Sistema de Informação Abrasca às Companhias Abertas

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Sistema de Informação Abrasca
às Companhias Abertas
NESTA EDIÇÃO
CEMEC informa sobre o impacto do câmbio nas empresas
privadas não-financeiras, pág. 2
Alpargatas comemora 100 anos como companhia aberta, pág. 3
CVM edita norma que altera a Instrução nº 301
sobre prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento
do terrorismo, pág. 3
Expediente
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Paulo Cezar Aragão - Diretores
Antonio D. C. Castro - Presidente; Frederico Carlos Gerdau
Johannpeter - 1º Vice-Presidente; Alfried Plöger, José Salim Mattar
É permitida a transcrição das matérias, desde que citada a
fonte. Solicita-se a remessa de um exemplar da publicação.
Eduardo Lucano da Ponte - Superintendente Geral; Ivanildi
Lustosa de Sousa Augusto - Supervisora Financeira
Edição semanal • 3 páginas • Número 1155 • 01/07/2013
CEMEC informa sobre
o impacto do câmbio
nas empresas privadas
não-financeiras
O CEMEC – Centro de Estudos do
IBMEC, no dia 24 de junho de 2013,
apresentou uma nota sobre a reação
das empresas privadas não-financeiras
com a variação do câmbio.
A forte elevação da taxa de câmbio
ocorrida recentemente tem gerado grande interesse em avaliar seu possível
impacto sobre os resultados das empresas não financeiras. As informações
disponíveis na base de dados do
CEMEC ajudam a dimensionar o impacto potencial desse aumento da taxa
de câmbio sobre o conjunto das empresas, muito embora o impacto efetivo sobre os resultados ou fluxos de
caixa de cada empresa dependa de
várias outras condições, como argumentado mais adiante.
As principais observações são
as seguintes:
(i) Em março de 2013¹, o saldo de
dívida externa registrada das empresas
não-financeiras, medido em reais, é relativamente baixo, equivalente a 4,1%
do PIB, para um total de exigível financeiro estimado em 41% do PIB. O gráfico da composição do exigível mostra
o saldo de operações de dívida contraídas no mercado internacional, valor esse
que considera também todas as demais
fontes de recursos de dívida, tais como
BNDES, outros direcionados, crédito
bancário de recursos livres e mercado
de capitais.
(ii) Para medir a exposição cambial
das empresas não-financeiras é necessário considerar também operações feitas no mercado doméstico em reais, mas
indexadas à moeda estrangeira; mesmo
assim, nos dados agregados esse saldo representa 13,3% do exigível financeiro total em março de 2013.
(iii) Quando se analisa as taxas de
crescimento anual dos saldos dessas
operações verifica-se forte aceleração
de crescimento das operações em reais indexadas à moeda estrangeira entre meados de 2011 e 2012; a partir disso seu crescimento se reduz, convergindo para taxas da ordem de 10%
ao ano, semelhantes às das operações
de mercado internacional (medidas em
¹ Últimos dados disponíveis do Banco Central da dívida externa registrada de empresas não-financeiras.
2
01 de julho de 2013
dólares) e inferiores às das operações
de crédito do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e
Social – e de recursos livres em reais.
(iv) O estoque de dívida externa e,
portanto, seu impacto está concentrado nas grandes companhias abertas
que detém a maior parte das operações
de mercado internacional.
Em março de 2013, segundo a
Economática, as empresas não-financeiras abertas que já divulgaram demonstrações financeiras trimestrais tinham um estoque de dívida em US$
113,1 bilhões. Nessa mesma data,
dados do BACEN – Banco Central do
Brasil – para a dívida externa registrada e não registrada de empresas nãofinanceiras era de cerca de US$ 131
bilhões, estimando-se assim que as
companhias abertas tenham cerca de
48% do total (US$ 63,4 bilhões).
(v) O impacto da desvalorização cambial sobre uma empresa não é simplesmente o aumento do saldo em reais de
suas operações indexadas a câmbio.
Por exemplo, o impacto nos resultados trimestrais vai ser o resultado liquido da variação cambial sobre ativos e
passivos em moeda estrangeira, nisto
computa-se as operações de “hedge”
cambial, resultados esses que podem
ser revertidos se a taxa de câmbio
vier a se reduzir no futuro.
Considerações semelhantes podem
ser feitas em relação ao impacto sobre
fluxos de caixa, com a diferença de
que as obrigações pagas ou créditos
recebidos num dado período não
serão afetados por variações
cambiais posteriores.
Alpargatas
comemora 100 anos
como companhia aberta
Fundada em 1907, a Alpargatas entrou para o mercado acionário seis anos
depois. Funcionava como entidade oficial corporativa, vinculadas à Secretaria de Finanças do governo estadual e
composta por corretores nomeados pelo
poder público.
A economia nacional estava aquecida com a comercialização de café e
os calçados Alpargatas eram usados
por trabalhadores que faziam a colheita. O bom momento permitiu que a
empresa abrisse o capital e o produto
que dá nome à companhia. Esse pro01 de julho de 2013
duto obteve reconhecimento internacional em inovação ao receber, no ano
de 2012, o prêmio Red Dot Award, que
consagra o melhor do design mundial.
O Brasil e o mercado de capitais
mudaram muito nos últimos 100 anos.
A Alpargatas S.A. (ALPA3 e ALPA4)
sobreviveu às instabilidades econômicas
e comemora um século como companhia de capital aberto em abril de 2013.
A Alpargatas encerrou o ano de 2012
com receita líquida de R$ 3 bilhões, alta
de 16,8% em relação ao ano anterior.
O resultado se traduz em retorno para
os seus acionistas. Em 2012, as ações
preferenciais valorizaram 34% ante uma
alta de 7,4% do Ibovespa. Nos últimos
10 anos, a valorização das ações preferenciais alcançou 1.561%, cerca de
nove vezes a variação do Ibovespa no
mesmo período, quando o índice acumulou 174%. Os dividendos, que são
pagos aos acionistas da Alpargatas
desde 1915, atingiram o valor de R$ 605
milhões em uma década.
Líder no setor de calçados na América Latina, a companhia é proprietária
de marcas desejadas, como Havaianas,
Dupé, Topper, Rainha , Sete Léguas e
Meggashop. Além disso, é detentora
das licenças Mizuno e Timberland. Um
importante passo estratégico foi dado
com a aquisição da Osklen. A operação é relevante para a criação de
uma plataforma de moda lifestyle
de luxo e adiciona ao portfólio da
companhia um dos nomes mais
influentes no mundo da moda e que
possui as mesmas características das
suas marcas: inovação, modernidade e
interação com o consumidor.
A Alpargatas possui 11 fábricas no
Brasil e na Argentina. A empresa tem
significativa presença no varejo, setor
em que atua desde 1933. Encerrou
2012 com 518 lojas em todo o mundo,
das quais 382 eram Havaianas, 70
Osklen, 18 Timberland, 12 Topper e 36
outlets Meggashop e Alpargatas.
Como gestora de marcas globalmente desejadas, a empresa exporta
sandálias Havaianas e Dupé para mais
de 80 países. Essa ampla presença
internacional, principalmente de
Havaianas, tem atraído cada vez mais
a atenção de investidores estrangeiros
interessados em conhecer e investir
na empresa criadora desse ícone
brasileiro. Em 2010, 8% das ações da
Alpargatas eram de acionistas estrangeiros. Em março deste ano, esse número subiu para 16%.
CVM edita norma
que altera a
Instrução nº 301
sobre prevenção
à lavagem de
dinheiro e ao
financiamento
do terrorismo
A CVM – Comissão de Valores Mobiliários – editou no dia 04
de junho de 2013, a Instrução
CVM nº 534/13, alteradora
da Instrução CVM nº 301/99. O
objetivo desta edição é adequar
a regulamentação da Autarquia
à Lei 12.683/12, que modificou a
Lei 9.613/98, para tornar mais
eficiente o combate e a prevenção à lavagem de dinheiro.
A principal alteração é a inserção da obrigatoriedade de se realizar a comunicação negativa, ou
seja, o envio de informação ao
órgão regulador ou fiscalizador de
determinada atividade acerca da
não ocorrência de operações financeiras suspeitas e demais situações que geram a necessidade de realizar comunicações.
Essa comunicação deve ser
enviada até 31 de janeiro de cada
ano pelos destinatários da norma, definidos no art. 2º da Instrução CVM nº 301/99, tendo
como referência o ano anterior.
A nova instrução ainda inclui
no rol de destinatários da norma
o consultor de valores mobiliários e o auditor independente que
atua no âmbito deste segmento.
Ressalta-se que a comunicação de transações suspeitas já
é direcionada ao COAF – Conselho de Controle de Atividades
Financeiras – e não mais à CVM,
em decorrência da edição da Lei
nº 12.683/12, conforme esclarece o Ofício Circular da SMI – Superintendência de Relações com
o Mercado e Intermediários – e
da SIN – Superintendência de
Relações com Investidores
Institucionais – 02/2012.
3
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