ROMEU DE CARVALHO ANDRADE NETO EFEITOS DE ADUBOS VERDES NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO, CRESCIMENTO E RENDIMENTO DE SORGO Mossoró-RN 2007 0 Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. ROMEU DE CARVALHO ANDRADE NETO EFEITOS DE ADUBOS VERDES NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO, CRESCIMENTO E RENDIMENTO DE SORGO Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido como parte das exigências para a obtenção do título de mestre em Agronomia: Fitotecnia. ORIENTADOR (a): PROF˚ D. Sc. Neyton de Oliveira Miranda Mossoró-RN 2007 1 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA A553e Andrade Neto, Romeu de Carvalho. Efeitos de adubos verdes nas propriedades químicas do solo, crescimento e rendimento de sorgo / Romeu de Carvalho Andrade Neto. - Mossoró: 2007. 49f.: il. Dissertação (Mestrado em Fitotecnia) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Área de Concentração: Agricultura Tropical Orientador: Profo. DSc. Neyton de Oliveira Miranda. 1.Sorghum bicolor. nutrientes. I. Título. 2.Adubação verde. 3.Teor de CDD: 633.174 Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa CRB/4 1254 2 ROMEU DE CARVALHO ANDRADE NETO EFEITOS DE ADUBOS VERDES NAS PROPRIEDADES QUÍMICAS DO SOLO, CRESCIMENTO E RENDIMENTO DO SORGO Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido como parte das exigências para a obtenção do título de mestre em Agronomia: Fitotecnia. APROVADA EM:_____/______/______ __________________________________ Gustavo Pereira Duda – DSc. UFERSA (Conselheiro) ______________________________ Pahlevi Augusto de Souza – DSc. UFERSA Bolsista PRODOC/CAPES (Conselheiro) ____________________________________ Neyton de Oliveira Miranda – DSc. UFERSA (Orientador) 3 A meu Pai, pessoa que, com certeza, estaria muito orgulhosa de estar compartilhando este novo momento da minha vida. In memorian. A meu mais novo amor, para quem todas as atenções, carinho, afeto e dedicação se voltam. Rômulo Andrade, meu filho. Ofereço 4 AGRADECIMENTOS A Deus, Senhor de todos os Senhores, Doutor de todos os Doutores, a quem me apego e o temo em todas as horas, responsável por todas as conquistas da minha vida; A pessoa que me fez ser o que sou hoje, minha mãe Eni Ribeiro de Carvalho da Silva: mulher amada, carinhosa, sofredora e muito batalhadora, um exemplo de MÃE; Aos meus grandes irmãos que tanto se preocupam comigo e a quem tanto amo: Rodrigo, Renato, Reginaldo, Danilo e Renata, e aos queridos sobrinhos que tanto adoro: Rian, Rener, Luana, Rebeca e Ester; A minha esposa Ionara Fonseca da Silva Andrade; Ao co-orientador, professor Gustavo Pereira Duda, pelos conhecimentos adquiridos, conselhos, amizade, confiança e troca de excelentes informações, grande profissional que conheci ao longo da minha vida; Ao professor Neyton de Oliveira Miranda pela orientação, amizade, conselhos, ensinamentos, troca de brilhantes informações, excelente profissional que tive a enorme sorte e felicidade de conhecer. Ao grande amigo Pahlevi Augusto de Souza, pelas brincadeiras, troca de experiências, amizade, votos de confiança e incentivo que tem me dado desde que nos conhecemos há alguns anos atrás. Tenessee, exemplo de luta, dedicação e inteligência, digna de todos os merecimentos que um ser humano possa ter. Torço muitíssimo por você, afinal temos uma história em comum. Gleidson, exemplo de força, trabalho e inteligência, pessoa na qual pude contar, sem nenhuma exceção, em todas as horas na condução do experimento. Às meninas: Márcia, Vericia e Aline, e aos meninos: Emiliano, André, Ciro e Elzo pela enorme ajuda nos trabalhos de campo; George Fagner, homem de luta e dedicação, um grande amigo e irmão. Tenha a certeza, meu amigo, nossa hora chegará, pois estamos lutando para isso. Ás empresas Piraí Sementes e Naan Dan pela doação das sementes de leguminosas e material de irrigação. Às instituições: CAPES, pela concessão da bolsa de Mestrado, e UFERSA por me proporcionar mais uma oportunidade de avanço na minha formação profissional; A todos que contribuíram direta ou indiretamente para minha formação profissional. 5 DADOS BIOGRÁFICOS DO AUTOR ROMEU DE CARVALHO ANDRADE NETO, filho de Francisco Aldemir da Silva e Eni Ribeiro Carvalho da Silva, nasceu no dia 11 de junho de 1981 no município de Mossoró-RN. Concluiu o ensino médio no Centro Escolar Aida Ramalho, Mossoró-RN, em 1998, e no primeiro semestre de 1999 ingressou no curso de Engenharia Agronômica da Universidade Federal Rural do Semi-Árido, graduando-se no segundo semestre de 2003. No primeiro semestre de 2005 ingressou no curso de Mestrado em Agronomia-Fitotecnia, concluindo-o no segundo semestre de 2006. 6 RESUMO O trabalho objetivou estudar o efeito da adubação verde sobre as propriedades químicas do solo, crescimento e rendimento de cultivares de sorgo. Para tanto, foi instalado um experimento em blocos casualizados completos com três repetições em esquema de faixas na horta experimental da Universidade Federal Rural do Semi-árido. Nas parcelas foram plantadas sete espécies de leguminosas (Mucuna aterrima, Canavalia ensiformis, Cajanus cajan, Dolichos lab-lab, Crotalária juncea, Crotalária spectabilis e Vigna unguiculata), além de um “coquetel” resultante da mistura de todas as leguminosas mais milho, sorgo e girassol. A testemunha constou de vegetação espontânea. Nas faixas foram implantados duas cultivares de sorgo, BR 601 e IPA 467, ambas de aptidão forrageira. Foram avaliadas a biomassa verde e seca dos adubos verdes, assim como sua composição química; propriedades químicas do solo; matéria verde e seca, altura de plantas, número de folhas e teor de nutrientes nas folhas do sorgo. Os adubos verdes influenciaram as quantidades de potássio, carbono, matéria orgânica e nitrogênio do solo. A mucuna preta apresentou maior produção de matéria fresca e a espécie lab-lab apresentou maiores quantidades de matéria seca e maior acúmulo de nutrientes em sua parte aérea. Além da resposta diferenciada de cada cultivar de sorgo, suas características agronômicas foram influenciadas pelo tempo e pelo tipo de adubo verde empregado. O teor de nutrientes nas folhas da cultivar BR 601 não foi influenciado pela adubação verde. Maiores quantidades de sódio e magnésio nas folhas da cultivar IPA 467 foram observados nos tratamentos com lab-lab e coquetel, respectivamente. Palavras chave: Sorghum bicolor, adubação verde, teor de nutrientes. 7 ABSTRACT The work aimed to study the effect of green manure on soil chemical characteristics, yield and growth of sorghum cultivars. Therefore, an experiment was installed in the experimental garden of UFERSA. Experimental design was a complete randomized block in a strip scheme with three replications. To the plots were assigned seven legume species (Mucuna aterrima, Canavalia ensiformis, Cajanus cajan, Dolichos lab-lab, Crotalária juncea, Crotalária spectabilis, Vigna unguiculata), besides a cocktail resulting from the mixture of all legumes plus maize, sorghum and sunflower. Fallow plots were the control. To the strips were assigned two sorghum cultivars (BR 601 and IPA 467), both with forage purpose. Evaluations included fresh and dry mass of green manures and its nutrient content; soil chemical properties; green and dry mass of sorghum, the nutrient content of its leaves, plant height and leaf number. Sorghum cultivars responded differently to green manure type. Green manures influenced soil contents of potassium, carbon, organic matter and nitrogen. Mucuna aterrima presented the higher fresh matter production and Dolichos lab-lab presented higher dry matter amounts and bigger nutrient content in the shoot. Agronomic characteristics of sorghum were influenced both by time and green manure type. Green manures did not influence nutrient content of BR 601 leaves. In IPA 467 higher contents of sodium and magnesium were obtained in treatments with lab-lab and cocktail, respectively. Key words: Sorghum bicolor, green manure, nutrient content. 8 LISTA DE TABELAS Tabela 01 Tabela 02 Tabela 03 - Tabela 04 - Tabela 05 - Tabela 06 - Tabela 07 - Tabela 08 Tabela 09 - Tabela 10 - Tabela 11 - Tabela 12 - Tabela 13 - Propriedades químicas do solo da camada arável da área experimental. Mossoró-RN, UFERSA, 2007 ----------------------------------------------------- 22 Propriedades químicas do solo em função da adubação verde com diferentes tipos de leguminosas. Mossoró, UFERSA-RN, 2007 -------------- 25 Quantidades de matéria fresca e seca da parte aérea e acúmulo de macronutrientes nas espécies de adubos verdes utilizados no experimento. Mossoró, UFERSA-RN, 2007 ----------------------------------------------------- 27 Matéria fresca da parte aérea de sorgo forrageiro (t.ha-1), cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes, Mossoró, RN, 2007 -------------------------------------------------------- 28 Matéria seca da parte aérea (kg.ha-1) de sorgo forrageiro, cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 -------------------------------------------------------- 30 Altura da planta (cm) de sorgo forrageiro, cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 ----------------------------------------------------------------------------- 31 Número de folhas de sorgo forrageiro, cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 ----------------------------------------------------------------------------------- 32 Teor de nutrientes nas folhas do sorgo, cultivar BR 601, sob diferentes adubos verdes. Mossoró, UFERSA-RN, 2007 ---------------------------------- 34 Matéria fresca da parte aérea do sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 ----------------------------------------------------------------- 35 Matéria seca da parte aérea do sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 ----------------------------------------------------------------- 36 Altura de plantas (cm) do sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 ----------------------------------------------------------------------------- 38 Número de folhas de sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 ----------------------------------------------------------------------------------- 40 Teor de nutrientes nas folhas do sorgo, cultivar IPA 467, sob diferentes adubos verdes. Mossoró, UFERSA-RN, 2007 ---------------------------------- 41 9 LISTA DE FIGURAS Figura 01 - Matéria fresca da parte aérea (MFPA) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias ----------------------------------------------------------- 29 Figura 02 - Matéria seca da parte aérea (MSPA) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias -------------------------------------------------------------------- 30 Figura 03 - Altura de plantas (AP) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias ------------------------------------------------------------------------------------- 32 Figura 04 - Número de folhas (NF) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias ------------------------------------------------------------------------------------- 33 Figura 05 - Matéria fresca da parte aérea (MFPA) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias ----------------------------------------------------------- 36 Figura 06 - Matéria seca da parte aérea (MSPA) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias -------------------------------------------------------------------- 37 Figura 07 - Altura de plantas (AP) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias ------------------------------------------------------------------------------------- 39 Figura 08 - Número de folhas (NF) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias -------------------------------------------------------------------------------- 40 10 SUMÁRIO 1 - INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------- 13 2 - REVISÃO DE LITERATURA ------------------------------------------------------- 15 2.1 - Adubação verde --------------------------------------------------------------------------- 15 2.1.1 - Considerações gerais --------------------------------------------------------------------- 15 2.1.2 - Influência da adubação verde sobre as culturas -------------------------------------- 16 2.2 - A cultura do sorgo ------------------------------------------------------------------------ 18 2.2.1 - Importância da cultura do sorgo -------------------------------------------------------- 20 3 - MATERIAL E MÉTODOS ----------------------------------------------------------- 21 3.1 - Local do experimento -------------------------------------------------------------------- 21 3.2 - Delineamento e caracterização do experimento -------------------------------------- 21 3.3 - Características avaliadas no estudo ---------------------------------------------------- 22 3.3.1 - Características químicas do solo ------------------------------------------------------- 22 3.3.2 - Adubos verdes ---------------------------------------------------------------------------- 22 3.3.3 - Sorgo --------------------------------------------------------------------------------------- 23 3.4 - Análises estatísticas ---------------------------------------------------------------------- 23 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO ----------------------------------------------------- 24 4.1 - Propriedades químicas do solo --------------------------------------------------------- 24 4.2 - Características das leguminosas -------------------------------------------------------- 26 4.3 - Características agronômicas do sorgo ------------------------------------------------- 28 4.3.1 - Cultivar BR 601 ------------------------------------------------------------------------- 28 4.3.1.1 - Matéria fresca da parte aérea------------------------------------------------------------ 28 4.3.1.2 - Matéria seca da parte aérea ------------------------------------------------------------- 29 4.3.1.3 - Altura da planta --------------------------------------------------------------------------- 31 4.3.1.4 - Número de folhas ------------------------------------------------------------------------- 32 4.3.1.5 - Teor de nutrientes pelas folhas --------------------------------------------------------- 33 4.3.2 - Cultivar IPA 467 ------------------------------------------------------------------------ 34 4.3.2.1 - Matéria fresca da parte aérea ----------------------------------------------------------- 34 4.3.2.2 - Matéria seca da parte aérea ------------------------------------------------------------- 36 4.3.2.3 - Altura de plantas -------------------------------------------------------------------------- 37 4.3.2.4 - Número de folhas ------------------------------------------------------------------------- 39 4.3.2.5 - Teor de nutrientes pelas folhas --------------------------------------------------------- 41 5 - CONCLUSÕES ------------------------------------------------------------------------- 42 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ---------------------------------------------- 43 11 1 – INTRODUÇÃO A região nordeste brasileira caracteriza-se pela baixa precipitação pluviométrica, insolação intensa com consequente taxa de evaporação alta e pluviometria irregular. Os solos, em sua maioria, têm baixa permeabilidade e profundidade efetiva e são sujeitos à erosão devido às chuvas torrenciais (CHAVES & KINJO, 1987). Segundo Rebouças (1997) as características edafoclimáticas são semelhantes às de outros semi-áridos quentes do mundo: secas periódicas e cheias freqüentes dos rios intermitentes, solos arenosos, rasos, salinos e pobres em nutrientes essenciais ao desenvolvimento das plantas. A sustentabilidade dos agrossistemas é diretamente influenciada pela forma de manejo dos solos e das culturas (HERNANI et al., 1997). O sistema intensivo de uso e manejo do solo pode alterar seus atributos físicos, químicos e biológicos e ocasionar degradação e perda da qualidade, e ainda causar prejuízo para a sua sustentabilidade. Os fatores químicos e biológicos se destacam como de fundamental importância para o desenvolvimento das culturas, sendo condicionados, principalmente, pela matéria orgânica do solo. A sucessão de cultivos distintos contribui para a manutenção do equilíbrio dos nutrientes no solo e para o aumento da sua fertilidade, além de permitir melhor utilização dos insumos agrícolas. A adição regular de resíduos de adubos verdes aos vários solos e ambientes agroecológicos dos trópicos contribui para a conservação do solo e da água, promovendo, principalmente, a melhoria da estrutura que favorece a aeração e a infiltração de água no solo, permitindo uma maior penetração das raízes. Além disso, propicia melhor aproveitamento de adubos químicos e redução nos custos com adubação mineral, uma vez que promove aumento da atividade biológica do solo. Assim, o uso combinado de adubos minerais e de adubação verde constitui uma prática de manejo em que se procura preservar a qualidade ambiental sem prescindir da elevada produtividade das culturas (ARF et al., 1999a). A adubação verde apresenta enorme potencialidade e vem sendo recomendada por proporcionar benefícios significativos à agricultura, que as praticas convencionais químicas e mecânicas não conseguem desempenhar. O uso freqüente dessa modalidade de adubação orgânica proporciona de uma maneira integrada, a melhoria das condições físicas, químicas e biológicas do solo, tais como: aumento da capacidade de troca de cátions (CTC), diminuição da acidez e do alumínio tóxico, manutenção da umidade, 13 melhoria da estrutura, maior infiltração de água, recuperação e ciclagem de nutrientes, além de aporte de nitrogênio, quando se utilizam leguminosas incorporando esse nutriente ao sistema solo-planta via fixações biológica. A moderna planta de sorgo (Sorghum bicolor L. Moench) é um produto da intervenção do homem, que domesticou a espécie e, ao longo de gerações, vem transformando-a para satisfazer suas necessidades. O sorgo é uma extraordinária fábrica de energia, de enorme utilidade em regiões muito quentes e muito secas, onde o homem não consegue boas produtividades de grãos ou de forragem, cultivando outras espécies, como o milho. É cultivado em áreas e situações ambientais muito secas e/ou muito quentes, onde a produtividade de outros cereais é anti-econômica (RIBAS, 2002). Tendo em vista não ser comum encontrar na literatura trabalhos com adubação verde na cultura do sorgo, o objetivo do trabalho foi estudar o efeito de espécies com potencial para adubação verde, sobre as propriedades químicas do solo, crescimento e rendimento de cultivares de sorgo. 14 2 – REVISÃO DE LITERATURA 2.1 – Adubação verde 2.1.1 – Considerações gerais A principal vantagem do emprego de espécies leguminosas na adubação verde é reduzir a aplicação de nitrogênio via adubo químico, pois essas plantas fixam nitrogênio do ar, através de simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, enriquecendo o solo com esse macronutriente (SILVA et al., 2002). O autor afirma que os adubos verdes devem ser incorporados ao solo, de preferência após o florescimento e antes da frutificação para garantir a adição de uma grande quantidade de material vegetal. Os efeitos promovidos pela adubação verde nas propriedades químicas do solo são bastante variáveis, dependendo de fatores como: espécie utilizada, manejo dado à biomassa, época de plantio e corte do adubo verde, tempo de permanência dos resíduos no solo, as condições locais e a interação entre esses fatores (ALCÂNTARA et al., 2000). Outra contribuição para a fertilidade do solo é mantê-lo sob cobertura vegetal (viva ou morta) na maior parte do ano (GOUVEIA & ALMEIDA, 1997), já que manter a superfície do solo permanentemente coberta por materiais vegetais em fase vegetativa ou como resíduos é o manejo mais recomendado para proteção e conservação do solo (ALVARENGA et al., 1995). Dos inúmeros benefícios do uso de coberturas verdes de inverno ou verão nas entrelinhas de ervais, destacam-se: diminuição do efeito da ação direta da chuva, causadora do escoamento superficial; menor lixiviação de nutrientes presentes no solo na forma solúvel; diminuição da temperatura do solo; diminuição do arraste de solo pelo vento; manutenção de temperatura e umidade favoráveis à atividade biológica e à conservação da matéria orgânica; manutenção da fertilidade do solo; diminuição dos custos com adubação química; diminuição dos custos com controle de plantas daninhas; produção de matéria orgânica para incorporação ao solo, melhorando as condições físicas e estimulando processos químicos e biológicos e melhoria da estrutura e da capacidade de retenção da umidade dos solos. Em plantios de culturas perenes, como a erva-mate, o efeito da cobertura verde torna-se complementar àquele já proporcionado pelo cultivo principal, cobrindo os claros deixados no terreno por suas copas. Nas culturas perenes, as plantas de cobertura são, também, as mesmas usadas para adubação verde (MEDRADO, 2002). Esse mesmo 15 autor cita as características de uma boa planta de cobertura: ser constituída por espécies que vegetem bem nas condições locais de clima e solo; ter sistema radicular eficiente na fixação do solo; ter sistema foliar suficientemente denso e porte baixo; não serem competitivas com a erva-mate; sejam, preferencialmente, aproveitáveis como adubo verde. Alguns inconvenientes da adubação verde, citados por Medrado (2002), devem ser encarados com bastante atenção: alguns deles, como a serradela, o nabo forrageiro, os tremoços e outras espécies facilitam o aparecimento de plantas daninhas como o capim-papuã; o trigo e o centeio favorecem o desenvolvimento do capim colchão (milhã) e ervas daninhas de folhas largas; o tremoço, o nabo forrageiro e a colza favorecem o desenvolvimento de gramíneas, os cereais, que beneficiam espécies de folhas largas. Outro fato relevante são os efeitos alelopáticos que uma espécie de cobertura pode exercer não só em algumas plantas daninhas como também em outras coberturas, como os casos da aveia sobre a ervilhaca peluda. As diversas espécies utilizadas como cobertura vegetal possuem diferentes graus de autocompatibilidade, indicando até que ponto uma determinada espécie pode ser plantada em sucessão, sugerindo desta forma as melhores seqüências por ocasião do planejamento de rotação de culturas. Inúmeros trabalhos têm evidenciado o efeito positivo da adubação verde sobre as propriedades químicas do solo. Ela permite o aporte de quantidades expressivas de fitomassa, possibilitando uma elevação no teor de matéria orgânica do solo ao longo dos anos. Como consequência, obtêm-se um aumento da capacidade de troca catiônica (CTC) do solo, o que traz maior retenção de nutrientes junto às partículas do solo, reduzindo perdas por lixiviação (KIEHL, 1985 apud ESPINDOLA et al., 1998). A partir da decomposição dos resíduos vegetais pode ocorrer uma diminuição na acidez do solo. Isto porque durante a decomposição dos resíduos, são produzidos ácidos orgânicos capazes de complexar íons Al+++ presentes na solução do solo, reduzindo desta forma o alumínio tóxico do solo (LIU & HUE, 1996 apud ESPINDOLA, 1998). 2.1.2 – Influência da adubação verde sobre as culturas O cultivo consorciado com C. juncea promoveu maior altura nas plantas do inhame, além de controlar a queimadura de folhas pelo sol e a reinfestação pela vegetação espontânea. A associação entre o consórcio com a leguminosa e o plantio 16 direto na palhada de pré-cultivo de aveia-preta reduziu a população de ervas espontâneas (OLIVEIRA et al., 2004). A Crotalária cultivada na primavera proporcionou maior produtividade do milho em sucessão comparada à área de pousio, em ano com precipitação normal, tanto em plantio direto, quanto no sistema de preparo convencional do solo (CARVALHO et al., 2004a). Os mesmos autores observaram que o cultivo de adubos verdes na primavera não influenciou a produtividade da soja em sucessão, nem quando deixados sobre o solo, em plantio direto, nem quando incorporados no sistema de preparo convencional. O uso de leguminosas na adubação verde em pré-cultivo e consórcio contribuiu significativamente para o fornecimento de N na cultura da berinjela. Nestes casos, a quantidade de N introduzida pela fixação biológica foi suficiente para compensar o N exportado pela colheita de frutos (CASTRO et al., 2004). O tratamento com incorporação de mucuna-preta produziu praticamente o dobro de grãos de feijão em relação ao tratamento com incorporação apenas de palhada de milho. As maiores produtividades foram obtidas nos tratamentos com incorporação de mucuna-preta, lablab e milho + mucuna-preta semeada 100 dias após a semeadura do milho. A aplicação de 45 kg ha-1 de N aumentou em 17,8% a produtividade média do feijoeiro (ARF et al., 1999b). O uso da subsolagem no preparo do solo para o plantio, associado ao manejo de leguminosas nas entrelinhas da cultura para o controle integrado de plantas infestantes proporcionou os maiores impactos na melhoria das propriedades físicas de Latossolo Amarelo álico coeso, com reflexo direto em aumento de produtividade (CARVALHO et al., 2004 d). A época de manejo de resíduos vegetais de adubos verdes depende do objetivo do agricultor. Para aumentar o transporte de Ca e Mg e a neutralização da acidez da camada subsuperficial, o resíduo vegetal deve ser manejado antes do florescimento, sem que, no entanto ocorra um comprometimento dos efeitos pela redução na produção de matéria seca. Isto porque na época do florescimento o processo de maturação dos tecidos diminui o teor de substâncias orgânicas responsáveis pelo transporte de Ca e Mg e pela neutralização da acidez. A permanência dos resíduos vegetais na superfície do solo reduz a taxa de decomposição pelos microrganismos, permitindo que a existência destas substâncias orgânicas seja prolongada, aumentando os efeitos. Com a ocorrência das primeiras 17 chuvas após o manejo dos resíduos, as substâncias orgânicas seriam solubilizadas e reagiriam com cátions e hidrogênio no solo. A menor movimentação de cátions polivalentes no perfil do solo no plantio convencional, em relação ao plantio direto, apesar da produção de mesma quantidade de resíduos vegetais, deve-se, principalmente, à maior taxa de decomposição dos resíduos com a incorporação. O manejo adequado de resíduos vegetais na agricultura aumenta a produtividade, reduz o input de material antropogênico e, sobretudo, diminui a contaminação ambiental (MIYAZAWA et al., 2000). Espíndola et al. (1998) estudando a influência da adubação verde na colonização micorrízica e na produção da batata doce verificaram que o pré-cultivo com crotalária ou mucuna-preta e a vegetação espontânea promovem um aumento na taxa de colonização radicular da batata-doce e no número de propágulos infectivos de fungos MA indígenas, quando comparados com o tratamento ausência de vegetação. Os mesmos autores afirmam ainda que a maior produção de batata-doce (20 t/ha) foi obtida com cultivo prévio da mucuna-preta, que garante maior fornecimento de N e reciclagem de P e K. Carvalho et al. (2004b) trabalhando com a cultura do algodoeiro, utilizando adubação verde e diferentes sistemas de preparo do solo afirmam que o sistema de manejo não interfere na produtividade do algodoeiro e que o algodoeiro apresenta produtividade semelhante quando cultivado em sucessão a diferentes espécies de adubos verdes, no sistema de plantio direto e convencional de preparo do solo. Inúmeros trabalhos têm demonstrado o potencial de espécies de adubos verdes no manejo integrado de invasoras, gerando, assim, ganhos de produtividade e economia de recursos (FAVERO et al., 2001; ERASMO et al., 2004; TOLEDO, 2002; FERNANDES et al., 1999; FONTANÉTTI et al., 2004). 2.2 – A cultura do sorgo O sorgo é um cereal pertencente à família das gramíneas, originário da África e Ásia é cultivado no Brasil desde os tempos coloniais sob o nome de milho zaburro. É uma planta rústica, fácil de ser cultivada, que resiste melhor à falta de chuvas que o milho; desenvolvendo-se bem em regiões ou épocas em que a chuva é insuficiente para o milho. Por esta razão, o sorgo pode se constituir na segunda cultura do “período das águas” (primavera-verão) em regiões onde as precipitações se iniciam já no mês de agosto; suporta também solos úmidos, impróprios para milho; requer temperaturas 18 médias de 26º C e precipitações de 300 mm durante os 3-4 meses de seu ciclo vegetativo; atinge 2,5-3,0 metros de altura; produz abundante folhagem e razoável quantidade de grãos (PUPO, 1979). De acordo com Magalhães et al. (2000), a planta de sorgo se adapta a uma ampla variação de ambientes e produz razoavelmente bem sob condições desfavoráveis, em relação à maioria dos outros cereais. Em razão da sua resistência à seca, o sorgo é considerado um dos cultivos mais apropriados às regiões semi-áridas. Suas características lhe conferem ampla adaptação à época de semeadura, que se estende de setembro a março, para as condições do Centro-Sul brasileiro, despertando muito interesse pela semeadura em sucessão às culturas precoces de verão (ZAGO, 1991). O sorgo enquadra-se perfeitamente entre as forrageiras desejáveis para confecção de silagens de boa qualidade (MCDONALD et al., 1991). Entre as forrageiras que podem ser ensiladas, o sorgo tem sido muito explorado por sua maior resistência a veranicos e menor exigência quanto à fertilidade do solo (DIAS et al., 2001). Além disso, a silagem de sorgo destaca-se por ter um alto valor nutritivo, apresentar alta concentração de carboidratos solúveis, essenciais para adequada fermentação lática, altos rendimentos de matéria seca por unidade de área (NEUMANN et al., 2002) e, de modo geral, têm apresentado de 85% a 90% do valor nutritivo das silagens de milho (ZAGO, 1997). Além dessas características, o sorgo possui alta produtividade por área, maior tolerância ao déficit hídrico e ao calor, com possibilidade de se cultivar sua rebrota, que proporciona até 60% da produção do primeiro corte (ZAGO, 1991). Apesar do grande potencial produtivo da cultura, observam-se produções irregulares nas diversas regiões, em decorrência da não-utilização dos cultivares/híbridos mais adaptados às condições edafoclimáticas locais e também da não correção de deficiências nutricionais no solo, o que é crítico para uma cultura que será colhida integralmente, exportando grande quantidade de nutrientes (CANDIDO et al., 2002). De acordo com Heckler (2002), na cultura do sorgo existem genótipos que se comportam de maneira diferenciada, seja na produção de matéria seca, no ciclo vegetativo ou em outras características. Essas características podem afetar diretamente o desempenho dos animais que consomem esse alimento, tornando evidente a necessidade de estudos que conduzam à seleção de híbridos mais adequados aos sistemas de produção animal (PEDREIRA et al., 2003). 19 Alguns autores consideram como os principais fatores responsáveis pela produtividade baixa e irregular nas áreas destinadas à produção de silagem são a fertilidade do solo e as baixas aplicações de fertilizantes. Estas variações na produtividade podem também afetar as qualidades nutricionais das forragens e, conseqüentemente, da silagem, uma vez que a qualidade da silagem depende, principalmente, das características do material original e das condições de armazenamento (GONTIJO NETO et al., 2002). Neste contexto a adubação verde seria uma alternativa para o aumento de rendimento e da qualidade da forragem. 2.2.1 – Importância da cultura do sorgo A cultura do sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) apresenta grande potencial de produção de forragem na Região Nordeste, por sua capacidade de adaptação, tolerância a temperaturas elevadas e também por possuir características de xerofilia (REIS, 1992). A maior tolerância à seca (CUMMINS, 1981; LUSK et al., 1984) é um diferencial importante em sistemas de produção em regiões sujeitas a secas e que não disponham de irrigação (OLIVEIRA et al., 2002a). A área cultivada com sorgo no Brasil tem aumentado, correspondendo a aproximadamente 10 a 12% da área total cultivada para silagem (ZAGO, 1991). Embora apresente, em média, valor nutritivo levemente inferior à planta do milho (CUMMINS, 1981; LUSK et al., 1984), o uso do sorgo justifica-se pela elevada produção de massa seca por área e características nutricionais que possibilitam obter fermentação adequada (ZAGO, 1991) e elevado valor nutritivo da silagem produzida (PEDREIRA et al., 2003), A características bromatológicas, à semelhança do milho, possibilitam fermentação adequada e possibilidade de armazenamento sob a forma de silagem, pelos teores mais elevados de proteína bruta em algumas variedades (WHITE et al., 1991) 20 3 – MATERIAL E MÉTODOS 3.1 - Local do experimento O experimento foi realizado na horta experimental da Universidade Federal Rural do Semi-árido, UFERSA, localizada no município de Mossoró-RN, situado a aproximadamente 18 m de altitude, com coordenadas geográficas 5º 11' de latitude Sul e 37º 20' de longitude Oeste. O clima, segundo a classificação de Koppen, é BSWh' (muito seco, com estação de chuva no verão atrasando-se para o outono). O solo da área experimental é classificado como Argissolo vermelho-amarelo. 3.2 - Delineamento e caracterização do experimento O delineamento empregado foi o de blocos ao acaso completos com três repetições em esquema de faixas. O experimento foi desenvolvido nos anos de 2005 e 2006. No primeiro ano foram plantadas as espécies de adubos verdes para a produção de sementes, as quais foram colhidas e utilizadas na semeadura do ano seguinte. O material remanescente após a colheita de sementes, correspondente a cada tratamento, foi incorporado utilizando-se grade aradora. Os tratamentos consistiram das seguintes espécies de adubos verdes: mucunapreta (Mucuna aterrima), feijão de porco (Canavalia ensiformis), feijão guandu (Cajanus cajan), lab-lab (Dolichos lab-lab), crotalária juncea (Crotalária juncea), crotalária spectabilis (Crotalária spectabilis), feijão caupi (Vigna unguiculata), coquetel de leguminosas, resultante da mistura dos adubos verdes utilizados no experimento mais milho, sorgo e girassol. A vegetação espontânea foi considerada como tratamento testemunha. No primeiro ano utilizou-se irrigação por aspersão e no segundo ano o cultivo foi realizado durante o período chuvoso. Cada parcela que recebeu os tratamentos tinha uma área total de 40 m2 e constou de 8 linhas de 10m com espaçamentos de 50 cm entre linhas e 20 cm entre plantas, exceto o coquetel de plantas que foi plantado a lanço. Foram consideradas como área útil as seis linhas centrais com 8,00m de comprimento, perfazendo uma área de 24m2. Na fase de pleno florescimento, 90 dias após o plantio, os adubos verdes foram roçados com uma roçadeira mecânica e deixados sob a superfície do solo durante 30 dias. Depois disto, o solo foi preparado com grade aradora e foram plantadas, em esquema de faixas, duas cultivares de sorgo de aptidão forrageira (BR 601 e IPA 467), 21 no espaçamento de 0,9 x 0,1, num total de 5 linhas de 4 metros por parcela, totalizando uma área total de 18m2. Como áreas úteis utilizaram-se as três fileiras centrais de cada faixa, desconsiderando um metro de cada extremidade da fileira. O sistema de irrigação utilizado foi por gotejamento com tubos gotejadores NaanDan com emissores espaçados de 40 cm e vazão de 1,5 L h-1. 3.3 – Características avaliadas no estudo 3.3.1 – Características químicas do solo Antes da instalação do experimento procedeu-se à amostragem de solo na camada de 0-20 cm para caracterização química da área do estudo, determinando-se as seguintes características conforme metodologia da EMBRAPA (1997): pH, Na, K, Ca e Mg, sendo estes dois últimos elementos determinados pelo método da titulação (Tabela 1). Tabela 1 – propriedades químicas do solo da camada arável da área experimental. Mossoró-RN, UFERSA, 2007 pH 7.4 Ca+Mg Ca Mg Na K cmolc.dm-3 6.04 5.03 1.01 P mg.dm-3 0.23 0.31 97.73 Na ocasião do plantio das cultivares de sorgo, de cada parcela que recebeu os tratamentos foram retiradas amostras de solo na camada de 0-20 cm para determinar o efeito das adubações verdes sobre as características químicas do solo, conforme EMBRAPA (1997). Foram avaliados: pH, N, P, K, Na, H + Al+, C, matéria orgânica, Ca e Mg, sendo estes dois últimos elementos determinados pelo método da titulação. 3.3.2 – Adubos verdes Por ocasião do corte das espécies de adubos verdes, aos 90 dias após o plantio do segundo ciclo, realizou-se a amostragem da biomassa verde utilizando-se um quadrado com 0,16m2 para determinação da produção de massa verde, massa seca (estufa de circulação de ar forçado a 65 ºC) a qual foi moída em moinho do tipo Wiley para determinar os teores de N, P, K, Na, Ca e Mg, sendo estes dois últimos elementos determinados pelo método de espectrofotometria de absorção atômica. 22 3.3.3 – Sorgo As seguintes características foram avaliadas aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias após a semeadura: produção de matéria fresca da parte aérea; matéria seca da parte aérea; altura de plantas e número de folhas. No momento em que as cultivares atingiram o período de emborrachamento dos grãos, o qual correspondeu a 80 dias para a cultivar BR 601 e 100 dias para a cultivar IPA 467, em cinco plantas de cada parcela tratada realizou-se a coleta da terceira folha abaixo do pendão para determinar os teores foliares de N, P, K, Na do sorgo, segundo metodologia da EMBRAPA (1997). Os teores de Ca e Mg foram determinados pelo método de espectrofotometria de absorção atômica. 3.4 Análises estatísticas Os dados qualitativos foram analisados por meio de análise de variância com aplicação do teste tukey ao nível de 10% de significância através do programa SISVARUFLA. As variáveis quantitativas relacionadas com o crescimento das plantas de sorgo foram analisadas estatisticamente com a aplicação do teste Tukey seguido da aplicação de regressão não-linear. Através do programa computacional Table Curve 2D ajustou-se as equações de regressão não linear para as características de crescimento do sorgo, cultivar BR 601, empregando o modelo matemático logístico (Equação 1) para a matéria fresca e seca da parte aérea e altura de plantas, e o modelo sigmoidal (Equação 2) para o número de folhas. Para as características de crescimento da cultivar IPA 467 o modelo ajustado foi o logístico. y= y= 4an x−b , onde : n = exp(− ) 2 c (1 + n) n (1) a − ( x − b) 1 + exp c (2 ) 23 4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 – Propriedades químicas do solo A Tabela 2 apresenta os resultados das análises químicas do solo sob efeito de diferentes espécies de adubos verdes, os quais segundo Kiehl (1985), depois de incorporados, tendem a se decompor e a liberar rapidamente os nutrientes. Mesmo assim, não se verificou diferenças significativas para pH, Ca, Mg, Na, acidez potencial (H+Al) e fósforo. Os tratamentos diferiram significativamente (P<0,05) para os teores de potássio, nitrogênio, carbono e matéria orgânica (MO), sendo os dois últimos diretamente proporcionais. O lab-lab proporcionou maiores quantidades de K no solo, representando um acréscimo de aproximadamente 25% em relação à testemunha, sem diferir estatisticamente dos outros tratamentos. Isto está em discordância com Arf et al. (1999b), que encontraram menores valores de potássio no solo quando utilizaram lablab. A mucuna preta proporcionou maiores quantidades de carbono, MO e nitrogênio, cuja acumulação está muito relacionada ao aporte de resíduos vegetais ao solo. No entanto, Arf et al. (1999b) encontraram menores quantidades de carbono e MO para o tratamento mucuna preta. Para carbono e MO, a mucuna diferiu apenas de crotalaria juncea, crotalaria spectabilis e coquetel, enquanto que para nitrogênio a mucuna foi superior a todos os outros. No submédio São Francisco, Faria et al. (2004) estudando a adubação verde em videira verificaram que crotalária juncea e feijão de porco proporcionaram valores mais elevados para a capacidade de troca catiônica (CTC) e para os teores de matéria orgânica (MO) e de Ca trocável na camada de 0–10 cm de profundidade, em relação à testemunha. As espécies de adubos verdes utilizadas por Alcântara et al. (2000) em experimento de recuperação da fertilidade de Latossolo vermelho escuro degradado (feijão guandu e crotalária) apresentaram maior capacidade de reciclagem e mobilização de nutrientes em comparação com a testemunha (pastagem de braquiária), graças as suas maiores concentrações de nutrientes na biomassa. Não obstante, estes mesmos pesquisadores relatam que aos 150 dias após o corte não se observava nenhum afeito dos adubos verdes sobre a fertilidade do solo, pois com a diminuição dos processos de decomposição e mineralização cessaram os efeitos benéficos da adubação verde. 24 Tabela 2 - Propriedades químicas do solo em função da adubação verde com diferentes tipos de leguminosas. Mossoró, UFERSA-RN, 2007 TRATAMENTO pH Ca Mg Na K H+Al -3 P C -3 cmolc.dm MO N -1 mg.dm g.kg V. espontânea 7.63 a 3.90 a 0.56 a 0.41 a 0,25 ab 1.45 a 91,96 a 8,22 ab 14,17 ab 12,50 bc Lab-lab 7.37 a 3.70 a 0.67 a 0.33 a 0,31 a 1.33 a 80,39 a 8,61 ab 14,85 ab 18,00 b F. porco 7.53 a 3.80 a 0.60 a 0.36 a 0,26 ab 1.36 a 72,39 a 8,22 ab 14,17 ab 13,00 bc C. juncea 7.57 a 3.50 a 0.43 a 0.49 a 0,25 ab 1.33 a 109,61 a 5,87 c 10,12 c 14,00 bc M. preta 7.10 a 3.70 a 0.50 a 0.41 a 0,25 ab 1.42 a 80,81 a 10,17 a 17,55 ab 28,67 a F. guandu 7.67 a 3.87 a 0.47 a 0.47 a 0,25 ab 1.52 a 106,53 a 9,59 ab 16,53 ab 12,05 bc F. Caupi 7.57 a 3.93 a 0.43 a 0.44 a 0,23 ab 1.45 a 77,70 a 8,22 ab 14,17 ab 11,05 c C. spectabilis 7.73 a 3.50 a 0.57 a 0.39 a 0,21 ab 1.31 a 145,48 a 7,83 bc 13,50 bc 13,30 bc Coquetel 7.47 a 3.60 a 0.63 a 0.40 a 0,23 ab 1.43 a 106,07 a 7,96 bc 13,72 bc 13,00 bc 2.98 16.86 11.11 16,61 10,40 6.90 28,06 CV(%) 6,40 6,41 9,41 Méd Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey ao nível de 5% de probabilidade 25 4.2 – Características das leguminosas Diferenças significativas foram observadas para as quantidades de matéria fresca e seca da parte aérea das espécies estudadas no experimento. A mucuna preta produziu maiores quantidades de matéria fresca da parte aérea, seguida pela lab-lab. Isto explica em parte as maiores concentrações de carbono e nitrogênio nestas leguminosas. Situação contrária foi verificada para as quantidades de matéria seca da parte aérea onde a lab-lab foi significativamente superior aos demais tratamentos, seguida pela mucunapreta (Tabela 3). A quantidade de matéria fresca da mucuna preta neste estudo (62,17 t ha-1) supera os limites encontrados por Fontanétti et al. (2006): 42,43 t ha-1; Calegari et al. (1993): 10-40 t ha-1; Amabile et al. (2000): 14,35 t ha-1; Oliveira et al. (2002a): 5,29 t ha-1. Estas diferenças podem estar expressando a influência do material genético empregado, das condições de ambiente e do fotoperíodo na época de semeadura. Da mesma maneira, a ação do ambiente sobre a lab-lab pode ter causado as diferenças em massa da matéria seca da parte aérea por ela produzida (15,30 t ha-1), superior às quantidades encontradas por Arf et al. (1999b): 7,34 t ha-1 e Nascimento et al. (2004): 4,21 t ha-1.. Em relação aos macronutrientes, verificaram-se diferenças estatísticas entre os tratamentos para todos os elementos. A espécie lab-lab foi superior aos demais tratamentos para todos os elementos determinados, seguida pela mucuna-preta, o que é explicado em parte pela maior massa seca destas espécies. A quantidade de elementos absorvidos pelas leguminosas varia de acordo com a espécie, quantidade de nutrientes disponíveis no solo, manejo dado ao solo e cultura anteriormente plantada. Em ensaio conduzido no estado de São Paulo, Silva et al. (2002) verificaram que as maiores quantidades de P e Mg e de micronutrientes foram apresentadas na parte aérea da espécie lab-lab. 26 Tabela 3 – Quantidades de matéria fresca e seca da parte aérea e acúmulo de macronutrientes nas espécies de adubos verdes utilizados no experimento. Mossoró, UFERSA-RN, 2007 Tratamento V. espontânea MFPA MSPA Ca Mg N t.ha-1 7.57 e Na K P Kg.ha-1 1.50 de 25.99 e 4.57 d 10.65 e 123.56 cd 32.63 d 11.33 c 246.40 a 962.29 a 484.77 a 133.87 a Lab-lab 49.33 b 15.30 a 353.29 a 51.55 a F. porco 13.23 d 3.80 c 171.01 bc 13.45 d 48.14 de 168.40 cd 66.50 cd 24.77 c C. juncea 13.90 de 3.53 cd 69.98 de 13.24 d 51.78 d 229.75 c 68.87 cd 14.30 c M. preta 62.17 a 36.24 b 199.78 b 474.85 b F. guandu 8.00 e 1.90 cde 42.32 de 7.85 d 33.69 de F. Caupi 7.17 e 1.37 e 51.42 de 6.97 d C. spectabilis 6.90 e 0.90 e 20.89 e Coquetel 34.67 c 8.27 b 123.91 cd CV (%) 10.75 13.58 25.50 10.30 b 221.98 b 237.83 b 69.47 b 89.18 cd 39.50 d 12.60 c 20.52 de 101.95 cd 49.27 cd 3.97 c 3.47 d 12.13 e 50.78 d 15.50 d 3.40 c 23.83 c 113.16 c 500.28 b 176.67 bc 26.60 c 16.04 17.31 34.07 30.46 19.44 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey ao nível de 5% de probabilidade. 27 4.3 - Características agronômicas do sorgo 4.3.1 - Cultivar BR 601 4.3.1.1 - Matéria fresca da parte aérea A matéria fresca da cultivar BR 601 aos 100 dias foi significativamente maior quando se utilizou o tratamento mucuna preta (31,2 t.ha-1), o qual proporcionou ganhos em matéria fresca de 194% em relação à testemunha (Tabela 4). Estudando sorgo granífero, Azevedo et al. (1999) observaram maiores rendimentos quando em rotação com soja, seguido pela rotação com algodão, em comparação ao cultivo contínuo. Em consórcio de sorgo com leucena, Korwar (1998) obteve produção correspondente a 94% em relação ao cultivo isolado. Tabela 4 – Matéria fresca da parte aérea de sorgo forrageiro (t.ha-1), cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes, Mossoró, RN, 2007 Tratamentos Tempo (dias) 20 40 60 80 100 V. espontânea 0,20 a 2,56 a 18,19 a 17,10 b 21,65 b Lab-lab 0,43 a 6,72 a 26,72 a 30,91 ab 36,11 ab F. porco 0,59 a 6,16 a 20,19 a 27,29 ab 26,59 ab C. juncea 0,73 a 8,86 a 23,20 a 28,44 ab 33,58 ab M. preta 0,68 a 14,45 a 32,35 a 41,39 a 63,72 a F. guandu 0,37 a 2,46 a 16,97 a 23,20 ab 28,08 ab F. Caupi 0,53 a 7,41 a 22,33 a 32,19 ab 30,48 ab C. spectabilis 0,57 a 8,35 a 22,81 a 26,18 ab 28,88 ab Coquetel 0,38 a 5,45 a 24,10 a 18,83 ab 31,67 ab CV(%) 21,56 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. A BR 601 apresentou comportamento diferenciado em relação aos dias avaliados e aos tratamentos utilizados (Tabela 4). Aos 20, 40 e 60 dias após o plantio não se verificaram diferenças significativas entre os tratamentos, ao passo que aos 80 e 100 dias diferenças estatísticas foram identificadas para o tratamento mucuna-preta. A Figura 1 ressalta a superioridade do tratamento mucuna preta durante todo o ciclo em termos de matéria fresca da parte aérea da BR 601, sem tendência de estabilizar, enquanto que os outros tratamentos se tornaram constantes a partir do octogésimo dia. 28 V. espontânea MFPA (t/ha) 35 Lab-lab 30 F. porco 25 M. preta C.juncea Guandu 20 caupi 15 Spectabilis Coquetel 10 5 0 20 40 60 80 100 Tempo (dias) V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guandu F.caupi C. spectabilis Coquetel Y = 43,16exp(-(-x-90, 52)) / 21,23)) / ((1+ exp(-(-x-90,52) / 21,23))2 ; r2 = 0,87 Y = 72,44exp (-(-x-91, 44)) / 22,70)) / ((1+ exp(-(-x-91,44) / 22,70))2 ; r2 = 0,94 Y = 57,28exp (-(-x-87,04)) / 24,60)) / ((1+ exp(-(-x-87,04) / 24,60))2 ; r2 = 0,86 Y = 66,04exp (-(-x-94, 30)) / 26,45)) / ((1+ exp(-(-x-94,30) / 26,45))2 ; r2 = 0,90 Y = 155,4exp (-(-x-133,81)) / 35,45)) / ((1+ exp(-(-x-133,81) / 35,45))2 ; r2 = 0,89 Y = 56,32exp (-(-x-94,52) / 19,80)) / ((1+ exp(-(-x-94,52) / 19,80))2 ; r2 = 0,97 Y = 66,88exp (-(-x-86,62)) / 20,85)) / (1+ exp(-(-x-86,62) / 20,85))2 ; r2 = 0,96 Y = 58,84exp (-(-x-88,07)) / 24,67)) / (1+ exp(-(-x-88,07) / 24,67))2 ; r2 = 0,89 Y = 61exp (-(-x-108) / 30,04)) / ((1+ exp(-(-x-108) / 30,04))2 ; r2 = 0,80 Figura 1 – Matéria fresca da parte aérea (MFPA) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias 4.3.1.2 - Matéria seca da parte aérea Constatou-se diferenças significativas apenas aos 100 dias para a quantidade de matéria seca da parte aérea da BR 601, destacando-se o tratamento com mucuna-preta, que não diferiu de lab-lab e crotalaria juncea (Tabela 5). Quando se comparou a matéria seca nos diversos tempos de coleta, verifica-se que os tratamentos não diferiram até os 80 dias. Sabe-se que a adubação verde é muito eficiente em aumentar os teores de matéria seca das culturas. Na cultura do milho a produção de matéria seca foi 21% superior, quando submetido à adubação verde, utilizando-se feijão de porco, em comparação ao tratamento sem adubação verde (ARAÚJO & ALMEIDA, 1993). O trigo teve sua quantidade de matéria seca influenciada por restos culturais, notadamente pelos tratamentos mucuna-preta e lab-lab (ARF et al., 1999b). As rotações sorgo/algodão e sorgo/soja elevaram os teores de matéria seca do sorgo em 28 e 16%, respectivamente, quando comparado ao cultivo contínuo do sorgo (AZEVEDO et al., 1999). 29 Tabela 5 – Matéria seca da parte aérea (t.ha-1) de sorgo forrageiro, cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 Tempo (dias) Tratamento 20 40 60 80 100 V. espontânea 0,020 a 0,37 a 4,70 a 4,69 a 8,93 b Lab-lab 0,047 a 0,91 a 5,82 a 8,89 a 14,20 ab F. porco 0,070 a 1,20 a 4,42 a 8,00 a 10,28 b C. juncea 0,080 a 1,20 a 5,07 a 7,72 a 13,55 ab M. preta 0,083 a 1,67 a 6,47 a 8,83 a 21,75 a F. guandu 0,047 a 0,38 a 3,45 a 6,29 a 12,14 b F. Caupi 0,060 a 0,98 a 5,65 a 9,60 a 12,33 b C. spectabilis 0,063 a 1,11 a 5,60 a 7,00 a 12,21 b Coquetel 0,047 a 0,78 a 5,58 a 5,32 a 11,21 b CV(%) 21,66 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. A Figura 2 apresenta as curvas de crescimento da massa seca da BR 601 para cada tratamento, entre os quais a mucuna-preta se sobressai a partir dos 80 dias, enquanto os outros tratamentos formam um grupo de curvas com pequena diferença entre elas. O enchimento dos grãos explica porque a massa seca continua a aumentar após os oitenta dias. 12,00 V. espontânea Lab-lab MSPA (t/ha) 10,00 F. porco C.juncea 8,00 M. preta F. guandu 6,00 F.caupi C. spectabilis 4,00 Coquetel 2,00 0,00 20 40 60 80 100 Tempo (dias) V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guandu F.caupi C. spectabilis Coquetel Y =22,8(exp (-(x-127, 51)) / 26,39)) / ((1+ exp(-(x-127,51) / 26,39))2 ; r2 = 0,91 Y = 30,24 (exp (-(x-111,7) / 22,05)) / ((1+ exp(-(x-111,7) / 22,05))2 ; r2 = 0,98 Y = 20,52(exp (-(x-100,69) / 20,70)) / ((1+ exp(-(x-100,69) / 20,70))2 ; r2 = 0,99 Y = 38,8(exp (-(x-133,18) / 26,62)) / ((1+ exp(-(x-133,18) / 26,62))2 ; r2 = 0,98 Y = 2380(exp (-(x-248,68) / 27,55)) / ((1+ exp(-(x-248,68) / 27,55))2 ; r2 = 0,98 Y = 31,44(exp (-(x-121,48) / 20,58)) / ((1+ exp(-(x-121,48) / 20,58))2 ; r2 = 0,99 Y = 24,72(exp (-(x-98,08) / 17,74)) / ((1+ exp(-(x-98,08) / 17,74))2 ; r2 = 0,99 Y = 31,68(exp (-(x-129,34 / 27,53)) / ((1+ exp(-(x-129,34) / 27,53))2 ; r2 = 0,96 Y = 72,8(exp (-(x-178,14) / 32,45)) / ((1+ exp(-(x-178,14) / 32,45))2 ; r2 = 0,92 Figura 2 – Matéria seca da parte aérea (MSPA) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias 30 4.3.1.3 - Altura da planta Verificaram-se diferenças significativas para a altura de plantas da BR 601 aos 100 dias, destacando-se a mucuna-preta que proporcionou a maior altura, diferindo apenas da vegetação espontânea (Tabela 6). Analisando as diferentes épocas de coleta, apenas no vigésimo dia não houve diferença entre os demais tratamentos. A altura de plantas apresenta correlação com a produção de pastagem (BAKHUIS, 1960), com coeficientes de correlação em torno de 95% entre altura de plantas e produção de matéria seca em pastagens decumbentes e 71% em sorgo (DANN, 1966). Paulo e colaboradores (2001) obtiveram maiores alturas de plantas de cafeeiro apoatã IAC 2258 quando submetido à adubação verde com crotalária juncea, crotalária spectabilis, mucuna-anã e soja. Arf et al. (1999a) verificaram que os restos culturais influenciaram a altura de plantas, tendo os tratamentos lab-lab e mucuna-preta proporcionado plantas de trigo de maior altura. Tabela 6 – Altura da planta (cm) de sorgo forrageiro, cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 Tempo (dias) Tratamento 20 40 60 80 100 V. espontânea 7,06 a 16,78 c Lab-lab 9,08 a 32,03 abc F. porco 11,09 a C. juncea 74,33 d 127,06 c 141,27 b 123,86 a 144,47 abc 160,33 ab 36,77 abc 111,93 abc 140,73 abc 149,13 ab 10,78 a 38,73 ab 108,80 abc 156,67 a 159,00 ab M. preta 10,15 a 42,92 a 123,23 a 151,13 ab 168,13 a F. guandu 8,26 a 21,77 bc 96,83 c 145,27 abc 150,27 ab F. Caupi 9,80 a 31,75 abc 121,73 ab 145,87 abc 148,53 ab C. spectabilis 8,93 a 34,38 abc 101,87 bc 143,73 abc 158,60 ab Coquetel 8,79 a 28,55 abc 124,73 a 133,40 bc 151,47 ab CV(%) 22,90 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. O modelo logístico (Figura 3) foi o que melhor ajustou a altura de plantas em função do tempo. A maioria das culturas tende a estabilizar o crescimento após determinado número de dias, porém neste experimento houve aumento da altura das plantas em todos os tratamentos até os 80 dias após plantio; a partir desse ponto a altura das plantas permaneceu praticamente constante até o centésimo dia após o plantio (Figura 3), havendo inclusive diminuição em alguns tratamentos. 31 V. espontânea 175,00 Lab-lab F. porco 150,00 C.juncea AP (cm) 125,00 M. preta F. guandu 100,00 F.caupi 75,00 C. spectabilis Coquetel 50,00 25,00 0,00 20 40 60 80 100 Tempo (dias) Y = 591,44(exp (-(x-92,21)) / 16,96)) / ((1+ exp(-(x-92,21) / 16,96))2 ; r2 = 0,99 Y = 669,6 (exp (-(x-89,22) / 19,65)) / ((1+ exp(-(x-89,22) / 19,65))2 ; r2 = 0,94 Y = 631,04(exp (-(x-88,78) / 19,78)) / ((1+ exp(-(x-88,78) / 19,78))2 ; r2 = 0,97 Y = 685,28(exp (-(x-88,85) / 18,76)) / ((1+ exp(-(x-88,85) / 18,76))2 ; r2 = 0,99 Y = 693,48(exp (-(x-90,28) / 20,56)) / ((1+ exp(-(x-90,28) / 20,56))2 ; r2 = 0,96 Y = 650,52(exp (-(x-89,41) / 17,28)) / ((1+ exp(-(x-89,41) / 17,28))2 ; r2 = 0,98 Y = 652,2(exp (-(x-86,64) / 18,68)) / ((1+ exp(-(x-86,64) / 18,68))2 ; r2 = 0,95 Y = 655,16(exp (-(x-91,61 / 19,58)) / ((1+ exp(-(x-91,61) / 19,58))2 ; r2 = 0,98 Y = 630,28(exp (-(x-88,68) / 19,88)) / ((1+ exp(-(x-88,68) / 19,88))2 ; r2 = 0,91 V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guandu F.caupi C. spectabilis Coquetel Figura 3 – Altura de plantas (AP) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias 4.3.1.4 - Número de folhas O tratamento mucuna-preta apresentou número de folhas estatisticamente maior para a cultivar BR 601, seguido pela crotalária juncea, lab-lab, coquetel e feijão de porco, dos quais não diferiu (Tabela 7). Tabela 7 – Número de folhas de sorgo forrageiro, cultivar BR 601, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 Tempo (dias) Tratamento 20 40 60 80 100 V. espontânea 6,27 a 7,27 a 8,33 a 8,60 a 9,40 b Lab-lab 6,63 a 8,87 a 9,33 a 9,87 a 10,93 ab F. porco 6,73 a 8,50 a 9,20 a 9,20 a 11,27 ab C. juncea 6,77 a 8,03 a 10,13 a 9,93 a 11,13 ab M. preta 7,47 a 8,80 a 9,27 a 9,33 a 12,53 a F. guandu 6,57 a 7,70 a 9,53 a 9,20 a 9,60 b F. Caupi 6,93 a 8,50 a 9,27 a 9,06 a 10,13 b C. spectabilis 6,53 a 8,30 a 9,13 a 9,20 a 10,07 b Coquetel 6,70 a 8,50 a 9,33 a 9,40 a 11,47 ab CV(%) 11,12 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. 32 O número de folhas é muito importante do ponto de vista agronômico para o sorgo forrageiro, pois além de aumentar a superfície de absorção de luz solar no processo de fotossíntese, aumenta a quantidade de massa verde, o que é bastante interessante quando o objetivo é produzir forragem. Quando se analisou as épocas de coleta, apenas no centésimo dia observaram-se diferenças entre tratamentos para o número de folhas da BR 601, destacando a mucunapreta, que não diferiu de lab-lab, feijão de porco, crotalaria juncea e coquetel (Tabela 7). O número de folhas da cultivar BR 601 foi ajustado pelo modelo sigmoidal (Figura 4), sendo o tratamento mucuna preta superior aos demais apenas aos 100 dias, proporcionando aumento no número de folhas de aproximadamente 22% em relação à testemunha. V. espontânea 12,00 Lab-lab F. porco 11,00 C.juncea M. preta NF 10,00 F. guandu 9,00 F.caupi C. spectabilis 8,00 Coquetel 7,00 6,00 20 40 60 80 100 Tempo (dias) V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guandu F.caupi C. spectabilis Coquetel Y = 9,50 / (1+exp(-(x-4,14)/25,58)); r2 = 0,90 Y = 11,01 / (1+exp(-(x-6,29)/28,52)); r2 = 0,95 Y = 23,45/ (1+exp(-(x-114,66)/112,78)); r2 = 0,90 Y = 11,92 / (1+exp(-(x-11,13)/35,29)); r2 = 0,97 Y = 235,10 / (1+exp(-(x-584,82)/164,85)); r2 = 0,84 Y = 9,97 / (1+exp(-(x-3,99)/25,90)); r2 = 0,97 Y= 10,20 / (1+exp(-(x-(-3,76)/29,99)); r2 = 0,96 Y = 11,30 / (1+exp(-(x-0,04)/50,88)); r2 = 0,93 Y = 19,16 / (1+exp(-(x-69,66)/90,67)); r2 = 0,91 Figura 4 – Número de folhas (NF) de sorgo, cultivar BR 601, em função do tempo em dias 4.3.1.5 - Teor de nutrientes nas folhas Os tratamentos não diferiram significativamente quanto aos teores de nutrientes nas folhas da cultivar BR 601 (Tabela 8), porém o feijão de porco proporcionou maiores quantidades de cálcio e nitrogênio, a mucuna-preta mais magnésio e fósforo, a vegetação espontânea mais sódio e mais potássio na crotalária spectabilis. As quantidades de nutrientes observadas no sorgo estão dentro dos limites citados por 33 Martinez et al. (1999), indicando a eficiência da adubação verde em fornecer nutrientes à cultura. Tabela 8 – Teor de nutrientes nas folhas do sorgo, cultivar BR 601, sob diferentes adubos verdes. Mossoró, UFERSA-RN, 2007. Ca Mg Na K P N Tratamento -1 g,kg V. espontânea 4,10 a 3,80 a 47,50 a 15,90 a 4,33 a 14,33 a Lab-lab 4,06 a 4,30 a 41,70 a 13,07 a 4,70 a 16,33 a F. porco 4,70 a 4,37 a 43,87 a 11,80 a 4,03 a 17,00 a C. juncea 4,70 a 4,43 a 41,70 a 14,37 a 4,10 a 15,00 a M. preta 2,80 a 5,67 a 40,97 a 14,40 a 5,00 a 15,67 a F. guandu 2,17 a 4,10 a 45,33 a 15,13 a 4,23 a 14,33 a F. Caupi 3,43 a 4,23 a 36,20 a 11,87 a 4,10 a 14,33 a C. spectabilis 3,43 a 4,70 a 41,70 a 15,97 a 4,50 a 15,33 a Coquetel 1,57 a 4,37 a 41,70 a 13,07 a 3,93 a 16,00 a CV(%) 23,45 21,04 9,40 17,33 13,92 19,30 a Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. Espindola et al. (1997) estudando a influência da adubação verde na colonização micorrízica e na produção da batata-doce encontraram diferenças significativas entre os teores de N, P e K nas ramas e tubérculos das plantas, com destaque para o feijão de porco e a mucuna preta. Perin et al. (2004) concluíram que a presença da crotalária elevou o teor e acúmulo de N nas folhas e inflorescências do brócolo. Essa mesma espécie de leguminosa promoveu resultado semelhante para a cultura da berinjela (CASTRO et al., 2004). 4.3.2 – Cultivar IPA 467 4.3.2.1 - Matéria fresca da parte aérea Os dados referentes à matéria fresca da cultivar IPA 467 aos 100 dias são apresentados na Tabela 9, onde se nota diferenças significativas entre os tratamentos, destacando-se a mucuna preta, que não diferiu da crotalaria spectabilis, do feijão de porco e do coquetel. O efeito positivo da adubação verde com mucuna preta sobre os rendimentos das culturas é bem documentado. O feijão produziu praticamente o dobro de grãos quando cultivado em rotação com mucuna-preta (ARF et al., 1999b). Com relação ao sorgo, Oliveira et al. (2002a) verificaram que sua produção de matéria fresca em cultivo exclusivo foi maior do que quando em consórcio com leguminosas, ao passo 34 que em relação à matéria seca obtiveram resultados estatisticamente iguais. Por outro lado Aita (1997) verificou superioridade do consórcio de espécies de gramíneas com leguminosas em relação ao cultivo isolado de cada espécie. Tabela 9 – Matéria fresca da parte aérea (t.ha-1) do sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 Tratamento Tempo (dias) 20 40 60 V. espontânea 0,13 a 2,12 a 5,19 a 12,27 c 24,17 c Lab-lab 0,27 a 3,48 a 6,16 a 27,93 abc 29,52 bc F. porco 0,32 a 3,69 a 8,95 a 36,65 abc 45,43 abc C. juncea 0,15 a 1,46 a 12,61 a 25,44 abc 27,09 bc M. preta 0,36 a 5,13 a 14,59 a 41,41 a 58,00 a F. guandu 0,18 a 1,91 a 19,64 a 19,60 abc 28,29 bc F. Caupi 0,18 a 4,64 a 21,17 a 26,86 abc 34,70 bc C. spectabilis 0,26 a 1,87 a 21,32 a 18,71 bc 37,04 abc Coquetel 0,23 a 4,30 a 24,34 a 31,59 abc CV(%) 80 100 47,49 abc 15,08 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. Ao se analisar as épocas de coleta, a matéria seca da IPA 467 não apresentou diferenças significativas entre os tratamentos aos 20, 40 e 60 dias, porém aos 80 dias as diferenças se evidenciaram, com destaque para a mucuna-preta (Tabela 9). Os efeitos da mucuna preta podem ser devidos a grande produção de restos vegetais (ARF t al, 1999 a), fornecimento de nutrientes às culturas, proteção do solo contra a erosão (DONEGÁ, 1994), redução na população de nematóides e controle de plantas daninhas (TANAKA et al., 1992). A Figura 5 apresenta os efeitos dos tratamentos sobre a quantidade de matéria fresca em função do tempo em dias, representados pelo modelo logístico. Os tratamentos lab-lab e feijão caupi apresentaram valores constantes a partir do octogésimo, período no qual se observa maior diferenciação entre os tratamentos. Por outro lado, nos demais dias avaliados verifica-se que se formaram dois grupos de tratamentos: o primeiro grupo, com menores valores de matéria fresca da parte aérea, foi constituído por feijão guandu, crotalária spectabilis e vegetação espontânea e o segundo grupo por mucuna-preta, feijão de porco, coquetel, lab-lab e feijão caupi. A crotalária juncea apresentou resultados intermediários entre os dois grupos no vigésimo, quadragésimo e sexagésimo dias. 35 35,00 V. espontânea MFPA (t/ha) 28,00 Lab-lab F. porco 21,00 C.juncea M. preta 14,00 F. guandu F.caupi C. spectabilis 7,00 Coquetel 0,00 20 40 60 80 100 Tempo (dias) Y = 73,96(exp (-(x-94,35)) / 11,25)) / ((1+ exp(-(x-94,35) / 11,25))2 ; r2 = 0,99 Y = 62,84 (exp (-(x-88,95) / 18,88)) / ((1+ exp(-(x-88,95) / 18,88))2 ; r2 = 0,97 Y = 90,84(exp (-(x-96,07) / 32,33)) / ((1+ exp(-(x-96,07) / 32,33))2 ; r2 = 0,98 Y = 53,92(exp (-(x-102,92) / 20,16)) / ((1+ exp(-(x-102,92) / 20,16))2 ; r2 = 0,98 Y = 116,92(exp (-(x-103,44) / 19,35)) / ((1+ exp(-(x-103,44) / 19,35))2 ; r2 = 0,99 Y = 56,72(exp (-(x-99,22) / 15,02)) / ((1+ exp(-(x-99,22) / 15,02))2 ; r2 = 0,99 Y = 54,96(exp (-(x-87,42) / 17,85)) / ((1+ exp(-(x-87,42) / 17,85))2 ; r2 = 0,97 Y = 4848,16(exp (-(x-225,02 / 22,42)) / ((1+ exp(-(x-225,02) / 22,42))2 ; r2 = 0,98 Y = 98,24(exp (-(x-109,53) / 23,01)) / ((1+ exp(-(x-109,53) / 23,01))2 ; r2 = 0,98 V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guando F.caupi C. spectabilis Coquetel Figura 5 – Matéria fresca da parte aérea (MFPA) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias 4.3.2.2 - Matéria seca da parte aérea Na Tabela 10 observa-se que maiores quantidades de matéria seca da IPA 467 foram proporcionadas pelo tratamento mucuna-preta (Tabela 10), havendo diferenças significativas entre tratamentos apenas aos 100 dias. Tabela 10 – Matéria seca da parte aérea (t.ha-1) do sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 Tempo (dias) Tratamento 20 40 60 80 100 V. espontânea 0,02 a 0,27 a 0,76 a 2,43 a 8,15 c Lab-lab 0,03 a 0,50 a 2,31 a 7,00 a 11,66 bc F. porco 0,03 a 0,75 a 3,62 a 6,94 a 16,64 b C. juncea 0,02 a 0,25 a 2,09 a 4,54 a M. preta 0,04 a 0,64 a 3,99 a 7,60 a 24,47 a F. guandu 0,02 a 0,28 a 1,11 a 3,59 a 10,64 bc F. Caupi 0,02 a 0,46 a 2,37 a 4,07 a 8,16 c C. spectabilis 0,03 a 0,29 a 2,12 a 5,21 a 13,30 bc Coquetel 0,02 a 0,50 a 3,27 a 5,91 a 13,58 bc CV(%) 9,98 bc 18,63 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. 36 Também em feijoeiro a mucuna-preta proporcionou maiores quantidades de matéria seca, junto com o lab-lab (ARF et al., 1999b). Além do cultivo em rotação, o sorgo se desenvolve bem em consórcio com leguminosas. Neste sentido Rezende et al. (2001) verificaram uma superioridade do consórcio sorgo e soja em relação ao monocultivo de híbridos de sorgo. Arf et al. (1999a) verificaram em estudo conduzido em Selvíria-MS que o consórcio milho + mucuna-preta produziu a maior quantidade de matéria seca de milho aos 75 DAS (11.116kg/ha), enquanto o milho solteiro produziu 4.290kg/ha. O modelo logístico (Figura 6) foi o que melhor ajustou a quantidade de matéria seca da parte aérea da IPA 467 em função do tempo em dias. As diferenças em matéria seca da parte aérea entre os tratamentos se acentuaram a partir do octogésimo dia, tornando-se mais nítidas no centésimo dia, principalmente para o tratamento com mucuna-preta. V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guando F.caupi C. spectabilis Coquetel Y = 21,6(exp (-(x-97,58)) / 9,69)) / ((1+ exp(-(x-97,58) / 9,69))2 ; r2 = 1,0 Y = 23,56 (exp (-(x-102,92) / 15,14)) / ((1+ exp(-(x-102,92) / 15,14))2 ; r2 = 1,0 Y = 547,8(exp (-(x-198,55) / 23,70)) / ((1+ exp(-(x-198,55) / 23,70))2 ; r2 = 1,0 Y = 32,04(exp (-(x-127,74) / 19,36)) / ((1+ exp(-(x-127,74) / 19,36))2 ; r2 = 1,0 Y = 1895,92(exp (-(x-194,09) / 18,68)) / ((1+ exp(-(x-194,09) / 18,68))2 ; r2 = 0,99 Y = 22,04(exp (-(x-118,58) / 16,54)) / ((1+ exp(-(x-118,58) / 16,54))2 ; r2 = 1,0 Y = 35,12(exp (-(x-146,32) / 24,78)) / ((1+ exp(-(x-146,32) / 24,78))2 ; r2 = 0,99 Y = 1226,76(exp (-(x-172,28 / 13,86)) / ((1+ exp(-(x-172,28) / 13,86))2 ; r2 = 0,98 Y = 176,96(exp (-(x-176,12) / 23,93)) / ((1+ exp(-(x-176,12) / 23,93))2 ; r2 = 0,99 Figura 6 – Matéria seca da parte aérea (MSPA) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias 4.3.2.3 - Altura de plantas Os valores de altura de plantas da IPA 467 aos 100 dias (Tabela 11) reforçam a influência da adubação verde sobre o sorgo. O feijão de porco promoveu maiores 37 alturas, seguido pela mucuna-preta, sendo superiores, respectivamente, em 89 e 70% à vegetação espontânea. No entanto, a mucuna preta não diferiu de lab-lab, crotalaria juncea e coquetel. Ao analisar as épocas em separado, aos 20 e 40 dias não houve influência dos adubos verdes na altura de plantas da IPA 467, com as diferenças se evidenciando a partir de 60 dias. O feijão de porco promoveu maiores alturas de plantas aos 100 dias, já aos 60 e 80 dias não houve diferença estatística entre os tratamentos feijão de porco e mucuna preta (Tabela 11). Tabela 11 – Altura de plantas (cm) do sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, -80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 Tempo (dias) Tratamento 20 40 60 80 100 V, espontânea 6,87 a 16,27 a 24,20 d 59,13 d 120,47 d Lab-lab 8,22 a 19,52 a 59,60 abc 103,27 b 196,60 b F, porco 9,29 a 19,77 a 71,40 a 161,20 a 227,93 a C, juncea 6,91 a 14,42 a 40,53 cd M, preta 8,94 a 23,95 a 64,67 a F, guandu 7,06 a 15,05 a 26,93 d 70,10 bc 129,93 d F, Caupi 7,53 a 17,58 a 44,20 bcd 80,00 bc 125,53 d C, spectabilis 8,33 a 15,28 a 36,30 d 64,13 bc 151,87 c Coquetel 7,98 a 21,33 a 64,27 ab 105,80 b 201,53 b 70,13 bc 144,40 a 132,13 b 205,20 b CV(%) 3,60 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. Apesar de, em geral, se observar efeito positivo da adubação verde sobre a altura das plantas, Oliveira et al. (2002b) verificaram que os feijoeiros cultivados em cultivo exclusivo sobre palhada de mucuna-preta e feijão-de-porco apresentaram as menores alturas. A cultura do milho apresentou altura de plantas similar quando cultivada em rotação a mucuna, guandu, milheto e crotalária (Carvalho et al., 2004b). Em café, a cultivar Apoatã IAC 2258 apresentou maior altura quando submetido à adubação verde utilizando mucuna-anã, soja, crotalária juncea e spectabilis (PAULO et al., 2001), todavia os mesmos adubos verdes não influenciaram a altura de plantas da cultivar Mundo Novo (PAULO et al.,2006). Em ambos os ensaios o feijão guandu diminuiu a altura das plantas das duas variedades de café. A análise da Figura 7 mostra que a altura de plantas IPA 467 aumentou em função do tempo em dias após o plantio seguindo o modelo logístico. Apesar das culturas em geral atingirem um pico máximo de crescimento em determinado período, 38 após o qual a altura se mantém constante, n Neste estudo não foi possível essa observação, provavelmente pelo fato da cultivar não ter completado seu ciclo vegetativo nas condições deste experimento. V. espontânea 250,00 Lab-lab F. porco 200,00 C.juncea AP (cm) M. preta F. guandu 150,00 F.caupi C. spectabilis 100,00 Coquetel 50,00 0,00 20 40 60 80 100 Tempo (dias) V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guandu F.caupi C. spectabilis Coquetel Y = 508,4(exp (-(x-103,28)) / 16,10)) / ((1+ exp(-(x-103,28) / 16,10))2 ; r2 = 0,99 Y = 1371,72 (exp (-(x-138,52) / 24,60)) / ((1+ exp(-(x-138,52) / 24,60))2 ; r2 = 1,0 Y = 911,24(exp (-(x-100,04) / 16,66)) / ((1+ exp(-(x-100,04) / 16,66))2 ; r2 = 1,0 Y = 1016,6(exp (-(x-144,03) / 25,75)) / ((1+ exp(-(x-144,03) / 25,75))2 ; r2 = 1,0 Y = 823,12(exp (-(x-101,82) / 17,76)) / ((1+ exp(-(x-101,82) / 17,76))2 ; r2 = 1,0 Y = 1978,2(exp (-(x-163,17) / 24,94)) / ((1+ exp(-(x-163,17) / 24,94))2 ; r2 = 1,0 Y = 513,12(exp (-(x-111,27) /22,18)) / ((1+ exp(-(x-111,27) / 22,18))2 ; r2 = 1,0 Y = 32613(exp (-(x-232,43 / 24,65)) / ((1+ exp(-(x-232,43) / 24,65))2 ; r2 = 0,99 Y = 1487,44(exp (-(x-142,05) / 25,47)) / ((1+ exp(-(x-142,05) / 25,47))2 ; r2 = 0,99 Figura 7 – Altura de plantas (AP) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias 4.3.2.4 - Número de folhas Através da análise variância nota-se que a mucuna preta e a crotalária juncea aumentaram o número de folhas da cultivar IPA 467 (Tabela 12). Essa característica é muito importante pela sua correlação positiva com as quantidades de matéria fresca e seca das plantas. As folhas são responsáveis pelo sombreamento do solo, diminuindo a possibilidade de surgimento de plantas invasoras e protegendo-o contra o impacto das gotas da chuva. Aos 20, 40 e 80 dias após o plantio da IPA 467 não foi observada diferença de número de folhas entre tratamentos. No entanto, aos 60 dias os tratamentos lab-lab, feijão de porco, mucuna preta, feijão caupi e coquetel proporcionaram maiores números de folhas, enquanto que aos 100 dias a mucuna preta sobressaiu em relação aos demais (Tabela 12). A análise da Figura 8 mostra que a mucuna preta proporcionou maior número de folhas da IPA 467 a partir dos 60, tendo a crotalaria juncea atingido valores muito 39 próximos aos 100 dias. A crotalaria spectabilis continuou aumentando o número de folhas, enquanto o caupi apresentou diminuição a partir dos 80 dias. Os outros tratamentos apresentaram número constante de folhas a partir de 80 dias. Tabela 12 – Número de folhas de sorgo forrageiro, cultivar IPA 467, aos 20, 40, 60, 80 e 100 dias sob diferentes tratamentos com adubos verdes. Mossoró, RN, 2007 Tempo (dias) Tratamento 20 40 60 80 100 V. espontânea 5,90 a 7,30 a 8,13 b 9,53 a 9,60 b Lab-lab 6,37 a 7,97 a 10,27 a 10,73 a 11,67 ab F. porco 6,37 a 8,03 a 9,73 a 11,53 a 10,93 ab C. juncea 6,27 a 7,07 a 8,87 ab 10,73 a 12,00 a M. preta 6,43 a 8,03 a 10,00 a 11,60 a 12,40 a F. guandu 6,20 a 7,87 a 8,60 b 10,40 a 10,67 ab F. Caupi 5,90 a 7,53 a 10,27 a 10,60 a 10,80 ab C. spectabilis 6,43 a 7,23 a 8,73 ab 9,93 a 11,60 ab Coquetel 5,93 a 8,03 a 9,87 a 10,73 a 11,67 ab CV(%) 9,04 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. V. espontânea 13,00 Lab-lab F. porco C.juncea 11,00 M. preta NF F. guandu F.caupi 9,00 C. spectabilis Coquetel 7,00 5,00 20 40 60 80 100 Tempo (dias) V.espontânea Lab-lab F. porco C. Juncea Mucuna-Preta F. guandu F.caupi C. spectabilis Coquetel Y = 39,16(exp (-(x-91,28)) / 47,09)) / ((1+ exp(-(x-91,28) / 47,09))2 ; r2 = 0,99 Y = 46,24 (exp (-(x-100,06) / 49,38)) / ((1+ exp(-(x-100,06) / 49,38))2 ; r2 = 0,98 Y = 45,04(exp (-(x-89,74) / 42,83)) / ((1+ exp(-(x-89,74) / 42,83))2 ; r2 = 0,98 Y = 63,44(exp (-(x-108,43) / 75,52)) / ((1+ exp(-(x-108,43) / 75,52))2 ; r2 = 0,99 Y = 50,24(exp (-(x-110,48) / 51,76)) / ((1+ exp(-(x-110,48) / 51,76))2 ; r2 = 1,0 Y = 22,24(exp (-(x-5,18) / 98,03)) / ((1+ exp(-(x-5,18) / 98,03))2 ; r2 = 0,95 Y = 43,96(exp (-(x-87,14) /39,76)) / ((1+ exp(-(x-87,14) / 39,76))2 ; r2 = 0,98 Y = 277,92(exp (-(x-492,65 / 126,52)) / ((1+ exp(-(x-492,65) / 126,52))2 ; r2 = 0,99 Y = 46,24(exp (-(x-100,89) / 47,85)) / ((1+ exp(-(x-100,89) / 47,85))2 ; r2 = 0,99 Figura 8 – Número de folhas (NF) de sorgo, cultivar IPA 467, em função do tempo em dias 40 4.3.2.5 - Teor de nutrientes nas folhas Os teores foliares de Ca, N, P e K na IPA 467 não diferiram significativamente entre tratamentos. Todavia, o tratamento coquetel proporcionou os maiores teores de Mg, diferindo estatisticamente de crotalaria juncea e feijão guandu; o lab-lab proporcionou os maiores teores de Na, sem diferença estatística de vegetação espontânea e feijão guandu (Tabela 13). As culturas possuem um período de maior absorção dos nutrientes, sendo importante que o manejo da plantas de cobertura tenha como objetivo sincronizar a exigência da cultura e a liberação dos elementos pelas espécies de adubos verdes. Na cultura do sorgo este período ocorre aos 30 a 40 dias após a semeadura. A rápida decomposição dos adubos verdes, influenciada pelas condições ambientais e incorporação dos restos culturais, impede que essa atinja a dimensão desejada. Comparando os teores da Tabela 13 com os valores de referência citados por Martinez (1999) pode-se afirmar que apenas as quantidades de cálcio fornecidas pelo coquetel atendem a demanda da cultura, que deve ser, segundo aquele autor, de 2,1-8,6 g.kg-1 nas folhas do sorgo. As quantidades de Mg, P e K vão ao encontro dos valores de referência que são de 2,6-3,8 g.kg-1, 0,40-0,44 e 13,0-30 g.kg-1, respectivamente. As quantidades de N nas folhas não estão nas quantidades indicadas pelo pesquisador, que são de 23,0 – 29,0 g.kg-1. Mesmo assim não foram identificados problemas de ordem nutricional, o que corrobora o fato de as cultivares apresentarem comportamentos diferenciados sob diferentes aspectos e ambientes. Tabela 13 – Teor de nutrientes nas folhas do sorgo, cultivar IPA 467, sob diferentes adubos verdes. Mossoró, UFERSA-RN, 2007 Ca Mg P N V. espontânea 1.56 a 4.90 ab g.kg 46.07 ab 17.57 a 4.77 a 15.33 a Lab-lab 0.93 a 4.63 ab 47.50 a 16.13 a 4.53 a 15.33 a F. porco 1.57 a 4.77 ab 33.63 c 15.57 a 4.50 a 13.67 a C. juncea 0.93 a 4.13 b 34.37 bc 15.57 a 4.40 a 14.00 a M. preta 0.93 a 5.03 ab 29.23 c 14.17 a 4.77 a 15.67 a F. guandu 1.20 a 3.80 b 39.50 abc 17.63 a 4.23 a 14.33 a F. Caupi 1.60 a 4.60 ab 30.70 c 17.20 a 4.03 a 16.33 a C. spectabilis 1.20 a 4.40 ab 34.37 bc 18.03 a 4.27 a 12.33 a Coquetel 2.20 a 6.43 a 30.70 c 15.73 a 4.97 a 15.33 a 32.03 15.39 11.42 9.95 8.04 18.98 Tratamento CV(%) Na -1 K Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de tukey a 5% de probabilidade. 41 5 – CONCLUSÕES Os adubos verdes influenciam as quantidades de potássio, carbono, matéria orgânica e nitrogênio do solo; A mucuna preta apresentou maior produção de matéria fresca e a espécie lab-lab apresentou maiores quantidades de matéria seca e maior acúmulo de nutrientes em sua parte aérea; As cultivares de sorgo respondem diferenciadamente ao tipo de adubação verde utilizado; As características agronômicas do sorgo foram influenciadas pelo tempo e pelo tipo de adubo verde empregado; O teor de nutrientes nas folhas da cultivar BR 601 não foi influenciado pela adubação verde; Maiores quantidades de sódio e magnésio nas folhas da cultivar IPA 467 foram observados nos tratamentos com lab-lab e coquetel, respectivamente. 42 6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AITA, C. Dinâmica do nitrogênio no solo durante a decomposição de plantas de cobertura: efeito sobre a disponibilidade de nitrogênio para a cultura em sucessão. In: FRIES, M. R.; DALMOLIN, R. S. D. (Coord.). Atualização em recomendação de adubação e calagem: ênfase em plantio direto. Santa Maria: UFSM/Pallotti, 1997. p. 76-111. ALCANTARA, F. A.; FURTINI NETO, A. E.; PAULA, M. B. DE. Adubação verde na recuperação da fertilidade de um Latossolo Vermelho-Escuro degradado. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.35, n.2, p.277-288, 2000. ALVARENGA, R.; COSTA, L. M. da; MOURA FILHO, W.; RAZZI, A. J. Características de alguns adubos verdes de interesse para a conservação e recuperação de solos. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.20, n.2, p. 175-185, 1995. AMABILE, R. F.; FANCELLI, A. L.; CARVALHO, A. M. de. Evaluation of green manures in different sowing dates and row-spacings in the Cerrados region. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 35, n. 1, p. 47-54, 2000. ARAUJO, A. P.; ALMEIDA, D. L. Adubação verde associada a fosfato de rocha na cultura do milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 28, n. 2, p. 245-251, 1993. ARF, O.; SILVA, L.S.; ALVES, M. C.; SÁ, M. E. Efeitos na cultura do trigo da rotação com milho e adubos verdes, na presença e na ausência de adubação nitrogenada. Bragantia, Campinas, v. 58, n. 2, p. 323-334, 1999a. ARF, O.; SILVA, L. S. da; BUZETTI , S.; ALVES, M. C.; SÁ, M. E. de; RODRIGUES, R. A. F. e HERNANDEZ, F. B. T. Efeito da rotação de culturas, adubação verde e nitrogenada sobre o rendimento do feijão. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.11, p.2029-2036, 1999b. AZEVEDO, D. M. P. de; LANDIVAR, J.; VIEIRA, R. M.; MOSELEY, D. The effect of cover crop and crop rotation on soil water storage and on sorghum yield. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 34, n. 3, p. 391-398, 1999. 43 BAKHUIS, J.A. Estimating pasture production by use of grass length and sward density. Netherlands Journal of Agricultural Science, Wageningen, v.8, p.211-224, 1960. CALEGARI A; MONDARDO A; BULISANI EA; COSTA MBB; MIYASAKA S; AMADO TJC. Aspectos gerais da adubação verde. In: COSTA MBB (Coord). Adubação verde no sul do Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Assessoria e Serviços a Projetos em Agricultura Alternativa. 1993. p.156. CANDIDO, M. J. D. et al. Valor Nutritivo de Silagens de Híbridos de Sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) sob Doses Crescentes de Adubação. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, n. 1, p. 211-218, 2002. CARVALHO, M. A. C. de ; SORATTO, R. P.; ATHAYDE, M. L. F. Produtividade do milho em sucessão a adubos verdes no sistema de plantio direto e convencional. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n.1, p.47-53, 2004 a. CARVALHO, M. A. C. de,; ATHAYDE, M. L. F.; SORATTO, R. P. Adubação verde e sistemas de manejo do solo na produtividade do algodoeiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 39, n.12, p.1205-1211, 2004 b. CARVALHO, J. E. B. de ; LOPES, L. C.; ARAUJO, A. M. de A. Leguminosas e seus efeitos sobre propriedades físicas do solo e produtividade do mamoeiro 'Tainung 1. Revista Brasileira de Fruticultura., Jaboticabal, vol.26, n.2, p.335-338, 2004c. CASTRO, C. M. de; ALVES, B. J. R; ALMEIDA, D. L. Adubação verde como fonte de nitrogênio para a cultura da berinjela em sistema orgânico. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n. 8, p.779-785, 2004. CHAVES, L. H. G.; KINJO, T. Relação quantidade/intensidade de potássio em solos do trópico semi-árido brasileiro. Revista Brasileira de Ciência do Solo, Campinas, v.11, n.3, p.257-261, 1987. CUMMINS, D.G. Yield and quality change with maturity of silage-type sorghum fodder. Agronomy Journal, v.73, p.988-990, 1981. 44 DANN, P.R. A calibration method for estimating pasture yield. Journal of Australian Institute Agricultural Science, Melbourne, v.32, n.1., p.46-49, 1966. DIAS, A.M.A.; BATISTA, A.M.V.; FERREIRA, M.A.; LIRA, M.A.; SAMPAIO, I.B.M. Efeito de estádio vegetativo do sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) sobre a composição química da silagem, consumo, produção e teor de gordura do leite para vacas em lactação, em comparação à silagem de milho (Zea mays). Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.30, n.6, p.2086-2092, 2001. DONEGÁ, I.M. Comportamento de leguminosas adubos verdes cultivadas no outono/inverno, em três populações de plantas. Ilha Solteira: UNESP/FEIS, 1994. 75p. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA — EMBRAPA. Manual de métodos de análises de solo. 2.ed. Rio de Janeiro: Ministério da Agricultura e do Abastecimento, 1997. 212p. ERASMO, E.A.L.; AZEVEDO, W.R.; SARMENTO, R.A. Potencial de espécies utilizadas como adubo verde no manejo integrado de plantas daninhas. Planta daninha, Viçosa, v.22, n.3, p.337-342, 2004. ESPINDOLA, J. A. A; ALMEIDA, D. L; GUERRA, J. G. M.; SILVA, E. M. R. SOUZA, F. A. Influência da adubação verde na colonização micorrízica e na produção da batata-doce. Pesquisa Agropecuária Brasileira. Brasília, v. 33, n. 3, p. 339-347, 1997. FARIA, C. M. B., SOARES, J. M.; LEAO, P. C. S. Green manuring grapevine with legumes in the submiddle São Francisco River Valley. Revista Brasileira de Ciência Solo, Viçosa, v. 28, n.4, p. 641-648, 2004. FAVERO, C.; JUCKSCH, I.; ALVARENGA, R. C. Modificações na população de plantas espontâneas na presença de adubos verdes. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.36, n.11, p.1355-1362, 2001. FERNANDES, M. F.; BARRETO, A. C.; EMÍDIO FILHO, J. Fitomassa de adubos verdes e controle de plantas daninhas em diferentes densidades populacionais de 45 leguminosas. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.34, n.9, p.1593-1600, 1999. FONTANÉTTI, A.; CARVALHO, G. J. de; MORAIS, A. R. de; ALMEIDA, K. de; DUARTE, W. F. Adubação verde no controle de plantas invasoras nas culturas de alface-americana e de repolho. Ciência e Agrotecnologia, Lavras, v. 28, n. 5, p. 967973, 2004. FONTANETTI, A.; CARVALHO, J. C.; GOMES, L. A. A.; ALMEIDA, S. R, G. M.; TEIXEIRA, C. M. Adubação verde na produção orgânica de alface americana e repolho. Horticultura Brasileira, Brasília, v. 24, n. 2, p. 146-150, 2006. GONTIJO NETO, M. M.; OBEID, J. A.; PEREIRA, O. G.; CECON, P. R.; CANDIDO, M. J. D.; MIRANDA, L. F. Híbridos de Sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench) Cultivados sob Níveis Crescentes de Adubação: Rendimento, Proteína Bruta e Digestibilidade in Vitro. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, n. 4, p. 1640-1647, 2002. GOUVEIA, R. F. de; ALMEIDA, D. L. de. Avaliação de algumas características agronômicas de sete adubos verdes de inverno no Município de Paty do Alferes, RJ. Revista da Universidade Rural, Série Ciência da Vida, Itaguaí, v. 19, p. 1-11, 1997. HECKLER, J.C. Sorgo e girassol no outono-inverno, em sistema plantio direto no Mato Grosso do Sul, Brasil. Ciência Rural, v.32, n.3, p.517-520, 2002. HERNANI, L.C.; SALTON, J.C.; FABRÍCIO, A.C.; DEDECEK, R.; ALVES JÚNIOR, A. Perdas por erosão e rendimentos de soja e trigo em diferentes sistemas de preparo de um Latossolo Roxo de Dourados (MS). Revista Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v.21, p.667-676, 1997. KIEHL, E.J. Fertilizantes orgânicos. Piracicaba: Ceres, 1985. 492p. KORWAR, G. R. Fodder production potential of leucaena hedgerows on an Alfisol and a Vertisol in the semi-arid tropics. In: INTERNATIONAL WORKSHOP ON NITROGEN FIXING TREES FOR FODDER PRODUCTION, Morrilton. Proceedings… Morrilton: Winrock International, 1998. p. 146-153, 1998. 46 LIU, J.; HUE, N.V. Ameliorating subsoil acidity by surface application of calcium fulvates derived from common organic materials. Biology and Fertility of Soils, Berlin, v.21, n.4, p.264-270, 1996. LUSK, J.W; KARAU, P.K.; BALOGO, D.O. Brown midrib sorghum or corn silage for milk production. Journal of Dairy Science, v.67, p.1739-1744, 1984. MAGALHÃES, P.C.; DURAES, F.O.M.; SCHAFFERT, R.E. Fisiologia da planta de sorgo. Sete Lagoas: Embrapa Milho e Sorgo, 2000. 46p. (Circular Técnica, 3). MARTINEZ, H.E.P.; CARVALHO, J.G. de.; SOUZA, R.B. de. Diagnose foliar. In: RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ, V.V.H. (eds.). Recomendação para uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5a Aproximação. Viçosa: Comissão de Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais, 1999. p.143-168. McDONALD, P.; HENDERSON, A.R.; HERON, S.J.E. The biochemistry of silage. 2.ed. Aberystwyth: Chalcombe Publications, 1991. 340p. MEDRADO, M. J. S. Uso de coberturas verdes de solo nas entrelinhas de ervamate. Colombo-PR: EMBRAPA, 2002. p.7. Comunicado técnico 84 MIYAZAWA, M.; PAVAN, M. A.; FRANCHINI, J. C. Neutralização da acidez do perfil do solo por resíduos vegetais. Informações agronômicas nº 92 – dezembro/2000, 8p. (Encarte técnico). NASCIMENTO, J. T.; SILVA, I. F. Quantitative and qualitative evaluation of legumes as soil cover. Ciência Rural, Santa Maria, v. 34, n. 3, p. 947-949, 2004. NEUMANN, M.; RESTLE, J.; ALVES FILHO, D.C.; BRONDANI, I.L.; PELLEGRINI, L.G.; FREITAS, A.K. Avaliação do valor nutritivo da planta e da silagem de diferentes híbridos de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench.). Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.31, n.1, p.293-301, 2002. OLIVEIRA, F. L. de; RIBEIRO, R. de L.D.; SILVA, V. V. Desempenho do inhame (taro) em plantio direto e no consórcio com crotalária, sob manejo orgânico. Horticultura Brasileira, Brasília, v.22, n.3, p.638-641, jul-set 2004. 47 OLIVEIRA, J. S.; FERREIRA, R. P.; CRUZ, C. D.; PEREIRA, A. V.; BOTREL, M. A.; VON PINHO, R. G.; RODRIGUES, J. A. S.; LOPES, F. C. F.; MIRANDA, J. E. C. Adaptabilidade e estabilidade em cultivares de sorgo. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 31, n. 2, p. 883-889, 2002a. Suplemento. OLIVEIRA, T. K. de; CARVALHO, G. J. de; MORAES, R. N. de S. Plantas de cobertura e seus efeitos sobre o feijoeiro em plantio direto. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 37, n. 8, p. 1079-1087, 2002b. PAULO, E. M.; BERTON, R. S.; CAVICHIOLI, J. C.; BUSILANI, E. A.; KASAI, F. S. Produtividade do café apoatã em consórcio com leguminosas na região da alta paulista. Bragantia, Campinas, v. 60, n. 3, p. 195-199, 2001. PAULO, E. M.; BERTON, R. S.; CAVICHIOLI, J. C.; BUSILANI, E. A.; KASAI, F. S. Produtividade do cafeeiro Mundo Novo enxertado e submetido à adubação verde antes e após recepa da lavoura, Bragantia, Campinas, v. 65, n. 1, p. 115-120, 2006. PEDREIRA, M.S.; REIS, R.A.; BERCHIELLI, T.T.; MOREIRA, A.L.; COAN, R.M. Características agronômicas e composição química de oito híbridos de sorgo (Sorghum bicolor (L.) Moench). Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v.32, p.1083-1092, 2003. PERIN, A.; SANTOS, R. H. S.; URGUIAGA, S.; GUERRA, J. G. M.; CECON, P. Efeito residual da adubação verde no rendimento do brócolo (Brassica oleraceae L.) cultivado em sucessão ao milho. Ciência Rural, Santa Maria, v.34, n.6, p. 1739-1745, 2004. PUPO, Nilson Ignácio Hadler. Manual de pastagens e forrageiras: formação, conservação, utilização. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino agrícola, 1979. 343 p. REBOUÇAS, Aldo da C. Água na região Nordeste: desperdício e escassez. Estudos Avançados, São Paulo, v. 11, n. 29, p. 127-154, 1997. 48 REIS, O. V. Seleção de linhagens de sorgo forrageiro (Sorghum bicolor (L.) Moench) tolerantes ao estresse hídrico em fase de plântula. 1992. 150 f. Dissertação (Mestrado em Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, 1992. REZENDE, P. M.; SILVA, A. G.; CORTE, E.; BOTREL, E. P. Consórcio sorgo-soja. V. Comportamento de híbridos de sorgo e cultivares de soja consorciados na entrelinha no rendimento de forragem. Ciência Rural, Santa Maria, v. 31, n. 3, p. 369374, 2001. RIBAS, P. M. Sorgo: Introdução e importância econômica. EMBRAPA, 2003, 14p. Documentos 26. SILVA, JOSÉ A. A. da; VITTI, G. C. STUCHI, E. S.; SEMPIONATO, O. R. Reciclagem e incorporação de nutrientes ao solo pelo cultivo intercalar de adubos verdes em pomar de laranjeira-'Pêra'. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v. 24, n. 1, p. 225-230, 2002. TANAKA, R.T.; MASCARENHAS, H.A.A.; DIAS, O.S.; CAMPIDELLI, C.; BULISANI, E.A. Cultivo da soja após incorporação de adubo verde e orgânico. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.27, n.11, p.1477-1483, 1992. TOLEDO, R. E. B. de. Faixas e períodos de controle de plantas daninhas e seus reflexos no crescimento do eucalipto.USP-ESALQ, maio de 2002, 146p. Tese de Doutorado WHITE, J.S., BOLSEN, K.K., POSLER,G. et al. Forage sorghum dry matter disappearance as influenced by plant part proportion. Animal Feed Science Technology, v.33, n.3-4, p.313-322, 1991. ZAGO, C.P. Cultura de sorgo para produção de silagem de alto valor nutritivo. In: SIMPÓSIO SOBRE NUTRIÇÃO DE BOVINOS, 4., 1991, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz, 1991. p.169-217. ZAGO, C.P. Utilização do sorgo na alimentação de ruminantes. In: Manejo cultural do sorgo para forragem. Sete Lagoas: Embrapa-CNPMS, 1997. p.9-26 (Circular Técnica, 17). 49 Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo