04/10/2012 Universidade Federal de Juiz de Fora Instituto de Ciências Biológicas Departamento de Parasitologia, Microbiologia e Imunologia Bactérias de importância no TGI – II VÍBRIOS • Vibrionaceae • Bastonetes G-, em forma de vírgula • 76 espécies • V. cholerae e V. parahaemolyticus VÍBRIOS • • • • Anaeróbios facultativos Flagelo polar Fermentadores Halofílicos – ambiente marinho 1 04/10/2012 V. cholerae • Agente etiológico do cólera • Transmitido por contaminação fecal (água e alimentos) • Reservatórios: Frutos do mar (camarão, ostra) • Dose infecciosa: 10 6 → bactérias são sensíveis aos ácidos do estômago V. cholerae • 140 tipos com sorotipos O diferentes: O1 e O 139 são os mais tóxicos. • Produção da toxina colérica → a toxina é produzida a partir de um gene cromossomal vindo de bacteriófagos lisogenizados (conversão lisogênica) O fago injeta o material genético que é incorporado ao DNA da bactéria, que passa a produzir a toxina. PATOGENIA Vibrio cholerae Sorotipos O1 e O139 Duodeno - adesão aos enterócitos Enzima mucinase: dissolve a capa protetora de células intestinais, permitindo aderência. Proliferação exotoxina toxina colérica Diarréia secretora Diarréia “água de arroz” não hemorrágica, desidratação → falhas cardíacas e renais (perda de eletrólitos). 2 04/10/2012 V. cholerae • Período de incubação: horas → 5 dias • Maioria dos casos: diarréia leve ou moderada → vômitos, porém dor abdominal e febre são incomuns. • Em algumas pessoas (< 10%): forma mais grave, com início súbito de uma diarréia aquosa profusa (sem muco ou sangue) e vômitos. • Poder ocorre perda rápida de líquidos (de 1 a 2 litros /hora) e eletrólitos, levando a desidratação acentuada → sede intensa, perda de peso, prostração. V. parahaemolyticus • Microrganismos marinhos transmitidos por frutos do mar contaminados • Principal causa de diarréia no Japão. • Quadro clínico: diarréia branda aquosa com náuseas e vômitos, contrações abdominais e febre • Se difere de V. cholerae por crescer em meio com alta concentração de sal (8%) – microrganismo marinho Diagnóstico: • Exame microscópico é desnecessário → material fecal é diluído • Cultura: Agar sangue e MacConkey. Meio seletivo → TCBS (tiossulfato, citrato, bile, sacarose). • Identificação: testes bioquímicos e sorotipagen. Tratamento: • Reposição hidroeletrolítica imediata (oral ou intravenosa) Prevenção: • Medidas de saúde pública – controle microbiano de água e alimentos Ágar MacConkey Ágar TCBS 3 04/10/2012 CAMPYLOBACTER • Bastonetes G- curvos, microaerófilos. • C. jejuni e C. coli • Infecções são zoonóticas (cabras, galinhas e cachorros) • Transmissão: via fecal-oral; consumo de água e alimentos contaminados CAMPYLOBACTER • Causa frequente de gastrenterites, especialmente crianças e lactentes → autolimitada. • Inicialmente diarréia aquosa, seguida pela presença de sangue e fortes dores abdominais. • Diagnóstico: crescimento em temperatura de 42ºC e microaerofilia. • Prevenção: preparo adequado de alimentos (aves, produtos lácteos), higiene pessoal e descarte adequado das fezes. HELICOBACTER • H. pylori • 85% das úlceras gástricas e 95% das úlceras duodenais. • Habitat natural: Estômago humano: microrganismo é adquirido provavelmente por ingestão • Transmissão: em geral na infância, membros da mesma família 4 04/10/2012 H. pylori Motilidade Produção de urease Fuga do suco gástrico e proteção sob a Mucina • Bactéria se acopla às células secretoras de muco da mucosa gástrica • Produz amônia (neutraliza acidez estomacal), induz resposta inflamatória – dano da mucosa. H. pylori • Perda da capa mucosa protetora provoca gastrite e úlceras gástricas – dores abdominais recorrentes podendo ser acompanhadas por sangramentos. • Sem bacteremia ou disseminação da doença. • Diagnóstico: esfregaços de biópsia da mucosa corada pelo Gram, cultura e sorologia. • Prevenção: não existe vacina ou outras medidas preventivas específicas. PSEUDOMONAS • Bastonetes G-, aeróbios estritos, não fermentadores • Ubíquos – exigência nutricional simples • Capazes de crescer em água contendo apenas traços de nutrientes – favorece a persistência em ambientes hospitalares. BGN pequenos, dispostos aos pares 5 04/10/2012 P. aeruginosa • Patógeno oportunista - Septicemia, pneumonia, infecções do TGU e infecções de ferimentos – queimados) – Causa de 10 a 20% das infecções hospitalares. Resistência natural a um grande número antibióticos e anti-sépticos. Diagnóstico: Crescimento rápido em meios comuns. Identificação pelas características da colônia (beta-hemólise, pioverdina, aroma de uva e milho) Pioverdina Resistência 6