Arquivo de texto

Propaganda
‘Escolas precisam compreender as
novas gerações’
Mário Sérgio Cortela Abriu o ciclo de palestras sobre Planejamento
Estratégico no SENAI de Santa Catarina. Para o filósofo, as novas gerações
não viram o ET, Ayrton Senna, Guga Kuerten, Collor de Mello, nem fazem
ideia do que foram a Guerra Fria, a União Soviética e o Muro de Berlim
Florianópolis, 15.03.2011 - Não há um único modo de fazer educação e as
instituições de ensino precisam se renovar continuamente, eliminando o que
é arcaico, mas mantendo o que pode ser considerado tradição. A explicação
é do professor Mário Sérgio Cortella, em palestra aos diretores de unidades
do SENAI de Santa Catarina, na abertura do Ciclo de Palestras sobre
Planejamento Estratégico. “Humildade pedagógica é uma virtude essencial
para a nossa prática”, afirmou o professor de filosofia, mestre e doutor em
educação e ex-secretário municipal de educação de São Paulo.
Elmar Meurer
Sistema FIESC
48 3231-4672
48 8421-4070
[email protected]
Dâmi Cristina Radin
FIESC, CIESC
48 3231-4670
48 8421-4080
[email protected]
Ivonei Fazzioni
SENAI
48 3231-4673
48 8421-3600
[email protected]
Diogo Honorato
SENAI
48 3231-4674
[email protected]
Miriane Moreira Campos
SESI
48 3231-4671
48 8421-4224
[email protected]
Maiara Raupp da Silva
IEL
48 3231-4122
[email protected]
Cortella observa que “estamos num mundo de absoluta velocidade de
transmissão da informação”. No entanto, acrescenta que a internet não
necessariamente lida com o conhecimento, ela pode muito superficial. “Uma
parte das pessoas navega e uma parte naufraga na Internet”, brincou. Para
ele, Informação é acumulo, conhecimento é seleção. “Soterrar as pessoas de
informação não é transmitir conhecimento, assim como comer bem não é
comer muito”, exemplifica.
As escolas precisam compreender as novas gerações, assim como defende
que os professores ouçam as músicas que seus alunos estão ouvindo. “Os
estudantes que chegam à universidade não viram o filme ET, não viram
Ayrton Senna, não lembram de Guga Kuerten, nem sabem quem foi Collor de
Mello. Eles não fazem ideia do que foram a Guerra Fria, a União Soviética e o
Muro de Berlim. Para essa geração, a China tem um significado diferente do
que há alguns anos”, afirmou. “Uma criança que chega à escola com cinco ou
seis anos, para ser alfabetizado formalmente, já tem uma bagagem de cinco
mil horas de televisão, do Big Brother às imagens da queda das Torres
Gêmeas”, observa. Cortella acrescenta que “o mundo que vamos deixar para
os filhos depende dos filhos que vamos deixar para o mundo”.
Em relação à qualidade da educação brasileira, Cortella cita alguns mitos que
estão disseminados. O primeiro é a “falsa oposição entre escolas públicas e
privadas”. O filósofo afirma que a oposição deveria ser estabelecida entre
escola boa e escola ruim, que coexistem nas duas esferas. Além disso,
observa, o ensino praticamente privado é irrelevante do ponto de vista
estatístico, pois representa 13% das matrículas. O outro mito é o da
qualidade versus a quantidade. Cortella entende que no caso de educação,
não pode existir qualidade educacional apenas para alguns setores da
população. Ou seja, a quantidade é uma forma de qualidade.
Mário Sérgio Cortella analisa a educação brasileira nem com uma visão
catastrofista nem triunfalista. Ele observa que houve uma extensão
significativa do Ensino Fundamental na matrícula obrigatória dos 7 a 14 anos,
resultando em índices de 98% de matriculados, o que considera “uma
cobertura fantástica”. Acrescenta ainda o aumento de alunos frequentando
os Ensinos Médio e Superior e a redução do analfabetismo entre adultos. Por
outro lado, ainda persistem sérios problemas de qualidade. O educador
aponta a forte urbanização que o país viveu nos últimos 40 anos. “Antes
somente 40% da população vivia nas cidades e hoje a situação se inverteu”.
Essa migração levou a uma explosão de demanda por serviços de educação,
saúde e saneamento. “Os investimentos nessas áreas não acompanharam o
crescimento da população urbana”, explica.
Assessoria de Imprensa
Sistema FIESC
Download