6 Economia - [email protected] Economia [email protected] Panorama econômico Miriam Leitão Com Alvaro Gribel Perto da virada? C omo está a economia americana a esta altura? Ontem foi o dia de os economistas do mundo inteiro olharem com lupa a decisão do Fed para responder a essa pergunta. O que o Banco Central americano disse é que os juros vão ficar perto de zero por um longo tempo e que continuará injetando liquidez na economia. O PIB do terceiro trimestre já deve ser positivo, segundo economistas americanos. O economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan Goldfajn, também acredita que o terceiro trimestre será sim de recuperação nos EUA. A leitura que ele fez do comunicado do Fed, e da decisão de manter os juros por um longo tempo, é que a situação econômica melhorou, mas as autoridades não querem correr o risco de perder um bom momento atuando prematuramente no aperto de liquidez. — O que o Fed quis dizer ontem é que a economia está melhorando, há sinais de otimismo, mas são sinais ainda fracos, e, portanto, ele não vai arriscar perder as melhoras conquistadas com uma elevação dos juros — disse. Isso derruba a ideia de que em breve o país iria começar a reduzir o excesso de liquidez injetado na economia. O Fed disse também que vai continuar comprando títulos do Tesouro americano e vai continuar comprando ativos lastreados em hipotecas, ou seja, continuará provendo liquidez. Em que momento essa montanha de dinheiro jogada na economia através da ampliação dos gastos públicos e da atuação do Fed vai trazer para a economia o risco de inflação? Ilan acha que demora um pouco: — Primeiro, será preciso aumentar a utilização da capacidade instalada, que está muito baixa, e recuperar o mercado de trabalho. Hoje, ainda se comemora a queda menor do nível de emprego, a cada vez, mas não a volta da criação de empregos. Nada do que está acontecendo deixará de criar uma enorme ressaca mais adiante. A dívida pública vai aumentar exponencialmente. Ilan acha que sai de 40% do PIB para mais de 80%: — Em algum momento eles terão que lidar com isso, mas agora o mais importante é colher os frutos da estratégia antirrecessão. A Europa também começa a colher dados melhores em função de fortes programas governamentais como os incentivos alemães à compra de carros. Ilan avalia que Brasil e China, e outros países asiáticos, se recuperaram mais cedo e já demonstraram bons números no segundo trimestre. Bem atrás vêm os países do leste europeu que ainda estão mergulhados na recessão. A Rússia teve uma queda de 10% do PIB no segundo tri. A Estônia, que a seleção derrotou ontem sem brilho, está também derrotada pela recessão de 16%. Mesmo assim, está melhor que sua vizinha Letônia, que encolheu 20%. A Rússia enfrentou a queda do preço do petróleo e gás natural — e a alta desses preços ainda não permitiu sua recuperação, até porque a queda do preço do petróleo pegou suas empresas muito alavancadas. A economista Monica de Bolle, da Galanto Consultoria, acha que o objetivo do Fed de manter a compra dos títulos é derrubar a curva de juros futuros. O mercado estava imaginando que a redução de liquidez começaria mais cedo para evitar os riscos inflacionários decorrentes da ampliação do déficit público. — Os juros futuros é que têm mais impacto sobre os contratos firmados na economia real — explicou ela. A economia americana já melhorou em função de programas como o “dinheiro por sucata” que recompra carros velhos. Começa a sair da recessão, mas o presidente do Fed, Ben Bernanke, não está interessado em entrar em nenhuma polêmica a curto prazo, nem correr o risco de ser acusado de abortar qualquer recuperação. Ele é candidato a permanecer no cargo, recebeu o apoio de inúmeros economistas, mas o presidente Barack Obama é que decidirá sobre isso no começo do ano que vem. Portanto, entre um risco de médio prazo — que é a alta da inflação e o crescimento exponencial da dívida — e o risco de ser acusado de impedir a recuperação, Bernanke ontem deu o recado de que deixará o depois para depois. Sua primeira preocupação é manter o ritmo de recuperação da economia que pode resultar, segundo as previsões de economistas consultados pelo “Wall Street Journal”, em dois trimestres positivos neste final de ano (vejam no gráfico abaixo). BOVESPA +1,48% DÓLAR -0,37% EURO +0,07% OURO +0,00% NASDAQ +1,47% A bolsa encerrou dia em 56,588 pontos A moeda americana foi cotada em R$ R$ 1,8360 A moeda européia foi cotada em R$ R$ 2,61449 Commoditie se manteve estável e foi vendida por U$ 56,500 A bolsa fechou com a marca de 1998,72 pontos Juros do crédito são os menores desde 2007 Taxa média para pessoa física ficou em 7,21% em julho; no cheque especial, a taxa de 7,44% é a menor desde 1995, aponta pesquisa feita pela Anefac Arquivo S ÃO PAULO - As taxas de juros das operações de crédito tiveram em julho sua sexta queda mensal consecutiva, segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). A taxa média para a pessoa física caiu de 7,26% ao mês em junho para 7,21%, a menor desde dezembro de 2007. “A pesquisa deste mês demonstra o retorno das condições de crédito anteriores à crise em setembro/2008, tanto no alongamento dos prazos dos financiamentos bem como na redução dos juros das operações de crédito”, avalia em nota Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac. De acordo com a pesquisa, das seis linhas de crédito para a pessoa física pesquisadas, cinco viram as taxas médias de juros recuarem entre junho e julho. No caso do cheque especial, a taxa média caiu de 7,54% ao mês para 7,44%, a menor da de julho de 2000. Miguel de Oliveira diz que as condições de crédito estão melhorando série histórica da Anefac, iniciada em 1995. Tiveram queda ainda as taxas médias cobradas pelo comércio (de 6,06% ao mês para 6,04%), crédito direto ao consumidor (de 2,78% para 2,75%), empréstimo pessoal em bancos (de 5,30% para 5,26%) e empréstimo pessoal em financeiras (de 11,17% para 11,09%). A taxa média de juros do cartão de crédito foi a única a se manter estável na passagem de junho para julho, em 10,56% ao mês – a maior des- Pessoa jurídica - O levantamento da Anefac mostrou ainda que houve redução das taxas médias de juros cobradas em todas as linhas de crédito para as pessoas jurídicas pesquisadas. A taxa média geral apresentou uma redução de 0,06 ponto percentual no mês, passando de 4,12% ao mês em junho para 4,06% ao mês em julho. A taxa é a menor desde dezembro de 2007. Miguel de Oliveira estimou, baseado nos dados da pesquisa, que as taxas de juros das operações de crédito bem como as condições de crédito (ampliação dos prazos, aumento do volume emprestado e maior flexibilidade) deverão melhorar neste segundo semestre porque a taxa básica de juros, a Selic, deve cair ainda mais, impulsionando a maior competitividade do mercado e o menor risco de inadimplência. Dupé destaca a importância do mercado consumidor maranhense Divulgação Fabricante de sandálias instalado no interior de Pernambuco tem nos estados do Nordeste seu principal público Ribamar Cunha Enviado especial RECIFE - Embora não tenha revelado números para não despertar a concorrência, o gerente geral da Dupé, Carlos Augusto Rosa, informou que o Maranhão é um importante mercado dessa que é uma das principais marcas de sandálias do país. Anualmente, a fábrica da Dupé, instalada no município da zona da mata pernambucana de Carpina, distante cerca de 60 quilômetros de Recife, produz próximo de 30 milhões de pares, reunindo 40 modelos diferentes. “O Maranhão e o Piauí são dois grandes mercados para a Dupé, principalmente no interior desses dois estados, onde o nosso mercado está consolidado”, disse Carlos Augusto Roza. A Dupé, presente em todo o país, mas que tem na região Norte/Nordeste seu principal mercado, integra hoje o portifólio da São Paulo Alpargatas, Mais [email protected] O Estado do Maranhão - São Luís, 13 de agosto de 2009 - quinta-feira - A Dupé é uma marca de sandálias brasileiras criada em 1969. Hoje é uma das principais marcas de sandálias do país. Trabalha com coleções segmentadas para os públicos masculino, feminino e infantil (Dupezinho), distribuídas em quatro linhas de produtos, com modelos, cores e tamanhos diferenciados. Os modelos da marca são comercializados em todo o Brasil e em mais de 50 outros países. - A Alpargatas é uma empresa de marcas desejadas. Atua com operações próprias em sete países exportações para 80 nações, nos segmentos de sandálias, artigos esportivos e têxteis. Seu portifólio reúne as marcas Havaianas, Topper,Timberland. Mizuno e Meggasho. maior empresa nacional de calçados e artigos esportivos. Juntas, as marcas Dupé e Havaianas (produzida pela Alpargatas), detém 90% do mercado de sandálias de borracha em todo o país. Adquirida pela São Paulo Alpargatas em 2007 por R$ 49,5 milhões, a Dupé passa por um processo de reestruturação na gestão da marca, cujo foco é proporcionar a médio e longo prazos, sua consolidação nos mercado nacional e internacional. O posicionamento da marca Dupé foi readequado de acordo com as necessidades do mercado e a estratégia global da Alpargatas. “Antes, a Dupé replicava, em menor escala, o modelo de negócios usado pelas Havaianas. Depois da compra da empresa, entendemos que deveríamos diminuir os pontos de conflitos das duas marcas”, explicou Carlos Roza. Segundo a empresa, a partir desse novo modelo de gestão, a Área de produção da indústria Dupé no município de Carpina (PE) Dupé ampliou sua base de atuação tanto no Brasil quanto no exterior. Tanto que após à compra, o setor de exportação da Dupé foi o que mais se beneficiou. Hoje a Dupé exporta para cerca de 50 países, nos cinco continentes, tendo como principais mercados Estados Unidos, Espanha, França, Itália, Filipinas, Uruguai, Colômbia, Argentina, Cuba e Venezuela. Entre os 30 modelos de sandálias Dupé, a aplicação da tecnologia Gel HXP em algumas das linhas tem sido um diferen- cial no mercado, com grande aceitação no exterior. Os produtos com Gel HXP (com amortecedor) apresentam durabilidade superior às sandálias comuns, além de proporcionar mais conforto aos pés. Para reforçar ainda mais a marca na região Nordeste, a Dupé aproveitou a realização da Feira da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (ABAD 2009), que será encerrado hoje, no Centro de Convenções Pernambuco, para lançar a coleção Arte Brasileira.