Práticas Padrão Ouro para Assistência ao Paciente no Final

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PPO IBES 004 - Práticas Padrão Ouro para Assistência ao Paciente no Final da Vida
JUSTIFICATIVA
Ainda há pouca informação sobre a prestação de cuidados ao final da vida. Aprimorar a qualidade e a disponibilidade da
assistência aos pacientes e suas famílias nesta situação pode melhorar a qualidade de vida e contribuir para um sistema mais
sustentável: com menos internações desnecessárias e fragmentação da assistência. Profissionais de saúde devem estar aptos a
identificar os pacientes nestas situações para prover a assistência adequada. A maioria das pessoas que se aproximam do fim da
vida não estão fisica, mental ou cognitivamente capazes de tomar suas próprias decisões sobre o cuidado. Portanto, o
planejamento da assistência é essencial que pacientes recebam o cuidado que reflita seus valores, objetivos e preferências.
APLICABILIDADE
Os profissionais de saúde atuantes em hospitais, home care e hospices, e serviços que atendam pacientes em final de vida.
CUIDADOS DO FINAL DE VIDA / CUIDADOS PALIATIVOS
Segundo a Organização Mundial de Saúde, os cuidados paliativos são uma abordagem que melhora a qualidade de vida dos
pacientes e suas famílias que enfrentam o problema associado com a doença com risco de vida, através da prevenção e alívio do
sofrimento, por meio da identificação precoce e avaliação e tratamento da dor e outros problemas físicos, psicossociais e
espirituais.
PRÁTICAS PADRÃO OURO PARA ASSISTÊNCIA AO PACIENTE NO FINAL DA VIDA
1. Capacite todos os profissionais de saúde da sua instituição, de especialidades que cuidem de pacientes com doenças
seriamente avançadas, para as competências: habilidades de comunicação, colaboração interprofessional e Manejo
de sintomas.
2. Os médicos devem estar preparados para identificar sinais e sintomas de angústia e aflição do paciente, e executar o
manejo dos mesmos.
3. Pacientes em cuidados paliativos devem ser preferencialmente referenciados para assistência junto a especialistas em
cuidados paliativos, especialmente para o manejo de situações complexas relacionadas à doença.
4. Pacientes com prognóstico de vida de menos de 6 meses devem ser avaliados quanto à elegibilidade de serem
encaminhados a hospices ou cuidado domiciliar.
5. Prover o acesso do paciente aos cuidados multiprofissionais, tais como: administração de medicamentos, cuidados com
feridas, conforto físico, atendimento psicológico, de modo a evitar seu encaminhamento a serviços de Emergência.
6. Gerenciar a dor, utilizando-se de escalas e ferramentas validadas para identificação e manejo da dor.
7. Aconselhar o paciente e a família sobre: perda de função, prognóstico, manejo de sintomas, aspectos financeiros e de
dinâmica familiar.
8. Atentar para o contexto social e cultural do paciente e suas necessidades sociais (inclundo o suporte para o momento
da morte), provendo um cuidado centrado na perspectiva do paciente.
9. Prover acesso de acompanhante à beira-leito no momento da morte.
10. Atentar às necessidades espirituais e religiosas dos pacientes, provendo acesso ao que for necessário e recomendável.
11. Profissionais de saúde devem buscar assegurar que as preferências do paciente em final de vida são honradas.
12. Conversas mais freqüentes entre o médico e o paciente sobre os cuidados, objetivos, preferências e valores no fim da
vida são necessárias para evitar o tratamento não desejado. Os médicos precisam iniciar as conversas sobre fim de vida
para garantir que a tomada de decisão do paciente e família seja baseada na informação e compreensão adequadas.
13. Padrões e indicadores de Qualidade são úteis: Tempo de Permanência, Necessidade de serviços de Emergência e
Unidades de Terapia Intensiva, Momento oportuno para desospitalização, etc.
14. Regularmente revise o plano de cuidados e o acesso aos serviços assistenciais, baseado na mudança das necessidades
do paciente e família. O cuidado deve ser adequado às circunstâncias, o que significa que nem todos as recomendações
acima são importantes ou desejáveis em todos os casos.
15. A fim de se identificar pacientes admitidos para tratamento paliativo, nos sistemas de informação do paciente e demais
sítios de identificação, é recomendado o uso da informação “Tipo de Cuidado” e informações do diagnóstico.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E SITES DE INTERESSE
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Higginson, Irene J., et al. "Is there evidence that palliative care teams alter end-of-life experiences of patients and their caregivers?" Journal of pain and
symptom management 25.2 (2003): 150-168.
Kirk, P. et al. "What do patients receiving palliative care for cancer and their families want to be told? A Canadian and Australian qualitative study." Bmj
328.7452 (2004)
Martinsson, L., et al. Patients’ perception of information from physicians during palliative chemotherapy: a qualitative study. Psycho-Oncology. 2015.
Institute of Medicine. Dying in America IOM Committee’s Proposed Core Components of Quality End-of-Life Care. Sep 2014.
AIHW 2011. Identifying palliative care separations in admitted patient data: technical paper. Cat. no. HWI 113. Canberra: AIHW. Viewed 3 November 2015
<http://www.aihw.gov.au/publication-detail/?id=10737420172>.
http://palliativecare.org.au/
http://www.who.int/cancer/palliative/definition/en/
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