OS ALIMENTOS E A SAÚDE HUMANA Figura 1 – Alimentos Fonte: Wikimedia CONTEÚDOS Os nutrientes e suas funções Obtenção de energia pelos alimentos Dieta humana e as necessidades nutricionais Obesidade e desnutrição AMPLIANDO SEUS CONHECIMENTOS Vamos iniciar nossos estudos com o seguinte questionamento: Você sabe o que está comendo? Se você estiver comendo uma maçã, por exemplo, você responderá que está comendo uma fruta, ok! Mas o questionamento vai além de saber identificar o alimento e busca refletir sobre quais nutrientes você está oferecendo ao seu corpo com este alimento. Você já parou para pensar nisso? 1 Nos produtos industrializados, é comum observarmos um rótulo no verso das embalagens, é uma forma de comunicação entre o produto e a pessoa que o consome. Nele, estão descritos os elementos que compõe o alimento, isto é, os nutrientes presentes. Um elemento é considerado um nutriente quando é classificado como uma substância utilizada pelo metabolismo de um organismo. Geralmente, o rótulo de um produto industrializado inicia sua descrição pelo macronutrientes e depois pelos Figura 2 - Leitura de Rótulo Fonte: ANVISA micronutrientes. Veja o exemplo de rótulo do queijo mussarela: INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção 30g (1 e ½ fatia média) Quantidade por porção % VD (*) Macronutrientes Valor Calórico 80Kcal 3% Carboidratos 1g 0% Proteínas 6g 12% Gorduras Totais 6g 7% 4g 16% 25 mg 8% 0g 0% Cálcio 155 mg 19% Ferro Quantidade não 0% Gorduras Saturadas Colesterol Fibra alimentar Micronutrientes significativa Sódio 115 mg 5% *Valores Diários de referência com base em uma dieta de 2.500 calorias. Fonte: USDA Figura 3 – Rótulo de queijo mussarela Fonte: ANVISA 2 Os nutrientes são classificados em dois grandes grupos, conforme a quantidade que o corpo necessita. Aqueles nutrientes que necessitam uma grande quantidade, são denominados macronutrientes, já aqueles em que necessitam quantidades menores, micronutrientes. Os nutrientes que compõem cada um desses dois grupos costumam variar em função do organismo considerado, ou seja, em função das necessidades nutricionais de cada um. Quando consideramos os humanos, veja abaixo os principais representantes de cada grande grupo nutricional: Macronutriente Micronutriente Carboidratos Vitaminas Proteínas Sais Minerais Gorduras Figura 4 – Grupos de nutrientes Fundação Bradesco Se considerarmos as necessidades nutricionais de uma planta, os macronutrientes serão outros, tais como, o carbono, o oxigênio, o hidrogênio, o nitrogênio, o fósforo, o potássio, o cálcio, o magnésio e o enxofre. Já no grupo dos micronutrientes, são necessários apenas quantidades muito pequenas de Boro, Cloro, Cobre, Ferro, Manganês, Molibdénio, Níquel e Zinco. Note que as necessidades das plantas e dos humanos são bem diferentes. Agora que você já conhece os grupos nutricionais, vamos aprofundar mais os conhecimentos sobre a função de cada nutriente e os critérios para classificá-los conforme a atividade desempenhada, começando pelos nutrientes energéticos! 1. Nutrientes Energéticos Os carboidratos e as gorduras são nutrientes orgânicos cuja função principal é fornecer energia às células. Alimentos ricos nesses nutrientes costumam ser chamados de alimentos energéticos. Exemplos de alimentos ricos em carboidratos: batata, 3 mandioca, arroz, trigo, milho entre outros. Exemplos de alimentos ricos em gorduras: margarina, azeite, abacate, toucinho, creme de leite, biscoitos, salgadinhos entre outros. 2. Nutrientes Estruturais ou Plásticos As proteínas que ingerimos fornecem grande parte dos aminoácidos de que nosso corpo necessita. Nossas células utilizam esses nutrientes orgânicos para fabricar suas próprias proteínas. Por serem os principais constituintes estruturais das células, as proteínas são consideradas nutrientes estruturais. Certos alimentos apresentam predominância de nutrientes energéticos, enquanto em outros, predominam os nutrientes estruturais, como também existem alimentos que reúnem ambos nutrientes. 3. Nutrientes Reguladores Ao contrário dos carboidratos, lipídios e proteínas, os sais minerais são substâncias inorgânicas, ou seja, não podem ser produzidas por seres vivos. Estas substâncias possuem funções muito importantes no corpo e necessitamos ingerir doses diárias desses elementos, pois a falta delas pode desencadear a manifestação de diversas doenças. Encontramos sais minerais em diversos alimentos, na água, nas frutas, no sal de cozinha, no leite, nos frutos do mar. Alguns sais minerais desempenham tanto função reguladora como estrutural no organismo. O cálcio e o fósforo, por exemplo, participam da constituição de ossos e dentes. Uma alimentação pobre em ferro desencadeia uma doença denominada anemia (falta de glóbulos vermelhos no sangue). O excesso de sódio, devido à ingestão exagerada de sal, aumenta o risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares e está associado à hipertensão arterial. A seguir estão os principais sais minerais, fontes de obtenção e função desempenhada no corpo humano: Sais minerais Função desempenhada Fonte de Obtenção Constitui ossos e dentes e atua em Cálcio processos corporais produção de coagulação e como hemácias, a a a contração Leite e derivados, feijão, ovos, vegetais escuros e peixes. muscular. 4 Peixes, Iodo frutos do mar (siri, Garante o bom funcionamento da caranguejo, camarão), algas, carnes, glândula tireoide. presunto, salsicha, fígado e sal iodado. Fósforo Participa da mineralização dos Leite e derivados, carne vermelha, dentes aves, peixes e cereais integrais e e ossos e atua nas transformações de energia nas feijão. células e na contração muscular. Sódio Atua na regulação da quantidade Sal de industrializados, água no corpo funcionamento e do do sistema de cozinha e alimentos como embutidos, enlatados e alimentos desidratados. nervoso. Potássio Ferro Colabora com o controle de água Banana, verduras escuras, laranja, no corpo e do funcionamento de cereais músculos e nervos. vermelha, aves, peixes e leite. Exerce função no transporte de Verduras escuras, feijão, cereais oxigênio pelo organismo. integrais, carnes vermelhas, peixes e integrais, feijão, carne ovos. Constitui Magnésio ossos e dentes e Verduras escuras, castanha-do-pará, participa do funcionamento de castanha-de-caju, feijão, soja, cereais músculos e nervos. integrais, leite, ovos e peixes. As vitaminas são substâncias orgânicas necessárias em pequenas quantidades, elas participam de muitas transformações do metabolismo celular, contribuindo para o bom funcionamento do organismo. A maioria das vitaminas atua como fatores auxiliares em reações catalisadas por enzimas, ou seja, se faltar uma determinada vitamina, determinadas enzimas não funcionam, com prejuízo para as células. A falta de vitamina na dieta é denominada avitaminose, e geralmente causa diversos problemas ao organismo. A falta de vitamina C, por exemplo, é caracterizada por fraqueza, inflamações e hemorragias na gengiva e nas mucosas que revestem a boca e o nariz. Observe as principais vitaminas, funções desempenhadas fontes de obtenção: Vitaminas Vitamina A Função Importante Cegueira visão, a formação de e vegetais xeroftalmia (olhos secos) e ossos cenoura, cegueira total. saúde da a Deficiência Fígado, gema do ovo, e para Fonte de Obtenção alguns dentes, a como pele e batata-doce, proteção de mucosas. abóbora, noturna, caju, 5 brócolis, espinafre e escarola. Complexo B Grupo que de vitaminas participam Fígado, carnes, ovos, B1: Beribéri (fraqueza e do cereais integrais, inflamação dos da batata, banana, metabolismo e multiplicação celular, atuando nos sistemas feijões, espinafre e nervos). B2: Rachamento da pele; deficiência visual. laranja. nervoso e imunitário. Contribuem para a saúde pele e da cabelo. Vitamina C Contribui para Frutos manutenção de ossos, outros dentes acerola, camu- sangramento sanguíneos, aumenta camu); batata; gengivas, dores nas juntas, a absorção de ferro e a hortaliças. e vasos cítricos e Fadiga em adultos, insônia (tomate, e nervosismo em crianças, das dentes eficiência do sistema alterados, escorbuto. imunitário. Vitamina D Atua na formação e Óleo de fígado de Problema proteção de ossos e peixes; gema de ovo; dentes dentes e fortalece o produzida para sintomas de artrite e sistema imunitário. pela ação de raios na pele nos fracos, ossos, contribui raquitismo. solares. Vitamina E Retarda o envelhecimento células, melhora das Vegetais óleos a cereais; circulação sanguínea, bovino. verdes; Problemas neurológicos vegetais; como perda de reflexos; fígado esterilidade masculina e aborto atua na formação de glóbulos vermelhos e aumenta a resistência imunitária. Vitamina K Age no processo de Vegetais verdes, coagulação castanha- do-pará, sanguínea. castanha-de-caju Hemorragias e tomate. 6 4. Valor Energético dos Alimentos Nos rótulos dos alimentos há a informação do valor energético do alimento em questão. Essa informação consiste no valor de energia que esse alimento é capaz de oferecer ao corpo em uma determinada porção. A unidade utilizada para medir a quantidade de energia nos alimentos é a caloria (cal). Na maioria dos alimentos, essa informação pode constar em quilocaloria (kcal), a qual corresponde a 1 000 cal. Vejamos um rótulo de leite integral como Figura 5 – Rótulo exemplo: Fonte: ANVISA INFORMAÇÃO NUTRICIONAL Porção de 200 mL / (1 copo) Quantidade por porção Valor calórico %VD (*) 130 Kcal 5% 10 g 3% Proteínas 7g 14% Gorduras Totais 8g 10% 5g 20% 30 mg 10% 0g 0% 245 mg 31% Ferro quantidade não significativa 0% Sódio 100 mg 4% Carboidratos Gorduras saturadas Colesterol Fibra Alimentar Cálcio 5. Necessidade Energética Necessitamos de energia para todas as atividades do cotidiano, seja para estudar, andar, correr, pensar, ouvir e muitas outras atividades até mesmo em repouso gastamos certa quantidade de energia. Cada pessoa necessita de energia de forma diferente, que pode variar conforme alguns fatores, tais como, sexo, presença de enfermidades, idade e da intensidade das atividades desempenhadas por ela durante o dia. Um grama de gordura, por exemplo, pode fornecer cerca de 9,5 kcal. Já um grama de carboidratos ou proteína pode fornecer até 5 kcal. Uma pessoa jovem consome cerca de 2 000 kcal à 2500 kcal, ou até 6 000 kcal por dia ou mais, se executa exercícios intensos, tal como um trabalhador braçal ou um atleta. 7 Agora que já conhecemos o que são nutrientes e as necessidades calóricas vamos analisar a dieta alimentar conforme as informações contidas no rótulo dos alimentos. 6. Dieta Alimentar Se observarmos os rótulos dos alimentos, pode-se concluir que não existe alimento bom ou ruim, mas adequado ou não, dependendo da situação de cada pessoa e também dependendo do quanto ela já consumiu de um determinado alimento naquele dia. Uma pessoa saudável pode comer com moderação todos os tipos de alimentos. A moderação está em consumi-los na quantidade certa. A Pirâmide dos Alimentos é o guia para uma alimentação saudável. Ela nos mostra a quantidade e os tipos de alimentos que devemos comer todos os dias. Os alimentos que precisam ser consumidos em maior quantidade estão na base da pirâmide e os que precisam ser consumidos em menor quantidades estão no topo da pirâmide, veja a seguir: Figura 6 – Pirâmide alimentar Fonte: ANVISA Antes de seguirmos um roteiro para a escolha correta dos alimentos, vamos saber o que é uma alimentação saudável entendendo a Pirâmide dos Alimentos. A pirâmide divide os alimentos em quatro níveis: Nível 1: topo da pirâmide Nível 2: parte intermediária alta Nível 3: parte intermediária baixa Nível 4: base da pirâmide 8 No topo da pirâmide temos 2 grupos: grupos dos óleos e gorduras (todos óleos vegetais, inclusive o azeite, manteiga e margarinas) e também os açúcares e doces. Esses alimentos estão no topo porque devem ser consumidos com moderação. Isso porque são ingredientes dos outros alimentos da pirâmide. O óleo e o açúcar estão presentes na maioria dos alimentos: pães, bolos, arroz, feijão, carnes etc. (Figura 7). Figura 7 – Topo da pirâmide alimentar Fonte: ANVISA Na parte intermediária, mais alta, temos mais 3 grupos de alimentos. Grupo dos leites e derivados (leite, iogurtes, queijos), das carnes e ovos (carne de boi, frango, peixe e todos os tipos de ovos) e por último, das leguminosas (feijão, ervilha e lentilha) (Figura 8). Figura 8 – Base intermediária alta Fonte: ANVISA Na parte intermediária, mais baixa, há mais dois grupos de alimentos: o das frutas e das verduras (Figura 9). Figura 9 – Base intermediária baixa Fonte: ANVISA 9 Na base da pirâmide estão os cereais, pães, farinhas, massas, tubérculos e raízes. Estes alimentos estão na base da pirâmide alimentar por que são essenciais para a dieta alimentar. A informação nutricional contida no rótulo é a forma mais fácil de comparar um alimento com outro, e assim realizar escolhas corretas. Você pode por exemplo, comparar iogurtes de diferentes marcas e escolher aquele que tem menos gordura total, gordura saturada e colesterol e que, mesmo assim, apresenta a mesma quantidade de cálcio. Seguindo determinadas proporções sugeridas pela Pirâmide Alimentar e as informações dos rótulos, você poderá consumir todos os tipos de alimentos, com moderação. Ao ingerir um alimento com grande quantidade de gordura e sódio, por exemplo, depois deve selecionar um outro que seja pobre nesses nutrientes para que sua alimentação seja balanceada. Veja as porções e por cada grupo da pirâmide alimentar: Figura 10 – Pirâmide alimentar Fonte: ANVISA Os grupos de alimentos são classificados através da quantidade de calorias que eles apresentam por porção. Cada grupo de alimentos apresenta uma média de calorias por porção. Para saber se um determinado alimento tem muita ou pouca caloria, você deve compará-lo a média de caloria por cada grupo. Observe na tabela abaixo, as médias de calorias por porção de cada grupo: 10 Figura 11 – Média de calorias por porção de cada grupo de alimento Fonte: ANVISA 7. Doenças relacionadas a má alimentação Algumas doenças estão relacionadas a má alimentação, vamos conhecer como a alimentação pode estar associada ao aparecimeto de doenças na população. 7.1 Obesidade A causa da obesidade é uma multifatorial, isto é, vários fatores podem atuar em conjunto ou isoladamente para que ela se manifeste, mas de forma geral, quando ingerimos uma quantidade de alimento maior do que a necessária, todo o excesso é armazenado em forma de gordura, no interior de células especializadas em armazenar essa substância no corpo. Hoje, nas grandes cidades, com enorme oferta de comida e estilo de vida sedentário e consumista, as chances de ficar obeso são grandes.Outros fatores que podem contribuir para a obesidade são: a idade, fatores genéticos e emocionais. Desta forma, os especialista sugerem que para manter o peso adequado, devemos, principalmente: Evitar o excesso de alimentos, principalmente os energéticos (ou seja, diminuir a entrada de energia no organismo). Realizar atividades físicas (aumentar o gasto de energia). Considerando os demais fatores envolvidos, observa-se também que pessoas em estado de stress, nervosismo ou que estão passando por algum tipo de trauma, acabam realizando um comportamento compensatório através da alimentação, aumentando a ingestão de alimentos. Há também doenças ligadas a desregulação hormonal de ordem genética associadas ao acúmulo de gordura no corpo. Alguns estudos apontam que a gravidade dos fatores de riscos relacionados à obesidade está mais diretamente ligada à distribuição da gordura do que com a 11 quantidade de gordura corporal. Levando-se em conta essa distribuição, a OMS (Organização Mundial da Saúde) dividiu a obesidade em dois subgrupos: Obesidade ginóide: a gordura é concentrada na região das nádegas e nas coxas, podendo haver bastante adiposidade1 também no abdômen, mas na parede abdominal. Esse tipo de obesidade é predominante em mulheres, assemelha-se a forma de pêra e está associado à problemas ortopédicos, de pele, celulite, mas apresenta risco menor para doenças cardiovasculares (Figura 12). Obesidade Androide: também conhecida por obesidade em forma de maçã ou obesidade visceral. É o tipo de obesidade que mais se associa às doenças: intolerância à glicose, complicações cardiovasculares e acidentes vasculares cerebrais. A gordura se concentra nas regiões do tronco, abdômen e tórax, os membros superiores e inferiores também tendem a ser mais volumosos. Sua incidência costuma ser maior em homens (Figura 12). Figura 12 – Tipos de obesidade Fonte: UFMG Existem diversas maneiras de diagnosticar a obesidade, uma das formas mais utilizadas atualmente é o emprego da avaliação do Índice de Massa Corporal (IMC), utilizando-se a seguinte fórmula: IMC = Peso atual (kg) / altura2 (m2) 1 Adiposidade: excesso de gordura no organismo; obesidade 12 O uso do valor de IMC é prático e simples, porém é recomendado somente para indivíduos adultos. A avaliação da massa corporal em crianças e adultos é realizada com o auxílio de tabelas específicas que relacionam, a idade, o peso e a altura. O IMC não é indicado para crianças e adolescentes porque eles passam por grande alterações corporais por conta do crescimento e desenvolvimento. A classificação a seguir, mostra os diferentes graus de obesidade em adultos: Classificação IMC (kg/m2) Baixo peso Menor que 18,5 Normal 18,5 – 24,9 Sobrepeso Maior que 25 Pré-obeso 25 – 29,9 Obeso I 30 – 34,9 Obeso II 35 – 39,9 Obeso III Maior que 40 Tabela – Graus de obesidade Fonte: ANVISA Quanto maior for o IMC de uma pessoa, maior a chance dela morrer precocemente e de desenvolver doenças do tipo diabete melito, hipertensão arterial e doenças cardiovasculares. Mas isso não significa dizer que quanto mais magro melhor, pois o índice de mortalidade também aumenta em indivíduos com IMC muito baixo, especialmente por causa de doenças infecciosas e dos pulmões. O ideal é manter-se entre as faixas de 20 a 25kg/m2. Epidemiologia da Obesidade O número de crianças e adultos obesos é cada vez maior, tanto em países pobres, como em países ricos. A Organização Mundial de Sáude passou a considerar a obesidade como caso de saúde pública. No Brasil, estima-se que 20% das crianças sejam obesas e que cerca de 32% da população adulta apresenta algum grau de excesso de peso, sendo 25% casos mais graves. Nos Estados Unidos, a prevalência é de 34% em homens e de 55% em mulheres, com idade entre 20 e 64 anos. Apesar das diferenças econômicas, os países, desenvolvidos ou não, vivem o mesmo problema da alta e crescente prevalência de excesso de peso. O número de obesos é maior nas 13 áreas urbanas e também está relacionado ao poder aquisitivo familiar. Quanto maior a renda, maior a prevalência de obesidade, mas esta é cada vez mais alta em mulheres de baixa renda e tende a se estabilizar ou até mesmo diminuir nas classes de renda mais elevada. ATIVIDADES 1 - Os nutrientes que ingerimos podem ser reunidos em grupos, de acordo com a função que exercem no organismo. Identifique quais são esses grupos, as funções dos nutrientes que os constituem, e pelo menos um exemplo de alimento que contenha tais nutrientes. _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 2 - Cite nos quadros a seguir, exemplos de alimentos que deveriam estar presentes em dietas especiais para pessoas com diagnóstico de escorbuto, raquitismo e anemia. Dieta indicada para pessoa com escorbuto Dieta indicada para pessoa com raquitismo Dieta indicada para pessoa com anemia 14 3 - Com base nos nutrientes energéticos, construtores e reguladores, quais deles são nutrientes importantes para o corpo estão presentes nos pratos abaixo e quais faltam? Prato B: Peixe com brócolis e cenouras Prato A: Macarrão alho e óleo Fonte: Microsoft Fonte: Microsoft Prato C: Salada temperada com sal e azeite Prato D: Churrasco Fonte: Microsoft Fonte: Microsoft ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 15 4 - Preencha a tabela abaixo e calcule seu IMC: Tabela de Dados: Categorias Valores Peso Altura IMC Considerando os dados de classificação do IMC, você está classificado como: ( ) Baixo peso ( ) Normal ( ) Sobrepeso ( ) Pré-obeso ( ) Obeso I ( ) Obeso II ( ) Obeso III INDICAÇÕES Ouça os programas de áudio Alimentação e Digestão; Obesidade, disponíveis no Mapa Curricular no conteúdo curricular Sistema Digestório – Nutrientes Dieta Balanceada de Ciências da Natureza e Ciências da Natureza II. Acesse ao Portal Alimentação Saudável, para explorar um Guia Nutricional dos Alimentos produzido por Nutricionistas. Disponível no link: <http://www.alimentacaosaudavel.org/>. Acesso em: 08 mar. 2016. 10h13min. 16 Acesse a Web-aula Alimentos e Nutrientes para revisar os conteúdos abordados neste capítulo. Acesse pela Biblioteca Digital ou através do Mapa Curricular, no conteúdo curricular Sistema Digestório – Nutrientes - Dieta Balanceada: Acesse ao Portal da ABESO – Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica e obtenha dicas, artigos e um mapa da obesidade no Brasil. Disponível no link: <http://www.abeso.org.br/>. Acesso em: 08 mar. 2016. 10h22min. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMABIS & MARTHO. Fundamentos da Biologia Moderna. Volume único. São Paulo, Editora Moderna, 2006. BRASIL, Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância. Manual de orientação aos consumidores Educação para o Consumo Saudável. 2005. Brasília. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Guia alimentar: Como ter uma alimentação saudável. 2007. Brasília. BRASIL. Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica: Carências de Micronutrientes. 2007. Brasília. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição Alimentar. Manual da Pirâmide dos alimentos. 2003. Brasília. JUNQUEIRA, L. C. & CARNEIRO, J. Histologia Básica. 8ª Edição. Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan. 1995. Pp. 100:108. LINHARES, S.; GEWANDSZNAJDER,F. Biologia Hoje: Seres Vivos. v. 2. São Paulo: Ática, 2006. UFMG. Tipos de Obesidade. Disponível em: <https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/6400.pdf>. acesso em: 07 mar. 2016. 14h39min. 17 WIKIPÉDIA. Alimentos. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Alimentos.jpg>. Acesso em: 04 mar. 2016. 9h12. GABARITO: 1 - Os principais grupos de nutrientes são: a) Nutrientes energéticos: Carboidratos e lipídeos ao serem degradados fornecem grande quantidade de energia ao organismo. Dentre os alimentos ricos em carboidratos, podemos citar o arroz e o feijão. b) Nutrientes estruturais: As proteínas não são como os carboidratos que podem ser armazenados nas células, mas elas fazem parte da estrutura biológica. De modo que a construção e manutenção do organismo humano dependem do fornecimento dessas proteínas. Dentre os alimentos ricos em proteínas, temos as carnes e leites. c) Nutrientes reguladores: As vitaminas e os sais minerais constituem os nutrientes chamados reguladores do organismo, não desempenham função estrutural nem tão pouco função energética. Esses nutrientes atuam nos mecanismos bioquímicos, auxiliando por exemplo, o trabalho de enzimas e proteínas. Dentre os alimentos ricos em vitaminas e sais minerais, temos as frutas e verduras. 2Dieta indicada para pessoa com escorbuto O escorbuto caracteriza-se pela deficiência em vitamina C. Nesse caso, a dieta para um portador de escorbuto deve ser rica nesse tipo de vitamina, podendo consumir alimentos como: frutas cítricas e outros (tomate, acerola, camu-camu); batata; hortaliças. Dieta indicada para pessoa com raquitismo O raquitismo é uma doença caracterizada pela deficiência de vitamina D e pela mineralização insuficiente dos ossos. Pessoas portadoras da doença, devem ingerir alimentos ricos em vitamina D, tais como: óleo de fígado de peixes; gema de ovo e, adicionalmente, realizar banhos de sol, pois a produção de vitamina D pelo corpo é otimizada na pele pela ação de raios solares. 18 Dieta indicada para pessoa com anemia A anemia é caracterizada pela deficiência de ferro na alimentação. Pessoas portadoras de anemia, devem receber alimentos ricos nesse tipo de mineral, tais como: verduras escuras, feijão, cereais integrais, carnes vermelhas, peixes e ovos. 3Prato A: Os carboidratos estão predominantemente presentes, para tornar o prato mais equilibrado, sugere-se adicionar alimentos ricos em proteínas (como um tipo de carne) e alimentos ricos em nutrientes reguladores (como legumes e verduras). Prato B: Proteínas e nutrientes reguladores estão presentes no prato, para equilibrar a refeição, sugere-se acrescentar um alimento que forneça uma porção de carboidratos. Prato C: Estão presentes fibras e nutrientes reguladores, a refeição carece de nutrientes estruturais e energéticos. Prato D: A refeição é rica em proteínas, nutrientes estruturais, e carece de nutrientes energéticos e reguladores. 4 - Resposta pessoal do aluno. 19