Fisiologia VII – Endócrino 28/07/06 Reprodução – 2ª aula Ciclo Menstrual Para se explicar o ciclo menstrual pode-se começar de qualquer dia, porém uma forma didática é começar do primeiro dia. Normalmente tem-se o TRH que vai estimular o TSH na hipófise que vai aumentar o metabolismo intermediário. O LH-RH vão agir na hipófise, estimulando-a a liberar FSH e LH que vão agir para aumentar os níveis de testosterona provocando feedback negativo. Com relação ao aparelho reprodutor feminino, da mesma forma, o LHRH vão agir na hipófise para liberar FSH e LH que vão aumentar a produção de estrogênio. No primeiro dia do ciclo o FSH já estará elevado, e o seu aumento provocará a produção de estrogênio. O LH, por sua vez, começa a se elevar mais tardiamente e seu aumento leva a um aumento na produção de progesterona, pois ele age basicamente nas células tecais (responsáveis pela produção de progesterona). O aumento de estrogênio com níveis muito altos e com o inicio da elevação de progesterona, faria feedback negativo no hipotálamo (para o fator hipotalâmico que é único), diminuindo a produção de FSH que faria feedback negativo pro LH, que diminuiria a produção de progesterona, que estava começando a se elevar, e também levando a queda de estrogênio. Entretanto, os estrogênios no sistema nervoso se transformam em estrogênio catecólico, que possui ação anti-estrogênica. Logo, na realidade, o estrogênio vai fazer feedback positivo, aumentando a produção de FSH e de LH. O FSH vai agir no folículo produzindo inibina, um hormônio que age na hipófise, fazendo feedback negativo para o FSH, diminuindo sua produção. Enquanto isso, o LH sobe, pois ele não será inibido, enquanto que o estrogênio cai devido a queda do FSH. Concomitantemente, no inicio do ciclo, o folículo, sofrendo ação do FSH, vai sofrer hipertrofia e hiperplasia e irá produzir bastante estrogênio, produzindo bastante estrogênio catecólico. As células teçais vão se desenvolvendo até ocorrer a expulsão do ovócito. Com a ruptura do folículo, o ovócito é jogado na trompa. No ovário fica um acumulo de células que são restos de células da granulosa e resto de células tecais. No momento da ruptura, o FSH e o estrogênio estão caindo. A progesterona, que vinha aumentando, com a ruptura da integridade do folículo, começa a cair. Nesse momento, o FSH, o estrogênio e a progesterona (que estava subindo) estão caindo. Dessa forma, o resto de células que permaneceram no ovário, vão sofrer ação do LH e vão começar a produzir estrogênio e progesterona, começando ambos a voltar a subir. O LH, apesar de estar caindo, é o hormônio que está com a maior concentração. Assim, a progesterona fica alta e o estrogenio fica alto, mas não como anteriormente, não produzindo tanto estrogênio catecólico, havendo, dessa vez, feedback negativo. Com o estrogênio e a progesterona altos, por feedback negativo, levam a queda de FSH, que já vinha caindo, e a queda de LH. A queda de LH e FSH leva a queda de progesterona e de estrogênio. Sem estes hormônios, o 1 estrogênio e a progesterona, há o estimula da produção de FSH, iniciando-se o ciclo. A ação do estrogênio por feedback positivo ou negativo depende de sua concentração. Quando o estrogênio está em altas concentrações, no inicio do ciclo, ele produz muito estrogênio catecólico, levando ao feedback positivo. Na segunda parte do ciclo, quando a concentração de estrogênio não é tão alta, há menor produção de estrogênio catecólico, ocorrendo feedback negativo. Muita gente diz que o LH é o hormônio da ovulação. Durante a maturação do folículo, este hormônio inibe o inibidor da ultima meiose, fazendo com que a ultima meiose seja completada. Essa é a função exócrina do LH. Entretanto, isso não é o determinante da ovulação. Ela ocorre quando há o rompimento da membrana que envolve o que ovócito, sendo que quem faz com que ocorra esse rompimento é o FSH e a progesterona, e não o LH. Dessa forma, o LH não é o responsável pela ovulação, uma vez que ela se caracteriza pela liberação do ovócito na trompa, com o rompimento da membrana. Há um folículo que se desenvolve mais rapidamente que outros, sendo este escolhido pela proximidade com os vasos sanguíneos, pois é como o FSH conseguirá atingi-lo. A ação do FSH nas células da granulosa levará ao aumento na produção de estrogênio. O estrogênio faz “up-regulation”, aumento o numero de receptores para ele mesmo, para a progesterona e para o FSH, aumentando a ação desses hormônios no folículo, levando a uma hipertrofia e hiperplasia tecidual. O aumento da produção de FSH e de estrogênio aumenta o numero de receptores para o LH. Dessa forma o LH age no folículo previamente estimulado pelo FSH. As células da granulosa vão produzir progesterona. Parte desse hormônio produzido passará pra as células tecais que irá transformar-los em androgênios que irão voltar para as células da granulosa que possuem a enzima aromatose responsável pela transformação dos andrógenos em estrogênio. Esse processo é chamado de transito dos esteróides. O que permite a grande produção de estradiol é o transito de esteróides.Se não houver enzima não haverá a formação de muito estrogênio (estradiol). Na primeira fase do ciclo há a formação de muito estrogênio pelas células da granulosa e pelos androgênios vindo das células tecais. Isso faz com que ocorra feedback positivo. Na segunda fase do ciclo as células tecais estão “desarrumadas” devido a ruptura folicular, não fazendo a conversão da progesterona em androgênios, havendo menor produção de estrogênio nas células da granulosa, fazendo com que tenha feedback negativo. Resumindo: O FSH leva ao desenvolvimento dos folículos; age nas células da granulosa aumentando-as e aumentando a aromatase(consegue transformar androgênios em estrogênios); o aumento de estrogênio aumenta o numero de receptores para o FSH; aumento de estrogênio + FSH aumenta o numero de receptores para o LH; aumenta o numero de plasmina que é uma enzima proteolítica que, juntamente com a progesterona, vai romper o folículo. O LH vai agir nas células da granulosa previamente estimulado pelo FSH, age nas células do folículo que sobraram com a expulsão do ovócito, dando origem ao corpo lúteo; irá inibir o inibidor da ultima meiose; faz “down-regulation” nos seus próprios receptores. Ciclo Uterino 2 O útero é um músculo oco. Ela vai sofrer ações cíclicas do que estará acontecendo no ovário, possuindo um ciclo próprio em decorrência. O ciclo uterino é uma conseqüência do ciclo ovariano, pois o útero possui receptores para os hormônios que estão sendo produzidos. No inicio do ciclo praticamente não há hormônio. A partir do quinto dia a produção de estrogênio já começou a subir e no útero ele vai aumentar o tamanho das glândulas uterinas, aumentando a vascularização e, em conseqüência, aumentar o tamanho do endométrio. Esse inicio é chamado de fase proliferativa. A partir do 15º dia o estrogênio voltará a subir e a progesterona também estará alta. Dessa forma, o endométrio continuará a crescer e haverá um aumento das secreções provocada pela progesterona. Essa fase é chamada de fase secretora. No ciclo menstrual há a queda de estrogênio e de progesterona não havendo mais a manutenção do endométrio. Assim, essas células não vão mais receber oxigênio e vão morrer, havendo o descolamento do endométrio que cairá na cavidade uterina para serem expulsos. Essa fase é a fase do sangramento que são os primeiros cinco dias do ciclo menstrual. Anticoncepcionais Em um ciclo de 28 dias a ovulação ocorre no 14º dia. A ovulação não ocorre na metade do ciclo, ela ocorre 14 dias antes do início do ciclo. Assim, num ciclo de 20 dias, a ovulação ocorrer no 6º dia. Esses 14 dias é o tempo de duração da segunda fase do ciclo que é sempre constante. A primeira fase do ciclo é variável, podendo ocorrer de diversas formas de acordo com as influências do SN. O anticoncepcional impede, em 99% dos casos, a ovulação. Ele é composto de estrogênio e progesterona (compostos similares) que farão que as concentrações desses hormônios no organismo permaneçam altas, fazendo feedback negativo pro FSH e pro LH. Gravidez O espermatozóide demora menos de 2 minutos para chegar às trompas e fazer a fecundação. O óvulo demora de três a cinco dias para chegar ao útero, sendo que quanto mais tempo ele demorar melhor, pois em melhor condições ele chegará ao útero. Nesse período ele é nutrido pelas secreções tubárias. Para haver o processo de implantação demora mais três a quatro dias, e para a formação da decídua mais sete a nove dias. Nessa fase começa a haver as trocas materno-fetais e há a produção de HCG que possui função similar ao LH, mantendo a produção de estrogênio e de progesterona. A partir da 8º semana a supra renal do feto já funciona, produzindo DHE, que é o substrato que vai para a placenta para formar estrogênio e progesterona placentários. Começa também a produção de prolactina. Entretanto, o estrogênio e a progesterona placentárias inibem a prolactina. Por isso, durante a gravidez há o aumento da mama mas não há a produção de leite, e sim de uma outra substancia, o colostro. 3 A partir da 38ª a 40ª semana a placenta está muito grande e certas regiões não conseguem mais ser nutridas, sofrendo calcificações fisiológicas. Essas calcificações vão aumentando e isso leva a queda de progesterona e principalmente estriol, e com isso, começa a haver as contrações uterinas. Com o nascimento, a progesterona e o estrogênio despencam e há a produção de prolactina com a formação do leite. A sucção do leite pelo bebe estimula a prolactina que levará a mais produção de leite. Algumas mulheres, enquanto estão amamentando, não engravidam. Isso ocorre porque a prolactina inibe LH-RH, impedindo o pico do LH, não havendo ovulação. Isso não é uma regra, só ocorrendo em 50% das mulheres. 4