vida e obra - Psicologia Profunda

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Revista
Euniverso Junguiano
Jung: Vida e Obra
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PSICOLOGIA PROFUNDA!
JUNG
vida e obra
REVISTA EUNIVERSO JUNGUIANO
www.paulorogeriodamotta.com.br
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Jung
A trajetória do criador da Psicologia
Analítica e um dos principais nomes da
história da humanidade
Revista
Euniverso Junguiano
Jung: Vida e obra
Organização e redação
Paulo Rogério da Motta
sumário
psicólogo
editorial |4
Jung, além do seu tempo
Site PSICOLOGIA PROFUNDA:
A psicologia |6
Uma psicologia profunda
Sempre que você encontrar
este LOGO basta clicar e você
irá para o blog
Jung: Vida e obra |9
A história do criador da
Psicologia Analítica
especialista em psicologia analítica
www.paulorogeriodamotta.com.br
Freud e Jung |46
O perfil de dois gênios
Direto da Fonte |53
Memórias, sonhos, reflexões
4 Vídeos de Jung |35
Blog Psicologia Profunda
Click |37
A históris em imagens
euniverso junguiano | 2
Olá!
Meu nome é Paulo Rogério da Motta
Se quiser saber mais sobre mim CLIQUE AQUI!
Falando do blog Psicologia Profunda
O blog PSICOLOGIA PROFUNDA nasceu em razão de dois temas que me fascinam: a PSICOLOGIA e a
ESPIRITUALIDADE.
Em meus vários anos de caminhada percebi que para considerar a totalidade humana eu não podeia tratá-los de
maneira dissociada, tanto que hoje utilizo a expressão PSICOESPIRITUALIDADE com frequência para designar a
unidade que encontrei.
No blog trato de temas e escolas da psicologia, principalmente a Psicologia Analítica, que consideram a espiritualidade
como um aspecto da natureza humana e também desenvolvo o tema: PSICOESPIRITUALIDADE.
Com a PSICOESPIRITUALIDADE apresento de forma teórica e prática que: O UNIVERSO É MENTAL E TUDO
É ESPÍRITO e que a vida é uma jornada da alma! Você já está convidado a participar de tudo isso!
euniverso junguiano | 3
Jung, além do seu tempo
editorial
J
ung é uma figura de grande importância na história
da psicologia e psiquiatria, mas a influência de suas
ideias e pensamentos vai muito além da área destas
duas ciências. Figura polêmica e que gera controvérsias
até os dias atuais, Jung sempre pareceu estar à
frente do seu tempo e suas ideias carregam a aura
de vanguarda mesmo na atualidade. A reverberação
de seu pensamento ecoa em áreas como a arte e a
cultura popular, sendo, inclusive, seu pensamento
uma presença marcante nos movimentos Hippie e
New Age. Esta figura notável de nossa história era dono
de grande erudição aliada à intensa profundidade
que tocava o terreno da espiritualidade. Jung foi um
homem que sempre ultrapassou limites e viu no ser
humano um alguém que carrega significados de vida
que tornam cada indivíduo um ser único e que não
pode ser enquadrado em nenhuma teoria científica,
nem mesmo na sua.
Paulo Rogério da Motta
euniverso junguiano | 4
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PROFUNDA
euniverso junguiano | 5
A psicologia
por Paulo Rogério da Motta
A
psicologia de Jung é
profunda e complexa
e seus conceitos mais
do
que
compreendidos
imediatamente,
são,
na
verdade, apreendidos cada
vez mais à medida que se tem
contato com eles.
A “psicologia junguiana” tem
como fundamento tornar o
indivíduo “si mesmo”, que é o
processo que Jung denomina
de individuação e sua teoria
se baseia nos pares de
opostos (yin/yang, masculino/
feminino,
consciente/
inconsciente, etc.).
A dualidade da psicologia de
A psicologia de Jung é
profunda e complexa.
indivíduo investe sua energia
psíquica preponderantemente
no mundo externo (o mundo
propriamente dito com suas
pessoas e coisas); e o segundo
modo é quando o indivíduo
investe sua energia em seu
mundo interno (psique), ou
Jung pode ser notada através
de seus conceitos dos tipos
psicológicos, que é a maneira
como o indivíduo apreende
o mundo e considera que há
dois modos de atuação na
vida: o primeiro é quando o
euniverso junguiano | 6
seja, em si mesmo. O primeiro
indivíduo é caracterizado pela
atitude que Jung chamou de
extroversão e o segundo é
caracterizado pela atitude
denominada de introversão.
A análise de Jung sobre a
natureza
humana
inclui
investigações
acerca
de
religiões e alquimia.
Há
também na Psicologia
Analítica o estudo dos sonhos
e dos símbolos como formas
pelas quais se expressa o
inconsciente.
Outras
ferramentas
da
Psicologia Analítica são os
grandes temas culturais ou
mitológicos universais. A
caminhada pelo universo
junguiano é longa, mas é
fascinante e transformadora.
Nesta edição daremos os
primeiros passos de uma
longa caminhada que, no final
das contas, levará cada um ao
encontro de si mesmo, pois
ao estudarmos a psicologia
de Jung, estamos, ao mesmo
tempo, visualizando o mapa
de nossa própria alma.
A “psicologia junguiana” tem
como fundamento tornar o
indivíduo “si mesmo”
euniverso junguiano | 7
Assim como uma planta
produz flores, assim
a psique cria os seus
símbolos. (Carl G. Jung, O
homem e seus símbolos).
euniverso junguiano | 8
Jung: vida e obra
por Paulo Rogério da Motta
Ao buscar a si mesmo
encontrou a sua psicologia
euniverso junguiano | 9
A INFÂNCIA E ADOLESCÊNCIA
DE JUNG
C
arl Gustav Jung nasceu no
dia 26 de julho de 1875 no
lago de Constança, em Kesswil,
Suíça.
Jung tinha uma irmã e era
o filho mais velho. Filho de
Johann Paul Achilles Jung
e Emilie Preiswerk. Seu pai
era um homem trabalhador
e dedicado à
família e
também pastor luterano da
Igreja Suíça Reformada. Sua
mãe, Emilie Preiswerk, sofria
de distúrbios emocionais e
tinha humor bastante instável
sendo, inclusive, internada no
Hospital de Friedmatt, para
doentes mentais, na Basileia
em 1878, mesmo ano em que
os pais de Jung tiveram uma
separação temporária.
Jung, por volta dos quatro
anos de idade, viu um homem
que morreu afogado no Reno
e foi dito a ele que o Senhor
Pais de Jung
Carl G. Jung
1875-1961
Jesus o receberia e, em decorrência deste fato, sonha com
um enorme falo subterrâneo
sobre um altar.
Monumento fálico
Santuário de Dionísio
euniverso junguiano | 10
sufocado em seu ambiente familiar.
Em 1887, Jung sofreu um acidente em que bateu a cabeça e, em razão disto, teve que
se ausentar da escola durante
seis meses, chegando, inclusive, a ser internado em WinEste sonho o acompanhou durante toda a vida como a representação de um arquétipo
da fertilidade e da união corpo
e espírito.
Em 1881, Jung ingressou na
escola primária e começou a
estudar latim com seu pai.
Em 1882 é acometido da doença de Crupe (que provoca dificuldade respiratória) e,
ressalte-se que Jung se sentia
Em 1891, leu uma obra que
lhe foi marcante: “O Fausto”,
de Johann W. von Göethe que
apresentava a figura de Mefistófeles, que personificava a
figura do diabo, possibilitando
que Jung tivesse contato com a
expressão do mal, que, futura-
Este sonho o acompanhou durante toda a vida como a
representação de um arquétipo da fertilidade e da união corpo
e espírito.
terthur para recuperar-se. Foi
uma fase da vida de Jung em
que sua mãe o constrangia devido ao seu comportamento.
Na sua solitária juventude leu
muito teologia e filosofia na
biblioteca de seu pai, vivendo
uma infância e adolescência
muito voltada para o seu mundo interior.
euniverso junguiano | 11
mente, viria a ser tema de seus
escritos sobre a dualidade de
tudo, inclusive, o bem e o mal.
Sobre a existência do mal, outro autor que chamou a atenção de Jung foi Schopenhauer
que falava do sofrimento humano e das misérias no mundo.
A dualidade no pensamento
de Jung também foi marcada
por suas próprias experiências,
pois Jung carregava a sensação
de que vivia em si duas personalidades que ele chamava
de número 1 e número 2,
que se alternavam, sendo a
primeira a personalidade de
um garoto com sua vida social
e a segunda uma personalidade introspectiva com ligação
com a Idade Média que ense-
Pai, mãe, Jung e
sua irmã Gertrudis
java em Jung pensamentos
reflexivos e proximidade com
Deus. O conflito entre estas
duas personalidades permeou
a vida de Jung e tal dualidade
foi edificante nas personagens
que estão presentes no Livro
Vermelho e que Jung denominou de “espírito dessa época”
e “espírito da profundeza”.
euniverso junguiano | 12
Jung carregava a sensação
de que vivia em si duas
personalidades que ela
chamava de número 1 e
número 2.
Em 1895 entra no curso de
medicina da Universidade de
Basileia.
O livro vermelho
J
U
N
G
Universidade de Basileia
euniverso junguiano | 13
O INÍCIO DA VIDA
PROFISSIONAL E FREUD
Jung participou de sessões
espíritas e uma série de
encontros com sua prima
Hélène
Preiswerk,
uma
médium, foi determinante
para a elaboração da que
seria a sua tese de doutorado.
A
época universitária de
Jung coincidiu com a eclosão do espiritualismo e, junto com seus colegas universitários, Jung participou de
sessões espíritas e uma série
de encontros com sua prima
Hélène Preiswerk, uma médium, foi determinante para a
elaboração da que seria a sua
tese de doutorado que abordava a psicogênese dos fenômenos chamados ocultos. O
assunto fascinava Jung que
se interessou pelos trabalhos
de Frederic Myers, Théodore
Flournoy e pelo pensamento
de William James.
Em 1896 morreu Johann Paul
em psiquiatria. Jung então
trabalhou com Eugene Bleuler,
em Zurique, onde trabalhou
como seu
assistente no
Achilles Jung. Segundo Jung,
seu pai era “afável, tolerante e liberal”, porém, também,
convencional e contentava-se em aceitar o sistema de
crenças religiosas em que fora
criado. O pai de Jung não conseguia responder as dúvidas
e questionamentos do filho.
Em 1900 especializou-se
Eugene Bleuler
euniverso junguiano | 14
Hospital
Psiquiátrico
de
Burghölzli (Clínica Psiquiátrica
da Universidade de Zurique).
Bleuler foi um grande
incentivador de Jung em suas
pesquisas.
Em 1900, Jung leu a “Interpretação dos Sonhos” de Freud,
obra que o afetou muito e
despertou seu interesse pelas ideias de Freud. Jung releu
esta obra em 1903 e então a
compreendeu mais.
Emma e Jung
Em 1902 defendeu sua tese de
doutoramento “Sobre a psicologia e patologia dos fenômenos chamados ocultos”. Este
veio a ser o volume I de sua
obra completa.
Em 1902 ficou noivo e em 1903,
Jung casou-se com a jovem
Emma Rauschenbach (1882-
1955), filha de um rico industrial de Schaffhausen, o que
possibilitou a Jung uma satisfatória condição financeira. Jung
era um assíduo frequentador
do museu de arte da Basileia e
a pintura o interessava sobremaneira, tanto que começou
também a pintar.
Entre 1902 e 1903, ausentou-se de seu posto no Burghölzli
e estudou com Pierre Janet,
um importante psicólogo fran-
euniverso junguiano | 15
Burghölzli, baseado no modelo de Wundt e Galton e realizou seus estudos das associações de palavras, instrumento
de diagnóstico e terapia para
a descoberta do que Jung denominava “complexos”.
Burghölzli
Jung casou-se com a jovem
Emma Rauschenbach.
cês.
De 1904 a 1914, Jung teve
cinco filhos. Quatro filhas e um
filho: Agathli (Niehus), Grethli
(Baumann), Franz (Merker),
Marianne (Niehus) e Helene
(Hoerni).
Entre 1904 e 1905, Jung montou um “Laboratório de Psicopatologia Experimental”, no
Pierre Janet
euniverso junguiano | 16
ghölzli, Sabina Spielrein (18851934), uma jovem de vinte
anos, sensível e que pertencia
a uma rica família judaica de
Rostov (Rússia).
O diagnóstico de Jung para
Sabina foi de histeria psicótica.
Para tratar de Sabina, Jung
utilizou a psicanálise de Freud
e seu método de associação de
palavras. Nove meses depois
Sabina Spielrein
Jung, Emma e quatro de seus cinco filhos
Complexos são agrupamentos de conteúdos psíquicos
carregados de afetividade na
psique. Jung alcançou notoriedade e foi considerado
uma estrela promissora da psiquiatria. Jung aos poucos foi se
desiludindo com as limitações
da psicologia experimental.
Em 1904 foi internada em Bureuniverso junguiano | 17
do tratamento, Sabina teve
alta e ainda no hospital matriculou-se no curso de medicina
que concluiu em 1911.
Entre 1908 e 1910, Sabina e
Jung tiveram um envolvimento
emocional que abalou seu casamento e trouxe conflitos nas
questões cristãs e monogâmicas de Jung.
Apesar do sofrimento (de Sa-
Sabina, mãe e irmã
Jung alcançou notoriedade e
era considerado uma estrela
promissora da psiquiatria.
bina, Jung e Emma) decorrente do seu envolvimento emocional, o caso auxiliou Jung a
conceber arquetipicamente a
criatividade humana com as
ideias de Anima (imagem feminina na personalidade do
homem) e de Animus (imagem
masculina na personalidade
da mulher).
Entre 1905 e 1909, Jung foi
chefe de clínica no Burghölzli
e a clínica tornou-se referência
do movimento psicanalítico na
época. A psicanálise tornou-se
ainda mais importante para
Jung quando em 1906, concluiu os estudos sobre “asso-
ciação de palavras“ e começou
a se corresponder com Sigmund Freud, vindo a conhecê-lo pessoalmente em 1907 em
Viena.
euniverso junguiano | 18
Em 1907, Jung encontrouse com
Freud em Viena
e conversaram durante 13
horas.
a casa que seria sua morada
até o final de sua vida.
Em 1909, Jung começou a estudar mitologia e gnosticismo,
deixou de ser psiquiatra em
Burghölzli, abriu sua clínica
particular em Küsnacht, tem
Freud e Jung
Em 1907, Jung encontrou-se
com Freud em Viena e conversaram durante 13 horas. Jung
passou a defender as ideias
de Freud e formou um peque-
no grupo para estudar as suas
ideias.
Em 1908, Jung comprou um
terreno à margem do Lago Zurique, em Küsnacht e construiu
euniverso junguiano | 19
Jung começou então a se dedicar mais ao estudo de
mitologia, religião e folclore.
Em 1910 a Associação Internacional de Psicanálise (IPA)
é fundada e Jung é eleito seu
primeiro presidente. Também
neste ano, Jung começou a
atender Toni Wolff, mulher
com quem se envolveu a partir
de 1911 e que teve importante
papel em sua vida.
Em 1912 a relação entre Jung
e Freud estremeceu e em 1913
eles romperam a relação definitivamente. O rompimento
entre Jung e Freud teve como
Toni Wolff
sua primeira experiência registrada com a imaginação ativa
e viaja com Freud e Ferenczi
para proferir conferências nos
EUA. Jung começou então a se
dedicar mais ao estudo de mitologia, religião e folclore.
euniverso junguiano | 20
ponto principal a não aceitação de Jung de que as causas
dos conflitos psíquicos eram
sempre de natureza sexual.
Ainda em 1913, Jung foi reeleito presidente da IPA , mas renunciou ao cargo em 1914. No
final de 1913, Jung começou a
Outras denominações também
são atribuídas à psicologia de
Jung, como: Psicologia Complexa, Psicologia Profunda e
Psicologia Hermenêutica.
De 1913 a 1917, Jung teve intenso confronto com seu inconsciente e com este confron-
escrever “O livro vermelho”
ou “Liber Novus”, obra que decidiu não divulgar na época por
seu caráter eminentemente
pessoal. É também neste ano
que Jung deu nome à sua psicologia: “Psicologia Analítica”.
euniverso junguiano | 21
No final de 1913, Jung
começa a escrever “O
livro vermelho” ou “Liber
Novus”, obra que decide
não divulgar na época por
seu caráter eminentemente
pessoal.
to, Jung tornou-se um homem
mais maduro e criativo.
Em 1914, Jung estudou intensamente o “Assim falou Zaratustra”, de Nietzsche e também a
“Divina Comédia”, de Dante.
A obra de Nietzsche foi determinante no pensamento de Jung e também objeto
de profundo estudo, além de
presença marcante no Livro
Vermelho, mas ao passo que
Nietzsche proclamava a moreuniverso junguiano | 22
te de Deus, Jung em sua obra
proclamava o renascimento
de Deus na alma.
O Livro Vermelho é uma obra
que traz uma nova visão sobre todas as demais obras de
Jung porque nela todas as suas
ideias são descritas com uma
profundidade tal que ultrapassa a descrição científica de sua
psicologia.
O Livro Vermelho é uma obra
em que Jung ilustrou o texto
com pinturas, iniciais historiadas, bordaduras ornamentais e
margens, ou seja, é uma obra
criada artesanalmente em todos os sentidos e expressam,
além do conteúdo psicológico,
a veia literária e artística do
autor em páginas que contam
sua jornada interior e reconcieuniverso junguiano | 23
liação com sua alma.
Jung atingiu a meia idade. De
1915 a 1926, Jung estudou com mais afinco ainda
a Gnoses. Jung elaborou a sua
psicologia nos pares de opostos, como no caso dos interesses “objetivos” e “subjetivos”,
razão e espiritualidade, Anima
e Animus, etc.
O Livro Vermelho é uma
obra que traz uma nova visão sobre todas as demais
obras de Jung.
euniverso junguiano | 24
A TORRE DE BOLLINGEN
O
confronto com seu inconsciente provocou profundas transformações em
Jung e ele, inclusive, encorajou
seus pacientes a fazerem processo semelhante e receberam
instruções dele para a condução da imaginação ativa e realizarem conversações internas com as figuras da psique,
bem como estimulou que seus
pacientes expressassem seus
conteúdos inconscientes através da arte, como a literatura,
escultura e pintura.
Em 1916, Jung em uma preleção na criada Associação de
Psicologia Analítica falou de
duas camadas que constituem
o inconsciente, uma camada
é pessoal e configurada pelas
experiências de vida e outra
euniverso junguiano | 25
camada é impessoal e se trata
de uma psique coletiva que é
herdada por todo ser humano.
Richard Wilhelm
ria”.
Em 1921 publicou sua obra
“Tipos psicológicos” que aborda os conceitos de “introversão” e “extroversão”. Obra
de grande importância e que
trouxe ainda mais notoriedade a Jung.
Em 1917, Jung teve que prestar o serviço militar, período
que, segundo Jung, era obstáculo ao seu trabalho.
Em 1918, Jung escreveu um
ensaio que intitulou “Sobre
o inconsciente” em que colocava o ser humano como alguém que vive em e entre dois
mundos: o mundo externo e o
mundo interno.
Em 1920, Jung viajou ao norte da África. No final de 1920,
Jung conheceu Richard Wilhelm (1873-1930) na casa do
conde Hermann Keyserling,
em Darmstadt, nos encontros
chamados “Escola da Sabedoeuniverso junguiano | 26
Em 1921 publicou sua obra
“Tipos psicológicos” que
aborda os conceitos de
“introversão” e “extroversão”.
dos conhecimentos que tinha
adquirido”.
A construção da torre de
Bollingen durou até 1955.
Em 1922, Jung comprou um
terreno junto ao lago de Zurique em Bollingen, Saint Meinrad, perto de Raperswil, abadia de Saint Gall, (Cantão de
São Galeno).
Em 1923, morreu Emilie
Preiswerk, sua mãe. Também
em 1923 iniciou a construção
da torre de Bollingen, perto
do lago de Zurique. Para Jung,
a casa de Bollingen era um
símbolo da totalidade psíquica
e nas palavras de Jung era “a
representação em pedra dos
mais íntimos pensamentos e
euniverso junguiano | 27
JUNG: MADURO, CRIATIVO E
AINDA MAIS PROFUNDO
alcançasse a plenitude. Ao ler
o presente de Wilhelm, obra
em que faria comentários
com o próprio Wilhelm em
publicação
futura,
Jung
consolida sua ideia do self
como arquétipo central da
psique e da existência do
processo de individuação
no ser humano. Segundo o
próprio Jung, Wilhelm foi a
relação profissional de maior
importância em sua vida.
E
m 1926, Jung intensificou
seus estudos sobre religiões e, principalmente, sobre
alquimia, que era um tema de
grande interesse desde aproximadamente 1910. A abordagem de Jung da alquimia foi
em seu sentido psicológico,
baseada nas meditações dos
alquimistas sobre os textos e
materiais do laboratório alquímico e que inspiraram nele a
prática da imaginação ativa e,
também, via nos processos alquímicos similaridades com o
processo de individuação.
Em 1927, Jung recebeu
de Richard Wilhelm, pelo
correio, um texto da alquimia
chinesa: “O segredo da flor de
ouro”, traduzido pelo próprio
Wilhelm. Tratava-se de um
texto muito antigo acerca
de métodos e metáforas
alquímicas para que a alma,
através
da
meditação,
euniverso junguiano | 28
Em 1928 intensificou ainda
mais seus estudos sobre a alquimia com Richard Wilhelm
e publicou a obra: “O Eu e o
inconsciente”.
Em 1929 publicou com Richard
Wilhelm o livro “O segredo da
flor de ouro”.
Em 1933, Jung conheceu Marie-Louise von Franz, então
com 18 anos.
Em 1940, Jung publicou seu liInstituto Carl Gustav Jung
Marie-Louise von Franz
vro “Psicologia e religião”.
Em 1944 fraturou o pé e sofreu um enfarto do miocárdio
e publicou “Psicologia e Alquimia”.
Em 1946, Jung sofreu um segundo infarto cardíaco.
A partir de 1947 Jung passou
a ficar mais tempo em Bollingen.
Em 1948, Jung começou a estudar William Blake e foi fundado o “Instituto Carl Gustav
Jung” em Zurique.
euniverso junguiano | 29
Jung é então acometido por
várias doenças.
Em 1955, morreu sua esposa,
Emma.
Em
1948,
Blake e foi
Jung
começou
a
fundado o Instituto
estudar
William
Carl Gustav Jung.
Emma
Em 1956, Jung começou as
entrevistas com Aniela Jaffé
para o livro “Memórias,
Sonhos, Reflexões” e em
1957 começou a redigir
o livro com Aniela Jaffé.
euniverso junguiano | 30
MEMÓRIAS, SONHOS,
REFLEXÕES...
E
m janeiro de 1960, Jung
sofreu um terceiro enfarte.
Em março de 1961, sofreu
pequenos
enfartes.
Em
17 de maio de 1961, teve
uma embolia pulmonar.
Em 30 de maio de 1961,
teve
uma
apoplexia.
Em 06 de junho de 1961,
Jung morreu em sua casa
de Küsnacht, Zurique, Suíça.
euniverso junguiano | 31
A seguir o trecho final da
matéria de Carlos Amadeu
Botelho Byington publicado
na revista “Jung: A Psicologia
Analítica
e
o
resgate
do sagrado” da coleção
“Viver Mente & Cérebro:
Memória da psicanálise”.
Carl Gustav Jung
1875-1961
Cheguei a Zurique em abril de
1961 e, por orientação de Nise
da Silveira, também fui fazer
análise com Marie-Louise Von
Franz. Ela visitava Jung diariamente e, em cada sessão,
comentava como ele estava cada vez mais combalido.
Em 6 de junho, ele faleceu, um
mês antes de completar 86
anos. A família abriu as portas
de sua casa para que colegas,
discípulos e amigos visitassem
o seu corpo, que repousava entre dois candelabros. A emoção
fortíssima e indescritível daquele momento acompanha-me até hoje, ao relembrar-me
da entrada naquele castelo
encantado, repleto de livros,
dentro os quais uma fantástica biblioteca alquímica com
euniverso junguiano | 32
exemplares raríssimos, em
meio a pinturas e esculturas
que representavam as vivências mais íntimas de um gênio.
No dia seguinte, fomos a
Bollingen. Cada centímetro
quadrado das quatro torres
exalava arte e ciência em meio
à simplicidade do sagrado.
Dias depois, estava em uma
sessão de análise com Marie-Louise Von Franz, quando
tocou três vezes o sino da paróquia em Küsnacht para a
missa em Ação de Graças. Interrompemos a sessão e caminhamos até a igrejinha
para assistir à homenagem
ao espírito de nosso mestre.
euniverso junguiano | 33
REFERÊNCIAS
CLARKE, J. J. Em busca de Jung. Rio de Janeiro: Ediouro, 1993.
HALL, C. S.; NORDBY, V. J. Introdução à Psicologia Junguiana. São Paulo: Cultrix, 2000.
JUNG, C. G. O livro vermelho: edição sem
ilustração. Petrópolis: Vozes, 2013.
RAPPAPORT, C. R. Teorias da personalidade em Freud, Reich e Jung. São Paulo: EPU,
1984.
STORR, A. As ideias de Jung. São Paulo: Cultrix, 1978.
Revista Viver Mente & Cérebro - Coleção
Memória da Psicanálise Jung - A psicologia
analítica e o resgate do sagrado. São Paulo:
Ediouro, 2005.
Site Symbolon (http://www.symbolon.com.
br/biografia2.htm) acessado em 02 de maio
de 2013.
euniverso junguiano | 34
4 vídeos de Carl Gustav Jung
euniverso junguiano | 35
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A história em imagens
Abraham Brill, Ernest Jones, Sandor Ferenczi
Sigmund Freud, Stanley Hall, Carl G. Jung
1909
euniverso junguiano | 38
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Jung, Burghölzli, 1910
A história em imagens
euniverso junguiano | 39
CLICK
Congresso Psicanalítico Internacional, 1911
A história em imagens
euniverso junguiano | 40
CLICK
Carta de Freud a Jung, 1913
A história em imagens
euniverso junguiano | 41
CLICK
A história em imagens
Tommy de Trafford, Toni Wolff e
Jung, 1937
euniverso junguiano | 42
CLICK
Jung, Küsnacht, 1949
A história em imagens
euniverso junguiano | 43
CLICK
Jung, Küsnacht, 1949
A história em imagens
euniverso junguiano | 44
CLICK
A história em imagens
Jung, Zurique, 1957
com Nise da Silveira
(segunda à esquerda)
euniverso junguiano | 45
FREUD
E
JUNG
euniverso junguiano | 46
Freud
e
Jung
por Paulo Rogério da Motta
P
ara um bom entendimento da criação é oportuno conhecermos o criador,
afinal, a criação nada mais é
do que o fruto do criador. Ao
conhecermos Freud e Jung
entenderemos melhor as bases que constituem a Psicanálise e a Psicologia Analítica.
euniverso junguiano | 47
E...
Influência materna
A mãe de Freud era afetiva e
protetora.
A mãe de Jung era incoerente
e com personalidade dividida.
Influência paterna
O pai de Freud era austero e
apresentava-se como figura
de autoridade.
O pai de Jung era convencional e tido por Jung como alguém que não atendia seus
anseios intelectuais.
Prevalece na Psicanálise de
Freud um perfil paternal baseado na busca e forte valorização da consciência, bem
como, com características deterministas e punitivas. O analista é tido como o detentor do
saber e o setting terapêutico é
pautado em regras.
Prevalece na Psicologia Analítica de Jung um perfil maternal baseado na busca das profundezas do inconsciente para
tornar-se um ser completo,
bem como, a valorização das
potencialidades encerradas
na totalidade humana. O analista é alguém que também se
transforma no processo terapêutico e o setting terapêutico baseia-se no encontro.
euniverso junguiano | 48
Influência religiosa
Os pais de Freud eram judeus,
porém com adesão tênue à
fé judaica. Ressalte-se o clima antissemita da época de
Freud.
O pai de Jung era um pastor e,
portanto, a religiosidade era
uma presença forte na vida de
Jung.
E...
Para a Psicanálise de Freud a
religião e a religiosidade são
associadas à neurose.
Na Psicologia de Jung a espiritualidade é presença marcante.
euniverso junguiano | 49
E...
Influência social
Freud era judeu e sofria intensa instabilidade social e
preconceito racial.
Jung viveu na pacífica Suíça e
cercado de influências religiosas, filosóficas e culturais.
A Psicanálise de Freud apresenta aspectos pessimistas e
com pontos em que a resignação é o caminho para o equilíbrio psíquico.
A Psicologia Analítica de Jung
apresenta um caráter otimista considerando os conflitos
como etapas do processo de
cura e enfatiza o caminho individual trilhado entre opostos, inclusive o bem e o mal,
considerando o ser humano
como um eterno buscador.
euniverso junguiano | 50
E...
Influência acadêmica
Freud especializou-se em
neurologia e alicerçou seu conhecimento na sexualidade e
nas psicopatologias.
Jung especializou em psiquiatria e sempre alimentou seu
conhecimento com questões
filosóficas e espirituais e ao
trabalhar no Hospital Psiquiátrico do Burghölzli interessou-se pela criatividade e afetividade presentes por trás das
psicopatologias.
A Psicanálise de Freud baseia-se na sexualidade e nas psicopatologias.
A Psicologia Analítica de Jung
caracteriza-se na busca de si
mesmo em um constante processo de desenvolvimento.
euniverso junguiano | 51
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PROFUNDA
euniverso junguiano | 52
direto da fonte
Memórias,
sonhos,
reflexões
Excerto do prólogo do livro:
Memórias, sonhos, reflexões.
M
inha vida é a história de
um inconsciente que se
realizou. Tudo o que nele repousa aspira a tornar-se acontecimento, e a personalidade,
por seu lado, quer evoluir a
partir de suas condições inconscientes e experimentar-se como totalidade. A fim de
descrever esse desenvolvieuniverso junguiano | 53
contar o mito da minha vida.
No entanto, posso fazer apenas constatações imediatas,
contar histórias. Mas o problema não é saber se são verdadeiras ou não. O problema
é somente este: é a minha
aventura a minha verdade?
mento, tal como se processou
em mim, não posso servir-me da linguagem científica;
não posso me experimentar
como um problema científico.
O que se é, mediante uma intuição interior e o que o homem parece ser sub specie
aeternitatis só pode ser expresso através de um mito.
Este último é mais individual
e exprime a vida mais exatamente do que o faz a ciência,
que trabalha com noções médias, genéricas demais para
poder dar uma ideia justa
da riqueza múltipla e subjetiva de uma vida individual.
Assim, pois, comecei agora, aos oitenta e três anos, a
euniverso junguiano | 54
JUNG
vida e obra
REVISTA EUNIVERSO JUNGUIANO
FIM?
Que nada!
Estamos só começando!
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