UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA – FACULDADE DE ECONOMIA Economia Brasileira Contemporânea Profª Dra Maria Isabel da Silva Azevedo Alvim PROGRAMA I - Origens do desenvolvimento Industrial Brasileiro – Principais interpretações - O Processo de Substituição de Importações - Conceitos básicos - Características da industrialização por substituição de importações - Mecanismos de proteção à indústria nacional - papel da agricultura na industrialização de um país PROGRAMA II - O Governo JK e o Nacional Desenvolvimentismo 2.1 – A política cambial e os instrumentos de apoio financeiro ao crescimento intensivo 2.2 – O Plano de Metas 2.3 – O desenvolvimento regional 2.4 – O surto industrial automobilístico PROGRAMA III – O Período de 1960 a 1973 – Da Crise ao Milagre 3.1 – Período de instabilidade – 1961/63 3.2 – A crise dos anos 60 3.3 – O período de reajuste (1964/67) 3.4 - PAEG e o combate à inflação 3.5 – O período do Milagre – expansão da economia 3.6 – O primeiro plano nacional de desenvolvimento – I PND IV – Economia Após a Primeira Crise do Petróleo 4.1 – A origem e a repercussão da crise na economia brasileira 4.2 – O segundo plano nacional de desenvolvimento – II PND 4.3 – A heterodoxia delfiniana 4.4 – A crise da dívida externa 4.5 – A crise do petróleo de 1979 I - O Desenvolvimento Industrial A industrialização traduz uma tomada de poder pela burguesia industrial contra a oligarquia rural – trata-se de um período de readaptação da classe dirigente, no seu conjunto, às novas exigências do capitalismo mundial cuja ordem é a atividade industrial. 1 – Principais Interpretações: teoria dos choques adversos – a industrialização começa como uma resposta às dificuldades impostas às importações pelos choques da Primeira Guerra Mundial, Grande Depressão de 1930 e da Segunda Guerra Mundial INTERPRETAÇÕES expansão das exportações – existência de uma relação linear entre a expansão do setor exportador (café) e a industrialização – o crescimento industrial ocorria durante períodos de expansão das exportações e era interrompido pelas crises do setor exportador, as guerras e a grande depressão da década de trinta INTERPRETAÇÕES capitalismo tardio - o crescimento industrial deu-se como parte do processo de desenvolvimento do capitalismo no Brasil – a acumulação de capital industrial ocorreu juntamente como a acumulação de capital do setor exportador dos períodos de expansão das exportações industrialização intencionalmente promovida por políticas de governo – proteção aduaneira e concessão de incentivos e subsídios. – O Processo de Substituição de Importações Processo de desenvolvimento “parcial” e “fechado” que respondendo `as restrições do comércio exterior procurou repetir aceleradamente, em condições históricas distintas, a experiência da industrialização dos países desenvolvidos (TAVARES) Industrialização fechada em função de 2 elementos: ser voltada para dentro, isto é, visar ao atendimento do mercado interno, não ser uma industrialização que produz para exportar; > depender em boa parte de medidas que protegem a indústria nacional dos concorrentes externos. – Características do PSI: inicia-se com um estrangulamento externo – a queda do valor das exportações que, junto com a manutenção da demanda interna, mantendo a demanda por importações, gera escassez de divisas A Substituição de Importações vai implicar na perda do dinamismo do setor externo Observa-se estrangulamento externo, em função do próprio crescimento da demanda que se traduz em aumento das importações e de parte dos investimentos que se transformam em matérias primas e equipamentos importados – como, em geral, o ritmo do crescimento das importações é mais rápido do que o crescimento das exportações, nova crise recoloca-se, retomando o processo. – Características do PSI: Motor dinâmico - Estrangulamento exterior: caráter recorrente – capacidade de importar estancada ou declinante ; caráter relativo – não poderia haver um desequilíbrio externo absoluto que significasse um limite completo às importações – manter minimamente as necessidades relativas aos investimentos e à ampliação da capacidade produtiva do país. Aumento da participação doméstica em uma oferta interna crescente Surgimento de novos produtos PSI – Política cambial discriminatória – Medidas governamentais de proteção à industria nacional preexistente, aumentando a competitividade e a rentabilidade da produção doméstica – Gera-se uma onda de investimentos nos setores substituidores de importação, produzindo-se internamente parte do que antes era importado, aumentando a renda nacional e a demanda agregada – Dinâmica do processo: 1º necessidade de satisfazer a demanda interna; 2º comprimir importações menos essenciais – Condicionantes internos: dimensão e estrutura dos mercados nacionais, natureza da evolução tecnológica e disponibilidade de recursos produtivos PSI • Conclusão: O PSI é complexo e sua interrupção se justifica na medida em que passa de indutor do crescimento industrial, para um obstáculo a este mesmo processo; • É uma reação contra a predominância exclusiva, trata-se, portanto, de uma conciliação de interesses; • Somando os efeitos modernizadores de três correntes: investimentos de infra-estrutura, industria nacional e industria estrangeira, a industrialização adquire força para se expandir Primeira Fase – 1914/1930 – dificuldades de compra no exterior provocaram um aumento da demanda interna por produtos substitutos de importações, entendido em grande parte pelo aproveitamento da capacidade ociosa de setores industriais – 1910/14 – Governo Hermes da Fonseca ⇒ consolidação de empréstimos – 1914/18 ⇒ Governo Venceslau Brás ⇒ obras de infra-estrutura – 1920 ⇒ surto industrial • aproveitamento da capacidade ociosa ampliou e intensificou o PSI ⇔ Produto Real cresceu 18,9% (1915/1919) PRIMEIRA FASE • - Governo Epitácio Pessoa ⇒ 1919/22 ⇒ oposição a medidas protecionistas – Década de 30 ⇒ faltam capital e tecnologia para manter o ritmo de crescimento da década de 20. – O Papel da Agricultura na Industrialização • 1923/1928 – fase áurea da economia agroexportadora; • 1921 – Plano de Valorização do Café ⇒ ⇑ da demanda mundial e recuperação econômica dos Estados Unidos ∀ ⇑ do preço do produto no mercado internacional PAPEL DA AGRICULTURA • 1925 – receita de exportação do café chegou a seu nível recorde de 74 milhões de libras esterlinas ∀ ⇑ capital estrangeiro em investimentos no país • retomada do fluxo imigratório, aumentando a oferta de capital e trabalho AGRICULTURA E MERCADO INTERNO • GRANDE DEPRESÃO >> queda no nível de renda entre 25% e 30% > índice de preços dos produtos importados subiu 33% > consequência:reduçao de 60% nas importações > atendimento pela oferta interna • Demanda interna > setor dinâmico na conjuntura de recessão mundial • ... O fator dinâmico principal nos anos que seguem a crise passa a ser, o mercado interno. A produção industrial, que se destinava em sua totalidade ao MI, sofre durante a depressão uma queda de menos de 10%, e já em 1933 recupera o nível de 1929 Furtado, 1980. AGRICULTURA E MERCADO INTERNO • Principais dados da produção agrícola e industrial do período mostram grande dinamismo no contexto da crise mundial, com aumento da renda nacional induzido a partir do mercado interno – 1929 a 1937 • Produção agrícola – a exportação diminuiu de 70% para 57% da produção agrícola total • Produção industrial – crescimento de 50% • Produção primária para o mercado interno – crescimento de 40% • Renda nacional – aumento de 20% e renda per capita aumento de 7% – Funções da agricultura no processo de industrialização • 1 – liberação de mão-de-obra; • 2 – fornecimento de alimentos e matériasprimas; • 3 – transferência de capital; • 4 - geração de divisas; • mercado consumidor 4.2 – A crise de 30 e a economia brasileira na década de 40 e 50 • queda no preço internacional do café ⇒ acúmulo de estoques • supersafra em 1929/30 • retração do crédito por parte dos bancos norteamericanos • concentração excessiva dos fatores de produção em um único produto: o café. 5 - Aspectos Gerais • política monetária visa a valorização cambial ⇔ equilíbrio orçamentário ∀ ⇔ conter a expansão da moeda. • Déficits orçamentários cobertos por novas emissões e drásticos cortes nas despesas públicas ASPECTOS GERAIS • Política Cambial ⇔ efeitos de interesses antagônicos ⇒ governo interessado em manter a taxa elevada para despender o mínimo possível, em moeda nacional, na compra de notas de exportação e de divisas para atender o serviço da dívida externa; ∀ ⇒ produtores de café e comerciantesexportadores, pressionando no sentido da queda da moeda, de modo a serem compensados da baixa do preço do produto no mercado internacional ASPECTOS GERAIS • imposto de importação ⇒ principal fonte de receita do Tesouro até 1914; • imposto de consumo - ⇑ da arrecadação com o ⇑ das atividades manufatureiras; ∀ ⇑ do consumo de energia elétrica; ∀ ⇑ da produção de café gerou crises de superprodução ⇒ parte do capital da economia cafeeira se desloca para outros setores produtivos ASPECTOS GERAIS ∀ ⇒ estradas de ferro e setores industriais; • grande parte da força de trabalho das regiões cafeeiras foi absorvida pelas industrias ⇒ queda nos salários dos trabalhadores rurais – Da Depressão à Industrialização • crise de superprodução do café, em 1929, e a Grande Depressão, agravam a situação política nacional ⇔ Revolução de outubro de 1930 ⇒ grupo de militares e profissionais civis ⇒ Getúlio Vargas • Estado passa a intervir na economia • Economia ⇒ mais para o mercado interno. INDUSTRIALIZAÇÃO • A Revolução de Trinta mantém a mesma estrutura fundiária, mas o setor agrícola revela elasticidade suficiente para permitir que a crise não tivesse repercussões recessivas mais graves no campo – os que dependiam mais da terra sofreram menos do que os assalariados urbanos onde o índice de desemprego foi maior. CAFÉ • Queda do café provoca uma modificação estrutural da agricultura: ∀ ⇒ aumenta a oferta de gêneros alimentícios no mercado interno ⇒ arroz, feijão, cana-de-açúcar, mandioca, milho, trigo; ∀ ⇒ pauta de exportações: café ⇓ 71,7% em 1935, para 47,1% em 1939 • algodão ⇒ 2,1% em 1935 para 18,6% • setor têxtil nacional liderou o crescimento industrial; • câmbio passa a ser controlado pelo Banco do Brasil ⇒racionar as despesas com importações, evitar a fuga de capitais e impedir a especulação cambial • crise cambial torna-se mais aguda devido a perda da receita de exportação ⇒ queda de divisas ⇒ ⇓ entrada de capital estrangeiro CAFÉ E INDÚSTRIALIZAÇÃO 1934 – Esquema Oswaldo Aranha ⇒ reescalonamento do pagamento da dívida externa, condicionando-o ao saldo da conta corrente do balanço de pagamentos, durante 4 anos ⇒ 2 primeiros anos, saldo médio satisfaz os compromissos, mas a deterioração das relações de troca e a diminuição do volume de entrada de capital estrangeiro no país levam à suspensão do pagamento até 1940. • 1934 – criado o Instituto de Pesquisas de São Paulo ⇒ apoio ao setor de ferro e de cimento; • processo intensivo de industrialização de bens de consumo ⇒ indústria tradicionais ⇒ têxtil, alimentação, vestuário, bebidas ⇒ maior participação; • INDUSTRIALIZAÇÃO • 1930 ⇒ ⇑ indústrias química e farmacêutica ⇑ 300% • aumento da produção de minerais não-metálicos oferece condições para expansão da indústria de base (cimento, siderurgia, papel, carvão) • Henrique Lage ⇒ trilogia – carvão, ferro e transporte ⇒ indústria naval • ⇒ Fábrica Brasileira de Aviões • ⇒ Companhia Nacional de Navegação Aérea • - falta de tecnologia mais avançada ⇒ liberação de importações de equipamentos ⇒ 1938 ⇒ discriminação de indústrias que passaram a gozar de ampla isenção tarifaria para os bens de produção que viessem a importar industrialização • 1942 – Coordenação da Mobilização Econômica – economia de guerra ∀ ⇑ 42% nas relações de troca ⇒ ⇑ do preço dos produtos tradicionais : café, algodão em pluma e cacau e maior diversificação da pauta de exportação; ∀ ⇓ de importações (bens de consumo e combustíveis) e ⇑ da receita de exportação geraram saldos comerciais que provocaram uma expansão maior da moeda ⇒ pressionou os preços para cima ( ⇑ de 110% entre 1940 e 1945) • administração de preços pelo governo; • Decreto-lei nº 6.019/43 – Plano Souza Costa atender serviço da dívida externa • Flexibilidade do setor rural – valor da produção algodoeira > produção de café (34%) • Setor industrial sofre limitações impostas pela 2ª GM ⇒ 1944 – Certificado de Equipamentos (reserva de divisas) incentivo à industrialização. industrialização • Decreto 7.293/45 – criação de um órgão de execução de política monetária ⇒ Superintendência da Moeda e do Crédito ⇔ fixar taxas de juros, de redesconto e do depósito compulsório dos bancos, operar os títulos públicos, executar a política cambial e coordenar a execução da política orçamentária com a da política monetária • Políticas de Planejamento: Roberto Simonsen participação do Estado na economia • Eugênio Gudin – Escola Clássica Liberal - aumento da produtividade como principal fator de crescimento econômico e formação do capital do setor privado industrialização • Plano Especial de Obras Públicas e Reaparelhamento da defesa Nacional⇒ crescimento econômico ⇒ transporte, energia e ferro • 1944 – Plano de Obras e Equipamentos ⇒ infraestrutura e implantação de indústrias de base; • 1940 - Comissão Executiva do Plano Siderúrgico Nacional – na falta de capitais privados nacionais para investimentos em setores básicos da indústria, abundantes em economia de escala e intensivos em capital, o governo procura atrair capital externo (não ocorre) e então assume esta ação e cria a Companhia Siderúrgica Nacional, em 1941 (capitais nacionais); • 1942 – Companhia Vale do Rio Doce – exploração de minério de ferro; industrialização • 1944 - Aços Especiais Itabira – capital privado até 1954 - ⇒ Banco do Brasil • 1943 – Fábrica Nacional de Álcalis • Fábrica Nacional de Motores - produzir motores para a aviação nacional ⇒ fabricação de veículos rodoviários • 1945 – Departamento Nacional de Estradas de Rodagem - centralização dos assuntos rodoviários • Economia Regional – maior crescimento do estado de São Paulo e dificuldades no Nordeste. Região Amazônica continua inerte com economia extrativa florestal de pouco valor agregado. Em 1942 – Rubber Reserve Company iniciou a extração intensiva do látex ⇒ é criado o Banco de Crédito da Borracha. Problemas industriais após a 2ª GM: • falta de reposição tecnológica ⇒ máquinas e equipamentos obsoletos; • deficiência nos sistemas de transportes; • esgotamento de reservas cambiais; • desajuste do balanço de pagamentos; • intensificação da produção de substitutos de importação – sistema de licença prévia – incentiva a produção interna SETOR AGRÍCOLA • Setor agrícola ⇒ maior gerador de divisas para a sustentação do processo de industrialização; • Maior densidade populacional dos centros urbanos ⇒ mão-de-obra abundante e barata; • Produto Real evoluiu à taxa de 6,4% entre 1947-56 ⇒ produto industrial cresceu à taxa média anual de 8,8% • Governo Eurico Gaspar Dutra (1946-51) Plano Salte ⇒conjunto de programas econômicos e sociais ⇒ saúde • Alimentação • Transportes • Energia PLANO SALTE • • • • • • • • • • • • Efeitos do Planto SALTE: crescimento da agricultura e da indústria de transformação; maior ajuste das contas públicas; inflação em torno de 11% aa; equilíbrio nas contas externas; hidrelétrica de Paulo Afonso (CHESF, 1946); início da construção da refinaria de petróleo Presidente Bernardes, Cubatão/SP – inaugurada em 1955; ampliação da refinaria Landulfo Alves, em Mataripe (BA); instalação do oleoduto Santos-Jundiaí; aquisição de navios petroleiros; construção e pavimentação da rodovia Rio- São Paulo, inaugurada em 1951; construção de aeroportos e instalações portuárias COMISSÃO TÉCNICA BRASIL –ESTADOS UNIDOS • 1948 – Comissão Técnica Brasil-Estados Unidos ⇒técnicos americanos ⇒ John Abbink e técnicos brasileiros ⇒ Octávio Gouveia de Bulhões ⇔ objetivo: identificar os fatores que inibiam, bem como os que estimulavam, o desenvolvimento econômico. Idéias liberais -⇒ iniciativa privada contra o intervencionismo estatal na economia • ⇒ contenção de inflação; • ⇒ ajuste da balança de pagamentos • ⇒ reforma fiscal • ⇒ recuperação do setor ferroviário. 1951/53 – Comissão Mista Brasil – Estados Unidos para o Desenvolvimento Econômico• estudos técnicos e medidas no sentido de eliminar os obstáculos ao fluxo de investimentos públicos e particulares, estrangeiros e nacionais. • Em 1953, com a mudança de governo nos Estados Unidos, o país não recebeu o crédito de 500 milhões de dólares para atender obras de infra estrutura. • Contribuição: formulação de políticas de desenvolvimento econômico a partir da identificação dos pontos de estrangulamento e promoção da criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico – BNDE, Lei 1.628/52 ⇒ concessão de empréstimos a longo prazo e com baixa taxa de juros, a setores de interesse econômico e aval às operações financeiras externas ⇔ principal agente de execução da política de investimentos do governo federal. DESENVOLVIMENTO ECONÕMICO • • • • • Lei 2.004/53 – Petrobrás ⇒ finalidade de pesquisar, explorar, produzir, refinar e transportar o óleo cru e derivados de produção nacional Crise de energia - 1949/52 – elaboração e implementação do Plano de Desenvolvimento de Energia, e, 1952. com recursos do Fundo Federal de Eletrificação Setor Siderúrgico: Companhia Siderúrgica Mannesmann, Belo Horizonte, 1952 e Companhia Siderúrgica Paulista – COSIPA -, em 1953 Aços Especiais Itabira – ACESITA – passa para o controle do Banco do Brasil, em 1952 Aumento da produção siderúrgica nacional, entre 1948-53, foi essencial para a expansão das atividades industriais no processo de substituição de substituição de importações GOVERNO VARGAS • 1950-54 – segunda fase do governo Vargas – Plano Lafer - a ser executado pelo BNDE e, 5 anos, com recursos do Fundo de Reaparelhamento Econômico ⇒ US$ 1 bilhão para investimentos em indústria de base (energia e transportes) II – O GOVERNO JK E O NACIONAL DESENVOLVIMENTISMO • - A Política Cambial e os Instrumentos de Apoio Financeiro ao Crescimento – 1953-54 • Lei 1.807, de janeiro de 1953 ⇒ maior flexibilidade ao sistema cambial, liberando as taxas de câmbio para operações relativas a remessas de lucros e de juros, bem como para as transações com moedas estrangeiras para turismo JK • Outubro/53 - reforma cambial ⇒ sistema de taxas múltiplas de câmbio e criação da Carteira de Comércio Exterior ∀ ⇒ encarecer o produto importado que pudesse competir com o nacional; ∀ ⇒ subsidiar, pela taxa de câmbio mais baixa, a importação de bens de capital e insumos básicos essenciais ao crescimento econômico; • permitir maiores recursos para o governo investir na infra-estrutura nacional; • diferença entre inflação interna e a externa desestimulou as exportações e a entrada de capital estrangeiro; JK • • • • • 1954 – desajustes no plano externo ⇒ despesa com importação aumentou a uma taxa superior à da receita com exportações ⇒ agrava o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos; âmbito interno ⇒ ⇑ do índice geral de preços ⇒ ⇓ no poder aquisitivo agosto de 1954 – crise política e morte de Getúlio Vargas; Governo Café Filho (1954/55) ⇒ política econômica ortodoxa; Janeiro de 1955 – legislação favorece a entrada de capital estrangeiro ⇒ Instrução 113 (SUMOC) isentava de cobertura cambial a importação de máquinas e equipamentos julgados de interesse para o desenvolvimento econômico do País por empresas estrangeiras associadas às nacionais. JK ∀ ⇒ saída de capitais estrangeiros: remessas conversíveis à taxa de câmbio oficial, tanto os lucros quanto as amortizações e juros de financiamentos externos ∀ ⇒ incentivos aos investimentos estrangeiros (empresas multinacionais) – Plano de Metas ( 1956-1960) • 2.2.1 – Principal objetivo: estabelecer as bases de uma economia industrial madura no país, especialmente aprofundando o setor produtor de bens de consumo duráveis • 2.2.2 – estrutura – BNDE/CEPAL – identifica a existência de uma demanda reprimida por bens de consumo duráveis e via nesse setor importante fonte de crescimento pelos efeitos interindustriais que gera sobre a demanda por bens intermediários e, por meio da geração de emprego, sobre os bens de consumo leves; ∀ ⇒ estimular o desenvolvimento de novos setores na economia, principalmente os fornecedores de componentes para o setor de bens de consumo duráveis. – Pontos Principais: • • • • • 1 – investimentos estatais em infra-estrutura, com destaque para os setores de transporte e energia elétrica; 2 – indústria de base - estímulo ao aumento da produção de bens intermediários, como o aço , o carvão, o zinco, etc.; - siderurgia, alumínio, metais não-ferrosos, cimento, álcalis, celulose e papel, borracha, exportação de minério de ferro, indústria automobilística, indústria de construção naval, indústria mecânica e de material elétrico pesado 3 – incentivos à introdução dos setores de consumo duráveis e de capital 4 – alimentação – trigo, silos, armazéns frigoríficos, matadouros industriais, mecanização da agricultura e fertilizantes 5 – educação – formação de pessoal técnico – Implementação ⇒ criação de uma série de comissões setoriais que administravam e criavam os incentivos necessários para atingir as metas setoriais ∀ ⇒ CONSELHO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO – coordenado por Lucas Lopes e com assistência técnica do BNDE, presidido por Roberto de Oliveira Campos; ∀ ⇒ GRUPOS DE TRABALHO órgão de assessoria do Conselho – técnicos da Comissão Mista Brasil-Estados Unidos, do grupo BNDE-CEPAL e da Fundação Getúlio Vargas ⇔ estudar e viabilizar projetos já existentes, estabelecer metas quantitativas de produção e elaborar normas reguladoras, visando à mobilização dos recursos necessários à execução do Plano IMPLEMENTAÇÃO ∀ ⇒ GRUPOS EXECUTIVOS órgãos instituídos por Decreto com autoridade para coordenar esforços no sentido de realização das metas que envolvessem o setor privado ⇔ GEIA (indústria automobilística), GEICON (construção naval), GEIMAR (máquinas agrícolas e rodoviárias), GEIMAP (mecânica pesada), GEIMF (material ferroviário) – Recursos: • nova legislação fiscal que estabeleceu os fundos financeiros e empréstimos compulsórios; • captação de investimentos diretos – sob a forma de capital físico e financeiro – fundamentais para atrair poupança externa e tecnologia avançada; • financiamentos e empréstimos concedidos por agências governamentais e internacionais. – Técnicas de Planejamento: • pontos de estrangulamento ⇒ áreas de demanda insatisfeita em função das características desequilibradas do desenvolvimento econômico feito por partes (oferta de infra-estrutura e de bens intermediários) • áreas de germinação ⇒ áreas que geram demanda derivada (investimentos que sustentavam a taxa de crescimento ⇒ construção de Brasília) PLANO DE METAS • • • • • • • • • • Taxas de crescimento do Produto e Setores (1955-1961) ANO PIB INDÚSTRIA AGRICULTURA SERVIÇOS 1955 8,8 11,1 9,2 1956 2,9 5,5 0 1957 7,7 5,4 10,5 1958 10,8 16,8 10,6 1959 9,8 12,9 10,7 1960 9,4 10,6 9,1 1961 8,6 11,1 8,1 Fonte: IBGE 7,7 -2,4 9,3 2 5,3 4,9 7,6 PLANO DE METAS • Taxas de crescimento entre os anos 1955/62: • * materiais de transporte + 711% • * materiais elétricos e de comunicação+ 417% • * têxtil + 34% • * alimentos + 54% • * bebidas + 15% PLANO DE METAS • • Alguns Indicadores Econômicos – Plano de Metas – 1955/61 Anos Inflação Variação do Dívida Externa (%) salário mínimo US$ milhões • real (%) • • 1955 23 - 9,5 1.445 • 1956 21 - 1,3 1.580 • 1957 16,1 - 9,6 1.517 • 1958 14,8 14,5 2.044 • 1959 39,2 - 12,7 2.234 • 1960 29,5 19,4 2.372 • 1961 33,2 - 14,7 2.835 PLANO DE METAS • Superação do Modelo de Substituição de Importações ⇒ a concepção do Plano vai além de uma resposta a um problema de estrangulamento externo ⇒ interação entre os diferentes setores da economia. METAS • Indústria automobilística ⇒ ampliação de malha rodoviária ⇒ Belo Horizonte – Brasília; Belém – Brasília, Brasília – Acre ⇔ Integração Nacional com dependência externa de combustíveis líquidos em torno de 70% do consumo • 1958 – Criação da Rede Ferroviária S. A – RFFSA – incorporou as estradas de ferro existentes no País ⇒ dificuldades para integração: diferença de bitolas e descontinuidade na interligação Norte-Sul. PLANO DE METAS • 1957 – construção de usinas hidrelétricas: Furnas e Três Marias • Lei 3.244/57 – Lei das Tarifas Aduaneiras – instrumento de proteção ao produto nacional • 1957 – Conselho de Políticas Aduaneiras CPA ⇒ políticas de importação (favoreceu empresas multinacionais) PLANO DE METAS • 1958 - Plano de Estabilização Monetária – rigorosas medidas de estabilização monetária ⇒ conter alta de preços internos ⇔ taxa de expansão dos meios de pagamentos atrelada à taxa de crescimento do PNB • redução de emissões do tesouro, mediante a eliminação do déficit público; • limitação do crédito privado; • contenção de preços e salários; PLANO DE METAS • Efeitos: medidas adequadas para superar crises nas economias desenvolvidas, mas inadequadas para países em desenvolvimento por falta de políticas compensadoras dos efeitos recessivos causados (ex. salário-desemprego) ∀ ⇒ final de 1959 PEM foi suspenso e FMI impede novo empréstimo ao País (300 milhões de dólares) ⇒ crise financeira, com esgotamento de linhas de crédito externas, queda de operações no mercado financeiro e de capitais e aceleração do aumento da taxa anual de inflação (24,3% em 1958 e 39,5%, em 1959) – Desenvolvimento Regional e o Papel do Setor Público • - surto desenvolvimentista – industrialização intensiva concentrada na região Sudeste ⇒ desequilíbrios regionais com migração para os centros de maior capacidade geradora da economia. • 1958 – Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste – GTDN (Celso Furtado) ⇒ política de desenvolvimento para o Nordeste ⇒ criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE, Decreto 3.629/59 ∀ ⇒ órgão de planejamento e coordenação das atividades públicas e privadas destinado a promover o crescimento da região e oferecer condições para a elevação do nível de vida da população. Linhas Gerais: • - Maior aproveitamento do solo; • abertura de frentes de colonização na periferia do Polígono das Secas, principalmente Maranhão e Goiás, com atividades pecuárias e culturas típicas da região; • implantação de indústria de base (siderurgia) e de transformação, utilizando os recursos minerais da região(cimento, algodoeira, pesca); • maior aproveitamento da energia elétrica gerada pela usina de Paulo Afonso e expansão de suas linhas de transmissão; • ênfase no aproveitamento de mão-de-obra local e maior oferta de alimentos; • assistência técnica aos governos estaduais no aperfeiçoamento de seus planos e maior unidade de ação na política regional. SETOR PÚBLICO • Ao Setor Público coube o provimento de insumos básicos, bem como a criação de infra-estrutura básica, vital para o processo de industrialização • Controle do Estado: - produção de aço ⇒ CSN, COSIPA, USIMINAS; ∀ ⇒ produção e refino de petróleo: PETROBRÁS; SETOR PÚBLICO ∀ ⇒ produção e exportação de minério de ferro : Companhia Vale do Rio Doce ∀ ⇒ produção de soda cáustica: Companhia Nacional de Álcalis; ∀ ⇒ produção de energia elétrica: CHESF e Furnas; ∀ ⇒ transporte ferroviário – Rede Ferroviária Federal • navegação de cabotagem – Lloyd Brasileiro e Companhia de Navegação Costeira; • controle e construção de novas rodovias – DNER e DERs; • controle sobre o crédito – Banco do Brasil • comercialização de diversos produtos de exportação tais como café, cacau, pinho, mate, açúcar, borracha e sal INDUSTRIALIZAÇÃO • – Industrialização - o surto da indústria automobilística • 1928 – instalação de pequenas fábricas de autopeças • década de trinta ⇒ fatores negativos: baixa renda per capita; • política aduaneira (favorece importação de veículos montados); • incipiente indústria nacional de autopeças; • precária rede de estradas de rodagem; • dependência de importação de combustíveis líquidos INDUSTRIALIZAÇÃO • Década de quarenta ⇒ ⇑ indústria de substituição de peças importadas; • 1941 ⇑ índice de nacionalização de autopeças e potencial de mercado de veículos automotores • 1947 – controle cambial restringe importações e ∀ ⇑ a demanda de automóveis Década de 50 • 1952 - - Comissão de Desenvolvimento Industrial ⇒ parecer favorável à liberação da compra no exterior de automóveis, restringindo apenas a importação de cerca de 100 tipos de autopeças cujos similares já eram fabricados internamente ( não havia condições para instalação de montadoras de veículos devido problemas de energia elétrica e siderurgia) • 1953 – havia no país as montadoras: Ford, General Motors, Alfa Romeo, Internacional e Simca PLANO DE METAS • • • • • • • • • • • • • • Brasil: Plano de Metas, Previsão e Resultados – 1957-1961 Previsão Realizado Energia Elétrica (1000 kw) 2.000 1.650 Carvão (1000 toneladas) 1.000 230 Petróleo-Produção (1000 barris/dia) 96 75 Petróleo-Refino (1000 barris/dia) 200 52 Ferrovias (1000 km) 3 1 Rodovias-Construção (1000 km) 13 17 Rodovias-Pavimentação (1000 km) 5 Aço (1000 ton.) 1.100 650 Cimento (1000 ton.) 1.400 870 Carros e Caminhões (1000 unid.) 170 133 Nacionalização (carros) (%) 90 75 Nacionalização ( caminhões) (%) 95 74 % 82 23 76 26 32 138 60 62 78 PLANO DE METAS • ⇒ Mudança da estrutura econômica com o crescimento e modernização do setor industrial; ∀ ⇒ aprofundamento dos desequilíbrios regionais e sociais; ∀ ⇒ construção da nova capital ⇔ ocupação da faixa não litorânea PLANO DE METAS ∀ ⇒ ⇑ da carga fiscal ⇔ forte resistência por parte dos empresários (não aceitação de programas de investimento comprimidos por impostos) ⇔ financiamento inflacionário ⇔ aumento dos lucros, da tributação nominal, e diferencial e da emissão de moedas • Programas econômicos de estabilização ⇒ tentativas de reduzir ritmo inflacionário ⇒ sem sacrificar o desenvolvimento pela estabilidade – PERÍODO DE 1960 – 1973 DA CRISE AO MILAGRE • 1 – Período de Instabilidade – 1961/63 • Ano Taxa de crescimento Taxa de inflação • • • 1961 1962 1963 do produto real 10,6% 5,3% 1,5% 30,5% 47,7% 81,3% crise ∀ ⇒ Causas: limite do número de substituições de importados; • aumento das taxas de inflação desestimula a poupança interna inibe investimentos; • desajustes do balanço de pagamentos; • dificuldades de obtenção de novos empréstimos e financiamentos ∀ ⇒ dificuldade para importação de maquinaria e insumos essenciais à produção industrial ∀ ⇒ instabilidade política compromete a credibilidade externa⇒ ⇓ de empréstimos e financiamentos e investimentos diretos crise ∀ ⇒ Lei 4.131/62 – regulou o registro de capital estrangeiro e remessa de lucros para o exterior ∀ ⇒ dívida externa: 1961> 2,2 bilhões de dólares • 1963 > 3,17 bilhões de dólares ∀ ⇒ exportações não acompanham taxa de crescimento da dívida, elevando o coeficiente de endividamento ⇒ ⇑ incapacidade para captar recursos externos JANIO QUADROS • Governo Janio Quadros – janeiro de 1961 a agosto de 1961 ⇔ medidas de estabilidade econômica pela reforma cambial ⇒ desvalorização da moeda, unificação da taxa de câmbio e suspensão do subsídio à importação ∀ ⇒ renegociação de dívida com FMI e empréstimo de 2 bilhões de dólares ∀ ⇒ ajuste do balanço de pagamentos Governo Janio Quadros ∀ ⇒ criação da Centrais Elétricas Brasileiras – 1961 – empresa holding das empresas elétricas estatais ⇒ centralizar e coordenar estudos, projetos, construção e operações de usinas geradoras, bem como a instalação de linhas de distribuição e transmissão de energia elétrica Governo João Goulart – setembro de 1961 a março de 1964 ∀ ⇒ 1962 – criação do Ministério do Planejamento e Desenvolvimento ⇔ centralizar a ação de planejamento e execução dos programas e projetos essenciais ao crescimento econômico ∀ ⇒ Plano Trienal de Desenvolvimento Econômico e Social – Plano Trienal – Celso Furtado: problemas do desequilíbrio regional, reforma agrária, fiscal, bancária e administrativa – A crise dos anos 60 • Crises • Políticas • Conjunturais Instabilidade política Estruturais Crise do populismo Econômicas Política econômica 1 – Estagnacionismo Recessiva de combate do PSI • à inflação 2 – Crise cíclica endógena • de uma economia industrial • 3 – Inadequação • institucional – O período de reajuste – 1964 –1967 O PAEG • Governo Castelo Branco (1964-67) ⇒ conter a inflação e retomar o ritmo de crescimento econômico • Plano de Ação Econômica do Governo – PAEG – mentores: Roberto Campos e Octavio Gouvêa de Bulhões • Objetivos: acelerar o ritmo de desenvolvimento econômico • Conter o processo inflacionário • Atenuar os desequilíbrios setoriais e regionais • Aumentar o investimento • Aumentar nível de emprego • Corrigir a tendência ao desequilíbrio externo - Medidas de Combate à inflação: ∀ ⇒ redução do déficit público mediante a redução dos gastos e da ampliação das receitas por meio da reforma tributária e do aumento das tarifas públicas ∀ ⇒ restrição do crédito e aperto monetário • supunha se a existência de uma taxa de desemprego relativamente baixa, o que levava a elevados salários reais e inflação crescente. Para romper essa dinâmica, o governo passou a determinar os reajustes salariais via política salarial, objetivando romper as expectativas e conter as reivindicações ⇒ grande redução do salário real inflação • Correção Monetária / indexação ⇒ a inflação era um mal inevitável do acelerado desenvolvimento brasileiro • ⇒ diminuir seus impactos negativos • Combate gradualista da inflação inflação • • • Produto e Inflação: 1964-1968 Ano Crescimento do PIB Crescimento do Produto Taxa de Inflação (%) Industrial (%) IGP-DI (%) • • • • • 1964 1965 1966 1967 1968 3,4 2,4 6,7 4,2 9,8 5,0 - 4,7 11,7 2,2 14,2 91,8 65,7 41,3 30,4 22,0 - Reformas Institucionais do PAEG • 1 – reforma tributária – destinada a fortalecer a base da arrecadação – – Principais medidas: • ◙ alteração no sistema tributário: criação do IPI. ICM e ISS; • ◙ redefinição do espaço tributário: União (IR, Imposto do Comércio exterior e ITR “Imposto Territorial Rural”); Estados ficaram co ICM e os municípios com o ISS e com o IPTU (imposto sobre propriedade urbana) Reforma tributária • ◙ Surgimento de fundos parafiscais: FGTS e PIS (programa de integração social) • ◙ transferências intergovernamentais – parte da arrecadação com IPI e IR seriam destinadas aos estados e municípios • ◙ fundos como fonte de poupança privada forçada Reforma Monetária – • → Instituição da correção monetária e criação da ORTN • ( Correção monetária era um mecanismo de indexação sobre o qual o principal e os juros de uma dívida ou contrato eram reajustados automaticamente de acordo com a taxa de inflação. ORTN era um título da dívida pública corrigido em função da taxa de inflação, que era utilizado como índice de correção monetária → fonte de financiamento. Reforma monetária • → Criação do Conselho Monetário Nacional – CMN – e do Banco Central (BACEN) • → Criação do Sistema Financeiro de Habitação – SFH – e do Banco Nacional de Habitação – BNH – – Reforma Financeira • bancos comerciais – ofereciam crédito de C.P. mediante a captação de depósitos à vista • financeiras - crédito ao consumidor por meio de venda de letras de câmbio • bancos de investimento – crédito de médio e longo prazo mediante captação dos depósitos à prazo e recursos externos • bancos de desenvolvimento – crédito a projetos e setores específicos - Reforma da Política Externa – • → estímulo às exportações • → sistema de mini desvalorização cambial • → atração de capital externo mediante uma reaproximação com a política externa norte americana - ↔ A Ortodoxia e o PAEG • inflação como conseqüência imediata da excessiva expansão monetária e de crédito ↔ emissão de moeda sem lastro produtivo • para o período as causas materializaram-se no excesso de despesa governamental e no financiamento desse déficit através das emissões monetárias • Receita ortodoxa do controle da inflação: política monetária e creditícia restritiva, política fiscal restritiva e arrocho salarial Resultados: • – controle fiscal→ contenção significativa dos déficits governamentais; – – aperto da moeda e do crédito paralisam a atividade industrial → parada do crescimento durante o período 1963/67; – – setores mais atingidos: vestuário, alimentos e construção civil – → + que triplicou o número de falências e concordatas – O Milagre Econômico (1967-73) Governos Costa e Silva (1967-69) e Médici (1959-73) - Cenário geral • • • • → déficit público: de 4,2% do PIB (1963) ↓ 3,2% em 1964 1,6% em 1965 1,1% em 1966 → taxa de inflação de quase 100%aa em, 1964 para 20%aa em 1969 • → taxa de crescimento da economia: 6,6% em 1962 ↓ 0,6% em 1963 e passa para 3,4% em 1964 ↔ no período de 69 a 73 fica próxima de 11%aa (PIB • 1967 – Castelo Branco é substituído por Costa e Silva e Delfim Netto substitui Roberto Campos no comando da economia Estratégia do Novo Governo: • -crescimento econômico e controle da inflação • novo diagnóstico do processo inflacionário ↔ inflação de custos decorrente da elevação dos custos da economia Medidas: • política de forte controle dos preços com a criação do Conselho Interministerial de Preços – CIP • ampliação dos gastos públicos • ampliação do crédito – expansão do crédito agrícola e ao consumidor • ampliação de incentivos fiscais e de subsídios para setores prioritários • política salarial ajustada medidas • Mudança de postura para legitimar o governo militar: crescimento a qualquer custo ↔ a capacidade ociosa existente decorrente dos anos de estagnação anterior junto com políticas econômicas expansionistas produzem crescimento do produto sem significativas pressões inflacionárias • Setor líder de crescimento: bens de consumos duráveis (transportes e eletro domésticos e recuperação da construção civil. Início dos anos de 1970 • – vários setores aproximam-se da capacidade plena ↔ necessidade de importação de máquinas e equipamentos • Pontos Principais: • 1 – elevada participação do setor público na economia ↔ controle de preços e decisões de investimentos (investimentos da administração pública correspondia a quase 50% da formação bruta de capital) • 2 – recursos para as importações provenientes do bom desempenho das exportações • 3 – crescimento econômico desequilibrado • 4 – concentração de renda Política Econômica do Governo Costa e Silva • Dezembro de 1967 é decretado o Ato Institucional nº 5 (AI 5) – amplos poderes jurídico-legais ao executivo federal – controle absoluto do governo sobre a sociedade brasileira • ∆ formalização de um novo bloco hegemônico, empresariado/tecno-burocracia/oficialato ↔ modelo de desenvolvimento baseado no tripé Estado/empresas multinacionais/grande capital nacional ∆ Plano Estratégico de Desenvolvimento – PED • crescimento do PIB e maior controle da inflação; novos investimentos em infra –estrutura: usinas de energia elétrica de Jaguara e Volta Grande – MG e Promissão e Ilha Solteira – SP - ↑ áreas de construção pesada e de bens de capital • → política industrial baseada em um amplo esquema de subsídios e incentivos fiscais; • → adoção em 1968 do regime de minidesvalorizações cambiais periódicas↔ investimento direto estrangeiro e acesso a empréstimos externos. PED • ↑ 11% das exportações de produtos manufaturados • ↑ indústria automobilística cresce a uma taxa de 20% favorecida pela inovação do consórcio; • concentração financeira – dos 336 bancos existentes em 1964 restaram 195 em 1970; • associação do capital nacional às multinacionais; • consolidação das empresas estatais - Situação Política • 28 de agosto de 1969 – trombose cerebral deixa Costa e Silva semi paralisado e o governo passa a ser exercido pelos militares: General Aurélio Lyra Tavares, almirante Augusto Hamann Rademaker Grünewald e brigadeiro Márcio de Souza e Melo SITUAÇÃO POLÍTICA • 14 de outubro de 1969 a Junta Governamental declara vagos os cargos de presidente e vice presidente dando início a um processo de consulta entre os 240 oficiais-generais das Três Armas que indicam o nome do general Emílio Garrastazu Médici • 30 de outubro – Congresso Nacional –elege o general Médici presidente da república e o almirante Rademaker vice-presidente ∆ - Governo Médici (1969-74) • Primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento – I PND – continuidade como os planos anteriores – permanência do profº Delfim Netto na pasta da fazenda • primeiro período - 1946 a 1966 ↔ reconstrução e modernização das instituições; • segundo período - 1967 a 1971 ↔ retomada do crescimento • terceiro período - 1972 a 1974 ↔ elevação do Brasil à categoria de país desenvolvido PND • I PND estabeleceu como principal pólo gerador do desenvolvimento nacional a região dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, partindo do princípio de que esta região seria capaz de assegurar a expansão das indústrias, com o aporte científico e tecnológico nacional decorrente de um sistema educacional avançado. ∆ Realizações: • → crescimento do PIB à taxa de 11,1% em 1972, 13,6% em 1973 e 9,7% em 1974; • → o Brasil sai da posição de 15ª economia mundial para a 8ª posição em 1973; • → elevação de 174% nas exportações • → entrada maciça de capitais estrangeiros (empréstimos e financiamentos) elevou os saldos da dívida externa, chegando a 12.572 milhões de dólares; • → concentração de renda: a participação na receita nacional de 40% dos que pertencem aos grupos de renda mais baixa caiu de 11,2% em 1960 para 9% em 1970 e os 15% representantes da camada de renda mais alta aumentaram sua participação de 27,4% para 36,3%. A CRISE DO PETRÓLEO – 1973 – 1979 • 1 – Origens: • Acordo de Bretton Woods (1944) ao criar o sistema de taxas fixas de câmbio, adotou o dólar norte-americano como referência para a cotação das demais moedas no mercado monetário internacional – problemas internos de emissões/ Guerra do Vietnã (1965-73)/ aumento do déficit fiscal dos Estados Unidos provocam instabilidade real da moeda. • →o dólar norte americano desvalorizou-se, em outubro de 1971, cerca de 17% em relação ao marco alemão e 12% em relação ao iene japonês ORIGENS • ↔ a desestabilização do sistema monetário internacional atingiu a economia dos países em desenvolvimento, que tinham seus principais produtos de exportação cotados em dólares e dependiam de captação nessa moeda para satisfazer suas necessidades de importações e atender seus compromissos externos. – A crise do petróleo • ∆ - queda do valor real da moeda norteamericana causa grande desajuste na balança comercial dos países do Oriente Médio que se constituíam nos principais fornecedores de petróleo ao Ocidente • ∆ - OPEP – Organização dos Países Produtores de Petróleo decide elevar, em 1971, o preço oficial do barril de petróleo, de 1,80 dólar para 2,40 a 2,50 dólares, preço que deveria permanecer estável por 5 anos. – A crise do petróleo • ∆ componente político – Guerra árabeisraelense do Yom Kippur, de 6 a 25 de outubro de 1973 ↔ 21 de outubro de 1973 a OPEP decide adotar um corte seletivo nos fornecimentos de petróleo como arma de pressão dos árabes para recuperar os territórios ocupados por Israel (alta dependência dos Estados Unidos, Japão e a Holanda ao petróleo árabe) A OPEP fez o mundo refém na década de setenta • ↔ ante a ameaça de um colapso energético, alguns países (França, Inglaterra e Japão) apressaram-se em negociar acordos bilaterais com países produtores de petróleo, estimulando os países árabes a impor seus preços através da OPEP e a estabelecer níveis reduzidos de produção para melhor controle da oferta • A oferta de petróleo no mercado mundial elevara-se de 3,7 milhões de barris/dia em 1950 para 34,2 milhões de barris/dia em 1973 A crise do petróleo na economia brasileira • 1973 – participação percentual no transporte de carga por modalidade: • rodoviário – 69,8% • ferroviário - 19,9% • marítimo – 10,7% • aéreo – 0,1% A crise do petróleo na economia brasileira • - o petróleo participava, em 1973, de 42,9% da energia consumida no País e a produção interna atendia apenas a 23,5% • O impacto causado na balança comercial brasileira pelo aumento do preço do petróleo foi atenuado pelo aumento dos preços de alguns produtos de exportação (café) e pelas reservas internacionais ( > 6,4 bilhões de dólares). • - Petrobrás se manteve mais voltada para a comercialização do petróleo e seus derivados do que para a sua auto-suficiência do produto; A crise do petróleo na economia brasileira • - aumentos de preços da gasolina não compromete a expansão da indústria automobilística e o preço do óleo cru, usado pelas indústrias mantinha-se subsidiado ↔ estimula seu consumo em detrimento de outras fontes de energia abundantes no país (hidráulica, carvãovapor, lenha) • A crise do petróleo na economia brasileira • ∆ - efeito direto: acelerar a taxa de inflação ↔ 15% em 1972 e 1973, para 34,5% em 1974 • ∆ - efeito indireto: aumenta o grua de incerteza provocando o deslocamento de investimentos para o mercado financeiro, onde os títulos públicos federais tornaramse atraentes por sua maior rentabilidade A crise do petróleo na economia brasileira • ∆ - importação da inflação dos parceiros comerciais > – compra de bens de capital e insumos ↔ receita de exportação aumenta 28%, mas as despesas de importação elevam-se em 104% - 1974 • ∆ - desajuste no balanço de pagamentos: • aumento de 300% no valor das compras de petróleo bruto A crise do petróleo na economia brasileira • déficit na conta de serviços de 2,4 bilhões de dólares ( maior despesa com juros da dívida externa) O GOVERNO GEISEL 1974-79 e o II PND • O plano condiciona o crescimento acelerado da economia nacional à conjuntura internacional • Base: “Brasil como potência emergente” • mantém política de endividamento para promover o crescimento econômico • previu a retomada do PSI, principalmente nos setores de bens de capital, eletrônica pesada e insumos básicos II PND • investimentos no Plano Siderúrgico Nacional • programas setoriais para celulose e papel, metais não-ferrosos, fertilizantes, defensivos agrícolas e produtos petroquímicos • aumento de 115% dos investimentos no setor energético: produção, exploração e refino de petróleo e autoriza a Petrobrás (1976) a firmar contratos de riscos com companhias petrolíferas estrangeiras (pesquisa e lavra de petróleo em alto mar) II PND • 1976 – PROALCOOL – álcool como combustível automotivo e para a indústria química • Programa Nacional do Carvão – produção do carvão energético como substituto do óleo combustível • Programa Nuclear Brasileiro, substituído em 1980 pelo Programa Autônomo de Energia Nuclear II PND • Viabilidade técnica e econômica para expansão e transmissão de energia a longas distâncias • Subsídios à exportação de produtos industrializados (manufaturados e semi manufaturados) • Crescimento das taxas globais de exportação de 13,9%aa – 1974-79 II PND • Aumentos da receita de exportação não foram suficientes para o ajustamentos das contas correntes do balanço de pagamentos – despesas com importações de petróleo aumentaram 490%, em 1973-78; divida externa bruta aumenta 246% entre 1973-78 • Produto real cresceu à taxa média de 6,9%aa – 1973-78 • Renda per capita elevou-se de 1.308 dólares em 1973 para 1.580 dólares em 1978 II PND • Volume de papel moeda em circulação aumentou 493% entre o final de 1973 e o de 1978 • Altas taxas de inflação • Maior rentabilidade dos títulos públicos federais pressionou para cima as taxas de juros internos, elevando os custos financeiros da produção e dos serviços↔ efeitos depressivos sobre a economia. A CRISE DO PETRÓLEO DE 1979 • Março de 1979 a OPEP decidiu aumentar em 8,7% o preço do barril de petróleo – crise política no Irã – destituição do xá Reza Pahlevi e ascensão do aiatolá Khomeini ao poder ↔ retração da oferta de petróleo no mercado mundial • Nova política do Irão decide vender o petróleo no mercado livre de Roterdam (Holanda), onde o preço era mais alto ↔ preço médio do petróleo aumenta 84% (22,77 dólares por barril) • Conseqüências: escalada de preços; • queda do consumo interno, restringindo importações; • medidas protecionistas nos países industrializados; CRISE DO PETRÓLEO • retração do comércio internacional; • rígida política monetária de combate à inflação seguida pelos países de moeda de maior conversibilidade provoca elevação da taxa de juros do sistema financeiro internacional; • perda de liquidez dos países tomadores de crédito ↔ ↓ do crédito e ↑ ônus dos empréstimos internacionais com aumento da taxa de risco A Economia Brasileira de 1980/92 • Governo Figueiredo (1979/85) – manter a continuidade da política econômica completando a execução do II PND e implementar o III PND • Março de 1979 – Assume a presidência o chefe do SNI, Gen. João Batista Figueiredo tendo como vice o engenheiro Aureliano Chaves • Função Básica – completar a abertura política A Economia Brasileira de 1980/92 • 1979 – 400 Movimentos grevistas > Lei da Anistia • Nove./79 – reforma partidária → PDS, PMDB, PTB, PDT, PT e PP • 1982 – eleições • Movimento popular “Diretas Já” A Economia Brasileira de 1980/92 • 1984 – aprovação da emenda constitucional Dante de Oliveira – eleição direta para presidente • 15 de janeiro de 1985 – Colégio Eleitoral elegeu Tancredo Neves para presidente. A Economia Brasileira de 1980/92 • A transição para a democracia permitiu aos antigos integrantes do bloco hegemônico, os tecnocratas e o empresariado, preservar seu poder de influência O III PND • Setores: energético, agrícola e exportador • energético: maior prioridade à produção interna de petróleo e soluções energéticas alternativas • alta tecnologia nativa para exploração de petróleo na plataforma marítima – Bacia de Campos (RJ) → 350 mil barris/dia → participação do produto nacional passou de 17% para 55% do consumo interno • PROÁLCOOL - ↑ 87% da produção de cana de açúcar entre O III PND • • • • agrícola – subsídios ao crédito agrícola ↑ 6% do produto agrícola – cana, laranja e café – 1979/81 produção de laranja ↑ 35,3% entre 1970 a 1984 1982 - ↓ da produção cafeeira O III PND • • • • exportador – expandir exportações e conter importações 1981 - ↓ 11% dos preços dos produtos brasileiros no mercado externo receita de exportações ↑ 130% ( ↑ 36% no quantum de vendas) ↔ resultado positivo de 1,2 bilhões de dólares da B.C. 1982 – geadas comprometem safra 1981/82 e conjuntura internacional – Conflito do Atlântico Sul (Malvinas) ↔ retração do comércio internacional ↓ 2% em volume e 6% em valor. O III PND • Delfim Neto = alteração da taxa cambial ↔ dezembro/79 ↔ maxidesvalorização de 30% no cruzeiro ↔ reduzir as expectativas de inflação futura O III PND