicos dos animais monitorados não apresentado sintomatologia
compatível com doença hemorrágica sendo coletadas novas amostras de
soro enviadas para o Laboratório Nacional Agropecuário em Pernambuco –
LANAGRO - PE para o teste de Virusneutralização – VN encerrando os
mesmos com resultados negativos.
26
6. CONCLUSÃO
O efetivo trabalho da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de
Rondônia – IDARON através do monitoramento soroepidemiológico em granjas de
suínos referentes à Peste Suína Clássica juntamente com as ações de vigilância
passiva e ativa, demonstrando 100% de sorologia negativa, permitem o Estado de
Rondônia manter o status de Livre para Peste Suína Clássica.
27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADEAL.
Sorologia
para
Peste
Suína
http:www.adeal.com.br. Acesso em fev.2014.
Clássica.
Disponível
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DAHLE, J.; LIESS, B. A review on Classical Swine Fever infections in pigs:
Epizootiology, clinical disease and pathology. Comp. Immun. Microbiol. infect. Dis.
Vol. 15, No. 3, pp. 203-211, 1992.
FREITAS, T. R. P., CALDAS, L. A., ESPÍRITO SANTO, M. P., MENESES, M. D. F.
Conceitos Básicos, Métodos e Técnicas em laboratório de Virologia Animal. Pedro
Leopoldo: Gráfica e Editora Tavares, 2006. 176p.
USDA.
Cadeia
Produtiva
da
carne
suína.
.
Disponível
http://www.usda.gov/wps/portal/usda/usdahome. Acesso em 08 mar. 2014.
em:
FAO. A suinocultura mundial. Disponível em: http://www.fao.org/news/story//. Acesso
em 01 fev. 2014.
IDARON.
Monitoramento
em
Granjas
de
http://www.idaron.ro.gov.br.Acesso em maio.2014.
Suínos.
Disponível
em:
LUBROTH J. Epidemiología, Virulencia y Peste Porcina Clásica en las Américas.
Foreign Animal Disease Diagnostic Laboratory. 1999.
MAARA - Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária.
Secretaria de Defesa Agropecuária - Departamento de Defesa Animal. Manual de
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