Sistema de Informação Abrasca às Companhias Abertas NESTA EDIÇÃO CEMEC informa sobre o impacto do câmbio nas empresas privadas não-financeiras, pág. 2 Alpargatas comemora 100 anos como companhia aberta, pág. 3 CVM edita norma que altera a Instrução nº 301 sobre prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo, pág. 3 Expediente Sistema de Informação Abrasca às Companhias Abertas SIA & CIA é editado pela Associação Brasileira das Companhias Abertas, São Paulo: Av. Brig. Luis Antônio, 2504 - Conj 151 CEP 01402-000 - tel e fax (11) 3107-5557; Rio de Janeiro: Av. Rio Branco, 12 - 6º andar - CEP 20090-000 e Rua da Conceição, 105 - Sala 1305 - CEP 20051-010 - tel (21) 2223-3656, fax (21) 2233-2741 - www.abrasca.org.br - [email protected] Junior, Luiz Serafim Spínola Santos, Paulo Setubal Neto - VicePresidentes; Flávio Donattelli, Henry Sztutman, Maria Isabel Bocater, Maurício Perez Botelho, Morvan Figueiredo Paula e Silva, Paulo Cezar Aragão - Diretores Antonio D. C. Castro - Presidente; Frederico Carlos Gerdau Johannpeter - 1º Vice-Presidente; Alfried Plöger, José Salim Mattar É permitida a transcrição das matérias, desde que citada a fonte. Solicita-se a remessa de um exemplar da publicação. Eduardo Lucano da Ponte - Superintendente Geral; Ivanildi Lustosa de Sousa Augusto - Supervisora Financeira Edição semanal • 3 páginas • Número 1155 • 01/07/2013 CEMEC informa sobre o impacto do câmbio nas empresas privadas não-financeiras O CEMEC – Centro de Estudos do IBMEC, no dia 24 de junho de 2013, apresentou uma nota sobre a reação das empresas privadas não-financeiras com a variação do câmbio. A forte elevação da taxa de câmbio ocorrida recentemente tem gerado grande interesse em avaliar seu possível impacto sobre os resultados das empresas não financeiras. As informações disponíveis na base de dados do CEMEC ajudam a dimensionar o impacto potencial desse aumento da taxa de câmbio sobre o conjunto das empresas, muito embora o impacto efetivo sobre os resultados ou fluxos de caixa de cada empresa dependa de várias outras condições, como argumentado mais adiante. As principais observações são as seguintes: (i) Em março de 2013¹, o saldo de dívida externa registrada das empresas não-financeiras, medido em reais, é relativamente baixo, equivalente a 4,1% do PIB, para um total de exigível financeiro estimado em 41% do PIB. O gráfico da composição do exigível mostra o saldo de operações de dívida contraídas no mercado internacional, valor esse que considera também todas as demais fontes de recursos de dívida, tais como BNDES, outros direcionados, crédito bancário de recursos livres e mercado de capitais. (ii) Para medir a exposição cambial das empresas não-financeiras é necessário considerar também operações feitas no mercado doméstico em reais, mas indexadas à moeda estrangeira; mesmo assim, nos dados agregados esse saldo representa 13,3% do exigível financeiro total em março de 2013. (iii) Quando se analisa as taxas de crescimento anual dos saldos dessas operações verifica-se forte aceleração de crescimento das operações em reais indexadas à moeda estrangeira entre meados de 2011 e 2012; a partir disso seu crescimento se reduz, convergindo para taxas da ordem de 10% ao ano, semelhantes às das operações de mercado internacional (medidas em ¹ Últimos dados disponíveis do Banco Central da dívida externa registrada de empresas não-financeiras. 2 01 de julho de 2013 dólares) e inferiores às das operações de crédito do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – e de recursos livres em reais. (iv) O estoque de dívida externa e, portanto, seu impacto está concentrado nas grandes companhias abertas que detém a maior parte das operações de mercado internacional. Em março de 2013, segundo a Economática, as empresas não-financeiras abertas que já divulgaram demonstrações financeiras trimestrais tinham um estoque de dívida em US$ 113,1 bilhões. Nessa mesma data, dados do BACEN – Banco Central do Brasil – para a dívida externa registrada e não registrada de empresas nãofinanceiras era de cerca de US$ 131 bilhões, estimando-se assim que as companhias abertas tenham cerca de 48% do total (US$ 63,4 bilhões). (v) O impacto da desvalorização cambial sobre uma empresa não é simplesmente o aumento do saldo em reais de suas operações indexadas a câmbio. Por exemplo, o impacto nos resultados trimestrais vai ser o resultado liquido da variação cambial sobre ativos e passivos em moeda estrangeira, nisto computa-se as operações de “hedge” cambial, resultados esses que podem ser revertidos se a taxa de câmbio vier a se reduzir no futuro. Considerações semelhantes podem ser feitas em relação ao impacto sobre fluxos de caixa, com a diferença de que as obrigações pagas ou créditos recebidos num dado período não serão afetados por variações cambiais posteriores. Alpargatas comemora 100 anos como companhia aberta Fundada em 1907, a Alpargatas entrou para o mercado acionário seis anos depois. Funcionava como entidade oficial corporativa, vinculadas à Secretaria de Finanças do governo estadual e composta por corretores nomeados pelo poder público. A economia nacional estava aquecida com a comercialização de café e os calçados Alpargatas eram usados por trabalhadores que faziam a colheita. O bom momento permitiu que a empresa abrisse o capital e o produto que dá nome à companhia. Esse pro01 de julho de 2013 duto obteve reconhecimento internacional em inovação ao receber, no ano de 2012, o prêmio Red Dot Award, que consagra o melhor do design mundial. O Brasil e o mercado de capitais mudaram muito nos últimos 100 anos. A Alpargatas S.A. (ALPA3 e ALPA4) sobreviveu às instabilidades econômicas e comemora um século como companhia de capital aberto em abril de 2013. A Alpargatas encerrou o ano de 2012 com receita líquida de R$ 3 bilhões, alta de 16,8% em relação ao ano anterior. O resultado se traduz em retorno para os seus acionistas. Em 2012, as ações preferenciais valorizaram 34% ante uma alta de 7,4% do Ibovespa. Nos últimos 10 anos, a valorização das ações preferenciais alcançou 1.561%, cerca de nove vezes a variação do Ibovespa no mesmo período, quando o índice acumulou 174%. Os dividendos, que são pagos aos acionistas da Alpargatas desde 1915, atingiram o valor de R$ 605 milhões em uma década. Líder no setor de calçados na América Latina, a companhia é proprietária de marcas desejadas, como Havaianas, Dupé, Topper, Rainha , Sete Léguas e Meggashop. Além disso, é detentora das licenças Mizuno e Timberland. Um importante passo estratégico foi dado com a aquisição da Osklen. A operação é relevante para a criação de uma plataforma de moda lifestyle de luxo e adiciona ao portfólio da companhia um dos nomes mais influentes no mundo da moda e que possui as mesmas características das suas marcas: inovação, modernidade e interação com o consumidor. A Alpargatas possui 11 fábricas no Brasil e na Argentina. A empresa tem significativa presença no varejo, setor em que atua desde 1933. Encerrou 2012 com 518 lojas em todo o mundo, das quais 382 eram Havaianas, 70 Osklen, 18 Timberland, 12 Topper e 36 outlets Meggashop e Alpargatas. Como gestora de marcas globalmente desejadas, a empresa exporta sandálias Havaianas e Dupé para mais de 80 países. Essa ampla presença internacional, principalmente de Havaianas, tem atraído cada vez mais a atenção de investidores estrangeiros interessados em conhecer e investir na empresa criadora desse ícone brasileiro. Em 2010, 8% das ações da Alpargatas eram de acionistas estrangeiros. Em março deste ano, esse número subiu para 16%. CVM edita norma que altera a Instrução nº 301 sobre prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo A CVM – Comissão de Valores Mobiliários – editou no dia 04 de junho de 2013, a Instrução CVM nº 534/13, alteradora da Instrução CVM nº 301/99. O objetivo desta edição é adequar a regulamentação da Autarquia à Lei 12.683/12, que modificou a Lei 9.613/98, para tornar mais eficiente o combate e a prevenção à lavagem de dinheiro. A principal alteração é a inserção da obrigatoriedade de se realizar a comunicação negativa, ou seja, o envio de informação ao órgão regulador ou fiscalizador de determinada atividade acerca da não ocorrência de operações financeiras suspeitas e demais situações que geram a necessidade de realizar comunicações. Essa comunicação deve ser enviada até 31 de janeiro de cada ano pelos destinatários da norma, definidos no art. 2º da Instrução CVM nº 301/99, tendo como referência o ano anterior. A nova instrução ainda inclui no rol de destinatários da norma o consultor de valores mobiliários e o auditor independente que atua no âmbito deste segmento. Ressalta-se que a comunicação de transações suspeitas já é direcionada ao COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras – e não mais à CVM, em decorrência da edição da Lei nº 12.683/12, conforme esclarece o Ofício Circular da SMI – Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários – e da SIN – Superintendência de Relações com Investidores Institucionais – 02/2012. 3