CURSO ECONOMIA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA II Prof. Fabio Sá Earp 2ª AULA O GOVERNO GEISEL (1974-78) Ernesto Geisel ANO PIB 1974 1975 1976 1977 1978 9 5 10 5 5 PRODUTO INDUSTRIAL 8 4 12 2 6 PIB PER CAPITA 6 3 8 3 3 IGP-DI 34 30 47 38 42 EXPOR- IMPORTAÇÕES TAÇÕES 8 13 9 12 10 12 12 12 13 14 . escolhido por 2 generais . teve 1 ano para preparar o plano de governo . cenário complicado devido a problemas . na política interna . na economia internacional 1 1. O PROBLEMA POLÍTICO INTERNO . a alternância de poder entre os militares . a Linha Dura governou de 1967 a 1973 . agora é a hora da volta dos Castellistas . que querem devolver o poder aos civis, no longo prazo . pré-requisito: acabar com ameaça da esquerda . Geisel foi o mais poderoso dos presidentes . mas sempre teve medo de ser derrubado . para contentar a Linha Dura é preciso . reduzir a inflação . manter alto nível de crescimento econômico . uma vez eliminada a esquerda, setores da Linha Dura resistem à abertura política . tentativa de golpe de estado . atentados terroristas de 1976 a 1981 2 2. A CRISE INTERNACIONAL . em 1971 acaba o sistema de câmbio fixo criado em Bretton Woods em 1944 . começa um processo de especulação cambial . hedge em commodities . todas sobem de preço, exceto o petróleo . em 1973, na Guerra do Yon Kippur, a OPEP inicia boicote aos EUA e UK . preços quadruplicam 3 . crise internacional transferiu 2% da renda mundial para os exportadores de petróleo . que vão financiar os países deficitários . início de endividamento internacional em larga escala 4 3. A OPÇÃO FUNDAMENTAL PARA O BRASIL . a crise do petróleo estourou quando o plano de governo estava quase pronto . objetivo: Brasil Potência . saltar do 8º PIB mundial para o 4º . 1ª fase: controle da inflação (Simonsen) . 2ª fase: novo ciclo de investimento pesado (Reis Velloso) . plano teve que ser refeito nos últimos meses Mario Henrique Simonsen João Paulo dos Reis Velloso 5 . para o Brasil voltaram os fantasmas da inflação e do estrangulamento externo . 3 opções: . manter tudo como estava e aceitar que país só cresceria quando aumentassem exportações e/ou entrada de divisas . promover um ajuste; desvalorizar o câmbio e mudar preços relativos, para privilegiar exportações e reduzir importações . contendo demanda para impedir que choque de preços levasse a aumento da inflação . gerando recessão . elevar a oferta, realizando o ajuste de preços relativos de forma calibrada . salto para a frente na substituição de importações . financiado por endividamento externo . choque de custos impediu controle da inflação . convivência com a Linha Dura obriga a manter crescimento elevado . no mínimo 5% ao ano . na prática: stop and go 6 5.2. O II PND . previa crescimento de 10% aa entre 75 e 79 (indústria 12%) . prioridades: . ind. Pesada: BK e insumos básicos (petroquímicos, aço, papel/celulose, fertilizantes) . energia: . prospecção de petróleo em águas profundas . início de energia nuclear (Angra I) . Proálcool . aumento 60% capacidade geradora de hidroeletricidade . aumento exportações intensivas em energia . crescimento médio do PIB foi 7% aa . além do crescimento da indústria de transformação também houve o da indústria de construção (9,7% aa reais), puxada por obras públicas e SFH . instrumentos de política industrial para substituição de importações . crédito IPI na compra de equipamentos . depreciação acelerada para equipamentos nacionais . isenções imposto de importação . crédito subsidiado . reserva de mercado e política de preços favoráveis a novos produtos 7 . resultados: objetivos alcançados, ainda que em prazos mais demorados . vantagem brasileira: manteve incentivos por longo tempo, apesar dos problemas . importações eram 12% do PIB em 74, caem para 9,5% em 1980 (apesar do segundo choque do petróleo) . em 1972, 26% das importações eram BK; em 1982 tinham caído para 9% . exportações de BK entre 75 e 79 subiram de US$ 900 m para US$ 2 400 m . problemas: . queda da carga tributária líquida, compensada por aumento da dívida pública (de 6% para 10% do PIB) . deterioração das contas externas 8 FBKF E CONTAS EXTERNAS 1970-87 US$ Bilhões ANO 1970 1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 FBKF/PIB 19 20 20 21 23 24 23 21 22 23 23 21 20 16 16 17 19 20 DÍVIDA FED./PIB 4 6 8 4 5 6 9 10 10 9 7 13 16 21 25 31 24 31 RESULTADO BP 0,5 0,5 2,4 2,2 -0,9 -1,0 1,2 0,6 4,3 -3,2 -3,5 0,6 -8,8 -5,4 0,7 -3,2 -12,4 -10,2 DÍVIDA EXTERNA 5 6 10 13 17 21 26 32 44 50 54 61 70 81 91 96 102 108 . o endividamento externo não era um problema em 1978 . tornou-se dramático a partir de 1979 . devido à mudança na política monetária norte-americana 9 . avaliação do II PND no IE/UFRJ: a controvérsia Lessa X Castro . os 2 mais importantes professores de economia brasileira da história do IE Carlos Lessa . escrevendo em 1978, Lessa percebeu que as metas não seriam alcançadas pois a taxa de investimento foi menor do que o previsto . o país não conseguiu crescer a 10% ao ano . o projeto de Brasil Potência foi abandonado . o II PND era um fracasso 10 Antonio Barros de Castro . escrevendo em 1982, Castro percebeu que os investimentos tinha sido realizados, embora com atraso . a estrutura industrial do país estava muito mais sólida do que antes . o II PND era um sucesso Bibliografia: Giambiagi, Fabio e outros (2011). Economia Brasileira Contemporânea. Rio de Janeiro: Campus. Capítulos 3 e 4. 11